Um giro pela Bretanha - Dinard (21 out 2017)

      A feira de rua em Dinard aos sábados é muito maior do que nas terças e quintas. Parece até que as famílias da cidade fazem da feira um ponto de encontro aos sábados. O carrossel estava cheio de crianças. Alguns pais, meio sem jeito, tentavam ajeitar seus pimpolhos nos brinquedos. Algumas crianças preferiam os carrinhos, outras preferiam subir nos brinquedos em formato de animais. Fosse em qualquer tipo de brinquedo o fato é que tanto as crianças quanto seus pais todos se divertiam prá valer. A música tocava alta. O vai e vem das pessoas era incessante. E a vida acontecia naquela cidade pacata, cheia de idosos competindo em idade com Matusalém.
      O almoço no restaurante dos gerânios estava divino. Apelidamos o restaurante dessa forma porque suas janelas baixinhas, de frente para a rua, são enfeitadas com gerânios vermelhos e ficam muito graciosas. Depois do almoço fomos caminhar pela promenade des Anglais. Que vista linda! Não me canso de apreciar aquele mar verde esmeralda e a silhueta de Saint Malo destacando a torre da Igreja de Saint Vicent.
     Demos uma volta completa na promenade e depois retornamos ao calçadão em frente a praia d'Écluse. Enquanto Helena e Lia foram ao mercado comprar chocolate, fiquei sentada num dos bancos do calçadão observando a vida acontecer. Os restaurantes e quiosques estavam lotados e cheios de filas. Parece que todos queriam aproveitar o raro e belo dia de sol no outono. Algumas pessoas caminhavam sozinhas, outras com seus parceiros, famílias inteiras com filhos e cachorros e muitas pessoas com seus animais de estimação. Era uma festa.
     Na areia da praia, aproveitando a maré baixa, uma mulher brincava com seu cachorro jogando um graveto bem longe. O cachorro corria, pegava o graveto e trazia de volta para recomeçar a brincadeira. Ele latia, abanava a cauda e corria feito um maluquinho. Uma graça. Um outro cachorro, de pequeno porte, caminhava na beirada do muro que separa a areia da praia da calçada. O muro é muito alto e fiquei na maior aflição com medo que o bichinho acabasse se esborrachando lá embaixo. Ele não estava nem aí e continuava seu trajeto todo faceiro.
     Naquele frenesi de pessoas caminhando, beliscando algum petisco, tomando sorvete, ou fazendo nada como eu, observei Hitchcock impassível sob seu pedestal no calçadão. As gaivotas abusadas, que adoram roubar qualquer tipo de comida de algum turista distraído, pousavam em seu ombro e até em sua cabeça que já estava toda suja de seus dejetos. Fiquei ali mais um pouco até que o vento começou a soprar frio e forte então levantei e caminhei devagar em direção ao hotel que ficava ali perto. Do sofá da sala continuei apreciando o mar e suas ondas quebrando na praia, as pessoas caminhando, a vida acontecendo na pacata Dinard numa tarde de outono...
0 Responses

Postar um comentário

Obrigada pelo comentário. bjs Lou