Entardecer em Moscou

Praça Vermelha - Moscou - Rússia


A Praça Vermelha tem este nome não porque os prédios que a compõem sejam de cor  vermelha, mas sim porque,  para os russos, vermelho significa  bonito.

No lado esquerdo da foto está  o Mausoléu do Lenin e a direita o Shopping Gum. Muito curioso para uma turista como eu  ver o símbolo do socialismo olhando de frente para o símbolo do capitalismo selvagem. Quanta ironia... Para piorar,  Moscou é considerada, de acordo com a guia local, uma das cidades mais caras da europa. Eu senti isto no bolso. Não tive coragem de comprar nada que não fosse absolutamente necessário (água e comida). Minto, fiz questão de aproveitar os teatros e passeios, e  os museus, afinal eu estava lá para conhecer a cidade, mas paguei bem caro por cada uma destas atrações e estava tudo lotado, cheio de turistas de todos os lugares do mundo.  Como as coisas  mudaram...

Pensando bem, nenhum regime totalitário pode dar certo. A liberdade é nosso maior patrimônio. É muita pretensão de um homem, um partido, um governo, querer impor a um povo,  a força e a custa de muito sofrimento, medo e repressão, seu pensamento, seu desejo, sua vocação para a ditadura. Pode até dar certo por algum tempo, mas não funciona "ad eternum".

A Rússia parece ter saído de um extremo para o outro... Fiquei impressionada com o que vi no trajeto do trem que liga São Petesburgo a Moscou. Vi muitos lugarejos isolados, no meio do mato, com casinhas miseráveis cobertas com telhados de zinco. Aquilo deve ser enregelante no inverno e uma estufa no verão.


Em  Moscou, cidade com mais de 12 milhões de habitantes, minha primeira visão  foi a  de  um gigantesco engarrafamento. Nosso ônibus custou a vencer o trânsito no percurso entre a estação ferroviária e o hotel no centro da cidade. Não foi preciso muito tempo para perceber que qualquer dia da semana e a qualquer hora é preciso muita paciência para vencer o engarrafamento que deixa a cidade quase parada. Na saída do hotel para o aeroporto, em pleno sábado a tarde,  a impressão que tive era de que jamais chegaríamos em tempo para o embarque, tamanho era  o engarrafamento que deixava o trânsito parado. Dentro do aeroporto, já  no estacionamento, tudo era caótico. Guardas apitando, gente gritando, uma verdadeira confusão. Não gostaria de morar numa cidade como aquela.

Hino Nacional Brasileiro


Eu e meus amigos estávamos chegando ao Palácio de Catarina, nos arredores de São Petesburgo, quando vimos esta bandinha tocando. Nos aproximamos e eles nos perguntaram de onde éramos, em seguida começaram a tocar o Hino Nacional Brasileiro. Foi emocionante ouvir nosso hino, tão longe de casa.

Memorial de Lenin e o Shopping Gum



Jorgina, esta foto tirei pensando em você. Aí está o Memorial de Lenin, em plena Praça Vermelha e colado nas muralhas do Kremlin. A ironia  é  o que fica bem em frente ao memorial:  o  Shopping Gum (carésimo por sinal), símbolo máximo do capitalismo. O Lenin deve se revirar de raiva  no túmulo todos os dias.


Esta é a fachada do Shopping Gum, que só tem loja cara. Uma simples garrafinha d'água custou os olhos da cara (300 rublos,  mais de 7 euros).  Um horror! E o shopping está de frente para o memorial. Deve ser para matar o Lenin de raiva...

Estava previsto serviço de maleteiro e ninguém sabia...

Já escrevi anteriormente sobre o transtorno que foi puxar malas durante todo o roteiro da viagem em grupo para a Escandinávia e a  Rússia. Esta parte da viagem foi, sem sombra de dúvida, a parte ruim do nosso passeio que incluiu paisagens magníficas e lugares inesquecíveis.
Eu estava jogando fora os papéis velhos  relativos ao passeio e dei de cara com algumas folhas  que foram distribuídas na última reunião que  a  Rosa  fez com o grupo, antes da viagem. Nelas consta o roteiro com os nomes das cidades e o que faríamos em cada uma delas, a relação das novas medidas de segurança nos aeroportos da União Européia, a relação dos nomes e endereços de todos os participantes do grupo, a lista de passeios opcionais,  e também  informações úteis sobre a viagem.
Infelizmente não temos o hábito de ler atentamente tudo o que está escrito nos contratos que assinamos, principalmente quando se trata de um contrato que envolve um passeio de férias. Foi meu grande erro. Acredita que somente agora li, na folha das  informações úteis, que  constava  o serviço de  carregador ou maleteiros  encarregados de transportar uma mala por pessoa nos dias de saída de uma cidade para outra? Nas informações consta, inclusive, que "as malas deveriam ser colocadas no corredor defronte a porta dos apartamentos, facilitando assim a sua retirada." Está também escrito que, "Se por alguma circunstância houver necessidade de aumentar a quantidade de malas, excedendo o número permitido, deverá ser comunicado antecipadamente ao guia do tour. Poderá ser cobrada uma taxa extra pelo carregador caso haja excedente de bagagens."
Bastava uma pessoa do grupo ter lido as "informações úteis sobre a viagem" e teríamos evitado todo o transtorno que tivemos com o transporte das bagagens.  Era só cobrar o cumprimento desta parte do contrato. Ninguém leu, ninguém cobrou, mas todos sentiram no braço  a falta que o maleteiro fez...

Entardecer em Estocolmo

Crepúsculo - Sinfonia dos Salmos - Balé Bolshoi

Acordei muito cedo, antes das 6 horas da manhã e, como estamos no inverno, lá fora o jardim ainda estava escuro. Levantei assim mesmo, abri a janela para deixar entrar o ar frio da noite e, ao fazê-lo, vi que o céu estava pintado de azul marinho brilhante e ainda cheio de estrelas coloridas e cintilantes naquele momento.

Saí do meu quarto para ir até o jardim olhar o céu em todo seu esplendor, no crepúsculo de um amanhecer que apenas se insinuava. A lua, um fiapinho minguante prateado no céu azul escuro, estava emoldurada pela auréola da lua nova que traçava um perfeito círculo muito diáfano no firmamento.

Fiquei alguns momentos admirando sozinha a beleza daquele céu num tom azul escuro que somente Vincent seria capaz de reproduzir com sua paleta. Como estava começando a clarear, fui correndo até o quarto pegar minha máquina para tentar captar aquele momento mágico, mas a câmera não foi capaz de reproduzir com fidelidade toda a beleza que meus olhos e meu coração registravam em minha memória para sempre.

Depois que o dia clareou voltei para dentro de casa e senti vontade de ouvir novamente a Sinfonia dos Salmos de Stravinski, que tive a sorte de ouvir ao vivo, executada durante a apresentação do terceiro ato do balé do Teatro Bolshoi em Moscou, já nos últimos dias de minha estada na Rússia. Só por aquela apresentação minha viagem já teria valido a pena. Fiquei emocionada com o coro de vozes em perfeita sintonia com os instrumentos, enquanto os bailarinos se apresentavam no palco. Foi simplesmente divino. Emocionante.

Stravinski conseguiu, em sua genialidade, transformar o canto dos salmos em sinfonia. O coral e a orquestra, trabalhando em perfeita sintonia com os instrumentos, sem que um se sobreponha ao outro, conseguiu transformar o canto dos salmos em melodia divina. Enquanto as vozes do coro enchiam o teatro, me fazendo arrepiar, os corpos dos bailarinos no palco pareciam flutuar, como se a gravidade tivesse deixado de existir...

Procurei a sinfonia e coloquei para tocar. Fechei meus olhos e numa fração de segundos eu estava novamente sentada em frente ao palco do Teatro Bolshoi, ouvindo aquela melodia que parecia cantada por um coro de anjos celestiais.

Conhecendo Oslo


Aterrisamos inicialmente em Lisboa, mas nosso destino era Oslo, capital da Noruega, localizada no Oslofjord (fiorde de Oslo), de frente para o mar. Oslo é uma cidade muito tranquila e limpa, sem poluição e cheia de verde e belezas naturais; parece até ter sido construída num belo jardim. Chama atenção o trânsito que é o mais tranquilo que já vi numa capital. É também a cidade mais cosmopolita da Noruega, e sua população é de pouco mais de 500 mil habitantes.
O centro histórico abriga o Palácio Real, que é imponente, mas sem muita ostentação, o Museu histórico, a Universidade, o Teatro Nacional e a Galeria Nacional de Arte. Nosso hotel ficava próximo das atrações que a cidade oferecia e assim pudemos aproveitar para conhecer tudo sem pressa, no ritmo de cada um. Andamos pela rua Karl Johans Gate, uma rua de pedestres cheia de lojas, restaurantes e bares que vai da estação até o Palácio Real e algumas pessoas do grupo pararam para tomar uma cervejinha e jogar conversa fora.


A guia local nos levou até a Galeria Nacional para uma visita guiada que foi ótima, pois ela foi explicando as pinturas do artista norueguês, criador do expressionismo, Edvard Munch e de outros artistas. Foi lá que vi de perto, ao vivo e em cores, o famoso quadro “O Grito”, de Munch.
No expressionismo o artista não pinta um retrato da realidade, ele pinta a expressão de suas idéias. Munch, quando pintou O Grito, quis expressar a profunda angústia e desespero que ele próprio sentia. Ele pintou 4 outros quadros com o mesmo tema, que estão em outro museu.
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                 detalhe do quadro de Carl Sundt-Hansen  1890
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Depois que o tour terminou eu e a Lili ficamos mais um pouco na Galeria Nacional apreciando com calma seu acervo que conta com obras de grandes impressionistas e outros artistas.
A guia também nos levou ao famoso Vigeland Park. Só não foi melhor porque ela parecia estar correndo a maratona e não dava muito tempo para ninguém apreciar como deveria as obras de Gustav Vigeland. Nós, pobres turistas, tivemos que correr a maratona junto com a guia para não nos perdermos e alguns do grupo, como eu por exemplo, ficaram ofegantes de tanto correr e subir escadarias.
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obelisco do parque Vigeland
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Vimos de perto o obelisco com mais de 14m de altura, no ponto central do parque. No obelisco estão esculpidas 121 figuras humanas e, em todo o parque existem mais de 200 esculturas humanas nuas, em tamanho real. A guia explicava tudo o que víamos mas, como em toda visita guiada pelas cidades do mundo, pouco conseguimos absorver do que foi falado, tamanha a quantidade de informações despejadas num curto período de tempo. Uma das poucas coisas que ela contou e gravei foi que a intensão do escultor, ao fazer as figuras humanas sem roupas, era torná-las atemporal. Achei a explicação interessante, pois as esculturas, embora nuas, realmente não possuem nenhum apelo sexual. As pessoas estão em posições que mostram seu cotidiano, do nascimento até a morte.
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detalhe da escultura da criança emburrada
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Ela também nos levou até a prefeitura, um prédio todo construído em tijolo aparente. É lá que é entregue o tão famoso Prêmio Nobel da Paz. As paredes do interior do prédio são cobertas com pinturas murais representando a história e a cultura norueguesa.
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Prefeitura de Oslo
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Conhecemos também o Vikingskiphuset, o Museu Viking que dá destaque aos 3 Drakkars, que são antigos barcos vikings do século IX, que foram resgatados do fundo do fiorde de Oslo. Um dos barcos, com 19m de comprimento, serviu de túmulo a uma rainha viking e seus escravos.
Os Vikings, grandes conquistadores de sua época, foram os primeiros europeus que chegaram ao novo mundo; e o fizeram pelo menos 500 anos antes de Colombo.

Arrastar malas, um pesadelo

Lembro-me bem que quando eu viajava em grupo e de pacote nunca precisei carregar malas, pois o maleteiro estava incluído no preço da viagem e era ele quem fazia este trabalho braçal.
Nesta viagem o pacote não incluiu o carregador e a pior parte da nossa aventura foi, sem sombra de dúvida, arrastar malas para um lado e para o outro. Para ser franca não foi apenas ruim, foi torturante.
Onde já se viu uma viagem com um grupo de idosos ou pessoas como eu, que não pode pegar peso porque precisou retirar os gânglios linfáticos da axila, por causa do câncer, sair puxando mala de hotel para ônibus, de ônibus para trem, de trem para outro ônibus, e de novo para o hotel, e do ônibus para navio, e novamente para o ônibus e a ciranda de puxar malas de um lado para o outro não acabava nunca.
O problema começou com o roteiro da viagem que incluia lugares muito frios e outros muito quentes. A mala, por menor que fosse, ficava pesada com as roupas de inverno e de verão. A minha, que saiu do Brasil pesando 17 kg, parecia ter mais de 30 no meio da viagem e, no final, eu podia jurar estar puxando uns 50 kg, e não comprei sequer um chaveiro de lembrança porque detesto carregar bagagem. Do jeito que minha mala foi ela voltou, mas a canseira da viagem a fazia parecer cada dia mais pesada e olha que no meu caso tive ajuda de vários amigos. Eles fizeram tudo o que podiam para não me deixarem arrastando mala sozinha por muito tempo.
Falando em ajuda para arrastar minha mala não posso deixar de relatar um incidente desagradável. A Rosa, dona da agência de viagem, muito gentilmente foi auxiliar-me com a mala no hotel em Estocolmo. Seu marido na mesma hora reclamou que ela não tinha nada que me ajudar. Ela retrucou dizendo que eu não podia pegar peso e que não custava nada fazer aquilo. A reprimenda na frente de vários passageiros foi muito constrangedora, mas fiquei na minha, afinal eu estava ali para curtir férias e não para me aborrecer com um homem grosseiro.
Na hora de sair com a mala do hotel para entrar no ônibus a Rosa foi novamente me auxiliar e eu disse que não era necessário porque eu não queria que seu marido fosse grosseiro com ela e comigo novamente, e eu mesma arrastei minha mala. Quando entrei no ônibus o único lugar vago, infelizmente, era bem em frente ao marido da Rosa. Sem alternativa, fui obrigada a me sentar em frente ao sujeito. Ela, na maior inocência, comentou com ele que eu não a deixei ajudar-me com a mala porque havia ficado aborrecida com o que ele havia falado antes. Para resumir e encurtar a história, o homem foi mais grosseiro ainda com ela e comigo e a coisa só não ficou pior porque achei por bem ficar de boca fechada para não estragar de vez minha viagem e a dos meus amigos que ficaram revoltados com a situação. Só não abandonei a excursão naquele momento porque não dava. Sinceramente, foi muito desagradável. Homem nenhum tem o direito de falar daquele jeito com uma mulher, muito menos quando esta mulher é uma cliente e não tem a menor intimidade com ele.
O pesadelo das malas só não foi pior porque no grupo estavam o Carlos Antônio e o Bruno. Eles foram incansáveis e ajudaram todas as mulheres.  Ainda bem que tudo acabou e o pesadelo das malas já faz parte do meu  passado.
Quanto as malas, vou dar um conselho: procurem usar malas de tamanho médio e com 4 rodinhas, que são mais leves e deslizam melhor. Aquelas velhas malas com 2 rodinhas são muito mais difíceis de arrastar, seja lá onde for.

Chegando em casa depois de uma pausa para viajar


Cheguei, estou de volta em casa depois de mais de 20 dias viajando pela Escandinávia e Rússia. Adoro viajar, mas também adoro saber que tenho uma família e amigos aguardando minha volta para casa. Dormir em minha própria cama, no meu quarto, foi bom demais. Ainda estou com o fuso adiantado nas horas, porisso acordei tão cedo, mas foi bom acordar, abrir a janela do meu próprio quarto e aspirar o ar geladinho que vinha do jardim que ainda estava escuro naquela hora.
Fui viajar cheia de boas intensões. Uma delas era alimentar o blog diariamente, contando as novidades que eu via, em tempo real. Doce ilusão. Eu chegava tão exausta a noite no hotel que tudo o que eu conseguia fazer era tomar um banho para relaxar, cair na cama e dormir para recomeçar tudo no dia seguinte. O netbook que levei só serviu para fazer peso na bagagem de mão.
Vou começar meu relato falando das coisas que não valeram a pena na viagem, dos problemas que acontecem em toda viagem de grupo, para só depois contar o que foi bom e positivo. Dizer que a viagem foi só alegria seria uma deslavada mentira, mas posso garantir que valeu a pena,  pois deixou em mim o desejo de voltar em alguns lugares  numa outra oportunidade, de um outro jeito. Sinceramente, eu havia esquecido as dificuldades dos pacotes turísticos, pois há anos não viajo assim e não pretendo repetir a dose.
Uma das coisas que senti falta enquanto viajava era poder abrir a janela do quarto e aspirar ar puro. Os hotéis nos lugares por onde passei tinham a janela lacrada,  que impedia o ar entrar no quarto. Gosto de sentir o ventinho fresco arejando o ambiente.
Falando em pacote turístico tenho a impressão de que as agências de turismo que elaboram pacotes sentem prazer em torturar o turista. Primeiro fazem um roteiro incluindo um monte de cidades que transformam a viagem num pinga pinga torturante. Depois contratam guias locais que disparam correndo pelos pontos turísticos, falando sem parar, não dando tempo ao grupo de sequer  fazer uma boa foto e apreciar a paisagem.  Observei que a maioria dos guias carrega como estandarte, para chamar atenção do grupo, um objeto como uma flor, uma flâmula ou até um coração vermelho (como no caso dos nossos guias), mas eles deveriam mesmo era carregar um tridente... seria mais apropriado.
O nosso roteiro incluia a Noruega e seus lindos fiordes; Estocolmo, na Suécia; Hensinque, na Finlândia; São Petesburgo e Moscou na Rússia. Alteramos o tempo de permanência em São Petesburgo e Moscou para ficarmos mais dias em cada cidade, o que foi ótimo, pois deu tempo de conhecermos melhor cada uma delas, sem a correria habitual dos pacotes. Na parte da Escandinávia não fizemos nenhuma alteração no roteiro e foi péssimo. Ficamos muitos dias viajando pelos fiordes  noruegueses sem necessidade. Bastava ter conhecido um ou dois, ficando mais tempo em cada um deles. 
Achei um absurdo, por exemplo, termos feito o trajeto de Oslo até Bergen de ônibus. Viajamos um dia inteirinho e mesmo vendo paisagens lindas ficou extremamente cansativa a viagem. Na região dos fiordes dormimos num hotel em frente a um fiorde para sairmos no dia seguinte depois do café da manhã, fazendo o mesmissimo trajeto de ônibus. Não entendi o objetivo da parada.
Estocolmo, uma cidade linda, que merecia pelo menos uns 3 dias no roteiro, ficamos apenas um único dia inteiro e uma manhã. Um desperdício. Fiquei com a impressão de que apenas passei pela cidade, sem conhecê-la de perto. Para piorar, nos colocaram num hotel muito distante do centro da cidade. O hotel era ótimo, mas não compensou pela distância. Era preciso pegar trem ou taxi e viajando o turista quer mesmo é o conforto de estar perto das atrações que a cidade oferece.
De Estocolmo fomos para Helsinque, de navio, e de lá viajamos de trem para São Petesburgo e outra vez de trem para Moscou.
Hoje vou ficar por aqui com meus relatos, amanhã e nos próximos dias  continuarei contando minhas aventuras de viajante.

Chegada em São Petesburgo

Desembarcamos em São Petesburgo com uma chuva fininha e um friozinho gostoso. Fomos recebidos pela guia Anastácia, uma russa que fala português muitíssimo bem. No caminho para o hotel ela foi falando e mostrando as belezas da cidade que nos espera para ser desbravada a partir de amanhã. Hoje estou morta. Acabei de jantar e vou cair na cama. Quero estar muito bem disposta amanhã, porque finalmente irei conhecer de perto o Hermitage. Não vejo a hora.

Estocolmo

Estocolmo é tudo de bom. Adorei a cidade e só lamento ter ficado tão pouco por aqui. Deveria ter me programado para ficar ao menos uns três dias inteiros; mas não tem problema, ficar pouco é uma boa desculpa para voltar com mais vagar...  Hoje a tarde estarei embarcando num navio para Hensinque e de lá, finalmente, para São Petesburgo. Algo me diz que adorarei a cidade. Premonição? Acho que não, mas não consigo baixar a expectativa e não gosto muito quando fico assim. Prefiro ir com menos sede ao pote e adorar tudo depois, como aconteceu com a Noruega.
Ontem fui conhecer o tão famoso navio Vasa, que afundou pouco depois de ter saído do porto. Bastou uma rajada de vento mais forte para que o navio tombasse para o lado e se enchesse d'água para afundar em seguida. 
A fila para entrar estava gigante, e só não ficamos horas esperando porque estávamos em grupo e entramos direto. Lá dentro não estava melhor, uma multidão ocupava cada canto do museu, principalmente orientais (nunca vi tantos orientais juntos). Nosso guia José, um português apaixonado por Estocolmo, e que já mora aqui há anos, era ótimo e explicava tudo detalhadamente (um pouco convencido, mas muito bom no que faz). 
Também fomos conhecer a prefeitura para ver de perto local de entrega do prêmio Nobel de literatura. Tirei uma foto no parlatório, na esperança, quem sabe, de um dia estar lá recebendo meu próprio Nobel. Pretensão e água benta não faz mal a ninguém...

Chegamos na Suécia

Saímos da Noruega hoje pela manhã em direção a Estocolmo. A viagem de ônibus acabou demorando um pouco mais do que o esperado, porque a estrada estava muito cheia e também por causa de um acidente. Atrasamos mais de três horas, o que tornou a viagem bastante cansativa.
Amei a Noruega. O país é lindo! Os fiordes noruegueses deixaram-me impressionada, mas tenho a impressão de que viver lá durante o inverno deve ser muito triste e solitário. As casas ficam tão isoladas... 
Aconteceram algumas coisas interessantes durante a viagem. Numa das paradas que nosso ônibus fez entrei numa lanchonete para ajudar uma amiga comprar um suco. Depois de pegar a garrafa na geladeira fui pagar no caixa e o vendedor abaixou e cochichou em meu ouvido que se eu comprasse o mesmo suco no mercado em frente eu pagaria a metade do valor. Fiquei em dúvida se tinha entendido direito e ele deu uma risadinha  cúmplice antes de confirmar que eu tinha entendido certo. Agradeci, devolvi a garrafa e saí da lanchonete. O rapaz estava realmente falando sério, pois paguei a metade do preço no mercado.  Em se tratando da Noruega, qualquer economia faz grande diferença. Tudo por lá é caríssimo, mas o passeio valeu a pena em cada minuto.
Chegamos tarde em Estocolmo, mas mesmo assim deu para fazer o city tour  que estava programado. O José, um português que já mora em Estocolmo há muito anos, revelou-se um excelente guia. A cidade é linda. Gostei muito do que vi até agora. Amanhã iremos fazer um city por alguns museus, começando pelo Vasa.

A beleza dos fiordes Noruegueses


Já estou viajando pela Noruega há uma semana e não me canso de admirar os fiordes. Concluí que meu vocabulário é limitado para descrever tamanha beleza. Enquanto o ônibus roda pelo país fico olhando as paisagens que passam pela grande janela de vidro. As montanhas de pura pedra que um dia foram rasgadas pelo peso do gelo... a vegetaçao insiste em crescer em qualquer fresta na pedra. São extensos pinheirais, todos intocados. Lindo! O mar plácido que ocupa os fiordes...
Não escrevi até hoje porque quando chego ao hotel já estou morta de cansada. O máximo que me permito é tomar um banho antes de cair na cama, para poder acordar muito cedo no dia seguinte.
Amanhã seguiremos para Estocolmo. Até aqui a viagem está valendo muitissimo a pena. Quando voltar pretendo escrever com mais calma, contando em detalhes tudo o que estou vendo por aqui.

Só falta um dia para uma "pausa para viajar"

Finalmente está chegando! Só falta um dia para a sonhada viagem. Estou super animada, mas ainda não fechei minha mala, pois estou acompanhando a temperatura para ter certeza do que irei encontrar na Escandinávia. Adoro o tempo do frio, mas detesto sentir frio e  lá, pelo que vi na internet,  mesmo no verão as temperaturas não costumam subir muito e oscilam entre os 11 e 22° C. Para nós, esta marcação é de tempo friiiiiiio.  Acho melhor levar uma mala meio a meio (metade para frio e outra metade para calor), pois depois iremos para a Russia e lá promete ser  mais quentinho do que na Escandinávia. Moscou parece até ser quente no verão. No ano passado as temperaturas bateram record, chegando a marcar 39°,  mas espero que este ano esteja um pouco mais fresco. Calor demais não é bom.
Pelo que andei lendo, o verão também é a época mais chuvosa da Escandinávia e Rússia. Algumas cidades da Noruega costumam chover 300 dias por ano. É melhor levar capa de chuva... Mas, de tudo o que lí, as paisagens prometem ser inesquecíveis. Foram classificadas pela Unesco como as mais belas do mundo e, pelas fotos, não há nenhum exagero na afirmação.