O ladrão do tempo



             O ano é 1999 e Matthieu Zéla, que nasceu na França em 1743, ainda está vivo e trabalhando como acionista numa emissora de TV. Sua maior preocupação é salvar a vida de seu sobrinho Tommy, que tem pouco mais de 20 anos e é um grande astro da televisão britânica, mas que tem sérios problemas com o uso de drogas.
          A trajetória de Matthieu nestes 256 anos de vida é marcada por importantes fatos históricos que aconteceram nos dois últimos séculos do mundo como a Revolução Francesa, o renascimento das Olimpíadas, a quebra da bolsa de valores de Nova York. Matthieu vê de perto e participa de todos estes acontecimentos importantes.
           O leitor acompanha a vida do jovem Matthieu desde que ele abandonou a França aos 15 anos, após o assassinato de sua mãe pelo seu padrasto. Com seu meio-irmão Tomas, que tem pouco mais de 5 anos, ele vai viver na Inglaterra do século XVIII. Na meia-idade Matthieu para de envelhecer e também não morre, mas vê de perto a morte precoce de todos os descendentes de Tomas. Ele fará tudo o que estiver ao seu alcance para que o ciclo de mortes precoces termine com Tommy.
           A leitura é densa mas prende a atenção do leitor com uma trama de amor, morte e traição. Matthieu transitou por muitos lugares, exerceu diferentes profissões, conheceu muitas pessoas interessantes e se apaixonou por muitas mulheres. Mesmo depois de mais de dois séculos ele admite que seu único e verdadeiro amor foi Dominique, uma jovem que conheceu no barco que tomou com o meio-irmão para sair da França.
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Parabéns da meia-noite - 87 anos Dolores

      A Suzi passou a tarde inteira preparando o bolo e os bombons. Ela fez a massa, assou, fez também os recheios, colocou o bolo na forma redonda e depois de tudo bem prensado e firme ela finalmente colocou o bolo sobre a base de madeira.


      Eu e minha amiga Diana conversávamos na cozinha enquanto ela dava os retoques finais no bolo. Ela arrumava daqui, ajeitava dali e aos poucos o bolo ia se embelezando para o parabéns da meia-noite dos 87 anos da minha mãe.


      Os bombons estavam com uma aparência muito apetitosa, mas minha amiga resistiu prová-los porque está de dieta. Ela já perdeu oito quilos e não quer correr o risco de recuperar nenhum grama perdido. Os sabores eram: nozes, brigadeiro, amendoim, uva e morango. Divinos! Aliás, tudo o que a Suzi faz costuma ficar uma delícia.




      Exatamente a meia-noite em ponto cantamos os parabéns. Minha mãe bateu palmas, assoprou as velinhas e finalmente cortou o bolo. A primeira fatia ela pensou, pensou e finalmente escolheu entregá-la para o Henrique, o mais novo membro da família. A Raissa e o Jorge, roxos de ciúmes, reclamaram no ato.


A Grande Beleza

       Tanto falaram que fui assistir o premiado filme A Grande Beleza, dirigido por Paolo Sorrentino. A sala de cinema estava tão lotada que eu e minha amiga tivemos que ocupar as duas últimas cadeiras que ainda estavam vazias, só que em filas separadas (ainda bem que era no fundão e não nas cadeiras da frente). Cheguei a pensar: o filme deve ser bom mesmo, mas confesso que não consegui fazer coro com aqueles que acharam o filme incrível, maravilhoso e outros adjetivos cheios de elogios.
           Tudo bem concordo que a temática até prometia, afinal é a história de um escritor que aos 65 anos resolve fazer uma reflexão sobre sua vida, mas achei o desenrolar da história longo e muito cansativo. Em alguns momentos torci para o filme acabar logo. As cenas, pelo menos para mim, deixaram a impressão de que tinham começo mas não se desenvolviam. As reflexões ao longo do filme são contemporâneas eu concordo, mas são arrastadas... A fotografia, a música e os irônicos e ácidos diálogos de Jap Gambardella merecem destaque, mas é só.
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Uma sombra despertando saudades

                Ontem durante minha caminhada no final da tarde pude observar um pé de caqui carregadinho de frutos maduros, que pareciam muito suculentos. Minha boca chegou a salivar e eu, que adoro caquis, logo pensei: como é que deixam esses caquis maduros estragando no pé? E continuei caminhando enquanto conversava com minha irmã.
                Andamos um pouco mais enquanto nuvens espessas e ameaçadoras, muito negras e pesadas, que cobriam o céu acima de nós, começaram a jogar pingos bem finos que se dissipavam tão logo tocavam nossos corpos. Resolvemos retornar antes que a chuva desabasse prá valer e nos encharcasse.
                Quando estávamos chegando próximo da casa do caquizeiro percebemos alguns pássaros pousados em galhos que caiam sobre o muro, por causa do excesso de frutos. Os pássaros, muito quietos e concentrados, bicavam os frutos maduros e suculentos. Paramos para observar e percebemos que não eram periquitos como havíamos pensado e sim vários papagaios verdinhos e da cabeça amarela, espalhados por toda a árvore se banqueteando com os frutos maduros.
Paramos um pouco para curtirmos aquela cena inusitada e contamos mais de vinte pássaros. Eles também nos observavam atentos enquanto comiam seu banquete.  Lamentei não estar com uma máquina fotográfica para registrar aquela bela cena.
                Estávamos ainda paradas na calçada, do outro lado da rua, quando um carro passou fazendo muito barulho, assustando as aves que levantaram vôo imediatamente. O bando verde e amarelo bateu asas e voou para longe gritando sem parar.
                Assim que as aves desapareceram do campo de nossa visão comentei com minha irmã: agora entendi porque não colhem os frutos maduros. Os moradores também gostam de pássaros e os bichinhos precisam comer .
Continuamos nossa caminhada de volta para casa. Os últimos raios de sol, apesar das nuvens negras que cobriam o céu, caiam sobre nós projetando nossa sombra à frente. Nossas pernas ficaram bem compridas e finas e imediatamente lembrei-me de um livro que li há muitos anos: “Papai Pernilongo”. Era a história de uma jovem que vivera num orfanato e que na época em que precisava sair da casa por causa da idade encontra um doador anônimo que resolve pagar seus estudos numa escola privada. Ela não o conheceu pessoalmente, apenas viu sua sombra projetada no chão, e como a minha própria sombra na calçada, suas pernas eram compridas e finas, daí ela tê-lo chamado de Papai Pernilongo.
A sombra de minhas pernas me fez também lembrar uma grande amiga que já se foi, a Didi. Foi ela quem me emprestou o livro do Papai Pernilongo e era ela também quem me orientava na escolha de outros livros para ler. Senti uma saudade gostosa... Aquela saudade que sentimos das pessoas que marcaram nossas vidas de uma forma muito positiva. Foi assim com a Irmã Adair, ela foi muito especial para mim e continuamos amigas até sua morte. Ela era freira e vivia no colégio onde eu estudei desde que entrei para o jardim da infância até terminar o que hoje chamam ensino médio. 
Lembrei-me das conversas e dos conselhos da Didi. Que saudade daquela risada gostosa, daquele abraço apertado e cheio de carinho, das cartas que ela me enviava... Quantas coisas boas ela deixou em minha memória.
Cheguei em casa e fui correndo contar para minha mãe, que adora pássaros, sobre o bando de papagaios que havíamos visto durante nossa caminhada. Ela lamentou não estar conosco e ver aquilo de perto.

Um giro pela Turquia - Istambul - Palácio de Dolmabahçe

PALÁCIO DE DOLMABAHÇE


         O sultão Abdülmecit I, o sultão número 31 do império otomano, que subiu ao trono em 1839, mandou construir o Palácio de Dolmabahçe. Para dar uma aparência mais europeia a construção, que teve início em 1843, a arquitetura imita o estilo dos palácios de Buckingham em Londres e do Louvre de Paris. Os mármores utilizados na obra foram trazidos do mar de Mármara, o alabastro veio do Egito e as colunas são da antiga cidade de Pérgamo. Artistas italianos e franceses decoraram o interior do palácio que é belíssimo e muito luxuoso.


        

      Quatorze toneladas de ouro e quarenta toneladas de prata foram usadas na decoração do interior do palácio. Os móveis são franceses, os jarros de Sevres e a tapeçaria de seda de Lyon, os cristais são de Baccarat e Bohemia e os candelabros da Inglaterra.

         O palácio ocupa uma área de 250.000m2, tem 285 quartos, 43 salas, 6 varandas e 1427 janelas, e tudo em sua arquitetura e decoração obedece a estritos princípios de simetria. Isto significa que tudo o que existe de um lado dos cômodos se repete do outro lado. A decoração interior utiliza 186 relógios, 280 vasos de porcelana, 58 candelabros, as lareiras de Limoges e tapetes imensos.

         A primeira parada da visita guiada é na sala de audiências. Os candelabros são de marfim e o corrimão das escadarias são de cristal. São lindos! A Grande Sala, ou sala de cerimônias mede 40m x 45m. No meio da cúpula de 36m de altura está colocado um lustre de cristal pesando 4.5toneladas, presente da rainha Vitória II da Inglaterra.

         O palácio é liindoo demais!!!! Os jardins também são lindos!


 


        Voltamos para o hotel para nos prepararmos para o jantar e também para assistir o Show da Sultana. Foi muito interessante! A Maria Luisa subiu no palco e fez o papel de mãe da sultana. Foi muito engraçado. Até samba ela dançou no final do show.



01/11/03 (sábado) - Acordamos só na hora que o sono acabou e isso já era mais ou menos umas 8:30h da manhã. Tomamos um bom café e caímos no mundo...

         Para começar, pegamos o ônibus nº 61B e fomos até o Grande Mercado. Nos perdemos em meio aquele monte de lojinhas cheias de tudo o que se pode imaginar... Eram bijuterias, jóias, semi-jóias, roupas de couro, bolsas, um monte de coisas. Pechinchamos bastante até decidirmos comprar o colar da Cris. Espero que ela goste... A Maria Luiza comprou um casaco de couro e duas jaquetas para as filhas além de várias outras lembrancinha. Acho que fizemos boas compras. 

 cadeira de sapateiro

         Ficamos lá até o meio da tarde e voltamos para o hotel cheias de pacotes. Saímos novamente e paramos num charmoso restaurante onde almoçamos. Tomamos uma sopa de entrada e comemos uma pasta muito saborosa. A noite caiu e fomos caminhar pela rua dos pedestres. Entramos em várias ruas laterais, vimos muitas coisas sendo vendidas nas lojas e nas ruas. Passamos por um mercado cheio de frutos secos, peixes, frutas etc. Paramos numa feirinha para fazer umas comprinhas e continuamos andando até cansarmos. Voltamos bem tarde para o hotel e fomos dormir porque no dia seguinte sairíamos para o aeroporto às 4h da manhã.



02/11/03 (domingo)
         Fim da nossa viagem, embarcamos para Milão às 6h da manhã. O aeroporto de Milão estava lotado e custamos e passar pela imigração para embarcarmos para São Paulo onde chegamos a noite. Em Brasília só conseguimos chegar às 11:40h. 
Balanço final: viagem recomendada. Vale a pena cada minuto do passeio.

Um giro pela Turquia - Ankara - Memorial de Atatürk



        Fomos de ônibus para Ankara e chegamos por volta das 14h. Fizemos algumas paradas estratégicas pelo caminho para almoçar ou apenas esticar as pernas, sempre em lugares cheios de lojinhas para os turistas se acabarem fazendo compras. 

    
  Ankara é a capital da Turquia, uma cidade moderna, grande e bonita. A periferia, como em qualquer cidade grande, é cheia de favelas, que eles chamam de casas feitas na noite.


 



Nossa primeira parada foi no Mausoléu de Atatürk que é enorme com linhas duras e retas, lembrando as construções fascistas.
        
Assistimos a troca da guarda, caminhamos pelos jardins e conhecemos de perto os carros antigos usados pelo primeiro presidente da Turquia, o oficial Mustafá Kemal Atatürk. 





        Ataturk nasceu em 1881 quando a Turquia ainda era Império Otomano. Tornou-se oficial do exército e liderou o Movimento Nacional Turco que deu origem a Guerra de Independência Turca derrotando as forças enviadas pela Tríplice Entente que era uma aliança militar entre a Reino Unido, a França e a Rússia. 


       O grande estadista revolucionário foi o fundador e também o primeiro presidente da República da Turquia. Sendo um grande admirador do Iluminismo Ataturk, assim que assumiu a presidência do país, deu início a um ambicioso programa de reformas políticas, econômicas e culturais na tentativa de transformar as ruínas do Império Otomano numa nação-Estado democrática e secular.

  
         Conhecemos também o Museu Antropológico da civilização Anatólica (Anatólia é o nome antigo da Turquia Asiática) numa visita meio corrida, mas ainda assim valeu a pena. Depois o motorista nos deixou no hotel Tetra Konur e em seguida saímos para dar uma volta pela cidade e aproveitar o pouco tempo que tínhamos por lá. Andamos pela rua principal, entramos nas lojas, apreciamos as novidades... Retornamos bem tarde para o hotel porque já estava começando a chover.

         Depois de um gostoso banho fomos jantar. A sala estava graciosamente enfeitada para receber nosso grupo. As cadeiras estavam forradas em tecido branco com um enorme laço dourado que fazia o acabamento. A comida estava leve e saborosa.

31/10/03 - Logo depois do café da manhã saímos para Istambul também de ônibus. O dia estava nublado e a neve tinha deixado a paisagem toda branquinha. Não se enxergava um palmo adiante do nariz. A medida que nos aproximávamos da cidade o tempo ia melhorando e até sentimos calor. 




 
Era quase 14h quando fizemos nosso check in no hotel, deixamos tudo no quarto e saímos novamente para explorar a cidade sozinhas. Andamos sem pressa até o Palácio de Dolmabahçe.