Aguardando o resultado do PET

     O terceiro ciclo do novo protocolo conseguiu me nocautear por vários dias, pois além das quimioterapias também precisei fazer o zometa e cinco doses do granuloquine e estas duas medicações provocam muitas dores no corpo. Dói cada pedacinho, dói lá dentro do osso... Foram dias difíceis, senti muita fraqueza e mal estar e, como se isto fosse pouco, as crises de tonteira resolveram dar o ar da graça novamente. Agora basta deitar e girar o corpo que ela vem feito uma locomotiva desgovernada e me joga numa espiral enlouquecedora me dando a impressão que caí bem no olho de um furacão tropical... É muito ruim, mas o pior já passou.
     Na última terça-feira fiz outro PET para que meu oncologista possa avaliar se o novo protocolo está realmente funcionando. Na próxima quarta-feira vou ao médico porque na quinta está agendado o quarto ciclo da nova quimioterapia. Vamos ver o que me aguarda... Quando o mal estar melhora está na hora de fazer outro ciclo de químio e começar tudo de novo... Haja paciência.
     Aguardar o resultado do PET é um misto de emoções contraditórias porque nunca dá para ter certeza do que irá aparecer no resultado. Já houve ocasião que eu jurava que tudo estava bem e o resultado foi um desastre, em outras eu podia jurar que era fim de linha e tudo tinha melhorado. Doença mais maluca. 

Semana difícil

     Ando impaciente com todos estes sintomas e efeitos colaterais do novo protocolo de quimioterapia. Acho que cheguei no meu limite de tolerância para suportar com bravura todos os altos e baixos de um tratamento tão difícil... Estou de saco cheio disto tudo. Está muito difícil perceber luz no fim do túnel.
     Depois do terceiro ciclo da quimio voltei a sentir muita tonteira e mal conseguia ficar em pé. Na noite da terça-feira, antes de deitar, fiz o exercício que o otorrino ensinou e assim que me sentei novamente na cama senti como se alguém muito forte me empurrasse com força puxando para trás. Sem controle, caí de costas na cama, o mundo girou feito louco e não consegui me mover. Não sei quanto tempo fiquei ali parada esperando a tonteira melhorar. Não tive coragem de levantar, então acabei dormindo com a luz acesa e voltei a acordar por volta das quatro horas da manhã, já me sentindo um pouco melhor. Consegui levantar sem tonteira e foi mais fácil fazer a manobra de Brandt Daroff para tentar recolocar no lugar certo os pequenos cristais do ouvido interno.
     Acho que o terceiro ciclo foi muito pesado, pois além da carboplatina com seus efeitos colaterais, ainda precisei fazer o zometa que provoca muitas dores no corpo e também precisei fazer cinco doses de granuloquine (por causa da baixa imunidade) que também deixa o corpo todo dolorido. Foi uma pancada muito forte e eu me senti um trapo durante todos estes dias. Hoje estou me sentindo um pouco melhor, menos dolorida mas ainda um enjoada e muito cansada.