Um giro pela Bretanha - Côte de Granit Rose

     Fomos finalmente conhecer a Costa de Granito Rosa que se estende por 7 quilômetros na Côte-d'Armor, ao norte da Bretanha. A peculiaridade desta praia é a profusão de enormes pedras de granito cor de rosa. Essas rochas com 300 milhões de anos, esculpidas pelo vento e pelas águas durante todo esse tempo, surpreendem qualquer turista por sua excepcional beleza.



     A Costa de Granito Rosa também é a mais importante reserva ornitológica da França. São mais de 25.000 casais de pássaros como o papagaio do mar e outros.


      A areia da praia é rosa e grossa;  parece um monte de pedrinhas de granito triturado. É tudo rosa, até as escadinhas nos caminhos da praia (que aqui eles chamam de promenade) são feitas de granito rosa.



       Pela manhã quando saímos do hotel o tempo estava nublado e no meio do caminho, na altura de Saint Brieuc, uma chuva leve resolveu mostrar sua cara, mas parou logo. A viagem de Dinard até Ploumanac'h durou exatamente duas horas. A estrada é muito boa e bem sinalizada. Passamos por várias pequenas cidades da Bretanha com suas casinhas feitas de pedras e jardins repletos de hortênsias e macieiras carregadinhas de frutos vermelhos e apetitosos. Um charme.


     Estacionamos em Ploumanac'h e do carro olhei para a praia e não vi as pedras cor de rosa, pois com o tempo encoberto, de longe elas pareciam meio marrons. Na hora me lembrei de um casal de idosos que encontramos numa de nossas caminhadas pela praia em Dinard e que pararam para conversar conosco. Quando comentamos que estávamos em férias na Bretanha e que pretendíamos conhecer a Côte de Granit Rose eles retrucaram na hora: prá què? Aquelas pedras nem são mais rosas; agora já estão marrons. Não vale a pena ir até lá.


     Falei em voz alta no carro: gente, será que os velhinhos de Dinard tinham razão? Cadê as pedras rosas? Só vejo pedras marrons. Será que é propaganda enganosa e que esta costa não é rosa? Confesso que a primeira vista fiquei um pouco desapontada, pois em minha imaginação as pedras eram "pink" e de longe eu não via nada semelhante a cor de rosa.


     Mesmo assim descemos do carro e  fomos caminhando direto para a praia mas assim que colocamos o pé na areia desabou aquele aguaceiro e tivemos que voltar correndo para nos proteger sob a marquise de uma loja próxima. Decidimos então que era melhor irmos almoçar com calma para dar tempo da chuva parar, e foi o que fizemos.

     Muitos restaurantes estavam fechados, afinal por aqui já é baixa estação, mas o Restaurante Le Ker Louis estava aberto então fomos para lá e não nos arrependemos, pois a comida estava deliciosa. Eu e a Maura tomamos uma sopa de frutos de mar como entrada que estava divina. O sabor explodia na boca, despertando as papilas e aguçando o paladar. Tomei até a última gota da minha cumbuca. O prato principal foi um cabillaud (espécie de peixe) com legumes muito bom também. A Helena, o Lionel e o David pediram pavê d'agneau (a pronúncia é anhô) que é carne de cordeiro com um sabor peculiar por causa da alimentação do animal que é a base gramínias que germinam em pasto pré-salé, isto é, pastos ricos em sal e iodo porque são banhados pela maré alta.



 


Para sobremesa pedi uma pera ao vinho tinto (ou pera bêbada, como chamam os portugueses) só para comparar com a que minha irmã faz e posso garantir, sem medo de errar, que a da Suzi ganha disparado. É muito mais gostosa. O restante do grupo aprovou a tarte tatin sem restrições. O melhor de tudo isto foi o preço: apenas 100 euros para cinco pessoas.


     Nossa estratégia de almoçar primeiro deu certo e quando saímos do restaurante a chuva já havia cessado. Voltamos caminhando para a praia, mas antes resolvi passar numa loja e comprar um anorak e já saí de lá usando o abrigo que serve tanto para proteger da chuva, quanto do vento e do frio.


     Helena, eu e o David fomos fazer uma caminhada na orla pelos caminhos que aqui eles chamam de promenade. Estávamos embriagadas pela beleza da natureza a nossa volta que nem percebemos quando uma chuva veio rápida do mar e desabou sobre nós. Para minha sorte eu estava estreando meu anorak novo e não senti uma gota sequer umedecer meu corpo. Adorei meu casaco novo.


     Nos abrigamos atrás de uma grande moita de arbustos que crescia ao longo da promenade aguardando a chuva passar. Não demorou muito a chuva parou e o sol deu as caras como se nada tivesse acontecido, então voltamos a nossa caminhada fotografando tudo e guardando em nossas memórias as belezas da Costa de Granito Rosa.


     Fomos até o farol, todo construído em granito rosa. A vista lá de cima era soberba. Linda demais! A chuva ia e voltava o tempo todo. O tempo estava bem impróprio para uma caminhada descontraída pela praia, mas assim mesmo continuamos nosso passeio e não nos arrependemos.

será que foi a erosão que esculpiu o elefante nesta pedra?


Oratório de Saint Guirec
(monge galês que ali aportou para fundar uma comunidade)

     Passamos o dia na praia em Ploumanac'h (pronuncia-se plúmanaque) e curtimos cada momento de nosso passeio.
     E para quem gosta de cultura inútil, como é o meu caso, poul significa pântano e Poul-Manac'h significa o pântano do monge. A topografia da região, por ser alagadiça, justifica o nome da cidade: Ploumanac'h.

3 Responses
  1. Maura Says:

    Adorei estar com você nesse lindo passeio!!!
    Maura


  2. Anônimo Says:

    Lindas as fotos!


  3. Ruth Says:

    Meninas,
    Amei a descrição emocionante da viagem!
    Bjs. com saudades!
    Ruth.


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou