Um Giro por João Pessoa - Estação Ciência e Praia do Jacaré

O Cícero, marido da Marta, chegou em João Pessoa na sexta-feira. Bom para nós porque agora temos carro com motorista para explorar mais facilmente as belezas da região. Aproveitamos para ir até a Estação Cabo Branco - Ciência, Cultura e Artes um equipamento público projetado por Oscar Niemayer cujo espaço central é disponibilizado às escolas para realização de experimentos científicos com os alunos. O espaço está aberto também para  visitação pública.



No Altiplano Cabo Branco além da Estação Ciência há outros dois equipamentos públicos: a Concha Acústica, um anfiteatro com capacidade para 300 pessoas sentadas, onde nos  finais de tarde e começo da noite sempre acontece eventos musicais e representações teatrais, e um auditório destinado a múltiplos eventos. Neste se destaca o Mural de 9m de comprimentos por 3m de altura, intitulado "O Reinado do Sol", do artista plástico paraibano Flávio Roberto Tavares de Melo. A pintura retrata a história da cidade de João Pessoa, fundada em 1570 pelos portugueses e chamada originalmente de Filipéia de Nossa Senhora das Neves e mais tarde Paraíba. Na falésia do Cabo Branco também está o Farol do Cabo Branco, de onde é possível avistar toda a costa norte do litoral de João Pessoa.


Duas tribos indígenas habitavam a região: os Potiguaras e os Tabajaras. Os potiguaras eram predominantes no Rio Grande do Norte e os tabajaras na Paraíba.



O mural retrata a chegada dos primeiros colonizadores, os portugueses, e a formação do povo paraibano pela miscigenação de índios, negros, portugueses, espanhóis e holandeses. Tem destaque as edificações por períodos históricos como o Convento dos Franciscanos e a Casa da Pólvora.  Os usos e costumes da época são mostrados nos eventos religiosos e ambientes mundanos como o carnaval e casas de "vida fácil". Destacam-se também algumas figuras ilustres na cultura da paraíba como Ariano Suassuna, José Lins do Rego, Augusto dos Anjos  e outros.


O ponto focal do mural é uma figura de mulher com o sol sobre a cabeça, significando que o sol nasce primeiro na Paraíba, na Ponta do Seixas, que é o ponto mais oriental das Américas e um dos símbolos da cidade.



É preciso dar destaque aos jardins da Estação Ciência que abriga seis esculturas do artista Abelardo da Hora. As mulheres de proporções exageradas, esculpidas em bronze e concreto, exploram a sensualidade feminina e chamam a atenção pela beleza e formas voluptosas. Os jovens não hesitam em se abraçar a elas para e deixar o momento registrado em foto. Vi vários fazendo isto e se divertindo com a situação.


        Surpreendentemente, pelo menos para mim, é óbvio, estava acontecendo  uma Feira de Ciências, onde alunos do ensino médio, orientados por universitários, apresentavam seus projetos na área de automoção.
    Vimos propostas muito interessantes como um projeto de irrigação autônoma que funciona mais ou menos assim: é colocado um sensor no solo e cada vez que ele indica que a terra está seca automaticamente uma bomba d'água  é acionada para molhar a plantação. O interessante é que é possível controlar a irrigação de acordo com a necessidade da planta. Outro projeto que também chamou minha atenção foi um de controle autônomo de uma casa. Um sensor colocado sobre o telhado indica quando começa a chover então, imediatamente, as janelas são fechadas. Este  projeto permite também controlar a temperatura ambiente e a quantidade de iluminação. Um terceiro projeto, entre os muitos que vimos, era de robos para auxiliar em resgate. O objetivo   neste caso é colocar o robô para explorar o local do acidente e indicar a temperatura ambiente antes dos socorristas iniciarem o trabalho. Uma câmera mostra para os socorristas o tipo de terreno, se acidentado ou não, e em quantos graus está a temperatura local porque muitas vezes  existe fogo na cena do acidente. Os socorristas já se preparam adequadamente para o resgate, sabendo antecipadamente o que irão encontrar. 


Quem dera que a juventude do Brasil estivesse mais envolvida em projetos desta natureza. Vimos muitos projetos interessantes, saídos daquelas cabeças jovens e cheias de boas idéias. É uma pena que haja tão pouca divulgação desses trabalhos em nosso país. A Paraíba parece  ser um celeiro desse tipo de iniciativa e eles são, inclusive, detentores de prêmios no exterior.

Visitamos também o bosque que fica perto da Estação Ciência e onde ficam expostas as esculturas em terracota feitas por um artista local. A vista lá do alto é soberba, linda demais. É um mar sem fim que se mistura com o céu azul no horizonte que deixa qualquer um extasiado com tanta beleza.



De lá fomos até a Praia do Jacaré, que é na verdade um estuário onde se encontram os rios Paraíba e o Sanhauá, mas chegamos logo depois do pôr do sol, então perdemos a apresentação do Jurandy do Sax. Uma pena, mas assistimos pontualmente às 18 horas a apresentação da Ave Maria com o mesmo artista, no palco armado no calçadão, em frente ao rio Paraiba. Já estava escuro e muitos turistas se aproximaram para ouvir esta música que toca no coração da gente.
          Vale a pena uma visita a João Pessoa, uma cidade de belezas naturais que enchem os olhos da gente, um centro histórico cheio de atrações e outras coisas mais, além de uma gastronomia para não se colocar defeito. 
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