Novo protocolo: Folfiri e Herceptin

     Na quinta-feira fiz o herceptin e foi colocada a bomba de infusão para o folfiri. Essa bomba portátil libera a medicação ininterruptamente por 46 horas. Hoje pela manhã fui retirar o mecanismo.
      Senti bastante enjôo e não escapei de ter que usar o vonau flash para não vomitar. Detesto ter que usar esse tipo de medicação porque costuma prender o intestino e aí a emenda fica pior do que o soneto. Espero que agora eu fique bem, sem enjoar.
     A bomba que libera a medicação emite um ruído discreto mas, no período da noite, o ruído pode incomodar um pouco. Não foi meu caso, confesso. Consegui dormir sem problemas, apesar do ruído.
     Vou fazer esse protocolo a cada 15 dias. Tomara que faça o efeito esperado e interrompa a evolução alucinada da doença. Vamos ver.
    

Resultado do PET: avanço da doença com preservação dos órgãos vitais

     O tratamento que iniciei depois do PET que fiz em junho não fez o menor efeito e a doença avançou um bocado. Na realidade, depois de ter esgotado todos os protocolos para casos como o meu, qualquer coisa daqui para frente é apenas paliativo, uma tentativa de bloquear o avanço da doença.
     Eu já sabia que isto poderia acontecer mas, nessa altura do campeonato, prefiro ter qualidade de vida do que um pseudo aumento no tempo de vida. Não tenho a menor vocação para ficar vegetando como uma cenoura em cima de uma cama. Só quero continuar viva enquanto eu puder fazer as coisas que gosto, enquanto puder interagir com as pessoas que amo, enquanto puder viajar, comer bem, tomar um bom vinho, apreciar as belezas da natureza...
     Eu já tinha negociado estas coisas com minha médica. Estou segura do que desejo para minha própria vida e fui taxativa ao dizer que prefiro reduzir pela metade minha expectativa de sobrevida, desde que seja com qualidade. Não tenho vocação para mártir e nem quero ser modelo de força e coragem e ficar sofrendo dia após dias, sem perspectiva de melhora para, no final das contas, acabar morrendo cheia de dores.
     A conclusão do PET que fiz agora em agosto mostrou que houve um aumento em torno de 50 a 70% no metabolismo das lesões já existentes e ainda surgiram novas lesões. Uma verdadeira festa maligna. Que merda! Mas, fazer o quê? Tenho que lidar com a realidade sem entrar em desespero.
     Considero, no entanto, que ainda estou no lucro tendo em vista que meus órgãos vitais continuam preservados. Considero isto uma grande vantagem.
     Eu já estava com uma viagem agendada para outubro e minha médica disse que posso continuar com meus planos. Não faz o menor sentido deixar de fazer o que gosto para ficar curtindo tristeza. Nessa altura do campeonato o melhor a fazer é viver intensamente enquanto ainda tenho tempo e energia para isto. Será apenas mais uma pausa para viajar.