Um Giro pela Toscana dia 8 - Florença


     Florença tem muita coisa para se fazer, muitas obras para se conhecer e por isto resolvemos ficar outro dia na cidade. Além do mais, a Kátia e a Iara viajaram para Milão pela manhã onde ficarão mais dois dias antes de seguir viagem para Brasilia.

     Com a  manhã  livre porque o HA foi ajudar a Kátia e a Iara no embarque para Milão, cada uma de nós  decidiu fazer o que bem quisesse. Eu preferi caminhar pela cidade, me perdendo por suas ruas e becos estreitos, descobrindo tesouros escondidos da rota turística mais conhecida. Foi muito legal. De máquina fotográfica a tiracolo, fui andando devagar e fiz vários cliques incríveis, inclusive de cenas do cotidiano.



     Comecei meu passeio visitando a Biblioteca Central Nacional de Florença, que fica próxima do hotel onde fiquei hospedada. Ela foi fundada em 1714 e conserva livros desde 1870.



     Saí da biblioteca e me perdi pelas ruas estreitas do centro histórico e acabei encontrando, por puro acaso, a Igreja de Santa Margarida, onde fica o túmulo de Beatriz Portinari, a musa dos amores de Dante Aligheri. Diz a lenda que Dante conheceu Beatriz aos 18 anos e se apaixonou, mas que a teria visto pela primeira vez quando ela tinha apenas 8 anos e ele 9. Beatriz e Dante nunca mais se encontraram, mas ela ficou na memória do poeta para sempre. Ela se casou num casamento arranjado, como era costume na época, bem como Dante. Foi para ela que Dante escreveu o primeiro de seus famosos sonetos de amor.


      Florença é daquelas cidades que ainda conserva no seu centro histórico o mesmo traçado de suas ruas antigas e becos estreitos. A Piazza della Signoria, onde ficava a sede dos governos de Florença, ainda continua sendo o centro nevrálgico de Florença. É lá o ponto de encontro para todas as coisas que acontecem na cidade. No dia a dia ela está sempre cheia de turistas fotografando o Palácio Vecchio, e as esculturas que  ornamentam o local, lembrando seus tempos de opulência, seus grandes artistas.


    O Davi, mesmo sendo apenas uma cópia da famosa escultura de Michelangelo, provoca suspiros de admiração. Além do Davi, que está em frente ao Palácio Vecchio, na Loggia dei Lanzi, uma espécie de varanda com grandes arcos abertos para a rua, e sustentados por grossas pilastras com capitel coríntio, estão as esculturas de Judite e Holofernes; o belíssimo Rapto da Sabina; e num dos arcos da varanda, entre duas pilastras, o Perseu e a Medusa, entre outras. Em frente ao Palácio Vecchio está a escultura de Hércules e Cacus, o gigante semihumano que foi morto por Hércules. 




      Na praça, além da estátua de bronze de Cosimo I, em cima de um cavalo e sobre um grande pedestal, tem também a linda Fonte de Netuno, obra de Bartolomeo Ammannati. Consta que esta obra é o primeiro nú exposto em praça pública.



       Florença hoje é uma cidade que vive do turismo e do artesanato. Lá são produzidos objetos de vidro e cerâmica, e belos trabalhos de ouriversaria. Aliás, é só o que se vende nas lojas do Corredor Vasari, na Ponte Vecchio.  O forte em Florença também são os produtos feitos de couro. Para todo lado que se olha é possível ver bolsas e casacos de couro para todos os gostos e bolsos. Os produtos de couro não são baratos, mas são de excelente qualidade.



Nosso grupo, agora reduzido novamente a quatro pessoas, se encontrou para almoçar no Ristorante Buzzino, uma tratoria bem italiana, tipicamente fiorentina. Ela fica na Via dei Leoni, 8r e serve uma comida muito gostosa e barata. O dono do restaurante, um senhor já avançado em idade, é quem serve as mesas. Ele é um tipo aparentemente mal humorado, mas é na realidade muito engraçado e divertido. O cardápio turístico do Buzzino que inclui entrada, segundo prato, sobremesa e até o vinho custa apenas 14,00 euros por pessoa. Recomendo.
Visitamos a Capela Medici (6,00 euros). Olha, vale a pena. As esculturas inacabadas de Michelangelo são lindas. A Capela é na realidade um memorial da família Medici. É dividida em três partes: a Capela dos Príncipes, que é enorme, toda revestida de mármore; a Sacristia Nova, que é o mausoleu onde estão os restos mortais de Lorenzo II e Giuliano de Medici; e a Cripta.
Nossa visita começou mesmo foi na Cripta. A Capela guarda uma interessante escultura de Michelangelo chamada Amanhecer e Entardecer. Esta escultura, que está sobre o sarcófago de um dos duques da família Medici,  quer simbolizar a mortalidade do ser humano. Pena que era proibido fotografar.
4 Responses
  1. Anônimo Says:

    mama, o soneto do Dante é uma gracinha mesmo (santo google)! Adorei o post, espero conhecer tudo isso em breve! hehe Te amo!


  2. Anônimo Says:

    Lou, você tem feito um relato fantástico sobre a sua viagem a Toscana. Está rico em detalhes, em fotos... As palavras soam tão vivas que temos a sensação que também estivemos lá, que passeamos pelas ruas, praças, entramos nas galerias, nos museus... Sentimos os sabores, os aromas... Degustamos os vinhos... Partilhamos com você a experiência de estar lá. Parabéns


  3. Anônimo Says:

    Lou, você tem feito um relato fantástico sobre a sua viagem a Toscana. Está rico em detalhes, em fotos... As palavras soam tão vivas que temos a sensação que também estivemos lá, que passeamos pelas ruas, praças, entramos nas galerias, nos museus... Sentimos os sabores, os aromas... Degustamos os vinhos... Partilhamos com você a experiência de estar lá. Parabéns. Helena


  4. Lou Says:

    Que bom saber que vc está gostando. A experiência foi realmente maravilhosa, e eu recomendo. bjs


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou