Visitando Buenos Aires

Para viajar de férias com a Raissa,  sem gastar mais do que eu gostaria, usei minhas milhas que estavam acumuladas para comprar as passagens e a Raissa arcou com a parte de hotelaria, já que ela tem direito a desconto por trabalhar em agência de turismo.

(Casa Rosada)

Iniciamos nosso passeio de 4 dias em Buenos Aires e ficamos hospedadas num hotel modesto, mas muito bem localizado, quase em frente ao Teatro Colón. Foi ótimo, pois dali tínhamos acesso a pé a quase todas as atrações da cidade.

No dia que chegamos fomos convidadas a fazer um passeio grátis pelos outlets da cidade, que foi a maior furada. O passeio era na verdade por lojas de fábricas de couro onde tudo era caríssimo. As lojas de multimarcas também não valiam a pena, por causa dos preços. Não compramos absolutamente nada, mas algumas pessoas se animaram e voltaram cheias de sacolas.

(caminito e suas casinhas coloridas)

No dia seguinte pela manhã fomos fazer o tradicional city tour panorâmico, que dá uma visão geral do que a cidade oferece. Almoçamos no barco Humberto M e de lá saímos num passeio de mais ou menos uma hora pelo rio da Prata. Estava frio e ficar na parte descoberta do barco era quase impossível por causa do forte vento, mas mesmo assim havia algumas pessoas por lá.

(Buquebus, navio que faz o trajeto Buenos Aires-Montevideu)

A mesa ao lado da nossa estava ocupada somente com homens, que pareciam estar aproveitando ao máximo o passeio. Como estavam viajando sozinhos, brindavam em alto e bom som desejando que suas esposas não ficassem viúvas. Bons maridos aqueles...

(Raissa animada escolhendo o cardápio no Humberto M)

A noite fomos jantar no Tango Portenho e assistimos ao show, que é muito bom.

Nosso terceiro dia começou com uma caminhada pelas ruas ainda geladas, às 8 horas da manhã. Um passeio ciclístico que acontecia nas vias principais da cidade impedia a circulação de carros, e o ônibus que iria nos pegar o hotel não conseguiu chegar. O guia caminhou a pé conosco por outros hotéis que ficavam nas redondezas, para pegar turistas que também iam fazer o passeio de barco pelo Delta do Tigre. Finalmente entramos no ônibus e fomos até Porto Madeiro onde embarcamos num passeio que terminou em San Isidro. Na volta, que foi feita de ônibus,  ficamos em  San Telmo e fomos caminhando devagar pela feira até a Casa Rosada e de lá fomos para o hotel descansar um pouco, antes de sairmos para jantar.

(Raissa se deliciando com o sorvete do Freddo, em San Isidro)

Em nosso último dia na cidade começamos com uma visita guiada no Teatro Colón, um dos teatros de ópera mais famosos do mundo, e que foi reaberto ao público recentemente, após anos de restauração. Primeiro ficamos indignadas com o preço do ingresso para turistas, pois um argentino pagava 20 pesos e qualquer outro turista teria que desembolsar 60 pesos (turista é sempre explorado em qualquer lugar do mundo).

No começo da visita a guia explicou que o Teatro Colón foi inaugurado em maio de 1908, com a apresentação da ópera Aída, de Verdi. Explicou também que aquele era um espaço usado pelos portenhos que desejavam tanto ver quanto serem vistos. Ela nos levou pelas escadarias até o salão dourado e na sala de espetáculos, tudo muito bonito e novinho em folha (não era permitido fazer fotografias).

Lamentei não podermos visitar o subsolo onde funcionam as oficinas e as salas de ensaio, que tive oportunidade de conhecer antes da restauração ser iniciada.

Saímos do teatro e fomos de metrô até a Av. Jujui onde existem várias lojas dedicadas a produtos de gastronomia, pois eu queria comprar facas e utensílios de chef para minha irmã que faz gastronomia. Fiquei impressionada com a diferença de preços dos mesmos produtos vendidos imensamente mais caros aqui no Brasil. Enquanto aqui uma faca de chef custa de R$ 160,00 para cima, lá eu comprei uma boa faca pelo equivalente a R$ 60,00.

De volta ao hotel fomos caminhar sem pressa pela famosa rua Florida, apinhada de turistas cheios de pacotes de compras, e camelôs vendendo suas bugigangas  no meio da rua. Ficamos sem entender o que tanto os turistas compravam, pois não vimos nada com preços tentadores, muito pelo contrário. Depois fomos para a recoleta e ficamos lá toda a tarde papeando e curtindo aquele momento. A noite fomos assistir ao famoso show do Sr. Tango.

No dia seguinte pela manhã embarcamos em direção a Santiago, no Chile.

Corte de cabelo

     Quando iniciei o tratamento quimioterápico perdi todo o cabelo. Até tentei usar peruca, mas sentia muito calor, a cabeça coçava muito, e por isto resolvi assumir minha careca numa boa.
    Quando foi preciso murdar o protocolo do tratamento  comecei a usar um outro quimioterápico  e o cabelo voltou a crescer e nunca mais caiu. Para descontar o tempo que fiquei  com a careca lisinha e lustrosa resolvi deixar o cabelo crescer a vontade.
    No início deste mês de setembro, o casamento do filho de uma amiga levou-me a procurar um cabeleireiro. Como já fazia muito tempo que eu não cortava o cabelo, procurei por um cabeleireiro recomendado e fui para o salão. Chegando lá precisei aguardar algum tempo enquanto ele terminava de cortar um cabelo masculino. Lá pelas tantas uma das ajudantes levou-me para lavar os cabelos enquanto o cabeleireiro ainda continuava finalizando  o  corte do mesmo freguês.
    Lavei a cabelo e ainda aguardei mais algum para  ser atendida. Quando o cabeleireiro finalmente veio me atender,  perguntou-me como eu queria o corte e fui bastante clara ao explicar que  gostaria de um corte que permitisse lavar o cabelo e deixá-lo secar naturalmente, já que não costumo fazer escova  porque gosto do meu cabelo cacheado. Expliquei também que não pinto o cabelo porque ainda faço quimioterapia.
    O cabeleireiro que demorou um século para fazer um corte masculino não levou mais do que uns poucos minutos cortando o meu cabelo, e conseguiu fazer o pior corte de cabelo que já fiz em toda minha vida. Custei a acreditar no que vi, pois ele conseguiu estragar completamente minhas longas madeixas negras pintadas de prata, e ainda deixou um lado mais curto do que o outro.
    Sinceramente, acho que as mulheres deveriam fazer um boicote aos cabeleireiros que cobram caro e não se esmeram em cortar com capricho e um mínimo de cuidado e boa vontade  um cabelo feminino. Se era para fazer um corte qualquer eu mesma teria feito o estrago e não teria pago caro por isto.
  E pensando bem, não entendo porque um cabeleireiro precisa cobrar tão caro para fazer um corte de cabelo ou uma escova. O instrumento de trabalho de um cabeleireiro é apenas uma tesoura que não se acaba a cada corte de cabelo, seja ele bem feito ou ruim como no meu caso.
   Mas no final das contas não me restou alternativa: ou faço escova todas as vezes que lavo os cabelos, ou fico com o cabelo horrível e desajeitado, e com cara de mulher desmazelada. Dá vontade de chorar cada vez que me olho no espelho. Como chorar não adianta, pelo menos xingo um pouco o cabeleireiro que estragou meus cabelos. Sei que xingar também não adianta, mas pelo menos desabafa...

viajando

Viajei novamente. Eu e Raíssa saimos de Brasilia para Buenos Aires na sexta-feira e hoje chegamos em Santiago. A viagem está ótima e o tempo está ajudando bastante, pois não está muito frio e nem muito quente. 
Em Buenos Aires aproveitamos para fazer longas caminhadas durante o dia. Como estávamos hospedadas num hotel quase em frente ao Teatro Colon, bem no centro, era fácil circular por todos os lados e conhecer os pontos turisticos a pé mesmo.
Amanhã vamos conhecer melhor a cidade de Santiago e também iremos a uma vinícola. Depois de amanhã iremos para Vina del Mar. 
Ficarei sem comunicar mais alguns dias. Até breve.


Independência do Brasil

Hoje, 7 de setembro de 2011, comemora-se mais uma vez a independência do Brasil. Nessa mesma data, no ano de 1822, o Príncipe Regente D. Pedro de Alcântara bradou o famoso grito de “Independência ou Morte!” às margens do riacho Ipiranga. Aquele gesto serviu para romper os laços de união política do Brasil com Portugal.

O processo de emancipação do Brasil culminou com a coroação do Príncipe, que foi aclamado Imperador com o título de D. Pedro I. A coroação aconteceu no Rio de Janeiro, no dia 1 de dezembro de 1822.


D. João VI quando retornou a Lisboa levou com ele todo o dinheiro que podia. Mesmo assim, para que o Brasil fosse reconhecido oficialmente independente de Portugal, foi negociado com a Grã-Bretanha o pagamento de uma indenização no valor de 2 milhões de libras esterlinas a Portugal. A consequência do saque em dinheiro feito  por D. João VI e o pagamento da indenização pela independência foi a falência do Banco do Brasil em 1829, e foi também o começo da dívida externa do país.

De lá para cá a dívida externa do país só aumentou, e o ralo pelo qual escorreu e ainda escorre o dinheiro dos impostos arrecadados pelo país está cada dia mais gigantesco. A corrupção cresceu a tal ponto que está marcada para hoje, data em que se comemora a independência do Brasil, a caminhada contra a corrupção. É a demonstração inequívoca de que o povo está no limite de tolerância com os desmandos dos políticos corruptos, dos ladrões da pátria.

Espero que hoje, e nos próximos 7 de setembros que ainda virão, possamos de fato comemorar a independência do Brasil não só de Portugal, mas de toda ingerência de países conhecidos como sendo de Primeiro Mundo, de toda influência de governos totalitários e ditadores, e dos políticos corruptos que infestam e denigrem nosso Congresso Nacional.

Espero também que o 7 de setembro garanta aos brasileiros que mapa do país não mudará seu desenho, e que a Amazônia continuará sendo parte do território do Brasil. Espero para isto que nossas Forças Armadas estejam sempre de prontidão e muito bem equipadas para defesa de nossos cidadãos, de nossas fronteiras e de nossa pátria de norte a sul e de leste a oeste, mesmo em tempos de paz.

Espero também que o Brasil continue sendo um país democrático e como tal, não permita o controle da comunicação no país com o falso argumento de regulamentação da mídia. O que incomoda de fato, especialmente ao partido da situação, é que a corrupção no governo, que sangra os cofres públicos, está cada dia mais exposta pela mídia. Esse eufemismo  chamado de regulamentação é de fato censura, coisa dos tempos da ditadura que ninguém quer viver novamente. 

Enfim, espero que os brasileiros possam se orgulhar da nossa pátria amada chamada Brasil.

A Caixa

Chegou em casa
E foi direto para o quarto,
Mas daquela vez,
Antes mesmo de lavar suas mãos
Como de costume,
Abriu a porta do armário
Retirou a caixa de madeira clara
Confeccionada sob medida para ela
E jogou seu conteúdo
Em cima da cama arrumada.
Fechou a tampa devagar
E pensou...
O que mais estará guardado aqui?
Sem vacilar,
Pegou novamente a caixa de madeira
E saiu decidida do quarto.