Revoada de cupins

Esfriou um pouco na última noite, obrigando a cidade a se aquecer. Todos procuravam um pouco de calor para proteger o corpo que tremia cada vez que o vento soprava mais forte e frio. E ele não parou de assoprar fazendo desfolhar as árvores do jardim e baixando, de repente, a temperatura.
Comigo não foi diferente. Estava lendo perto da janela da sala, e o vento frio fez gelar minhas costas. Na hora de dormir, procurei um pijama quentinho afastando para bem longe a sensação de friagem e dormi profundamente até de manhã quando acordei, com preguiça de abrir os olhos e levantar da cama quentinha.
O dia amanheceu com um sol tímido, parecendo com medo de esquentar e seguiu meio nublado, mas sem chuva. Depois do almoço um sono tomou conta de mim e, aproveitando que o corpo estava todo dolorido por causa do remédio, resolvi dormir um pouco. Acabei dormindo pesado e acordei uma hora depois com a cara meio inchada e amarrotada do travesseiro.
No final da tarde, ainda com um pouco de claridade, vi pela janela uma revoada de cupins. Eram centenas daqueles bichinhos alados escurecendo o céu e caindo no quintal, atraídos pela luz que já estava acesa. Caíam principalmente no corredor que separa minha casa da casa do vizinho.
As duas galinhas de estimação da minha mãe, estimuladas pela fartura de bichinhos que caíam no corredor, não foram dormir (galinha dorme cedo) e corriam de um lado para outro comendo os insetos que caíam no chão. As asinhas finas e delgadas dos cupins devorados pelas penosas ficaram espalhadas no corredor de piso claro. Minha mãe, munida de uma pequena lata com tampa, recolhia alguns bichinhos para amanhã dá-los como petiscos aos passarinhos que moram na gaiola, o Neto e a Bibi, e que adoram este tipo de comida.
Minha irmã, curiosa com a quantidade de cupins, subiu numa escada que ela colocou perto do muro, para ver de onde saíam os insetos. Era de um pequeno buraco, em cima de um cupinzeiro que fica bem próximo do muro que separa nossa casa do quintal do vizinho.
Subi também na escada e comecei a pegar os bichinhos que escalavam o muro, às dezenas. Os segurava pela longas asas e os jogava dentro da lata que minha mãe estendia para mim.
Fiquei impressionada com a quantidade. Agora entendi porque meu gramado não consegue ficar bonito nem mesmo na época da chuva e com todo o cuidado que ele recebe. Culpa dos cupins gordinhos e bem nutridos que saíram hoje em revoada do quintal do meu vizinho.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou