Sobreviver - Sorte ou Maldição?

E a terra tremeu
Levou tudo para o chão
Edificações, homens, animais e plantas
Restou tudo em pedaços.

Baixada a poeira, a visão é caótica
O inferno de Dante.
Destroços por todos os lados onde a vista alcança
Corpos amontoados como lixo sem valor
Sobreviventes perplexos incapazes de compreender
Tudo lhes foi tirado.

Mas sobreviver é sorte ou maldição?
O que se ouve após o silêncio que se seguiu ao estrondo
Provocado pela destruição
São gritos de socorro vindos do fundo dos destroços
É impossível remover toneladas de entulho e concreto.

E os gritos viram sussurros que viram silêncio
O inferno é ali.
Cheiro acre, de matéria em decomposição
Vai impregnando o ar
A morte, para muitos, chegou devagar, torturante.

Para os sobreviventes restou a tristeza,
As dores físicas e emocionais, a fome e a falta de comida,
A sede e a falta d'água.
Para eles sobrou apenas
Insegurança no hoje, dúvidas para o amanhã.
Só lhes resta esperar

E o que estava ruim consegue piorar ainda mais
Com a ação covarde da polícia
Que atira para matar.
Melhor sorte tiveram os que partiram de imediato.

Lou jan/2010

Fim de Caso

Peguei nossas lembranças
Nossas imagens felizes eternizadas em fotografias
Juntei nossas cartas, os desenhos de nós dois
Levei tudo para junto da lareira.
Fiquei ali por alguns instantes observando
As chamas altas em tons de vermelho e amarelo
Consumindo tudo ao seu redor
Fui atirando uma foto de cada vez
Deixei os desenhos por último
E observei absorta tudo acabar
Só restaram cinzas negras.
Afastei-me do calor do fogo que queimava meu rosto
E me dei conta de que
Nenhum sentimento me ocorria naquele momento
Nem raiva, nem amor, nem mesmo saudade...
Era muito pior
Era pura indiferença
Acabou.

Lou Jan/2010

Dura Realidade

Mentiu tanto
Inventou tantas histórias...
Transformou sua realidade
Numa fantasia sem consistência.
Dourou a pílula.
Enxergou ouro onde havia apenas reflexo dourado.
Saboreou patê ordinário
Acreditando ter origem nas águas geladas do Cáspio
Riu alto sentindo bolhas explodindo em seu rosto
Animado, subiu a bordo de um iate de luxo
Dormiu embalado pelo balanço das ondas
Acordou de ressaca
Deu-se conta que seu iate era apenas um velho barquinho
Incapaz de suportar sua vida real
Preferiu sair de cena
Sorrateiro como um ladrão na noite.

Lou Jan/2010

Morte do Amor

Olhar distraído e uma palavra mal escolhida,
Ânimos acirrados numa relação desgastada.
A passagem do tempo é implacável
Acaba esgarçando qualquer relação.
Cresce o desejo de solidão
A vontade de experimentar novas emoções.
Não há mais prazer no compartilhar.
Amor e ódio caminham lado a lado
De mãos dadas.
Basta um pequeno deslize para que um se torne mais forte
E sufoque o outro.
E o sentimento que gerou o amor
Agiganta-se tomando outro nome...

Lou Jan/2010

Repouso e Leitura

Acordei na madrugada de segunda-feira sentindo a garganta arranhando e o nariz entupido, claro sintoma de que uma gripe estava se instalando. Tomei um remédio, voltei para cama e só acordei por volta das 9 horas da manhã.
Fiquei indisposta o dia todo, tossindo muito e com o corpo todo dolorido. Duas semanas de férias num lugar tão frio e fui gripar quando cheguei em casa, num calor de rachar. Quem entende uma coisa dessas? Fiquei sem energia e com o corpo tão dolorido que sequer consegui assistir a missa do padre Pedro tanto na segunda quanto na terça-feira.
E hoje, sexta-feira, começo do final de semana fiz quimio porque já estou melhor da gripe. Continuo apenas um pouco rouca e ainda tossindo.
A Maura e a Iraci vão passar o final de semana em Caldas Novas e me convidaram para ir junto. Acabei declinando do convite por causa da quimio que pode provocar alguns sintomas parecidos com a gripe que ainda não acabou de vez. É melhor ficar mais quieta.
Aproveitei o repouso forçado durante a semana para ler o livro que ganhei no natal: O Bobo da Rainha, de Philippa Gregory. É um romance histórico que conta a vida da rainha Mary da Inglaterra, filha de Henrique VIII com Catarina de Aragão. Já li as publicações anteriores da mesma autora e gostei muito deste também.
Gosto de história e esses romances históricos, mesmo não sendo precisos, sempre contam um pouco da história do mundo. O período Tudor da Inglaterra, no século XVI, foi uma época de muitas intrigas e conspirações, muitas mortes na fogueira ou no cadafalso. Várias cabeças rolaram, muita injustiça foi cometida ora em nome de Deus, ora em nome do rei. Um verdadeiro horror.
Henrique VIII, segundo na Dinastia Tudor e que se sentia o Deus na terra, se casou seis vezes, mas teve apenas um filho varão para herdar o trono. Com a rainha Catarina de Aragão, sua primeira esposa, teve a princesa Mary e com a famosa Ana Bolena teve a princesa Isabel, mais conhecida como Elizabeth.
Com a morte de Henrique VIII Eduardo VI foi coroado rei aos nove anos, mas morreu de tuberculose aos quinze. Sua sucessora, Jane Grey, ficou no trono por apenas 9 dias e foi obrigada a renunciar em favor da rainha Mary, verdadeira rainha da Inglaterra, como desejava o povo.
A rainha Mary também morreu sem deixar herdeiros e o trono foi para Elisabeth, sua meia irmã que fez um grande e próspero reinado. Durante seu reinado a Inglaterra alcançou o auge econômico e se tornou a maior potência política, comercial e cultural da Europa.

Voltando para Casa

Viajar é muito bom e eu adoro, mas voltar para casa é bom demais.
O dia amanheceu de céu azul e temperatura agradável, bom para longas caminhadas e foi o que eu e Bárbara fizemos para despedirmos de NYC. Fomos caminhando até o zoológico do Central Park, que é um fiasco, com a intensão de vermos o velho urso polar nadar em seu tanque, mas ele preferiu continuar dormindo despreocupado enquanto tomava um solzinho tímido que batia entre as pedras do seu cercado. Foi uma decepção para todos que foram até lá com a intensão de ver de perto as cambalhotas que ele gosta de dar em seu tanque exclusivo.
E já que o velho urso preferiu dormir fomos ver as demais atrações do zoo que não são muitas. O leopardo da neve resolveu se exibir dando um belo salto entre as pedras, mas o panda vermelho e alguns outros bichos não deram as caras. Ficamos lá por pouco tempo vendo os cercados vazios e resolvemos voltar para casa, pois já estava quase na hora da van ir nos pegar.
No caminho passamos numa grande livraria e a Bárbara ficou doida quando viu em promoção um leitor digital de texto. Como eu só tinha noventa dólares no bolso e estava sem o cartão de crédito não foi possível efetuar a compra. Ela ficou com a maior cara de decepção.
Voltamos para casa, eu peguei o restante do dinheiro na bolsa e entreguei para a Bárbara ir voando comprar o tão desejado leitor de texto. Eu até entendo o quanto ela ficou animada com o leitor de texto, pois apesar de ser leve e pequeno consegue armazenar 350 livros em sua memória. Nada mal andar por aí com uma biblioteca desse tamanho. Não há fila de espera ou chá de cadeira que te deixe mal humorado, pois é só entrar no mundo da leitura e esquecer o resto...
Não demorou muito e ela estava de volta com as bochechas coradas e olhos brilhantes de alegria e excitação com sua mais nova aquisição.
Saímos para almoçar e em seguida a van passou para nos pegar. Nosso check in no aeroporto foi super rápido e em poucos minutos estávamos na sala de espera. Eu jogando paciência e escrevendo um texto no computador; a Bárbara devorando um dos texto que já veio em sua maquininha nova. Nem vimos o tempo passar e a viagem foi muito tranquila.
Quando o avião sobrevoou Brasília ou algum lugar muito próximo deu até uma dor no coração, pois teríamos que voltar todo aquele trecho em pouco tempo. Aterrisamos e em seguida enfrentamos uma enorme fila na imigração. A fila dos brasileiros é sempre a maior tanto na chegada quanto na partida.
Pegamos nossas malas, passamos pelos agentes da alfândega que não nos incomodaram e fomos voando até o balcão da Gol para ver se ainda conseguíamos embarcar no vôo das 10 horas, mas não deu tempo. Uma pena, pois tivemos que aguardar o ônibus da Gol que saiu de Guarulhos às 12:30h e nos deixou em Congonhas para embarcarmos às 15 horas. Esse foi o trecho mais cansativo da viagem.
O vôo de São Paulo para Brasília estava lotado e o avião sacudiu o tempo todo. Eu não via a hora de pousar.
Chegando em casa a primeira coisa que fiz foi desfazer as malas. Em seguida tomei um bom e revigorante banho, caí na cama macia e cheirosa e dormi profundamente. Acordei por volta da meia noite meio sem entender onde estava, pois sonhei que andava pelas ruas geladas de Nova York. Acordei com o nariz entupido e a garganta arranhando, um claro sintoma de gripe. Tomei um remédio e voltei a dormir para só acordar hoje lá pelas 9 horas da manhã. A idade é um fato que não dá para esconder de nosso próprio corpo, por mais em forma que ele esteja. Tenho que admitir: já não tenho mais 20 anos... Que pena.

Analisando Nova York

Não deve ser fácil viver num lugar assim, ontem fez um lindo dia de sol e temperatura fria mas agradável, hoje está tudo coberto de neve branquinha. Enquanto dormíamos agasalhadas por edredons macios e quentinhos nevava lá fora.
Cá entre nós, analisando friamente e sem levar em conta tudo o que se fala sobre as maravilhas de NYC, morar e trabalhar aqui deve ser complicado no dia a dia. A cidade está sempre lotada de turistas e muito suja. O metrô é feio, lotado e também sujo. O inverno é rigoroso e o verão de matar. Os serviços, de modo geral, são executados por imigrantes na maioria das vezes muito mal humorados. O trânsito é de tirar do sério qualquer santo e os preços de aluguel, para se morar bem, é lá nas alturas.
O lado bom da cidade é que aqui você tem acesso a quase tudo. A cidade é multicultural e abriga uns cem museus e alguns estão entre os maiores e melhores do mundo. Os musicais da broadway são imbatíveis. O comércio de eletro eletrônicos e roupas de grife é o que existe de melhor. Aqui é possível encontrar tudo o que a gente imagina, até aquilo que você nunca pensou precisar e acaba comprando só porque alguém teve a idéia de produzir.
Analisando friamente posso concluir que Nova York tem um apelo muito forte e a melhor propaganda para vender a imagem da cidade. O turista que chega por aqui enfrenta filas imensas para tudo o que se quer fazer e nem se importa com isso porque está em Nova York. Passa alguns dias de puro encantamento e sai maravilhado com tudo o que fez e viu. Como é bom ser turista.
8 jan 2010

Caminhando pelo Central Park

Aproveitei a manhã de sol e temperatura agradável (frio mas sem vento) para caminhar no Central Park. Fui andando devagar, sem pressa de chegar, para aproveitar a paisagem invernal. Notei que em vários pontos do parque a grama continua verde, apesar do intenso frio e da neve que caiu nos últimos dias. A maioria das árvores está despida de suas folhas e flores, e alguns troncos estão recobertos por uma vegetação bem verde que lembra erva daninha, mas não sei dizer que planta é aquela, só sei que o visual fica bem interessante.
Entrei por algumas trilhas para ver mais de perto algumas paisagens que de longe pareciam interessantes. Encontrei um grande lago todo congelado com uma água suja e cheia de folhas caídas. Confesso que de longe ele parecia muito mais bonito.
De cima de uma das pontes que cortam o parque fiquei apreciando a linda paisagem de outro lago enquanto ouvia um homem tocando seu sax. Enquanto estive por lá não vi ninguém colocar nem mesmo uma moeda em sua caixinha. Acho que ele não estava dando muito ibope.
Havia muitas pessoas no parque andando com seus cachorros ou sozinhas como eu. Muitos idosos estavam aproveitando a temperatura mais amena para suas caminhadas vacilantes. Vez ou outra um esquilo atravessava a rua correndo para subir em alguma árvore. Muitos deles enterravam suas sementes com a intensão de saboreá-las mais tarde. Eles são muito graciosos.
Dois jovens entraram no parque puxando pela mão um montão de cachorros de pequeno porte. A maioria eram poodles branquinhos usando roupinhas coloridas. Achei curioso que os cachorros e os esquilos não se estranhavam. Os cachorros sequer latiam para os esquilos. Se fosse a Haseena, a poodle da minha mãe, posso até imaginar o escândalo que ela faria correndo atrás dos bichinhos.
Na pista do outro lado do gramado um jovem caminhava com seu poodle negro gigante e outro com um labrador caramelo lindo. Notei também que as pessoas que carregam seus cachorros pelo parque recolhem seus dejetos, bem diferente daquelas pessoas que caminham com seus cães no condomínio onde moro e que deixam as calçadas todas imundas de cacas.
O Central Park é todo artificial, projetado por um paisagista muito competente. Quem caminha por ele é capaz de jurar que tudo aquilo é obra da natureza. Ele é todo lindo, cheio de pedras e muitas árvores, lagos e plantas. É cheio de trilhas para caminhada, parquinho para as crianças, bancos para permitir um descanso quando o corpo já está exausto ou apenas para apreciar melhor a paisagem. É o pulmão verde de Nova York. Foi uma pena eu não ter levado a câmera, pois eu poderia fazer fotos lindas.
Minhas costas começaram a reclamar da caminhada e fui obrigada a ir voltando devagar para casa. Chegue aqui depois das 13h e aproveitei para almoçar, escrever um pouco e descansar para começar tudo outra vez.

Produtos de qualidade e preços tentadores

Ontem eu, Bárbara e Nana fomos ao Metropolitan e acabamos almoçando por lá para aproveitarmos melhor tudo o que o museu oferece. A Bárbara se encantou quando encontramos os quadros de Monet, Van Gogh e Renoir, mas ficou um pouco decepcionada com a parte do Egito. Acho que ela criou muita expectativa e como o Egito é muito parecido em qualquer museu, não causa grande impacto.
Voltamos para casa para que as meninas pegassem as malas e seguissem viagem para Washington, onde a Bárbara ficará por dois dias com a Nana. Imagino que nessa hora elas estejam andando pela cidade para explorar tudo, afinal as duas estavam cheias de planos e dois dias passam muito rápido. É preciso correr um pouco para conhecer a cidade e fazer tudo o que se pretende.
Depois que as meninas saíram eu também saí para encontrar a Alba e os amigos do consulado. Fomos fazer compras num grande mercado e fiquei impressionada com o preço dos remédios e vitaminas. Tudo é muito mais barato do que em Manhattan e se pensarmos em termos do Brasil aí é que compensa mesmo. Como gosta de dizer minha filha: é surreal! Tudo é muitíssimo mais barato. Aproveitei para comprar remédios como calcio e vitamina C e até colírio para olhos secos, muito úteis em Brasília.
No mercado havia enormes bancas, como nas feiras, com pilhas e pilhas de calças de marcas como Calvin Klein por exemplo e tudo muito barato, não chegava a trinta dólares. Casaco tinha para todo gosto e meias de tudo quanto era jeito. O melhor de tudo eram os preços, uma tentação para quem gosta de comprar. Ainda bem que não tenho espírito consumista.
Na parte das comidas dava vontade de sair comprando tudo. Camarões enormes, salmão, frutas lindas e apetitosas, pães de toda qualidade. Os queijos, minha tentação, eram inúmeros e a preços inacreditáveis, bem diferente dos preços de Brasília.
Se eu encontrasse uma lâmpada mágica e o gênio me perguntasse por um desejo, posso garantir que pediria um mercado com produtos daquela qualidade e com aqueles preços aí em Brasilia. Como isso é impossível fico só na vontade mesmo.
De volta em casa eu e Alba ficamos conversando, como sempre gostamos de fazer, até de madrugada.

Sol e frio e Nova York

O dia amanheceu iluminado e com um sol brilhante, mas como ontem e nos dias anteriores sei que o frio lá fora está de doer todos os ossinhos. O problema nessa cidade é o vento encanado que faz gelar até a alma. Já comprei as winter legs que prometem proteger as perninhas do frio, mas não senti grande diferença, quando o vento sopra forte não há proteção que dê jeito, você acaba sentindo o frio assim mesmo.
Nas ruas as pessoas andam todas encapotadas parecendo bonecos de neve. Os rostos enrolados nos cachecóis ou protegidos com gorros pesados deixam todos com aparência de bandidos ou muculmanas em suas burcas. Eu mesmo, quando boto a cara na rua, só deixo aparecer os olhos. Assim mesmo porque não existe nada que possa cobri-los e permitir enxegar ao mesmo tempo, porque caso contrário até os olhos ficariam cobertos.
Ontem resolvemos fazer o passeio de barco. Chegamos um pouco depois das 10 horas e o barco tinha acabado de sair, como o próximo só sairia as 16 horas fomos passear pelas ruas, olhar as vitrines, passar frio... Voltamos ao Pier 83 com meia hora de antecedência e encontramos uma fila enorme. É impressionante como tudo por aqui tem filas enooormes. Que preguiça.
O passeio durou duas horas e terminou quando as luzes da cidade já estavam acesas. Um visual lindo, visto da janela do barco, porque é claro que não me atrevi a ficar na área descoberta. Quando alguém abria a porta, mesmo rapidinho, dava para sentir o vento gelado que soprava lá fora.
Quando o barco se aproximou da estátua da liberdade todos empunharam suas câmeras para capturar um ângulo mais interessante do monumento. Observei algumas pessoas e pude sentir a decepção estampada em seus rostos ao constatar que a famosa Estátua da Liberdade não é tão imponente assim quando vista tão de pertinho. Ela não é tão grande quanto aparenta nos cartões postais. O pedestal que a sustenta é quase maior do que a própria estátua. Posso garantir que nosso Cristo Redentor, no alto da montanha, é mais bonito e imponente. De braços abertos ele parece abençoar a cidade lá embaixo. (Sei que a benção não parece ser muito efetiva, pois a violência anda solta no Rio)
Voltamos para casa e não me animei a sair novamente. A Bárbara e a Nana ainda sairam para aproveitar a noite.

Museu de História Natural

Muitos turistas que vieram para a passagem do ano já partiram, outros tantos chegaram, mas mesmo assim dá para sentir a diferença, pois está menos difícil caminhar pelas ruas ou atravessar nos sinais. O bloco humano está menos compacto.
Nem sei porque falei que está menos difícil caminhar pelas ruas, pois com o frio de rachar e o vento que parece alcançar até os ossos qualquer lugar fechado é melhor do que estar na rua.
Ontem, para mal dos pecados, pegamos o metro para o lado errado e tivemos que perder o maior tempo para chegar na estação certa, pois os trens estavam demorando a passar. É preciso prestar atenção para evitar esse tipo de erro no metrô. Ainda não me acertei completamente com o de NYC.
Erramos o metrô, perdemos tempo, mas finalmente chegamos ao Museu de História Natural. A fila, para variar, estava enorme. Perguntamos a uma funcionária se com o City Pass havia uma fila menor e ela informou que teríamos que aguardar na fila grande mesmo. Depois de mais de 15 minutos de fila a infeliz informou que os portadores de city pass deveriam se dirigir para a entrada principal do museu. Tive vontade de dar uns cascudos naquela criatura, ainda mais quando vi que a fila da entrada principal estava ainda maior. Parece que toda a população de Nova York resolveu visitar o museu ontem, porque estava lotado.
Incidentes â parte, é preciso admitir que conhecer o museu valeu a pena. Começamos a visita pelo planetário e em seguida fomos conhecer o borboletário que fica numa estufa quente e muito úmida. Mesmo tirando os casacos ainda sentimos muito calor, mas as belas borboletas fizeram valer o sacrifício. As borboletas grandes e coloridas, principalmente as azuis, eram um espetáculo a parte. Elas ficavam pousadas nas mãos dos funcionários que seguravam pedaços de laranja. Era fácil vê-las de perto e tirar fotografia.
Saimos da estufa e resolvemos fazer um tour com uma guia que explicou várias coisas que eu não teria prestado atençao se tivesse feito a visita sozinha. O tempo foi passando, chegou a hora de fechar o museu e ainda não tínhamos terminado de explorar todas as alas. O restante ficará para uma próxima visita.

Ano Novo em Nova York


Da janela do quarto dava para ver os enormes flocos de neve caindo do céu e deixando tudo branquinho lá embaixo. Encapotamos bem e saímos para a Frick Collection.
A coleção está na casa onde viveu a família do Mr. Frick. Ele passou sua vida adquirindo obras de vários artistas como Monet, Rembrant e outros além de objetos em porcelana e relógios que funcionam até hoje. Ele era um apreciador de arte e resolveu legar para a humanidade o tesouro que adquiriu durante a vida. O jardim bem cuidado, que fica no interior da casa e é todo coberto, é uma delícia de lugar onde podemos descansar ouvindo o suave murmúrio da água da fonte ou apenas ficar sentada apreciando a neve caindo lá fora.
Saímos de lá e fomos correndo fazer um lanche antes de chegar ao teatro onde assistimos Mary Poppins. Apesar de ser uma história para crianças o teatro estava lotado, principalmente de gente grande.
Ao voltarmos para casa já encontramos as ruas que dão acesso a Times Square fechadas e precisamos convencer os guardas que morávamos ali. Depois de muita conversa acabamos sendo autorizadas a entrar na rua fechada.
A noite fomos para a casa de um amigo da Alba que mora próximo ao Central Park para apreciarmos melhor a queima de fogos e festejar a chegada de 2010. A idéia de estar na multidão que lota a Times Square somente para ver a bola cair enquanto se faz a contagem regressiva não atrai nem um pouquinho
Com a temperatura agradável, apesar de fria, foi muito melhor ver a queima de fogos que durou meia hora. Um espetáculo colorindo o céu de madrugada. Todos brindaram com a esperança de um ano melhor.