City tour em Buenos Aires


              A manhã do primeiro dia do mês de outubro, terceiro dia da nossa viagem,  foi dedicada ao city tour em Buenos Aires, e como era a primeira vez da Lili na cidade fizemos o passeio novamente e nos divertimos muito.

            Nossa guia Ximena era muito engraçada e sabia vender a cidade muito bem. Fizemos a clássica parada na Praça de Maio, que ainda hoje continua sendo o centro da vida política de Buenos Aires. O nome da praça, conforme explicou nossa guia, é uma referência a Revolução de 25 de maio de 1810, data que  iniciou o processo de independência da Argentina.


            Na praça aproveitamos para fotografar a Casa Rosada e a Igreja Metropolitana da Santíssima Trindade, sede da arquidiocese de Buenos Aires. A fachada da igreja é composta por 12 colunas coríntias que seguram o frontão decorado com figuras bíblicas. Com arquitetura em estilo neoclássico, quem olha de fora nem pensa que aquele prédio é uma igreja pois, diferentemente de outras igrejas, aquela não possui torres. A igreja tem cinco naves, sendo a central com quase 100 metros de largura. O piso é todo em mosaico. Lindo! Dentro da igreja fica o mausoléu de José de San Martin, um dos heróis da independência.


            Na praça ficam também o prédio do Cabildo, que é a sede da administração da cidade,  a Pirâmide de Maio e o Banco de La Nacion da Argentina,  e é no piso da praça que estão pintados os lenços, símbolo das mães da praça, que ainda hoje reclamam seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976/1983).


            Durante o período que durou a ditadura na Argentina alguns pais, por serem considerados subversivos aos olhos radicais dos militares, tiveram seus filhos retirados a força e colocados para adoção.
            Quando voltamos para o ônibus nossa guia contou as versões para a escolha da cor da pintura da Casa Rosada.  Reza a lenda que na época da sua construção as tintas mais baratas eram feitas a base de sangue de vaca, animal abundante naquela região; daí a cor rosada. A outra versão, mais política, diz que o rosa é a mistura do vermelho e branco, cores dos federalistas e dos unitários, os dois grupos civis que guerrearam violentamente na Argentina do século XIX. A cor rosa, união das duas cores, seria uma forma de mostrar a conciliação nacional. Na realidade, cada um pode escolher a versão que lhe parecer mais prosaica e interessante. Ainda não escolhi qual é a minha...


            A outra parada clássica é no Caminito, um lugar charmoso e muito colorido. O Caminito é uma rua que na realidade pode ser considerado um museu a céu aberto. Está localizado no famoso bairro de La Boca, a poucos metros do não menos famoso estádio de futebol La Bombonera, do Clube Atlético Boca Juniors. O nome bombonera é uma referência ao formato do estádio, que lembra uma caixa de bombons.



            O Caminito inspirou a música do fomoso tango Caminito, composta em 1926 por Juan de Dios Filiberto. A letra do tango foi escrita por Gabino Coria Peñaloza, mas a inspiração para a letra não foi o Caminito e sim um outro caminho localizado em Olta, uma província de La Rioja. Por estas e outras, no Caminito o turista encontra muitas pessoas caracterizadas como dançarinos de tango, que cobram alguns pesos para posar para  fotos. A Lili ficou animada e quis ser clicada como dançarina. Teve direito até a flor nos cabelos...


            As casas do Caminito foram construídas com madeira e chapa de metal onduladas. Era um tipo de casa popular e bastante precária que caracterizou o bairro desde sua origem, no final do século XIX. Era ali que viviam os imigrantes, principalmente espanhóis e italianos. As tintas usadas para pintar as casas eram sobras de tintas de navio. Isto explica o colorido diversificado das casinhas.


            Ximena, nossa guia, como grande parte dos argentinos, é uma fanática pelo Boca Júnior, clube criado pelos imigrantes italianos, na maioria genoveses. O outro time de peso é o Riber Plate, também criado no mesmo bairro pelos imigrantes italianos, mas que hoje tem sua sede em área mais nobre, em Belgrano.
            É claro que independente do fato da guia ser uma xeneize (é assim que são chamados os torcedores do Boca), que no dialeto da Ligúria quer dizer “genovês”, fizemos uma parada de 20 minutos  no estádio do Boca. Muitos turistas amantes de futebol entraram correndo para conhecer bem de perto o famoso campo de futebol, mas como não sou lá muito amante deste esporte... fiquei do lado de fora.

vista da Ponte da Mulher

            Nosso city tour terminou no Porto Madero, onde decidimos ficar para almoçar.           
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou