Indústria farmacêutica e a cura de doenças

Sempre desconfiei que a indústria farmacêutica nunca se empenhou de fato, em desenvolver remédios que efetivamente possam curar doenças. O próprio nome já deixa no ar esta dúvida: indústria. Qualquer indústria que se preze quer, no mínimo, manter o lucro sobre as vendas, mas, preferencialmente, seu objetivo é o de aumentar este lucro e é exatamente isto que a indústria farmacêutica faz. Não importa se isto significa manter a população mundial doente e refém de remédios. Aliás, é exatamente este o objetivo da indústria farmacêutica: manter a população mundial doente crônico e refém de remédios, para aumentar seus lucros. E que lucro! É o objetivo do capitalismo selvagem...

Eu, desconfiada por natureza, sempre fiquei com a pulga atrás da orelha, pois qualquer quimioterapia, por mais que esteja ultrapassada, é sempre muito cara e nunca garantiu a cura de ninguém. Os quimioterápicos de última geração não são apenas caros, são caríssimos. A medicação oncológica consegue muitas vezes dar sobrevida ao paciente, mas não garante a cura. Será porquê? A resposta é sempre a mesma: lucro. Lucro para a indústria farmacêutica. O sofrimento ou a morte de inúmeros pacientes oncológicos é só estatística. É claro que a indústria farmacêutica não tem o menor interesse em curar um paciente e deixar de vender seus remédios caros. Paciente crônico é sempre comprador de remédio. Paciente curado passa longe de farmácias.

Faço quimioterapia, atualmente todos os dias, há mais de seis anos. Será que eu já não poderia ter ficado definitivamente curada e livre dos remédios? Claro que sim, mas isto significa que eu seria um paciente a menos para comprar e depender da quimioterapia para permanecer viva. E não é somente o paciente oncológico que fica refém de remédios, é todo paciente crônico seja ele diabético, hipertenso, transplantado ou portador de qualquer outra doença.

Outro assunto que sempre me indignou com relação a remédios é o número de comprimidos por caixa. Todo mundo ou toma ou conhece alguém que toma medicação de uso contínuo. Já repararam que a caixa de remédio de uso contínuo, que significa que a pessoa terá que usar aquele remédio todos os dias da sua vida, contém apenas 28 comprimidos? Quantos dias tem o mês? Pelo menos 30, basta conferir o calendário anual. Temos quatro (4) meses com 30 dias e sete (7) meses com 31 dias e apenas um (1) mês com 28 dias. Certo?  Isto significa que a indústria farmacêutica fica com, no mínimo, uma caixa de remédio por ano. Isto também significa que o paciente, eu e você, somos obrigados a comprar treze (13) caixas de remédio ao ano. É uma caixa a mais, uma despesa a mais por ano e também uma caixa a mais de lucro para a indústria farmacêutica. Estou errada???

Estou escrevendo isto tudo porque hoje, dia 26/ago/2011, li uma matéria na Internet que vem ao encontro do que sempre pensei a respeito de laboratórios farmacêuticos e a cura, ou melhor, não cura de certas doenças. A matéria tinha o seguinte título: “Nobel de Química garante que a indústria farmacêutiva não quer que o povo se cure”. O americano Thomas Steitz, ganhador do prêmio Nobel de Química 2009, denunciou os laboratórios farmacêuticos ao argumento de que eles “não querem que o povo se cure”, e disse mais:  "é muito difícil encontrar um que queira trabalhar conosco, porque para estas empresas vender antibiótico em países como a África do Sul não gera dinheiro e preferem investir em remédios para toda a vida.”

Se isto não é ilegal é no mínimo imoral. Os governos precisam intervir para mudar o que precisa ser mudado e isto só acontecerá quando a população começar a exigir seus direitos. Qualquer mudança  só acontece quando a povo vota certo e com consciência,  e exige de seus representantes no Congresso o cumprimento dos compromissos que fizeram em suas campanhas. Vamos começar exigindo que nossos representantes no Congresso cobrem dos laboratórios farmacêuticos, pelo menos, que  as caixas de remédios de uso contínuo venham com um mínimo de 30 comprimidos, porque 28 dias só temos no mês de fevereiro.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou