Ultrassom antitumor

Fiquei super animada com a notícia que li no jornal da Folha de hoje. Acho que agora  irei me livrar de vez deste câncer metastático nos meus queridos e tão importantes ossinhos. Meu esterno, que não pode ser substituido por nenhum tipo de prótese, está cheio de metástase e três arcos das minhas costelas também, além de uma vértebra, tão necessária para sustentação da minha coluna. Me ver livre deste câncer será a glória. Aleluia! Viva! Huuurrraaaaaaaa!
Olha só que notícia maravilhosa: "um novo aparelho de ultrassom que destrói tumores começou a ser usado no Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo).
O equipamento de última geração usa ondes de alta intensidade, que atingem só o tumor - elas são direcionadas com auxílio de ressonância magnética.  ... o paciente permanece acordado o tempo todo.
As aplicações clínicas já estabelecidas são para miomas e metástases ósseas ..." (meu caso, uhhhhhh).
Gente, esta notícia é boa demais. Quem já passou pelo tratamento diz que é dolorido, como se a pessoa tivesse uma cólica forte, mas quem é que vai ligar para dor se tem a possibilidade de ficar livre do câncer? Eu, que já sinto um montão de dores, mais uma, menos uma, não faz a menor diferença. Ainda mais se for pra ficar boa.
Bendita seja Henrietta Lacks, cujas células imortais tanto benefícios já trouxeram para a biomedicina, proporcionando a cura de tantas doenças e a evolução de tantos tratamentos. Todo paciente oncológico já se beneficiou com tratamentos mais eficazes e menos invasivos. A sobrevida que ganhamos  nos dá a esperança de nos beneficiarmos com  novas descobertas como a deste ultrassom.
Concluí a leitura do livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks, que muito me comoveu. Vou reproduzir um trecho que diz: " ... alguns dos Lacks acreditavam, sem sombra de dúvida, que Henrietta havia sido escolhida pelo Senhor para se tornar um ser imortal. Se você acredita que a Bíblia é a verdade literal, a imortalidade das células de Henrietta faz todo sentido. Claro que estavam crescendo e sobrevivendo décadas após sua morte, claro que flutuavam no ar e claro que permitiram a cura de doenças e foram lançadas no espaço. Assim são os anjos. É o que a Bíblia diz.
Para Déborah e sua família - e certamente para muitas outras pessoas no mundo -, tal explicação era bem mais concreta do que a oferecida pela ciência: que a imortalidade das células de Henrietta esteve ligada a seus telômeros e a como o HPV interagiu com o DNA dela. A idéia de que Deus escolheu Henrietta como um anjo que renasceria como células imortais fazia muito mais sentido ..."
A ciência precisa de uma explicação lógica para qualquer fenômeno e é assim que  ela justifica a imortalidade das células HeLa. Eu, como a família de Henrietta, prefiro acreditar que ela foi escolhida, que ela é um anjo ajudando a curar muitas feridas.
Obrigada Henrietta Lacks.

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Obrigada pelo comentário. bjs Lou