Zoológico de Luján


           Nosso domingo foi dedicado ao Zoológico de Luján, onde é possível ao visitante interagir com os animais selvagens. Pequenos grupos de curiosos turistas, acompanhados dos tratadores, podem entrar nas jaulas,  acariciar e até alimentar os leões, tigres, macacos, araras e até cobras inofensivas.


            A guia Iris, que trabalha para a Caltour, empresa de turismo que contratamos para fazer alguns passeios em Buenos Aires,  passou cedo em nosso hotel. Ela foi atenciosa e gentil com todo o grupo, e nos deu assitência durante todo o dia no zoológico. Durante a viagem de Buenos Aires até Luján, que dura aproximadamente uma hora, assistimos um vídeo no ônibus explicando como é possível a qualquer turista entrar nas jaulas dos grandes felinos em segurança. A explicação é que os leõezinhos e os tigres, desde o nascimento, ficam em contato direto com várias pessoas além dos tratadores e se acostumam com o movimento.

            No ônibus cheguei a pensar que eu não teria coragem de entrar num cercado com um tigre ou um leão, mas assim que me aproximei da jaula dos tigres e das leoas perdi o receio e entrei com a Raissa, a Lili e a Soledad. A Raissa e a Lili pareciam em êxtase de tanta excitação pela oportunidade de poder acariciar um tigre enorme e dócil como um gatinho doméstico. Confesso que não fiquei assim tão animada, pois no fundo eu ainda receava que um deles resolvesse experimentar o sabor de uma mão humana bem na hora que eu estivesse fazendo um carinho... Cheguei perto, mas não me animei muito com as carícias. Além do mais as mãos ficavam imundas e esta foi uma boa desculpa que arranjei para não interagir assim tão de perto... afinal ainda estou fazendo quimioterapia e é melhor não abusar da sorte, mas no fundo era medo mesmo, tenho que confessar.



            Saímos da jaula dos tigres e leoas adultas e paramos no cercado ao ar livre onde estava um tigre de pouco mais de um mês. Era a coisinha mais fofa do mundo e dava vontade de pegar no colo e fazer um carinho, mas era proibido pegar o filhote (um filhote eu bem que queria acariciar e pegar no colo, mas só era permitido acariciar suas costas). Os tratadores recomendavam que não tocassemos a cabeça dos felinos, porque é um local muito sensível.


            Continuamos o passeio e paramos na jaula do rei das selvas, um leão enorme, dono de uma juba de fazer gosto. Ele estava deitado todo preguiçoso, com cara de quem não estava nem aí para aquele monte de turistas curiosos. A Lili correu até o bicho, acariciou sua juba e suas costas; a Raissa e Soledad  fizeram o mesmo. Eu cheguei perto, mas não acariciei o leão (as mãos ficavam tão sujas que era necessário mergulhá-las num balde com água e um tipo de desinfetante).




Antes de sairmos do cercado o leão resolveu levantar e caminhar para o  outro lado. Naquele momento os tratadores perguntaram se queríamos alimentar o bicho e foi uma excitação geral. A Lili correu para pegar uma garrafa que o tratador segurava, agachou  bem em frente da cara da fera, derramou o leite na mão  que o leão lambeu com gosto. A Raissa e Soledad fizeram o mesmo e eu, como nas outras vezes, fiquei só fotografando... (eu heim... a gatinha aqui de casa de vez em quando dá uma de doida, arranha a gente e ameaça morder... vai que o leão resolve fazer o mesmo...)







As meninas saíram do cercado do leão felizes como pinto no lixo e seguiram tagarelando para o viveiro das araras. Assim que entramos o tratador colocou uma arara no meu ombro e outra no ombro da Raissa. A Lili segurou um pássaro pequeno e a Soledad também segurou outra arara. Os pássaros faziam uma algazarra danada e as araras gritavam e se penduravam numa corda para balançar.





No mesmo cercado das araras pudemos segurar uma linda cobra do milho. Foi minha primeira experiência em segurar uma cobra. A pele dela é brilhante e geladinha e ela é linda!



Nossa experiência seguinte foi no cercado dos tigres jovens, e acredita que tive até coragem de acariciar os adolescentes. Eles estavam dormindo deitados num monte de feno e não estavam nem aí para os turistas curiosos. No mesmo cercado havia um cachorro que tentava insistentemente tirar um petisco escondido dentro de um fardo de feno bem amarrado. Ele tanto insistiu que acabou conseguindo arrancar um pedaço do petisco, e só não conseguiu tirar tudo porque o fardo caiu com o pequeno buraco onde estava escondido o petisco virado para baixo. O coitado olhou para o cubo de feno com um olhar pidão...


Continuamos andando pelo zoológico até o cercado dos elefantes e lá as meninas puderam dar pequenos pedaços de frutas para os animais. Algumas crianças choravam assustadas porque os pais insistiam em fotografar os pimpolhos junto daqueles bichos enormes (eu até entendia as crianças...) Pais mais sem noção... Um bichão daquele tamanho assusta até um adulto; uma criança então...



Já deu para notar que sou frouxa... mas cá entre nós, lidar com feras é um tanto quanto assustador. Tudo bem que os animais são treinados e estão acostumados com gente, mas acontece que eu não estou acostumada com eles...
Nossa próxima parada foi no cercado dos dromedários e eu fiquei só de longe fotografando o povo que  aproveitava para dar uma voltinha montado naquele bicho mal cheiroso, grande prá xuxu e com cara de poucos amigos.



Naquela altura do dia a fome já fazia roncar o estômago, então resolvemos parar para o almoço que não foi nenhum manjar dos deuses, mas deu para matar a fome. Em seguida fomos para a jaula dos macacos e até eu tive coragem de segurar um dos macacos em meu colo. A Lili bem que sentiu os dentinhos do macaco no braço dela e gritou de susto, mas foi só susto mesmo, o bicho não mordeu prá valer.



Outro bicho que os visitantes podem alimentar são os ursos. A pessoa compra um pacotinho de pedaços de marrom glacê, segura o alimento e o urso (que não é de pelúcia) vem pegar o petico com os dentes. Não me animei. Fiquei só olhando os corajosos alimentarem os bichos cheios de dentes afiados. Cruzes! Não me animo com este tipo de experiência.




A surpresa melhor estava quase no final da visita, quando avistamos um pequeno leão brincando em cima de um enorme fardo de feno. Parecia o Simba do Rei Leão! Ele teve o privilégio de receber um afago meu também. Tão lindinho!




Vimos também alguns animais andando soltos pelo zoológico, como patos, gansos e outras aves. Os pavões ficam soltos num grande cercado, mas alguns animais não têm a mesma sorte. Os animais com os quais o turista pode interagir ficam em cercados grandes, mas outros vivem confinados em jaulas pequenas e sem conforto. Não gosto de ver animais presos assim. Acho que qualquer ser vivo merece viver com um mínimo de dignidade e conforto, principalmente um animal que nasceu livre e acabou tendo o azar de ser capturado pelo bicho homem.
1 Response
  1. Anônimo Says:

    Mama, o passeio pareceu mto legal. A experiência deve ser fantástica! Agora, concordo plenamente com a questão do espaço para os animais. Em Santiago fiquei chocada com as jaulas... de dar dó! Além disso, ainda tinham animais tropicais morrendo de frio no alto da montanha. Cruzes. Bjos


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou