Falta de sensibilidade

Aprendi ainda muito menina que se não tivesse nada bom ou gentil para falar com um amigo era melhor ficar calada. Isto ficou gravado em mim e quando tive minha filha também fiz questão de ensiná-la a agir da mesma forma.
O perfil da minha irmã é o de uma cuidadora, e ela está sempre cuidando de alguém da família ou de seu círculo de relacionamento. Seu outro talento está ligado a arte culinária e qualquer prato  que  prepara na cozinha fica simplesmente delicioso, seja doce ou salgado.
No final deste ano a Suzi completará 50 anos e, para minha grata surpresa, resolveu se dar o direito de fazer algo por ela mesma (é melhor tarde do que nunca). Vencendo o medo e a insegurança, decidiu fazer vestibular para o curso de gastronomia do IESB, em Brasília. Como ela concluiu o ensino médio há mais de vinte anos e desde então nunca mais estudou ou escreveu um texto sequer, resolveu treinar redação para a prova, selecionando vários temas em destaque nos noticiários e escrevendo sobre os mesmos (não caiu nada do que ela treinou, mas ainda assim ficou mais fácil escrever uma redação). 
O resultado do vestibular foi publicado na quarta-feira e minha irmã obteve êxito, ficando toda animada com a possibilidade de voltar a estudar e já na quinta-feira foi fazer a matrícula. Tenho certeza que o curso de gastronomia será muito proveitoso para ela que já tem um talento indiscutível na cozinha. Além do mais, voltar a estudar certamente fará muito bem para ela em todos os sentidos. A família exultou com a novidade, pois sabemos o quanto ela se esforçou para ganhar coragem de se inscrever e ir fazer as provas, pois ela é muito insegura e medrosa.
Como nada é perfeito, apareceu  um espírito de porco tentando estragar a alegria da Suzi. A criatura não teve a menor sensibilidade ao dizer que, no mínimo, havia algum conhecido dentro da faculdade para ajudá-la ser aprovada no vestibular. Não satisfeito com a grosseria, ainda  disse outras bobagens que não vale a pena citar. Ela ficou chocada e claro, magoada, pois não esperava ouvir tamanha indelicadeza  de um amigo que ela estima. Respondeu apenas que irá aproveitar a aportunidade para aprender o máximo que puder, que adora cozinhar e por isto será excelente aluna.
A bem da verdade, entendo que o vestibular para o curso de gastronomia, que é uma graduação tecnológica, não deveria sequer existir, mas é exigência do MEC. Uma formalidade absolutamente desnecessária. Mas, voltando ao que aprendi ainda criança, quando não se tem nada de bom ou gentil para se falar com um amigo, é melhor ficar calado. O que se ganha tentando menosprezar um amigo?
3 Responses
  1. Eu fico muito feliz pela tia suzy! [mande meus parabéns!!]
    Lá no meu condominio tem uma vizinha/amigona minha que se forma no final do ano. Ela gostou muito do curso,aprendeu muito e hoje já é a chef responsável pela sobremesa daquele boliche novo do Pier 21.
    É bastante caro, mas tem um retorno excelente em Brasília.

    Já vejo a Tia Suzy abrindo uma loja de doces, bolos, salgados. DELÍCIA!!!
    [E põe a Raissa pra trabalhar no caixa =]

    e enqto a pessoa desagradável, desconsidera! Inveja.

    Bjos!


  2. Carolyne Says:

    Oi, Tia Lou!

    Minha mãe me contou sobre a novidade e fiquei mt, mas MUITO contente pela Tia Suzi! Acho que vai ser um curso ótimo para ela refinar suas habilidades natas, aprender novas técnicas e conhecer pessoas novas, aproveitando pra enterrar espíritos de porcos como esse aí (sinceramente, um amigo desse aí vale por 10 inimigos, credo!).

    Estamos mt contentes, e ela também! Isso é o que, de fato, importa!

    Beijos com saudades!

    Carol


  3. Raissa Says:

    Pq eu trabalharia no caixa Zeh??? Eu ADORO meu emprego!!!


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou