A união faz a força

Enquanto ficarmos de braços cruzados lamentando qualquer coisa que seja, nada mudará. Uma iniciativa qualquer, por menor que seja, pode fazer toda diferença. Mesmo estando sozinhos, mesmo parecendo frágil ou até mesmo idiotas, se dermos o primeiro passo nosso gesto poderá impulsionar outros... A união faz a força, tanto para o mal, quanto para o bem. A escolha é nossa.
O garotinho indiano tomou uma pequena iniciativa. Que tal fazermos nossa parte.
 
www.youtube.com/watch?v=BCPrNg1SO_g&NR=1

Câncer de mama e o poder da música

Shan-Tinha uma amiga que conheci por causa do blog, e com quem me identifiquei de imediato, indicou-me o blog rock and roll por causa de um post sobre uma experiência feita pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, relativamente ao tratamento do câncer.
Entrei no blog e li o texto, que achei muito interessante. Resolvi então pesquisar um pouco mais  entrando no site da universidade para ler com mais detalhes sobre o projeto que a pesquisadora Marcia Capella está dirigindo. O site é http://www.oncobiologia.bioqmed.ufrj.br/
O Programa de Oncobiologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro analisou células MCF-7, ligadas ao câncer de mama. Ao expôr as células a música, uma em cada cinco acabou por morrer.
Como acho que qualquer tratamento alternativo para a cura do câncer deve ser avaliado, aí vai a matéria que copiei no site da universidade. Não custa nada ouvir boa música e ainda correr o risco de ficar curado de uma doença como câncer de mama.

Música pode ajudar no controle do câncer de mama
Priscila Biancovilli
"Um trabalho inovador coordenado pela pesquisadora Marcia Capella, do Instituto de Biofísica Carlos Chagas Filho (UFRJ) sugere que a música pode servir como grande aliada no tratamento do câncer de mama. O estudo, que teve início em maio de 2010, analisa os efeitos de ondas sonoras audíveis em células em cultura. Quando células MCF-7 (de câncer de mama humano) são expostas à 5ª Sinfonia de Beethoven e à composição Atmosphères, de Gyorgy Ligeti, tendem a diminuir de tamanho e morrer.

“Iniciamos nosso trabalho usando três composições: a Sonata para 2 Pianos em Ré maior, de Mozart (conhecida por causar o “efeito Mozart”, um aumento temporário do raciocínio espaço-temporal de um indivíduo), a 5ª Sinfonia de Beethoven e Atmosphères, uma composição contemporânea, que se caracteriza principalmente pela ausência de uma linha melódica que traduza o tema”, afirma Márcia.

As células MCF-7 “ouviram” as músicas durante meia hora, e depois, o grupo testou seus efeitos. A composição de Mozart não provocou nenhuma alteração nas células, mas as de Beethoven e Ligeti causaram a morte de em média 20% delas, além de diminuição de tamanho e granulosidade. O fato de Mozart não ter provocado nenhuma reação é curioso, já que suas composições estão entre as mais utilizadas na musicoterapia. Já foi descrito na literatura que a Sonata para 2 Pianos diminui o número de ataques epiléticos e aumenta a capacidade de memória em pacientes com Alzheimer. Nesse caso, porém, nada de especial aconteceu. “Pode ser que a música de Mozart gere efeitos apenas em neurônios, mas não em outros tipos de célula”, sugere Marcia.

O ciclo de duplicação da célula MCF-7 dura aproximadamente 30 horas. “Então fazemos a contagem de células sempre 48 horas depois da exposição à música, porque sabemos que já houve uma duplicação. Buscamos agora formas de aumentar a porcentagem de morte celular. Beethoven é extremamente agradável de se ouvir, então não seria de forma alguma um problema para os pacientes portadores da doença. As composições de Ligeti, diferentemente, não são harmoniosas e causam uma maior tensão. Mas como ambas parecem agir apenas sobre as células cancerosas, estamos vibrando”, comemora a professora.

“Ainda precisamos estudar melhor os mecanismos destes efeitos, ou seja: porque apenas alguns tipos de células são sensíveis a estas músicas? E por que apenas alguns tipos específicos de músicas provocam efeitos? Fizemos testes também com a MDCK, uma célula não-tumorigênica, e com linfócitos, e elas não responderam a estes estímulos sonoros”, continua.

A ideia é que, no futuro, o grupo possa criar sequências sonoras específicas para ajudar no tratamento do câncer. “Utilizando células em cultura, acredito que possamos chegar a este ponto. Estamos eliminando o fator emocional da música, analisando seus efeitos diretos em células. Podemos agora começar a comparar uma célula tumoral com uma normal, avaliando as diferenças entre seus mecanismos de resposta e vias de sinalização”, diz Marcia. “Estamos partindo praticamente do zero. Existem pouquíssimos estudos sobre esta área, e nenhum trata de células humanas tumorais”, analisa Nathalia Lestard, uma das pesquisadoras deste grupo. Mais para frente, eles pensam em expandir o leque de ritmos musicais a serem utilizados, entre eles samba e funk.

Além de Marcia Capella, compõem o grupo de pesquisadores deste projeto o professor Marcos Teixeira, da Escola de Música Villa-Lobos, Raphael Valente, aluno de pós-doutorado do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, além de Nathalia Lestard e Carolina Villela, alunas de iniciação científica da UFRJ."

Aguardando notícias

Fiquei sem notícias dos viajantes até na terça-feira e confesso que já estava ficando preocupada. As criaturas vão para o outro lado do mundo e somem... mãe, para variar só um pouco, nunca pensa que pode ser alguma coisa boa... Confesso que não fujo à regra.
Ontem, terça-feira, fiquei aguardando dar 21 horas em Colombo (são 8:30 horas de diferença) e liguei para o hotel que  reservamos. Eles haviam acabado de chegar e eu finalmente consegui falar com a Bárbara. A ligação caiu duas vezes, mas pelo menos tive certeza de que os três estavam bem.
Eles chegaram em Colombo, no Sri Lanka, domingo pela manhã e ainda tiveram disposição para viajar para Kandy e por isto ficaram sem comunicação. Antes de continuarem viagem até Kandy, a Bárbara disse ter enviado um mensagem por e.mail, mas eu não recebi. Como a ligação telefônica caiu duas vezes enquanto conversávamos...
Hoje estão novamente em Colombo e, nesta altura do dia, lá é noite e o casamento da  Maheeka já aconteceu. Agora vão aproveitar o restante da semana para viajar e conhecer algumas outras atrações do país. Espero que não desapareçam novamente. Não há coração que aguente.

Viagem ao Sri Lanka

Minha filha, o Gil e a Suzi viajaram na sexta-feira a noite e tiveram uma longa jornada pela frente até chegar ao Sri Lanka, na Ásia. Eles saíram de Brasília para São Paulo onde aguardaram  por 6 horas para embarque num vôo da Qatarairways até Doha, no Catar. Foram mais de 15 horas de vôo, e ainda tiveram que enfrentar mais algumas horas até Colombo, no Sri Lanka, onde só chegaram hoje. Ainda não deram notícias diretamente para mim, mas vi uma mensagem da Bárbara no facebook avisando que finalmente chegaram.
Nossa, tenho preguiça só em pensar numa viagem com tantas horas de vôo. Adoro viajar, mas a espera nos aeroportos e o vôo é sempre muito cansativo, principalmente para quem viaja apertadinho na classe turística. Eu bem que gostaria de viajar na executiva, na primeira (quem não prefere?), mas gastar o dobro e até mais  prá ficar sentado numa cadeira um pouco (lei-se bem mais) confortável, só tendo uma disponibilidade financeira muito confortável e este, infelizmente, diga-se de passagem, não é meu caso, por mais que eu torça... (bem que eu fiz eu fezinha na loto, mas não foi desta vez).
Mas voltando à viagem ao Sri Lanka, alguém sabe onde é que fica este país? A maioria não faz a menor idéia, como eu também não fazia até conhecer a Maheeka que é de lá, e morou em minha casa alguns meses. O Sri Lanka é o antigo Ceilão (este sim, eu já tinha ouvido falar), mas mudaram o nome e aí complicou tudo.
O Sri Lanka é uma ilha de clima tropical, situada no Oceano Índico. No mapa é só localizar a Índia para encontrar o Sri Lanka que fica um pouquinho abaixo. O que separa a Índia do Sri Lanka é o Golfo de Bengala e o estreito de Palk.  O país é considerado  um dos mais ricos tesouros vivos da Ásia, com maravilhas naturais e também construídas pelo homem.
São duas as suas capitais: Colombo é a capital comercial e Sri Jayawardenepura, a capital política.
A capital Colombo recebeu este nome porque o Sri Lanka foi conquistado em 1505 pelos portugues, que fundaram a cidade. Depois o país foi controlado pelos holandeses e mais tarde, em 1802,  virou uma colônia do Reino Unido. Sua independência só foi alcançada em 4 de fevereiro de 1948.
Sri Lanka, em sânscrito, significa "ilha resplandecente".
Quando os ingleses dominaram a ilha, a chamavam Ceylon. Foram eles que introduziram o cultivo do chá, do qual o país é um grande exportador, e também o cultivo do café e da borracha.
A maioria da população cingalesa é budista. Aliás, os viajantes foram ao Sri Lanka  para o casamento da Maheeka, que terá uma cerimônia budista. Aproveitaram a desculpa do casamento para  dar uma circulada pelo país conhecendo suas belezas naturais, suas belas praias como Negombo; a praia de Mount Lavinia, um point de surf e esportes náuticos; Kalutara e Bontola, uma praia onde é possível avistar golfinhos e baleias bem de perto; e Hikkaduwa, praia cheia de corais e tartarugas, um convite ao mergulho. Também terão oportunidade de conhecer o jardim botânico de Paradeniya, perto de Kandy e outros maravilhas naturais como montanhas  e  cachoeiras,  e vários templos budistas.

Excessos

Hoje pela manhã li o texto intitulado "Documento com Foto" do Eduardo Reis,  no Correio Braziliense, onde ele reclama indignado com a exigência de uma operadora de caixa que, para aceitar o pagamento com cartão, de uma compra de baixo valor, pede nome, endereço, CPF, RG, CEP e etc e exige documento com foto. Como ele estava sem identidade a operadora não aceitou concluir a venda.
Exageros à parte, faço minhas as palavras que ele usou:  "... mas a falta de noção das coisas é tão absurda, a falta de bom senso, do mínimo dos mínimos, que está ficando cada vez mais difícil viver na sociedade que aí está. ... dois agentes da Polícia Federal do Aeroporto de Confins ... implicaram com a tesourinha de unhas do ... homem de quase 80 anos. ... Como é possível sequestrar um jato com uma tesourinha de unhas? ..."
Cá entre nós, qualquer excesso é irritante, do excesso de peso ao excesso da falta de ...
Eu também já tive problemas no aeroporto com lixa de unhas e similares, e acho um exagero. O terrorista, quando quer, burla  a segurança e  entra  em qualquer lugar sem ser importunado. Convenhamos,  uma tesourinha ou  lixa de unha não é o  material mais  indicado para a prática de  crime. Ou estou enganada?
O Regulamento Interno do condomínio onde moro também é cheio de regras e exageros. Depósito de podas, fora dos dias previstos para retiradas, está sujeito a multa. Deve-se evitar estacionar carros nas vias internas. Empregados como pintores por exemplo, não podem trabalhar aos domingos e feriados, e por aí vai, mas a academia, que fica bem ao lado da minha casa pode funcionar em plena sexta-feira santa. Onde está a lógica? Se o problema é o barulho, quem incomoda mais, um pintor ou a academia?

Reconquistas pequenas, mas importantes

Hoje, mais uma vez, fui na clínica de podologia Pé por Pé  para a Inês cuidar das unhas que o xeloda estragou. Parei de usar o xeloda em dezembro, mas ainda sinto alguns efeitos colaterais que ele provocava. Meus pés  pararam de  rachar e sangrar e somente a unha de um dos dedões ainda continua encravando porque descolou toda e demora bastante para crescer normal. Ela ainda está escura e com aparência de doente, mas pelo menos não doi mais.
Ainda sinto dificuldade em calçar determinados tipos de sapato porque o solado do pé  continua sensível, mas já arrisco sair calçando sandálias de salto baixo,  abertas e confortáveis. Salto alto, que sempre gostei,  é um luxo que ainda  não posso me dar. Paciência.
No mais, estou melhorando a cada dia. Devagar o corpo vai desintoxicando do tanto de quimioterapia que já usei. Agora só uso o tykerb, que é uma quimio oral, e o anastrozol.
Já consigo dar risada. Tudo bem que ainda não é uma gargalhada sonora como gosto, mas só de ser uma risada gostosa e sem acesso de tosse já me sinto feliz.
É muito bom ir reconquistando pequenas coisas a cada dia. Coisas simples, coisas banais, mas que fazem uma grande diferença.

Sentimento do animal

Engana-se quem pensa que um gato ou qualquer outro bicho, por ser classificado como animal irracional, não tem sentimentos. Posso garantir que eles sentem e reagem a tudo o que se passa no ambiente em que vivem.
Poucos meses depois que eu e minha família viemos morar na casa onde vivemos até hoje, um colega de trabalho presenteou minha mãe com uma gatinha jovem, que não poderia mais viver na casa dele, por causa do seu filhinho que estava para nascer.
Luana chegou desconfiada e assustada em seu novo lar, e logo de cara precisou se defender dos ciúmes do Nino, um outro gato que já era o dono do pedaço; mas com os cuidados e carinhos da minha mãe ela logo se adaptou, como também se entendeu com o Nino. Os dois se tornaram amigos inseparáveis.
Quando entrou no cio, Luana, uma siamesa muito elegante e charmosa, fugiu de casa e ficou desaparecida uns dois dias, o que resultou numa ninhada com três filhotes de raça absolutamente indefinida, ou seja, legítimos viralatas, embora dois deles tivessem os olhos azuis da mãe e também o desenho das cores do siamês, só que mais claro.
Doamos dois filhotes da Luana, e o que ficou em casa recebeu o estranho nome de Bubu. Nino, Luana e Bubu formavam um trio do barulho. Eles brincavam o tempo todo juntos e o que mais gostavam de fazer era correr um atrás dos outros subindo no sofá para alcançar o piano e escorregar para o chão recomeçando tudo de novo. Daquela época de correrias e brincadeiras ainda restam as marcas das unhas dos gatos nos pés do piano.
Havia mais um animal de estimação que gostava de entrar na brincadeira dos gatos, uma cadela fox paulistinha chamada Crica. Todas as noites os gatos e a Crica corriam pela casa, fazendo bagunça e divertindo todos os que assistiam as brincadeiras.
Dos quatro bichinhos de estimação a Criquinha foi a primeira que partiu, deixando uma enorme saudade. Anos depois, numa ocasião em que fiquei bastante doente, foi a vez da Luana partir deixando mais um vazio e, na semana passada foi o Nino.

Depois da morte do Nino, o Bubu, que já está com 16 anos, ficou muito sozinho e triste e começou a miar mais do que o normal. Era um miado sofrido, como se ele estivesse chorando a morte do amigo que o acompanhou desde o seu nascimento. Quatro dias depois que o Nino morreu o Bubu parou de comer, não conseguiu mais evacuar e o veterinário precisou intervir e medicar. Ele está melhor e mais calmo, embora triste. Um dos diagnósticos diz que o gato está deprimido e que talvez tenha que passar a usar fluoxetina. Pode?

Hoje, como se não bastasse a morte do Nino e o adoecimento do Bubu, a Haseena, nossa poodle pretinha e encrenqueira estava indo tomar banho e fazer a tosa quando teve uma convulsão bem na porta da clínica veterinária. Ainda bem que foi chegando na clínica e, apesar da correria que causou, o atendimento pode ser imediato e eficiente.
O Wanderlei, veterinário que atende meus animais, disse que ela pode estar epilética já que está com mais de 5 anos, que é normal um poodle ficar epilético a partir desta idade, e por isto convulsionou daquele jeito. Vamos observar e se ela tiver outra crise terá que passar a fazer uso de gardenal, um remédio usado para controlar as convulsões causadas pela epilepsia.
Minha teoria é outra, não acredito que a Haseena esteja epilética. Acho mesmo é que ela ficou muito nervosa ao sentir o cheiro da clínica veterinária e acabou tendo uma crise.
Sabe porquê? No dia em que o Nino morreu ele esteve naquela clínica para atendimento. Quando chegamos em casa com o gato morto e todo embrulhado, a Haseena entrou no carro muito agitada e pulou na caixa onde o Nino estava e ficou cheirando o gato. Ela não saiu de perto dele até o momento em que o enterramos num canteiro coberto de flores, onde estão enterrados nossos outros bichos de estimação.
Para mim, posso até estar delirando, ou com complexo de psicólogo, mas acho que a Haseena ficou tão nervosa e teve a convulsão porque sentiu o cheiro da morte, que estava impregnada em seu amigo Nino, assim que entrou na clínica. Será?

Revolução da Alma (Aristóteles)

Li este texto do filósofo grego Aristóteles, escrito no ano 360 A.C. Já se passaram mais de 2000 anos e o texto é tão atual e cheio de verdades importantes, que resolvi dividir com vocês.

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"Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue sua alegria, sua paz, sua vida nas mãos de ninguém, absolutamento ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja.
A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida. Quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda está faltando algo, mesmo tendo tudo, remete teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e busque a divindade que existe em você. Pare de colocar sua felicidade mais distante de você.
Não coloque objetivos longe demais de suas mãos, abrace os que estão ao seu alcance hoje. Se andares desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, busca em teu interior a resposta para acalmar-te, você é reflexo do que pensas diariamente. Pare de pensar mal de você mesmo(a), e seja seu melhor amigo(a) sempre.
Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abra um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor.
Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de você, e você estará afirmando para você mesmo, que está "pronto" para ser feliz.
Trabalhe, trabalhe muito a seu favor. Pare de esperar a felicidade sem esforços.
Pare de exigir das pessoas aquilo que nem você conquistou ainda.
Critique menos, trabalhe mais. E, não se esqueça nunca de agradecer. Agradeça tudo que está em sua vida nesse momento, inclusive a dor.
Nossa compreensão do universo, ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida.
Por fim, acredite que não estaremos sozinhos em nossas caminhadas, um instante sequer, se nossos passos forem dados em busca de justiça e igualdade! A grandeza (da vida) não consiste em receber honras, mas em merecê-las."

Dicas para o paciente com câncer

Hoje pela manhã, enquanto aguardava ser chamada pela psicóloga, li uma reportagem cujo título era "Um caminho alternativo no tratamento do câncer", do Hospital Johns Hopkins.
Como estou sempre a procura de um caminho alternativo que me  livre desta doença de uma vez por todas, li com interesse a reportagem que dizia que o câncer é um indicativo de que  o seu portador tem múltiplas deficiências nutricionais, que podem ser decorrentes de problemas genéticos, da alimentação inadequada, do meio ambiente e do estilo de vida.
Pensei cá com meus botões: caramba, então é isso? Huuummm... Qual seria meu caso?  E continuei a leitura, curiosa.
A reportagem dizia que para superar estas múltiplas deficiências nutricionais é necessário não só mudar a dieta como incluir alguns suplementos para fortificar o sistema imunológico.
Tornei a pensar: isto é fácil. Vamos então ao que interessa. Como fazer isto?
Bom, as células cancerosas precisam passar fome. Só isto? E como mato as bandidas de fome?
" As células cancerosas se alimentam de:
1- O açucar é um alimentador do câncer. Ao eliminar o açúcar é cortada uma importante fonte de alimentação para as células do câncer. ..."
Então pessoal, nada de açúcar e muito menos qualquer tipo de adoçante com aspartame, que é outro veneno. Pode até usar um pouquinho de mel ou melado, mas só um pouquinho. O melhor mesmo é evitar o açúcar ao máximo. Quanto ao sal, evite o refinado. Dê preferência ao sal marinho.
"2- O leite faz o corpo produzir muco, especialmente no trato gastro-intestinal. O câncer se alimenta de muco. ..."
Outra dica fácil, pois é só substituir o leite de vaca pelo leite de soja sem açúcar.  O gosto é estranho no início, mas depois acostumamos. Existe também o leite de arroz, o único problema é o preço.
"3- As células de câncer prosperam em ambiente ácidos. Uma dieta a base de carne é ácida ..."
Os criadores de gado, porco e frango dão antibióticos e hormônio do crescimento para os bichos. Esses remédios acabam no organismo dos consumidores e são prejudiciais especialmente para pessoas com câncer. Além do mais a carne é de difícil digestão, aumentando as toxinas no organismo.
No mais, a reportagem sugere que se evite café, chá e chocolate que contêm muita cafeína.
Quanto aos suplementos nutricionais, ela  dá destaque aos antioxidantes, vitaminas, minerais, etc. Sugere exercícios diários e respiração profunda, que ajudam a proporcionar mais oxigênio para o nível celular. Conclui mandando aprender a relaxar e desfrutar a vida.
Estas dicas são antigas, mas não custa nada relembrar.
Antes que me esqueça,  a reportagem também ressaltou a importância de não se usar  recipientes de plástico no microondas e de garrafas plásticas no freezer, pois o plástico libera dioxinas que são altamente venenosas para as células do nosso corpo.
É isto gente, são estas as dicas. Quanto aos suplementos, antioxidantes, vitaminas e minerais é melhor cada um consultar seu oncologista.

Furando fila, onde a ordem é a desordem

Muito boa idéia da Presidente Dilma a exposição "Mulheres, Artistas e Brasileiras" que reúne obras de grandes artistas do século XX. É uma bela forma de prestigiar a mulher brasileira talentosa.
O destaque da mostra é o quadro Abaporu, que em tupi significa "homem que come carne humana". Tarsila do Amaral pintou o quadro para dar de presente ao seu marido, o escritor Oswald de Andrade, que muito se impressionou com a pintura sugerindo o nome Movimento Antropofágico para aquele tipo de pintura que destacava os membros do corpo humano. Nesta pintura Tarsila valoriza o trabalho braçal (pés, mãos e corpo grande), que era o tipo de trabalho mais valorizado no Brasil da época, em detrimento ao trabalho intelectual (cabeça pequena). Outros quadros desta fase são: Sol Poente, A Lua, Cartão Postal, O Lago, etc.
A mostra também traz obras de Anitta Malfatti; Georgina de Albuquerque, pré-modernista e também Djanira, além das bonecas de barro das artistas do vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais.
= = = =
O ponto fraco da mostra é a (des)organização para a entrada dos visitantes. Um horror e sem o menor critério, (pelo menos neste domingo). Os seguranças, muito mal treinados, não respeitam a ordem de chegada dos visitantes, gerando muitas reclamações na porta, pois só é permitido entrar de 40 em 40 pessoas. Pessoas que esperaram por um longo tempo são barradas, enquanto outras que acabaram de chegar ao prédio entram sem serem importunadas. Não existe fila, nem senha, nem controle algum. É a lei do mais esperto (daquele que não tem o menor respeito pelo outro).
Fica a simples pergunta: Se no Palácio do Planalto os seguranças não estão preparados para organizar uma simples fila para visitação de uma exposição, como é que será na época da Copa e das Olimpíadas no Brasil? Será que até lá (que já está bem perto) o país terá capacitado suficientemente os trabalhadores envolvidos no evento?

Rio, o filme

Acompanhei o desenvolvimento do projeto do filme Rio desde o começo e fiquei na expectativa de sua estréia porque o diretor Carlos Saldanha, brasileiro do Rio de Janeiro radicado nos Estados Unidos, cansou de falar que o filme era uma homenagem ao Rio de Janeiro e suas belezas naturais, e sua forma de mostrar seu amor pelo Rio e pelo Brasil.
Fui ao cinema na sexta-feira e tenho que concordar que a abertura do filme, que é a cena exibida em todas as propagandas, é realmente sua melhor parte. Aquele filhote de ararinha rebolando ao rítmo do samba é cativante e o show das aves encantador.
Mas o filme me decepcionou. Porque? Porque se a intenção do diretor era passar uma mensagem positiva do Rio de Janeiro e do Brasil, não foi esta impressão que me ficou.
Detestei ver aquela cena dos macaquinhos dançando e surrupiando objetos dos turistas no Rio e também não gostei da parte em que os bandidos se misturam com os integrantes da escola de samba, num carro alegórico horrível, para concretizarem o tráfico de animais silvestres para o exterior.
Os miquinhos ladrões foi uma cena de doer, degradante; mas a conotação de que não existe controle para se participar dos desfiles nas escolas de samba no Rio foi de lascar.
Se eu fosse diretor de qualquer escola de samba no Rio ficaria muito injuriada. Onde já se viu? Primeiro o pesquisador e a dona do Blue, fazendo caras e bocas, entram como dois penetras qualquer na avenida, sem serem incomodados ou questionados. Depois aparece aquele carro alegórico caricato se misturando aos belíssimos carros alegóricos da escola de samba e ninguém percebe nada de anormal? Fora outras cenas do carnaval no Rio de Janeiro...
Se o objetivo do filme era enaltecer o Rio, mostrando cenas como aquelas, posso até imaginar o que iria aparecer se o objetivo fosse esculhambar de vez com o nosso cartão postal.
O filme Rio foi inspirado na verdadeira história de Presley, um exemplar da ararinha azul que era mantido em cativeiro no Colorado, nos Estados Unidos, e que voltou ao Brasil em 2002, depois de 25 anos no exterior, virando notícia no mundo inteiro.
Este tipo de ararinha é originário na caatinga na Bahia, e vivia próximo do município de Curuça, no vale do Rio São Francisco. Ele foi extinto na natureza pela ação predatória e inescrupulosa do homem.
Hoje existem 73 indivíduos da espécie criados em instituições do mundo inteiro, que se esforçam para manter viva a ararinha azul. Destes, 54 estão no Catar, na Al Wabra Widilife Conservation. Apenas 3 delas chegaram a viver na natureza: Presley, a que inspirou o filme; uma no Catar e outra nas ilhas Canárias.

Acordando com barulho


Quando vi minha irmã e sobrinha entregando os pintinhos de presente tive vontade de gritar e mandar devolver os infelizes à loja onde haviam sido comprados, e só não o fiz porque a alegria da minha mãe era visível. Tenho certeza de que o diamente que Elizabeth Taylor ganhou de Burton, em seus tempos áureos, teria alegrado minha mãe muito menos.
Como parece ser o diabo quem governa o mundo, é claro que um daqueles pintinhos, comprados como fêmeas, virou galo.Uma manhã ouvi um canto meio rouco, vindo lá do fundo do quintal, por volta das 7 horas da manhã. Custei a identificar que era o pintinho amarelinho se transformando num galo de verdade e senti um arrepio de medo subir pelo corpo...
Não demorou muito tempo para que o canto rouco e baixo do galo em construção se transformasse num canto comprido e muito alto, que começava pontualmente às 6 horas da manhã. No final da primeira semana eu já estava histérica, pois era acordada toda manhã com aquele galo esguelando a plenos pulmões. Nunca pensei que um galo pudesse fazer tanto barulho.
Contrariando minha mãe, que não queria se desfazer do seu lindo galo, eu o dei de presente para um dos empregados do condomínio que veio buscá-lo todo feliz para colocá-lo no quintal de sua casa que já era cheio de galinhas (confesso que se ele tivesse ido para a panela não teria feito a menor diferença para mim). A desculpa que arranjei era que o galo estava grande e agressivo e poderia ferir a perna complicada da minha mãe (essa parte era verdadeira). Sei que a desculpa não convenceu muito, mas ficou por isto mesmo.
Depois de morar tantos anos em cidade grande eu já havia me esquecido que galinha também canta, e as duas que sobraram na casa começaram a cantar feito loucas desde que começaram a botar os primeiros ovos. Quase enfartei de tristeza a primeira vez que ouvi a barulheira que elas fazem para anunciar que um ovo acaba de ser botado. Precisa tanto estardalhaço por causa de um ovo fresco?
Hoje, pleno domingo, era um pouquinho depois das 6 horas da manhã quando uma delas começou uma cantoria infernal. Tentei ignorar o fato e senti um enorme alívio quando o canto cessou. Como alegria é coisa que dura pouco, em poucos minutos também a cantoria recomeçou, e a galinha berrava a plenos pulmões.
Em seguida ouvi um barulho vindo do quarto da minha irmã, aquela que teve a infeliz idéia de comprar os malditos pintinhos. Apurei os ouvidos e ouvi quando ela soltou um palavrão, abriu a porta do quarto e saiu xingando. Dei uma risadinha cínica debaixo das cobertas, me sentindo vingada. Olha o diabinho... e ainda ouvi seus passos se dirigindo para a antiga lavanderia, onde as galinhas estão dormindo. Rapidinho acabou a cantoria. Não sei o que ela fez, mas confesso que torci para que o cardápio do almoço fosse galinha ao molho pardo.
Fiquei um pouquinho mais na cama, mas logo precisei levantar para tomar o primeiro comprimido do dia. Voltei a deitar e fiquei pensando no quanto detesto barulho pela manhã, motivo pelo qual nunca quis possuir um despertador e acostumei meu relógio biológico despertar na hora certa sem a necessidade de ser acordada com barulho.
Deus pode até ter criado o mundo, mas não tenho dúvidas de que é o diabo quem comanda algumas coisas. Vim morar num condomínio de casas construídas em grandes lotes com jardim e quintal, longe do burburinho do centro da cidade, mas não demorou muito para instalarem uma maldita academia de ginástica bem ao lado da minha casa.
Uma manhã destas fui acordada às 7 horas da manhã com a voz esganiçada de uma professora, sei lá do que, mandando os alunos apertarem a bundinha. Ora me poupe. Ser acordada às 7 horas da manhã ouvindo um negócio destes do parceiro já não deixa nenhuma mulher feliz, muito menos quando o comando parte de uma professora dando aula na academia ao lado da sua casa. É o inferno.
Quando não é a academia fazendo barulho a manhã inteira (e a noite também, é claro!) são as galinhas cantando só para me acordar às 6 horas da manhã, em pleno domingo. Odeio academia depois que passei a ser vizinha de uma delas. Tenho certeza de que pode ter sido o diabo quem inventou a primeira academia e ainda criou um monte de gente tarada por malhação e que adora acordar às 6 horas da mãnhã.
Quanto as galinhas, estou tentando encontrar uma desculpa viável para me ver livre delas o mais rápido possível, antes que eu passe a não gostar de ovos também...

É assim que se oficializa a impunidade ampla e irrestrita

O Estadão.com de hoje, na coluna de Dora Kramer,  dá notícia de que, conforme já se intuía, movimentam-se na Câmara as forças do corporativismo com vistas a deixar por isso mesmo o flagrante em vídeo da deputada Jaqueline Roriz recebendo R$ 50 mil do operador e delator (Durval Barbosa)  do esquema que derrubou José Roberto Arruda do governo do Distrito Federal.
É realmente de um cinismo irritante estes parlamentares que nos representam no Congresso. Isso que dá um povo sem educação e cultura: vota em qualquer porcaria que se candidata. O slogan do Tiririca era: "pior do que está não fica" e ainda assim o palhaço foi eleito com mais de um milhão de votos. Parece piada, mas é a pura verdade. Ele aprendeu rapidinho a se fartar nas tetas da União. Usou a verba auxiliar ao exercício do mandato para passar um final de semana em Fortaleza, num Resort. Também já contratou outros palhaços para assessorá-lo. Bem feito para nós, povão besta e que não sabe levar a sério o voto que dá. Votar errado não é forma de protesto, é burrice.
Romário também já aprendeu, em tempo record, a se aproveitar do cargo. A maioria que está lá, já era raposa velha cuidando do galinheiro... nem vale a pena comentar.
Ainda, de acordo com a  matéria "a banalização do malfeito se disseminou de tal maneira que se perdeu de vez a vergonha. ... a fim de evitar o risco, decreta-se que o errado é o correto a fim de se oficializar a impunidade ampla e irrestrita. ..."
Se eu fosse jornalista gostaria de ter escrito esta matéria. Fico indignada com a impunidade e com a pouca vergonha dos nossos parlamentares.
Quando é que isto vai mudar? Somente no dia em que exigirmos uma educação de qualidade, quando entendermos a importância de se valorizar e respeitar o professor. Educação é a palavra de ordem.
Por outro lado o noticias.uol.com traz uma reportagem sobre o deputado Reguffe (PDT-DF),  eleito com 266 mil votos,  que está dando exemplo de austeridade e compromisso. Prá começar ele está incomodando muito gente. Porque? Porque tenta ser sério e honesto com as promessas de campanha.
Seus colegas o chamam de demagogo ou Dom Quixote apenas porque ele está tentando dar um tom de mais austeridade na câmara. Para começar, ele abriu mão do 14° e 15° salários. Você, cidadão comum recebe alguma verba trabalhista como esta? Claro que não, somente os parlamentares recebem isto, e somos nós quem pagamos a conta com nossos impostos.
Ele também rejeitou a cota de passagens aéreas e fixou em 9 o número de assessores que poderia ser de 25 pessoas. Pode? Claro que pode e aposto que o gabinete dele funciona muito melhor do que o daqueles parlamentares que empregam 25 assessores.
Se todos os parlamentares agissem desta forma a economia da União seria fantástica, vocês não acham? Nas próximas eleições vamos procurar outros Reguffes para dar nossos votos. O Brasil e os brasileiros agradecem.

Ultrassom antitumor

Fiquei super animada com a notícia que li no jornal da Folha de hoje. Acho que agora  irei me livrar de vez deste câncer metastático nos meus queridos e tão importantes ossinhos. Meu esterno, que não pode ser substituido por nenhum tipo de prótese, está cheio de metástase e três arcos das minhas costelas também, além de uma vértebra, tão necessária para sustentação da minha coluna. Me ver livre deste câncer será a glória. Aleluia! Viva! Huuurrraaaaaaaa!
Olha só que notícia maravilhosa: "um novo aparelho de ultrassom que destrói tumores começou a ser usado no Icesp (Instituto do Câncer de São Paulo).
O equipamento de última geração usa ondes de alta intensidade, que atingem só o tumor - elas são direcionadas com auxílio de ressonância magnética.  ... o paciente permanece acordado o tempo todo.
As aplicações clínicas já estabelecidas são para miomas e metástases ósseas ..." (meu caso, uhhhhhh).
Gente, esta notícia é boa demais. Quem já passou pelo tratamento diz que é dolorido, como se a pessoa tivesse uma cólica forte, mas quem é que vai ligar para dor se tem a possibilidade de ficar livre do câncer? Eu, que já sinto um montão de dores, mais uma, menos uma, não faz a menor diferença. Ainda mais se for pra ficar boa.
Bendita seja Henrietta Lacks, cujas células imortais tanto benefícios já trouxeram para a biomedicina, proporcionando a cura de tantas doenças e a evolução de tantos tratamentos. Todo paciente oncológico já se beneficiou com tratamentos mais eficazes e menos invasivos. A sobrevida que ganhamos  nos dá a esperança de nos beneficiarmos com  novas descobertas como a deste ultrassom.
Concluí a leitura do livro A Vida Imortal de Henrietta Lacks, que muito me comoveu. Vou reproduzir um trecho que diz: " ... alguns dos Lacks acreditavam, sem sombra de dúvida, que Henrietta havia sido escolhida pelo Senhor para se tornar um ser imortal. Se você acredita que a Bíblia é a verdade literal, a imortalidade das células de Henrietta faz todo sentido. Claro que estavam crescendo e sobrevivendo décadas após sua morte, claro que flutuavam no ar e claro que permitiram a cura de doenças e foram lançadas no espaço. Assim são os anjos. É o que a Bíblia diz.
Para Déborah e sua família - e certamente para muitas outras pessoas no mundo -, tal explicação era bem mais concreta do que a oferecida pela ciência: que a imortalidade das células de Henrietta esteve ligada a seus telômeros e a como o HPV interagiu com o DNA dela. A idéia de que Deus escolheu Henrietta como um anjo que renasceria como células imortais fazia muito mais sentido ..."
A ciência precisa de uma explicação lógica para qualquer fenômeno e é assim que  ela justifica a imortalidade das células HeLa. Eu, como a família de Henrietta, prefiro acreditar que ela foi escolhida, que ela é um anjo ajudando a curar muitas feridas.
Obrigada Henrietta Lacks.

Tentaram incediar a Bandeira do Brasil

Ontem, alguém insano, subiu no mastro de mais de 100m da gigantesca Bandeira do Brasil que fica na Praça dos Três Poderes, e ateou fogo na ponta de nossa bandeira.
Acredito que muitos brasileiros se sentiram ultrajados com o ato, pois a bandeira é um dos símbolos de nossa pátria.
O alvo de nossos protestos não pode ser o Brasil ou qualquer um de seus símbolos, não faz sentido. Nosso protesto deve se voltar contra os congressistas que elegemos repetidamente, fichas sujas conhecidos e corruptos de carteirinha, parlamentares preocupados com seus próprios interesses ou dos grupos que os financiam.
Lembrei de um texto que escrevi no ano passado e vou postá-lo novamente, pois é um texto onde falo da nossa bandeira com o respeito e o carinho que ela merece.
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Estava sentada no degrau da escada do prédio Brasil XXI, quando um barulho chamou minha atenção. Parei de ler para ver o que era e dei de cara com a bandeira brasileira tremulando no alto do seu mastro, bem na minha frente.
Olhei para nossa bandeira, observei-lhe as cores, a inscrição no centro e as estrelas e, quando me dei conta, estava viajando naquele símbolo. Fiquei desapontada quando não consegui lembrar o estado representado em cada uma daquelas vinte e sete estrelas.
Estudei em colégio de freiras e tenho em minha memória os hasteamentos da bandeira brasileira que aconteciam uma vez por semana, numa cerimônia cheia de formalidades. Naquela época eu não compreendia a importância do ritual, mas lembro que cantávamos o hino nacional enquanto a bandeira era hasteada e todos os estudantes queriam ter a honra de participar do hasteamento. A cerimônia acontecia antes do começo das aulas das turmas da manhã.
A Madre Prefeita subia numa espécie de púlpito que ficava no pátio coberto e disparava uma campainha irritante e barulhenta para que os alunos fizessem fila por turma e por ordem de tamanho. Todos os alunos e professores, sem exceção, participavam do evento. A bandeira era hasteada no mastro que ficava no pátio descoberto. Os alto falantes espalhados em vários pontos do pátio coberto tocavam o hino nacional e os estudantes, os professores e as freiras do colégio, com as mãos no peito, cantavam em coro. Ao final os alunos se dispersavam e saíam correndo para suas salas de aula.
Nas aulas aprendíamos a letra do hino e a importância dos símbolos da Pátria e hoje, quando não consigo identificar o estado que cada estrela representa, fico muito triste. O pouco que ainda me lembro é que a estrela solitária chamada Spica representa o Estado do Pará e que o Cruzeiro do Sul, representando os Estados da Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro fica no centro do círculo azul. As demais não consigo fazer a menor idéia.
Não sei hoje como funciona, mas tenho a impressão de que as escolas não devem mais cantar o hino, pois muita gente sequer sabe sua letra de cor. Infelizmente os brasileiros não aprendem, como devem, o valor do civismo e só se lembram da bandeira na época da copa. Aliás, civismo maior deveríamos ter na hora de votar com responsabilidade. Precisamos aprender a votar.
Mas voltando a bandeira, como eu estava com a máquina fotográfica na bolsa, resolvi tirar uma foto. Fiquei um tempão esperando o melhor momento para o clique porque o vento embolava a bandeira no mastro, mas quando ela se mostrou por inteiro, linda em suas cores, consegui eternizar o momento na fotografia.
Observando nossa bandeira mais atentamente vi que o verde que representa nossas florestas está cheio de falhas, meio desbotado. É consequência das derrubadas das matas por pessoas gananciosas e inescrupulosas; é consequência das queimadas criminosas e da destruição de nossas matas ciliares que, por sua vez, encolhe nossos recursos hídricos, sejam eles rios outrora caudalosos, riachos ou fontes. Nosso verde está encolhendo...
O azul do nosso céu está obscurecido pela espiral negra da fumaça e poluição, lançados continuamente no ar.
O amarelo de nossas riquezas está sumindo desde a época do descobrimento até os dias de hoje, quando vemos pela TV imagens do dinheiro de nossos impostos escondidos nas cuecas, nas meias, nas malas clandestinas e até em falsas bíblias. Alguns de nossos homens públicos, indignos da pátria que representam, se apropriam descaradamente dos recursos que deveriam promover o desenvolvimento e o bem comum.
Finalmente, o branco que deveria representar a paz, está encardido, mais amarelado. Alguns representantes do poder público, preocupados em engordar suas contas bancárias em paraísos fiscais, preferem fazer vista grossa à violência crescente em todo país, deixando a população cada dia mais refém da bandidagem que começa na periferia e se alastra até o Congresso Nacional.
É, as cores da nossa bandeira estão cada dia mais apagadas e o lema "ordem e progresso" uma orientação ética da vida social, sugerindo que o interesse coletivo deve prevalecer acima do individual está há muito esquecido.
Está passando da hora de reavivarmos as cores da nossa bandeira, de transformarmos o Brasil, gigante pela própria natureza, na verdadeira pátria dos brasileiros.

Nascimento e morte de um gato de estimação

Era manhã de um dia qualquer no ano  de 1983, quando um garoto desconhecido apareceu com uma caixa de papelão bem funda, cheia de filhotes de gatos. Como ninguém topou adotá-los ele não teve dúvidas, abandonou a caixa com os gatinhos na entrada da portaria do bloco de apartamentos em que eu e  minha família morávamos.
Os gatinhos começaram a sair da caixa  tão logo acordaram de um profundo sono, para começarem a circular embaixo dos pilotis do bloco e pelo jardim. Era filhote espalhado por todos os cantos até serem encontrados por garotos malvados que saíram matando sem dó nem piedade cada um deles.
Minha mãe ouvindo um miado insistente, e sabendo da carnificina que haviam cometido com os filhotes, desceu até a portaria e encontrou um gatinho feio e magrela que havia sobrado no fundo da caixa. Pelo jeito ele era mais dorminhoco e lerdo que os irmãos, sua sorte.
O gato sortudo era bem pretinho com listras cinza-escuro ao longo do corpo, olhos redondos muito grandes e bem amarelos e uma cauda fininha como um barbante. Era feio de dar dó, mas foi amor a primeira vista, e amor não se explica. Ela o adotou na hora, apaixonada que sempre foi por animais.
Quando vi que não havia mais o que fazer e que o gato iria mesmo fazer parte da família, pois o mesmo já havia até recebido um nome,  minha exigência foi que pelo menos dessem um banho naquele bicho feio e magricela. Rapidinho esquentaram  uma água para o primeiro e único banho que o Nino tomou em casa, berrando feito um louco durante toda a operação. O segundo passo foi levá-lo ao veterinário para as vacinas necessárias.
Foi preciso pouquissimo tempo para que o Nino se tornasse  um filhote bonito, bem cuidado e muito brincalhão. Era virou a alegria da casa e vivia no colo da minha mãe que o mimava de todas as formas. Cresceu rápido como qualquer gato, e parecia uma pantera negra quando dormia espichado no sofá da sala, seu cantinho predileto.
Quando mudamos do apartamento para uma casa com quintal e um grande  jardim ele ficou muito assustado. No primeiro dia, enquanto os móveis eram colocados no lugar, ele se enfiou num armário e ficou lá escondido o dia inteiro, mas no dia seguinte saiu devagar para o quintal, e muito desconfiado foi aos poucos explorando cada novidade que encontrava e não demorou muito para fugir para o quintal vizinho que estava vazio e era separado do nosso apenas por uma cerca de arame farpado. Minha irmã ficou nervosa e com medo que o gato desaparecesse e foi  rápido pegá-lo de volta.
O Nino aproveitou muito sua juventude, correndo pelos lotes vazios e sem muros  no condomínio que morávamos. Rapidinho aprendeu a caçar e vivia pegando passarinhos distraídos e calangos que trazia e deixava na porta da cozinha, para desespero da minha mãe e da Suzi.
O condomínio começou a crescer e muitas casas foram construidas com muros, mas mesmo assim, enquanto teve energia,  Nino corria pelos quintais vizinhos. Para identificá-lo, evitando que alguém o ferisse, nós colocamos uma coleira em seu pescoço. Todos conheciam o Nino e o protegiam. Nunca ninguém o machucou. Ele era um gato que todos gostavam pois, além de muito bonito era também muito carinhoso.
Mas o tempo passou e a idade cobrou seu preço.  Nino envelheceu e não conseguia mais pular o muro. Devagar foi perdendo a visão, emagrecendo, ficando cheio de dores e dificuldades. Era triste olhar sua decadência. O tempo é cruel também para os bichos.
Hoje, mais de dezoito anos depois que foi adotado, o Nino acordou e mal conseguiu se levantar. Minha irmã, muito a contragosto, admitiu que ele estava morrendo. Minha mãe ainda tentou alimentá-lo, mas ele estava muito fraquinho e deitou novamente na almofada que sempre dormia. Minha irmã chorou um choro sentido. Era alguém da família que estava partindo. Eu também acabei chorando. O Nino miou pela última vez e fechou os grandes olhos amarelos para sempre.

A Volta do Filho Pródigo, de Rembrandt


A volta do filho pródigo
Rembrandt

Em julho finalmente irei a São Petesburgo e Moscou, duas cidades que sempre tive vontade de conhecer na Rússia. Antecipando a viagem, ando pesquisando algumas coisas que quero ver bem de pertinho e o quadro "A volta do filho pródigo" de Rembrandt, adquirido por Catarina, a Grande, em 1766, e que está no Museu Hermitage em São Petesburgo, é uma delas.
Gosto muito de Rembrandt e este quadro é uma de suas obras primas. O livro escrito pelo teólogo Henri Nouwen, analisa esta pintura com um olhar minucioso e detalhista e,  a partir de suas meditações,  numa profunda viagem espiritual, ele nos revela detalhes que o quadro transmite.
Rembrandt, como qualquer outro pintor do período barroco, que é marcado pelo realismo, pintou muitas cenas bíblicas. A volta do filho pródigo  é a terceira parábola do livro de Lucas, capítulo 15, da bíblia. Este quadro é cheio de mensagens em detalhes sutis. Vamos olhar com olhos de ver para enxergar as mensagens que ele nos transmite:
O pai, em pé usando uma túnica vermelha, que é a demonstração da riqueza que ele possuia, está numa atitude acolhedora para com um  filho andrajoso e perdido que retorna à casa do pai, depois de torrar toda sua parte da herança com festas e prostitutas.
A mão esquerda do pai, forte e máscula, sustenta e ampara este filho, enquanto  sua mão direita, mais delicada e feminina, é fina e leve como a mão de uma mãe carinhosa e meiga, que sabe consolar.
O pé esquerdo do filho pródigo está descalço para significar a mais desprezada situação que se pode chegar um ser humano. Sua face escondida no peito do pai é uma atitude de humilhação. O filho voltou não para ocupar seu lugar de filho no casa do pai, mas se conformando em ser um serviçal qualquer.
O filho mais velho, que está de pé, é um observador crítico e cheio de ciúmes. Ele está morrendo de inveja e ressentimento porque não aceita o fato do pai ter perdoado o filho mais novo e mandado fazer uma grande festa para comemorar sua volta a casa. Este pai é a personificação do amor, do amparo.
Em resumo, o quadro é de uma beleza impar. Não vejo a hora de estar bem de frente a este obra prima do grande Rembrandt.

Avacalhando títulos

Conconcordo em gênero, número e grau com o Reinaldo do Jornal do Brasil:  "o mundo está passando por uma quinzena de esquizofrenia honorífera!". Aliás, discordo só no ponto em que ele diz "uma quinzena" pois entendo que é muito mais do que isto.
Ainda hoje continuo me perguntando quais foram os motivos que levaram a Universidade de Coimbra a conceder o título de "Doutor Honoris Causa" ao ex presidente Lula. Quais os critérios levados em conta para conceder tal título? Será que debochar e dizer escancaradamente, durante oito longos anos de governo, que estudar é desnecessário é um deles? O cara nunca estudou, nunca fez absolutamente nada pela educação, debocha de quem passa anos estudando e ainda assim é agraciado com um título de doutor? Doutor do quê? Doutor em quê? E será com este título que ele será apresentado nas palestras que anda fazendo pelo mundo...
Agora, como se não bastasse, a Academia Brasileira de Letras confere ao Ronaldinho Gaúcho a Medalha Rui Barbasa, uma medalha que é a mais alta honraria do acervo de prêmios culturais da academia. A troco de quê?
Cá entre nós, não dá para levar a sério nenhum tipo de prêmio. Sempre existe algo de podre por detrás deles, seja o Oscar ou  um prêmio de miss. Pensava eu (tão bobinha) que o título de doutor fosse coisa séria... Ledo engano.

Henrietta Lacks

Hoje meus agradecimentos e minha homenagem vão para Henrietta Lacks e suas células imortais, que se multiplicam incessantemente nos laboratórios do mundo inteiro desde 1951, ano de sua morte por câncer cervical, auxiliando nas pesquisas em biomedicina e permitindo, desta forma, a cura de várias doenças como câncer, ou vacinas contra a poliomielite, hepatite B e o HPV, mapeamento genético e tratamentos quimioterápicos menos agressivos para o câncer. Suas células ajudaram a desenvolver remédios para o tratamento desde herpes ou gripe até hemofilia, mal de Parkinson e leucemia. Hoje tem sido usadas na pesquisa da digestão da lactose e até no estudo da longevidade e muitos outros.
As células imortais de Henrietta Lacks são chamadas células HeLa (pronuncia-se rilá), mas  pouco se sabia sobre sua vida e sua história,  até que Rebecca Skloot, inconformada com o desconhecimento desta importante figura humana para a ciência moderna, resolveu escrever o livro: A vida imortal de Henrietta Lacks, tirando-a da obscuridade.
Deixo aqui no espaço deste blog (pouco conhecido, infelizmente) o meu agradecimento a Henrietta Lacks e sua família. Sem suas células imortais talvez eu nem estivesse mais por aqui vivendo minha vida, curtindo minha filha, minha família,  meus amigos, ou fazendo as coisas que tanto gosto.

Judite e Holofernes


Conversando com uma amiga que pretende participar de um retiro religioso, inspirado na passagem bíblica da viúva hebraica Judite e o capitão filisteu do exército de Nabucodonosor, Holofernes, resolvi fazer esta postagem.
A história de Judite e Holofernes, retratada por grandes mestres da pintura como Caravaggio, Goya, Bottitelli, Mantegna e Artemisia Gentileschi, faz parte de um dos livros do antigo testamento e centra sua atenção sobre uma mensagem religiosa, talvez para fins didáticos, pois ignora fatos históricos.
O livro de Judite mostra que a fé autêntica encarna a fidelidade a Deus e ao Seu projeto dentro da situação histórica concreta que um povo esteja vivendo. Mostra também que é preciso agir com discernimento para realizar uma ação verdadeiramente eficaz.
Na história de Judite, Nabucodonosor, rei da Assíria, enviou seu comandante Holofernes para subjugar os judeus. Achior, lider do Ammonites, adverte Holofernes que Deus irá defender os israelitas, desde que eles permaneçam fiéis.
Holofernes, ignorando o aviso, comanda seu exército assírio e manda destruir a rede de abastecimento de água para sitiar a cidade, cercando os israelitas na vila de Bethulia, perto de Jerusalém.
Judite, uma viúva rica, pondo em prática um plano para salvar os judeus, vai ao acampamento assírio fingindo ser uma informante contra seu povo. Holofernes, encantado por sua beleza, a convida para um banquete em sua tenda, acaba embriagado e adormece. Judite aproveitando-se de uma espada que estava ao lado do comandante adormecido, corta-lhe a cabeça e a coloca dentro de um saco. Em seguida retorna para seu povo, carregando a cabeça de Holofernes.
O exército assírio, sem o seu comandante, foge em pânico dando a vitória aos israelitas que comemoram não só a vitória como o prazer de louvar o Deus verdadeiro, que vence os ídolos opressores.

A primeira foto e uma obra de Caravaggio que, como todo pintor renascentista, pintou temas bíblicos. A diferença em seu trabalho é que ele ilumina sua pintura em tons dourados, chamando a atenção do expectador para determinados pontos da tela que retrata o corpo humano com perfeição.

Artemisia Gentileschi, na pintura acima, parece refletir seu desejo de vingança contra o homem que a violentou, obrigando-a a sair de Roma para Florença após um longo e doloroso processo judicial que a expôs e humilhou. A Judite de sua obra é a própria Artemísia forte e vingadora degolando Holofernes, como a simbolizar a castração que ela certamente queria infligir a seu abusador, que era também assistente de seu pai no ateliê de pintura.

Gotas da chuva





Choveu de madrugada.
O barulho da chuva
Caindo sem pressa de alcançar o chão,
Embalou meu sono
E refrescou ainda mais a noite escura.
Pela manhã gotas cintilantes
Brilhavam nas plantas do jardim
Ampliando o reflexo tímido do sol.
Poças d'água se transformaram em banheiras para os passarinhos
Que vieram aproveitar um mergulho.
Enquanto a natureza saciava sua sede
Na enorme torneira natural
Que recicla a vida,
Faz brotar a semente
Perpetua a espécie.

Deu a louca no mundo e nas pessoas...

Sinceramente, estou perplexa com tudo o que anda acontecendo pelo mundo afora. Nem sei o que pensar... As notícias pipocam em todos os sites e jornais, mas são sempre muito ruins. Parece que deu a louca no mundo e nas pessoas... Onde estão os valores? A ética deixou mesmo de existir? É o salve-se quem puder?

O planeta está doente e não para de sofrer catástrofes por todos os lados. É o degelo no polos, chuvas torrenciais ou secas destruidoras, terremotos, maremotos. Até as aranhas resolveram inovar e construiram suas teias envolvendo árvores inteiras. O que será que ainda veremos acontecer com nosso planeta terra?

Como se não bastassem os desastres naturais ceifando tantas vidas, destruindo bairros, cidades, países inteiros, os conflitos estão se multiplicando e matando ainda mais pessoas, como se a vida não tivesse nenhum valor. Os ditadores não aceitam largar o poder sem antes dizimar seu próprio povo. Estão viciados demais com a idéia de que são deuses, quando não passam de tiranos insanos e cruéis.

Aqui em nossa terrinha os políticos continuam chafurdando na lama da corrupção. A independência dos poderes parece utopia e a certeza de que a justiça não é igual para todos está cada vez mais escancarada. O instituto da delação premiada é, no mínimo, imoral. O indivíduo, tremendo dedo duro, rouba descaradamente, entrega todos os comparsas e sai limpo, livre, leve e solto e vai gozar a vida com o fruto da roubalheira descarada. Ora me poupe, onde já se viu uma coisa absurda como esta? Só pode ser gozação com a cara do povo. A população comum, aquela que paga impostos e não sonega, que desconta na fonte e tem sua declaração de renda examinada com a lupa da receita, não consegue entender. Nem Freud explica.

Com tanta coisa errada acontecendo no Congresso Nacional e em todos os outros níveis dos poderes, não é de se estranhar que um louco insano entre numa escola, pela porta da frente, e saia atirando e matando pessoas aleatoriamente. Que coisa mais triste. Não existe teoria na psiquiatria forense que consiga explicar uma insanidade destas. Matar crianças? A troco de quê? E ainda deixar uma carta exigindo como ser velado e enterrado? O corpo de um indivíduo desses não serve sequer para alimentar abutres...

Uma cuidadora precisando de cuidados


Minha irmã sempre me acompanha nas consultas, ou melhor, sempre me acompanha para todos os lugares onde preciso estar. Ela é minha cuidadora em tempo integral, pois está sempre me auxiliando em tudo o que preciso. Desde que comecei a apresentar neuropatia periférica e perdi a sensibilidade nas mãos e pés evito dirigir e é ela quem dirige e me leva a todos os lugares e fica aguardando com a paciência de um Jó. Semana passada, quando precisei ir a São Paulo fazer exames médicos, ela também foi comigo com toda boa vontade do mundo, mas as coisas não sairam como ela esperava.

No domingo, mal chegamos ao hotel, ela começou a sentir dores nas costas. Como ela gosta de ser durona, escondeu o que sentia para não me preocupar. Na segunda-feira passamos muitas horas dentro do hospital AC Camargo, ela na sala de espera que é gelada; eu, na enfermagem que é mais gelada ainda. Esquecer de levar casaco para o hospital é um verdadeiro desastre, pois qualquer um acaba congelado lá dentro.

Quando saimos ela reclamou que estava sentindo muito frio, apesar de estar usando um casaco quentinho, mas atribui sua queixa as muitas horas que ficamos expostas ao ar refrigerado gelado do hospital. No hotel ela comentou que o corpo estava dolorido e que achava que estava gripando, resolveu tomar um comprimido de resfenol e dormiu mais cedo do que o costume.

No dia seguinte ela amanheceu febril e continuou tomando o resfenol, que a deixava melhor. Insisti em levá-la a um pronto socorro mas ela recusou dizendo estar melhorando. Dormimos cedo e na quarta-feira ela amanheceu melhor. Aproveitamos para ir ao MASP e almoçamos por lá, mas voltamos cedo para o hotel porque meu corpo doía todo e minhas costas ardiam.

A febre voltou a incomodar minha irmã que continuou tomando o resfenol e se recusando procurar um médico, mas na quinta-feira pela manhã ela estava melhor e aproveitamos para dar uma volta pelo Mercado Municipal onde compramos alguns temperos e voltamos para o hotel mais cedo do que gostaríamos. Ainda não estou conseguindo manter o pique que sempre tive para caminhar muitas horas, pois o corpo parece todo moído e as costas ardem muito, além do mais minha irmã estava ainda se sentindo indisposta.

Fizemos um lanche no hotel e deitamos para assistir TV. A Suzi foi ao banheiro e me chamou assustada para mostrar uma pedra preta e cheia de pontas que ela tinha acabado de expelir enquanto tentava urinar. Assim que a marvada caiu no vaso sanitário todo o mal estar que ela vinha sentindo desde o domingo desapareceu como que por encanto.

Ainda não consegui entender como minha irmã conseguiu me acompanhar durante toda a semana, pois devia estar sentindo muita dor. Por menos que tenhamos andado pela cidade, ainda assim andamos muito para quem expeliu uma pedra daquele tamanho. Ela parecia abatida, mas pensei que fosse apenas um começo de gripe como ela mesmo havia sugerido. Nunca me passou pela cabeça que a criatura estivesse sentindo uma dor f... Todo mundo diz que a dor que se sente ao expelir uma pedra dos rins é a pior dor que existe, que dói mais do que a dor do parto!

Ela insiste em dizer que sentiu uma dor muito forte apenas no domingo, logo depois que chegamos ao hotel. Nos outros dias, segundo ela, sentiu apenas muito frio e indisposição, mas que atribuiu ao fato de estar com febre.

Vai ter vocação para ser cuidadora desse tanto! Disfarçar uma dor forte para não me preocupar? Dessa vez a cuidadora é que estava precisando de cuidados...

Os gatos de Eva


Minha amiga Eva tem o coração maior do que o Everest. Está sempre pronta a ajudar, principalmente em se tratando de animais indefesos.

Embaixo do bloco onde ela mora na Asa Norte, vivia uma gata de rua. Todos os dias Evinha levava comida para a gatinha, que foi ganhando sua confiança e se deixava acariciar, mas fugia de qualquer outra pessoa.

Como toda gata de rua, assim que entrou no primeiro cio ficou prenhe. Quando nasceu sua primeira ninhada um jovem, personificação da maldade, e morador nas vizinhanças, decidiu matar os filhotes jogando sobre eles uma grande e pesada pedra. Os pobrezinhos morreram esmagados, sem entender o que havia lhes ceifado a breve vida.

Numa segunda gravidez a gatinha sofreu um aborto expontâneo e novamente perdeu toda a ninhada. Um trabalho a menos para o anjo da morte, morador nas vizinhanças.

Um belo dia a gata apareceu prenhe novamente deixando Eva ficou muito preocupada. Se o matador de gatos visse os filhotes iria, certamente, matá-los sem dó nem piedade. Ela decidiu então levar a gatinha barriguda para seu apartamento, onde poderia parir em segurança. Só existia um problema: Kikita, uma gatinha dengosa e ciumenta, que reinava absoluta por lá.

Como era de se esperar as gatinhas se estranharam. Kikita, inconformada em perder sua exclusividade, rosnava e tentava acertar a intrusa com suas garras afiadas. A gata de rua revidava a altura, acostumada que estava em se defender de outros gatos, de cachorros e até de humanos desalmados.

Evinha tentava de todas as formas, e sem sucesso, aproximar as duas gatas. Kikita não gostava nada da nova inquilina. A outra, que naquela altura já fora batizada e passou a ser chamada Susie, entrou em trabalho de parto dando à luz três filhotes. Kikita ficou ainda mais enciumada, pois minha amiga, se sentindo a própria avó dos bichanos, se desdobrava em cuidados com Susie e os filhotes.

Alguns dias depois, apesar de todos os cuidados, um dos filhotes morreu, e assim que os outros dois desmamaram foram adotados, com a promessa de serem muito bem cuidados pelo casal que os levou.

Passado algum tempo Susie, talvez saudosa da liberdade nas ruas e jardins das quadras de Brasília, ou quem sabe estivesse de saco cheio dos ataques ciumentos de Kikita, fugiu de casa. Eva procurou por todos os lados, mas não encontrou nenhum sinal da gata. Como era época de Natal, Eva fez então um pedido ao Aniversariante: queria de presente a volta da gatinha. Coincidência ou não Susie voltou na noite de Natal, para alegria de Eva e tristeza de Kikita que teve que se dar por vencida, passando a tolerar a presença de Susie, embora nunca tenham se tornado amigas.

Quando Susie ficou muito gripada e precisou ficar internada numa clínica veterinária, Evinha conheceu um gatinho magricela e muito feioso, que sempre sobrava na caixa de gatos para adoção. Ninguém se animava em adotar o bichano. Para tristeza de Kikita e alegria da Susie, Evinha adotou o gatinho enjeitado e o levou para o apartamento.

Manolo, como ela o chama, se transformou num gatão muito carinhoso, mas continua magrelo. Vive dando banhos de lingua na Susie, que adora o carinho. Kikita se mantém longe dos dois.

Evinha não se contenta em cuidar dos três gatos que tem em casa. Ela continua cuidando de alguns gatos de rua e os chama pelo nome: é a viralata Bichi-biche; o Nenê, um filhote bem pretinho; a Bicó, uma gatinha cotó e o Sacanão, um viralatas cheio de pose e muito conquistador. Um verdadeiro Dom Juan.

Resultados das tomografias

Fiz as tomografias no Hospital do Câncer, em São Paulo. Não foi bem o resultado que eu gostaria mas, dos males o menor, a doença permanece estável.

Paguei uns bons pecados durante as mais de nove horas que precisei permancer no hospital. O exame estava marcado para 8:30 então, seguindo orientação do hospital, cheguei antes das 8 h e em jejum absoluto. Por volta das 9 h da manhã eu ainda não havia feito nenhum dos exames quando o tomógrafo fez o favor de quebrar. Os pacientes agendados para a máquina quebrada foram remanejados para outra enquanto técnicos tentavam resolver o problema da máquina que já havia pifado um dia antes.

Era mais de meio dia quando fui chamada à sala de enfermagem para puncionar a veia. A novela começou naquele momento. Uma das técnicas tentou mas, percebendo que o trabalho não seria fácil achou melhor chamar outro técnico, considerado muito bom para puncionar veias difíceis. O técnico chegou todo sorrisos, garroteou meu braço quase estrangulando o coitado mas, veia que é bom não apareceu nenhuma. Ele tocou tudo quanto foi canto do meu braço com a ponta dos dedos até que achou sentir uma veia boa. Eu avisei que naquele lugar minha veia era profunda, mas não adiantou. Técnico de enfermagem que se preza tem certeza que conhece a anatomia do paciente muito melhor do que o próprio paciente, e então ele enfiou a agulha bem superficalmente e ficou rodando de um lado para o outro e perguntando se estava doendo. Adianta falar que dói??? Eles continuam a tortura numa boa e é claro que puncionar a veia que é bom, nada.

O enfermeiro resolveu interromper a sessão de tortura e retirou a agulha. Olhou bem dentro dos meus olhinhos marejados e falou que seria melhor colocar uma compressa quente para ver se alguma veia resolvia dar o ar da graça. Respirei aliviada.

Daí alguns minutos o enfermeiro volta com uma luvinha cheia de água quente e coloca em meu braço insistindo da forma errada até deixar a dobra do braço toda roxa. Quando ele viu que não acertava resolveu investir no meio do antebraço e mais uma vez não deu certo, e mais outro roxo para a coleção de roxos remanescentes da semana anterior.

Depois de me furar toda várias vezes o enfermeiro se deu por vencido e foi falar com o médico que autorizou fazer o exame sem contraste, já que minhas veias estavam insistindo em se esconder. Respirei aliviada.

As horas foram passando e nada de me chamarem para o exame. Já passava das 14 horas quando comecei a me sentir mal de fome. Reclamei com o enfermeiro que novamente consultou o médico para autorizar a ingestão de um copo de suco. Bebi o suco doce, mesmo não gostando muito de açucar, pois estava para desmaiar de fome naquela altura do dia.

Não demorou muito tempo para que eu começasse a sentir enjôo, resultado do jejum prolongado, combinado com o suco doce. Finalmente fui para a sala de exames por volta das 16 horas, rezando para não vomitar, pois o enjôo só piorava. Consegui fazer todos os exames, mas tão logo saí da máquina, ainda no corredor, comecei a vomitar o suco e sei lá mais o quê.

Fiquei impressionada com a rapidez com que o segurança do hospital apareceu com uma cadeira de rodas, colocou-me sentada e saiu voando a procura de um médico que pudesse me atender. Os enfermeiros estavam preocupados achando que eu pudesse estar passando mal por causa do contraste que acabei recebendo para fazer os exames pois, minutos antes de ser chamada para o tomógrafo um enfermeiro conseguiu puncionar uma veia em meu braço cheio de hematomas.

Quando consegui falar eu disse para a médica que o problema com certeza era apenas fome, pois eu estava há mais de vinte horas sem comer. O contraste não tinha culpa de nada, coitado. Eu já havia tomado contrastes em várias ocasiões e nunca tive nenhum tipo de reação. Depois de me examinar a médica acabou me liberando. Saí dali direto para o único restaurante que ainda estava aberto naquela altura do dia e almocei pouco, mas comi alguma coisa salgada. Que alívio... Fome é muito triste.