Um giro pela Califórnia - San Diego - Las Americas Premium Outlet

Acordei cedo e só então me dei conta de que havia apagado na noite anterior. Eu estava muito cansada da longa viagem e tudo o que o meu corpo pedia era uma cama macia e quentinha para descansar. Bastou encostar a cabeça no travesseiro para dormir profundamente. Acho que nem sonhar eu sonhei, dormi como uma pedra.
O dia amanheceu ensolarado, com céu azul e sem nuvens, nem parecia que estávamos em pleno inverno americano e que nevava tanto do outro lado do país. Decidimos aproveitar o dia de folga da Letícia para irmos juntas ao Las Américas Premium Outlet, que fica na divisa com o México. Pegamos o trolley da linha azul que passava próximo do nosso hotel e descemos em San Ysidro. Compramos nosso ticket por 5 dólares, o que dava direito a fazer viagens ilimitadas naquele dia.
          Assim que desembarcamos na estação lotada observamos que uma cerca de metal é a fronteira física dos Estados Unidos com o México. São poucos centímetros de uma simples cerca o que divide a riqueza e a opulência de um país próspero e o deserto árido e inóspito do outro. A cidade que fica no lado mexicano é Tijuana e uma enorme bandeira do México tremula solitária no alto mastro.
          Atravessamos a passarela de concreto que dá acesso ao outlet e chegamos bem na hora em que as lojas estavam sendo abertas. Era exatamente 10h da manhã quando começamos a andar pelas mais de 100 lojas escolhendo e experimentando roupas. Eu que detesto experimentar roupas só me animei a experimentar e comprar uma única calça Levis que caiu como uma luva em meu corpo e custou apenas 20 dólares, uma pechincha (depois que voltei até me arrependi de só ter comprado uma calça, mas agora é tarde e Inês é morta). As blusas escolhi só no olhômetro e deu tudo certo. Acho muito chato tirar a roupa, experimentar e se vestir novamente.
          Entramos numa loja da Calvin Klein e a Letícia fez a festa. As promoções eram realmente tentadoras e até eu, que não sou consumista, acabei comprando algumas coisas. A Teresa parou na loja da Puma e comprou um tênis que além de barato era muito confortável e não pensou duas vezes antes de se livrar da bota que estava machucando a sola do pé.
          Fizemos uma pausa para o almoço e comemos sem pressa uma saborosa comida mexicana antes de voltarmos às compras. Andamos um pouco mais pelas lojas e nos assustamos quando nos demos conta de que já estávamos por lá há tantas horas. Resolvemos encerrar nossas compras, pois as sacolas estavam pesadas e a distância até a estação, carregando peso, era considerável.
         Foi inevitável comparar os preços praticados no Outlet Premium de San Diego com aqueles cobrados no Outlet Premium de Brasília. Fui apenas uma única vez no de Brasília e fiquei decepcionada, pois não tem nada a ver com qualquer outlet dos Estados Unidos. E depois o governo do Brasil não consegue entender o porquê dos brasileiros comprarem tanto no exterior... 
         Antes de sairmos do outlet achei mais fácil, para diminuir o peso das sacolas, vestir o casaco mais pesado ao invés de carregá-lo na bolsa. A Letícia sugeriu que a Teresa fizesse o mesmo e ela, desligada que é e sem entender a sugestão, disse que estava com calor e que não queria vestir o casaco. Olhamos para a Teresa e caímos na risada antes de quase obrigá-la a vestir o casaco também.
          Voltamos para a estação e sentamos nos últimos bancos do Trolley. Um cartaz grande pregado no fundo do vagão perguntava em letras garrafais mais ou menos assim: Você já obrou hoje? Você precisa fazer força para obrar? Experimente o remédio... Eu e a Letícia caímos na risada. Tudo é motivo de risos quando estamos em férias.
          A viagem de volta ao hotel pareceu mais longa do que a ida. É que estávamos cansadas e doidas para esticar o corpo na cama macia. No meio do caminho um monte de fiscais usando uniformes azuis entrou no Trolley para conferir as passagens. É que não existe fiscalização para o embarque. O passageiro pode até arriscar a fazer uma viagem sem comprar a passagem, mas corre o risco de ser abordado pelo fiscal no meio do caminho e acabar pagando uma multa pesada. Não vale a pena correr o risco.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou