nova bateria de exames em São Paulo

Amanhã irei novamente a São Paulo para nova bateria de exames e consultas, para conferir se a nova medicação está realmente segurando o avanço da doença. Estou um pouco apreensiva, o que é de se esperar, pois nunca temos certeza absoluta de como o organismo está reagindo aos quimioterápicos.
Vou aproveitar para conferir também se os incômodos enjôos que andam me atormentando tendem a desaparecer, porque ninguém merece enjoar todo santo dia. Cá entre nós, é uma m.... enjoar o tempo todo.
Como vou ficar em São Paulo uma semana inteirinha, quero aproveitar para andar pela cidade, ir ao mercadão e me perder no meio daquelas barracas cheias de queijos maravilhosos, mil frutas, e tudo que é tipo de produto que se possa pensar e temperos de todos os lugares do mundo (que eu adoro). Lógico que também quero visitar seus museus e aproveitar para assistir alguma boa peça de teatro. Adoro São Paulo, e acho bom demais bater perna pela cidade ou apenas sentar num banco de um belo parque e deixar o tempo passar, sem pressa...

Evinha e o beija flor

imagem retirada da internet

Evinha chegava correndo na clínica médica para um exame de rotina, quando percebeu um beija flor caído em cima de uma mureta que estava em seu caminho. Condoída, pegou o minúsculo passarinho com todo o cuidado e o aqueceu entre suas mãos em concha. Naquele momento notou que a avezinha movimentou suas minúsculas pálpebras. Respirou aliviada ao constatar que o colibri estava vivo. Decidiu levá-lo para a clínica, para tentar reanimá-lo.
Já no consultório, pediu que a secretária arranjasse um pouco de água com açucar. Ofereceu a água ao passarinho que começou a dar outros sinais de que estava vivo. Ele bebia a água com sofreguidão, mas continuava deitado quietinho, mexendo apenas os pezinhos e os olhinhos negros. A secretária arranjou uma caixinha para colocar o passarinho que se recuperou enquanto Evinha fazia seus exames.
Quando retornou à sala de espera Evinha notou que o colibri já estava todo faceiro dentro da caixinha. Ela então saiu da clínica e decidiu soltá-lo nos jardins da Embrapa, que ficava ali perto. Olhou em volta procurando algumas flores quando percebeu um enorme gavião de olhos atentos, mas mesmo assim decidiu abrir a caixinha para que o delicado colibri ganhasse novamente a liberdade, afinal ele deveria viver por ali e, certamente, sabia como se safar de predadores vorazes.
A avezinha minúscula e delicada voou ligeiro para em seguida pousar numa grande folha, de onde ficou observando Evinha por alguns momentos, com seus olhinhos pretos bem redondinhos. O colibri virou sua pequena cabecinha, olhou para o céu azul e novamente para sua salvadora, como a agradecer pela ajuda. Em seguida abriu suas asinhas coloridas e delicadas e voou para a imensidão azul. Evinha exultou, teve até vontade de bater palmas. Ela havia salvado o passarinho de uma morte certa. Estava feliz.
Preocupada em soltar o colibri em segurança, ela não notara o enxame de abelhas furiosas que voavam por perto, quando entrou no jardim. Só percebeu os pequenos insetos quando as abelhas começaram picá-la furiosamente. Ela correu para o carro para se proteger do ataque, mas algumas abelhas tinham entrado em suas roupas e o estrago já estava feito. Por sorte ela não é alérgica, mas até hoje seu corpo exibe marcas dos ferrões das abelhas que encheram seu corpo de bolotas inchadas e vermelhas.

Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos














As manchetes dos dias 21 e 22/mar/2011 destacaram o furto da tela "paisagem européia", ocorrido na Pinacoteca Benedito Calixto, em Santos, no último domingo. A pintura furtada foi executada por Benedito Calixto em 1884.
Você já ouviu falar deste pintor brasileiro? Se a resposta for não, não fique triste, pois não está sozinho. A maioria da população brasileira desconhece nossos grandes artistas do passado.
Benedito Calixto de Jesus foi um grande pintor autodidata do final do século XIX e início do século XX que, juntamente com Almeida Júnior, Pedro Alexandrino e Oscar Pereira da Silva se destacou nas artes plásticas. Ele deixou um legado de mais de 700 quadros, dos quais 500 estão devidamente catalogados.
Calixto nasceu no dia 14 de outubro de 1853 em Itanhaém, São Paulo, e faleceu na capital do estado no dia 31 de maio de 1927. Começou a fazer seus primeiros esboços ainda muito jovem, aos 8 anos de idade, e já demonstrava grande talento. Aos 16 mudou-se para Santos onde chegou a pintar muros e placas de propaganda para sobreviver. De lá mudou-se para Brotas, onde viveu por mais de 10 anos.
Em Brotas trabalhou com o irmão e ficou responsável pela conservação da igreja matriz e de suas imagens. Nas horas vagas, tendo a disposição tintas e pincéis, pintava telas com vistas do local, com as quais presenteava os amigos. Mais tarde especializou-se na pintura de retratos e natureza morta.
De volta a Santos passou a pintar paisagens nos tetos e paredes das mansões dos ricos comerciantes. Fez sua primeira exposição em 1881, no salão do Jornal Correio Paulistano, mas não vendeu nada, embora a crítica lhe tivesse sido favorável.
Em 1882 pinta a parte interna do teatro Guarany, em Santos, o que lhe rendeu uma bolsa de estudos em Paris, para aprimorar sua arte. Lá frequentou o ateliê do mestre Rafaelli e a Academia Julian durante mais de um ano. Nesta época descobriu a fotografia.
De volta ao Brasil em 1884, trouxe na bagagem uma câmara fotográfica que passou a utilizar para fazer suas pinturas. Foi pioneiro no Brasil no uso da fotografia para pintar. Morou em Santos e depois em São Vicente, onde montou seu ateliê. Produziu inúmeras marinhas do litoral paulista e diversos painéis de temas religiosos para igrejas em todo o país.
Realizou entre os anos de 1886 e 1887 várias exposições na Europa, alcançando enorme sucesso.
Algumas de suas obras de maior destaque encontram-se no Museu do Ipiranga em São Paulo. São elas: Fundação de São Vicente, Inundação da Várzea do Carmo, Domingos Jorge Velho, Padre Anchieta, D. Pedro I, José Bonifácio, Padre Bartolomeu de Gusmão e diversas vistas do centro de São Paulo no ano de 1860, pintadas a partir das fotos de Augusto Militão.
Benedito Calixto também foi um historiador com diversos livros publicados. Foi ainda professor de artes, astrônomo e músico amador. Sua pintura assinada a transição do século XIX para o século XX.

Auxílio reclusão

Já faz algum tempo que circula na internet uma mensagem dando notícia do pagamento de salário família do presidiário, feito pela Previdência Social. Eu mesmo já recebi este e.mail, escrito em letra garrafais vermelhas, inúmeras vezes.
A mensagem diz mais ou menos assim:
Portaria 48, de 12/2/2009 da Previdência. Isto é um incentivo a criminalidade. Salário família do presidiário ... bandido com 5 filhos, além de comandar o crime de dentro das prisões, comer e beber nas costas de quem trabalha e paga impostos ... recebe R$ 3.991,50 da Previdência Social. Isso é um incentivo a criminalidade e blá blá blá.
Volta e meia algum amigo liga indignado para comentar o benefício citado ou envia a mensagem com uma raiva incontida e acreditando realmente que é melhor ser bandido do que trabalhador honesto. Como detesto mentiras, e a mensagem é absolutamente mentirosa e serve apenas deixar as pessoas confusas, acreditando em mais uma injustiça, resolvi escrever este post com o objetivo de esclarecer a verdade dos fatos.
Aos internautas que repassam o e.mail sobre o salário família do presidiário, sem conferir a veracidade do mesmo, informo que o conteúdo da referida mensagem, como muitas outras divulgadas pela internet, é absolutamente falso e não condiz com o prescrito na referida lei que criou o benefício, e que já existe há mais de 50 anos.
A pessoa que se deu ao trabalho de escrever a mensagem estava a fim de criar polêmica e indignação na população brasileira, que trabalha e paga impostos ou, lamentavelmente, é um analfabeto funcional.
Analfabeto funcional é aquela pessoa que, mesmo tendo capacidade de decodificar letras ou frases, não é capaz de interpretar textos.
Pois bem, o auxílio-reclusão realmente existe e foi instituído há mais de 50 anos, pelo extinto Instituto de Pensões dos Marítimos e foi mantido pela Constituição de 1988.
Ele é um benefício legalmente devido aos dependentes de trabalhadores que contribuem para a Previdência Social. Presta atenção: ele é devido tão somente para os dependentes daqueles trabalhadores que contribuem para a previdência e, como sabemos muitíssimo bem, a maioria dos presidiários não trabalhavam quando foram presos e muito menos contribuiam para a previdência.
Esse benefício é pago somente aos dependentes do preso e serve para garantir a sobrevivência do núcleo familiar.
O auxílio-reclusão NÃO é proporcional a quantidade de dependentes. O valor do benefício é DIVIDIDO entre todos os dependentes e não multiplicado como diz a mensagem.
Por fim, para o conhecimento de todos, de acordo com o boletim estatístico da previdência, o valor médio pago como auxílio-reclusão em janeiro de 2011 foi de apenas R$ 627,98 por família, e não mais de 3.000,00 como está escrito na mensagem.
Quem desejar ler sobre o assunto com mais detalhes é só entrar no site da Previdência Social. O endereço é http://www.previdenciasocial.gov.br/

Velhice, alzheimer e dependência

D. Maria é viúva, tem 89 anos, está quase surda e enxerga com dificuldade. Ela reside em Presidente Prudente, onde sempre viveu, com um dos filhos que também está doente e precisa de cuidados especiais. Para piorar o quadro, D. Maria mede apenas 1,53m, pesa 115 kg e é portadora de Alzheimer. Por ser gorda e pesada está sempre com assaduras, que certamente devem doer e incomodar bastante. Talvez seja este um dos motivos para ela ser tão implicante e rabugenta.
Sendo os dois incapazes de se cuidar sozinhos é necessária a presença constante, dia e noite, de um cuidador. Uma das filhas de D. Maria vive em Brasília e é ela quem se encarrega das despesas com a contratação de enfermeiros e cuidadores e é ela também quem vive correndo entre Brasília e Presidente Prudente para dar assistência e atender as necessidades da mãe e do irmão.
D. Maria não consegue fazer nada sozinha, é totalmente dependente, mesmo que seja para apenas usar o banheiro, pentear os cabelos ou tomar um simples comprimido. É sempre necessária a ajuda de um cuidador.
Diante deste quadro difícil e delicado sua filha precisa contratar cuidadores tanto para o dia, quanto para a noite, pois D. Maria também costuma trocar o dia pela noite.
Como se não bastasse todos os problemas de saúde de D. Maria e seu filho, sua filha enfrenta um outro problema: a rotatividade dos empregados contratados para cuidar de D. Maria. É que os empregados sabem que os primeiros noventa dias de trabalho são considerados como contrato de experiência e, por isto mesmo, eles não têm direito a nenhum tipo de benefício se forem dispensados dentro deste prazo. Sendo assim eles cumprem fielmente o contrato mas, tão logo ultrapassam os noventa dias começam a faltar ao trabalho e também não atendem prontamente às necessidades da idosa, que já chegou a cair em mais de duas oportunidades em que tentou ir sozinha ao banheiro porque os cuidadores não atendiam ao seu chamado.
No ano passado, para piorar as coisas, o enfermeiro que cuidava de D. Maria, um jovem na faixa de uns 30 anos, comprou um dos remédios que ela costuma usar de uma outra marca, e com isto mudou a cor do comprimido. D. Maria questionou com o enfermeiro se ele não estaria lhe dando algum remédio errado, já que ela nunca havia ingerido um comprimido daquela cor. O enfermeiro explicou que era o remédio certo, apenas de um outro laboratório, e mandou que ela abrisse a boca para tomar o remédio. D. Maria abriu a boca, aceitou o comprimido e o copo d'água que ele ofereceu. Em seguida ela inflou as bochechas e cuspiu toda a água e o comprimido no enfermeiro e o chamou de negro mentiroso.
O enfermeiro, na mesma hora, juntou suas coisas e abandonou a casa de D. Maria entre furioso e ofendido. Não satisfeito entrou na justiça requerendo indenização por danos morais no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais). Dias depois a filha de D. Maria foi chamada na justiça de pequenas causas para uma audiência de conciliação.
Ora, convenhamos: tudo bem que exista uma lei que condena qualquer tipo de discriminação, e eu acho que precisa existir mesmo. Mas daí a justiça aceitar que um enfermeiro com pouco mais de 30 anos fique ofendido com uma idosa de quase 90 anos, portadora de alzheimer, que não diz coisa com coisa, e que o xingou de negro mentiroso, vai uma distância muito grande.
Onde é que estamos? Se isto não é uma forma de ganhar dinheiro fácil, o que será? Um enfermeiro precisa estar preparado para enfrentar uma situação como esta. Não é possível que um profissional da área médica não saiba reagir com tranquilidade diante das reações intempestivas de um paciente idoso e com alzheimer.
Indenização no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) por danos morais porque uma velha de quase 90 anos o xingou de preto? Cá entre nós, não tenha dúvidas de que se ele fosse branco D. Maria certamente o teria xingado de branquelo azedo mentiroso. Ela estava com raiva, e sendo portadora de alzheimer não tinha, como não tem até hoje, controle sobre as emoções ou sobre o que fala. Será que xingar de branquelo também gera algum tipo de indenização?
Estamos vivendo um tempo de verdadeiras cirandas de indenizações geradas por processos movidos por pessoas oportunistas e inescrupulosas, e sentenças duvidosas. Quem for mais esperto ganha mais.
Para quem ficou curioso com o final da história de d. Maria, sua filha acabou fazendo um acordo com o enfermeiro ofendido e mercenário que aceitou receber R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). Afinal era só dinheiro que ele queria. Ivone preferiu fazer o acordo, pagar e acabar com o assunto de vez. D. Maria continua rabugenta e dando trabalho, e a rotatividade dos cuidadores ainda é muito grande.

Um filho para pais amorosos

Meu irmão e padrinho, filho adotivo do meu pai com sua primeira mulher, faleceu ontem. Sua bonita história de vida teve início há mais de setenta anos, numa cidadezinha no interior de Minas Gerais.
Meu pai era casado e vivia feliz com sua mulher e a filhinha do casal, uma linda menina chamada Mercedes, com pouco mais de três anos, e que era a alegria da casa. Mercedinha, como ele a chamava, era uma garotinha alegre e tagarela, de olhos azuis bem grandes, cabelos longos, louros e encaracolados. Ela tinha paixão pelo pai, e a recíproca era muito verdadeira.
Meu pai precisava viajar a trabalho e, volta e meia estava ausente de casa. Numa destas viagens, sua mulher estava grávida, perto de dar a luz, quando a pequena Mercedes caiu doente e veio a falecer de forma súbita. A mãe, transida de dor, entrou em trabalho de parto e acabou perdendo também a filhinha recém nascida.
Se perder um filho já é difícil, perder dois filhos, praticamente no mesmo dia, é uma verdadeira tragédia. Meu pai, ao retornar da viagem de trabalho, encontrou sua família destruída. Sua filhinha, paixão de sua vida, estava morta e a outra, que mal acabara de nascer, também havia falecido e, como se isto não bastasse, sua mulher estava entre a vida e a morte.
Dá para imaginar o desespero no coração do meu pai ao enterrar quase toda sua família. Ele ficou arrasado, destruído pela dor, e ainda teve que conviver durante algum tempo com a incerteza da recuperação da mulher. Deve ter sido devastador para ele, mesmo sendo um homem forte e decidido.
Os dias se arrastavam lentamente tanto quanto a recuperação da mulher do meu pai. Ele esteve presente ao lado dela o tempo todo, dando apoio e muito amor. Ela, amparada por aquele carinho, se recuperou aos poucos, e ficou sabendo que não poderia mais ter filhos.
A perda das filhas já era arrasadora, e o casal ficou ainda mais infeliz com a notícia da impossibilidade de ter outros filhos. Retornaram para uma casa que pareceu mais vazia, mais triste e desolada. Mas a vida continuou sua marcha, indiferente àqueles acontecimentos.
Meu pai mergulhou no trabalho para se anestesiar do sofrimento que o devastava. Sua mulher arrastava seu chinelo surrado pela casa, inconformada com a solidão e a falta das filhas. Estava cada dia mais triste e calada, mais infeliz.
Um dia a sorte do casal mudou. Anita ficou sabendo que uma jovem que acabara de dar a luz não queria ficar com a criança, e não hesitou um segundo sequer para ir atrás do bebê, decidida a adotá-lo como filho. Não questionou o sexo ou a aparência do bebê, pois isto não faria a menor diferença. O importante era que a criança precisava de uma mãe amorosa, um pai dedicado e um lar afetivo. Ela e o marido queriam muito um filho e todos sairiam ganhando naquela história. O bebê iria salvá-los e eles poderiam dar para aquele bebê todo o amor que tinham sobrando no coração.
Quando meu pai chegou em casa, após um dia exaustivo de trabalho, Anita o chamou até o quarto que fora da Mercedinha e apontou o pequeno berço onde dormia uma criança toda enroladinha num cobertor quentinho. Ela explicou que aquele garotinho moreno e de cabelos negros era o novo filho deles, que tinha acabado de nascer. Meu pai, muito emocionado, pegou a criança nos braços e agradeceu a Deus a oportunidade de ser pai novamente.
O garoto desenvolveu com os pais laços afetivos muito fortes. Um filho biológico não poderia ter sido mais parecido com meu pai. Os dois eram muito unidos e amigos inseparáveis. Meu pai amou aquele filho com uma devoção comovedora.
Alguns anos depois que ficou viúvo, meu pai conheceu minha mãe e se casou novamente. Com minha mãe ele teve três filhas e eu, pelo que sempre disseram os mais velhos da família, sou muito parecida com a Mercedes. A única diferença é que tenho os cabelos e os olhos negros. Meu pai nunca se aproximou muito de mim. Acho que tinha medo de me perder como perdeu sua Mercedinha.
Meu irmão continuou a ser a paixão de meu pai, enquanto ele viveu. Agora os dois podem se encontrar no infinito, para se juntarem num abraço comevente de pai e filho, cheio de muita saudade e um amor incondicional. A primeira família do meu pai está reunida novamente.

MULHER

Como se define uma mulher?
Será que somos apenas fêmeas da espécie humana
Pertencentes ao gênero do sexo feminino?
Claro que não!
Somos muito mais do que apenas gênero da espécie humana.
Fomos deusas reverenciadas no Olimpo.
Fomos curandeiras.
Manipulamos ervas e remédios,
Fomos mulheres sábias e parteiras, e
Acabamos perseguidas como bruxas
E queimadas nas fogueiras da inquisição
Durante mais de quatro séculos.
Nosso pecado?
Conhecimento e poder.
Amor e prazer.
A deusa pagã foi eliminada pelo cristianismo patriarcal, e
A mulher subjugada para ser submissa ao homem.
Fomos reduzidas a nada.
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Séculos se passaram para que a mulher criasse coragem de reclamar seu lugar na sociedade machista e, como desbravadoras destemidas, devagar fomos abrindo espaço e conquistamos o direito de ser esportistas, o direito de votar e ser votada, de programar nossa gravidez, usar calça comprida e até mesmo o direito de fazer um curso superior. A mulher casada, somente com a Constituição de 1988, igualou seus direitos aos do marido, e hoje já pode até manter seu nome de solteira, mesmo estando casada. Ela passou a ocupar cargos executivos e teve seus direitos reconhecidos como direitos humanos, apenas em 1993, na Conferência Mundial dos Direitos Humanos, em Viena. Foram então criadas as delegacias das mulheres, e sancionada a Lei Maria da Penha que protege as mulheres de seus parceiros violentos. Ainda temos muito a conquistar, e devagar vamos saindo da sombra. Pelo mundo afora mulheres começaram a se mobilizar. No Brasil surgiram nomes como:
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- Nísia Floresta Brasileira Augusta, pseudônimo de Dionísia Gonçalves Pinto, nascida em 1810. Ela foi educadora, escritora e poetisa, e é considerada pioneira do feminismo no Brasil. Escreveu textos em jornais e publicou livros em defesa dos direitos das mulheres, índios e escravos. Dirigiu colégios de alto nível de ensino como o Colégio Brasil e Augusto, no Rio de Janeiro.
- Ana Neri, que em 1864 se engajou como enfermeira na Guerra do Paraguai para acompanhar dois de seus filhos e um irmão, oficiais do exército, e muito contribuiu com seu trabalho incansável.
- Nise da Silveira, médica que em 1926 teve coragem de se opor às técnicas agressivas usadas com pacientes psiquiátricos, passando a usar terapia ocupacional para tentar reatar os vínculos desses doentes mentais com a realidade, revolucionando a psiquiatria.
- Alzira Soriano, primeira prefeita brasileira eleita em 1928, em Lages, no Rio Grande do Norte.
- Azaléa de Campos, primeira mulher árbitro de futebol reconhecida no mundo.
- Eunice Michiles, primeira senadora eleita em 1979.
- Maria Augusta Generoso Estrella, 1875, primeira médica brasileira, que precisou estudar em Nova York porque as universidades brasileiras não aceitavam mulheres.
- Rita Lobo, primeira médica formada em território nacional, cinco anos depois que o governo permitiu a matrícula de mulheres em 1879.
- Eliana Calmon, 1999, primeira mulher a integrar um tribunal superior. Foi nomeada procuradora da república em 1974 e iniciou sua carreira na magistratura em 1979.
- Ellem Gracie, primeira ministra no STF no ano 2000.
- Dilma Rousseff, primeira presidente do Brasil em 2011.
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A elas, pioneiras na conquista dos direitos das mulheres, minha homenagem. Elas foram apenas algumas brasileiras que se destacaram no cenário feminino, mas existem milhares de outras mulheres anônimas desempenhando papéis não menos importantes, nas comunidades onde vivem. São mulheres chefes de família, são mães, empregadas domésticas, babás, líderes comunitárias, professoras, catadoras de material reciclável, funcionárias públicas. São mulheres desempenhando as mais diversas ocupações, conquistando seu espaço na sociedade machista que ainda subjuga, maltrata, estupra e mata.

O divertido banho dos periquitos




Dolorinha já está idosa e não acalenta muitas ilusões. Gosta mesmo é de cuidar dos seus animais de estimação, de suas plantinhas, da pequena horta onde cultiva temperos para consumo de sua cozinha e também para presentear os amigos. Seu hobby é costurar lindas colchas em patch work com as quais presenteia as pessoas queridas.
Há uns dois anos seu neto veio passar as festas de final de ano em Brasília e trouxe escondido na bagagem dois periquitos australianos. Claro que precisei comprar uma gaiola para acomodar os passarinhos porque uma vovó nunca pode recusar um presente. Ainda mais quando este presente é idéia do neto.
Ninguém sabia o sexo dos passarinhos até o dia em que apareceu um pequeno ovo no fundo da gaiola. Um deles com certeza era fêmea, mas o outro continuava uma incógnita. Minha mãe pirou e não deu sossego até comprarmos uma casinha para que os passarinhos pudessem fazer um ninho.
Os periquitos adoraram a novidade e começou um entra e sai na casinha assim que ela instalou o acessório dentro da grande gaiola. Passados alguns dias já dava para se ouvir um piadinho que saía lá de dentro. Minha mãe parecia uma avó de primeira viagem e morria de curiosidade para espiar a ninhada dentro da casinha de madeira.
Os dias foram passando e os piados foram ficando mais fortes, até o dia que apareceu uma carinha nova na porta da casinha. Era o filhote mais velho, todo empenadinho, espiando o mundo lá fora, além dos limites do caixotinho que os protegia.
Um dia minha mãe ficou muito aflita quando encontrou um dos filhotinhos, ainda peladinho, no fundo da gaiola tiritando de frio. Ela o pegou com as mãos protegidas com uma luva e o recolocou na casinha de madeira. Passados alguns dias, lá estava ele novamente no fundo da gaiola e minha mãe repetiu a operação e o recolocou no ninho.
Os passarinhos cresceram e foram saindo aos poucos da segurança do ninho para começarem a voar pela gaiola que os aprisiona. Um deles acabou fugindo quando a minha mãe colocava comida fresca.
Todos os dias minha mãe coloca uma grande folha de alface bem molhada para os passarinhos, pois eles adoram comer alface fresquinha. Os filhotes resolveram tomar banho nas gotinhas d'água que ficavam na folha, fazendo a alegria da minha mãe que se encantava com a façanha. Ela não se cansa de contar o quanto é lindo ver a festa dos periquitinhos tomando banho nas gotas d'água da folha de alface.
Prometi que iria fotografar o banho dos passarinhos e, como promessa é dívida, hoje resolvi pegar um banquinho e minha máquina para tentar fotografar o tão falado banho. Sentei no banquinho porque sabia que teria que ficar bastante tempo aguardando o momento certo para o click. Quando o banho começou não me contive e fiquei observando encantada com o que via, mas bastava levantar a máquina para eles interromperem a folia. Precisei me afastar um pouco da gaiola e fotografar de longe, mas mesmo assim consegui algumas cenas interessantes, que só não ficaram melhores por causa das benditas barras da gaiola.
Combinei com minha mãe ir assistir ao banho todas as manhãs para que os passarinhos se acostumem com minha presença com a máquina. Assim que eles se acostumarem quero tentar filmar a cena que é muito engraçada e interessante. Eles começam o banho na folha de alface e depois se animam a entrar na banheira e sobem nos poleiros ainda ensopados para ajeitar suas penas e se secarem ao sol.

Jornada da Alma

Ontem assisti novamente, desta vez com minha filha, o filme Jornada da Alma, do diretor italiano Roberto Faenza.
O filme relata a história de Sabina Spielrein, uma jovem russa de 19 anos, de origem judia, que sofre de histeria, é internada em um Hospital Psiquiátrico em Zurique, na Suiça, e é tratada por Carl Gustav Jung, psicanalista discípulo de Freud à época, que se utiliza de um novo método terapêutico usando a associação de palavras ou associação livre.
Um ano depois esta paciente recebe alta do hospital, mas sem conseguir se desligar de seu médico, acaba se envolvendo com Jung numa paixão arrebatadora. A relação chega ao fim quando Sabina decide que quer ter um filho com o médico. Esse rompimento leva Sabina numa busca de si mesma. Ela estuda medicina, se especializa em psicanálise, se casa, tem filhos e retorna a Russia onde se dedica a psicanálise de crianças e monta uma escola que fica conhecida como Creche Branca.
Sabina, que aderiu a Revolução Russa e enfrentou Stalin, foi executada por soldados nazistas juntamente com a filha, em uma sinagoga de Rostov, sua cidade de origem.
A história de Sabina ficou conhecida quando parte de seu diário foi encontrado na década de setenta. Ela e suas idéias influenciaram a história da psicanálise tanto em Freud, quanto Jung. Existe uma teoria que especula que talvez tenha sido Sabina o real motivo do rompimento entre Freud e Jung, pois Freud sempre soube do envolvimento de seu discípulo com a paciente.
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Efeitos colaterais

No mês de dezembro de 2010 passei por consulta e fiz vários exames no Hospital AC Camargo, em São Paulo. Minha médica achou melhor retirar o xeloda, quimioterapia com vários efeitos colaterais, que estava me debilitando muito, e substituí-lo pelo anastrozol, um bloqueador hormonal que costuma ser muito eficaz.
Fiquei super feliz em me ver livre do xeloda e comecei a fazer uso do anastrozol no dia seguinte a minha consulta e estava indo tudo muito bem. Agora, quase no finalzinho do terceiro mês de uso do medicamento, comecei a apresentar vômitos, diarréia e uma coceira infernal no corpo quando fico exposta a qualquer fonte de calor, além de secura e outras coisinhas mais.
Comecei a sentir mal no sábado de carnaval e na quarta-feira de cinzas precisei até tomar soro, zofran e antak para cortar as náuseas e hidratar. O médico plantonista no Instituto Luci Ishii pediu uma série de exames de sangue para descartar problemas na função hepática. Fiz os exames e deu tudo normal.
Não costumo ler bulas dos remédios para não correr o risco de ficar sugestionada e começar a sentir alguma coisa. Jogo todas fora assim que abro uma caixa nova. Minha irmã, desconfiada por natureza, resolveu confiscar a bula de uma caixa do anastrozol que ainda estava fechada e encontrou listado todos os sintomas que venho apresentando. E pior, estes sintomas só acomete 10% das pessoas que fazem uso da medicação. Eu não poderia ter ficado nos outros 90%?
Ainda bem que estou retornando a São Paulo na próxima semana para repetir alguns exames e passar por nova consulta. Vamos ver o que a médica dirá e como ficará meu tratamento daqui para frente. Quem sabe estes sintomas são transitórios? Afinal de contas ninguém merece ficar nauseada o tempo todo e ainda por cima virar rainha de um trono de louça.

Desastres naturais

A natureza parece revoltada e por todo globo tragédias se sucedem. São deslizamentos soterrando centenas de pessoas, enchentes arrastando tudo que encontram pela frente, devastando cidades, ceifando vidas. No centro da tragédia está o homem comum, perplexo, incapaz de compreender a dimensão de toda a desgraça que tomou conta de sua vida.
O Brasil vem acompanhando desde o início da temporada de chuvas a sucessão de tragédias que atingiram e continuam atingindo o país. A população se mobiliza na tentativa de ajudar as vítimas, se solidarizando com cada cidadão que perdeu sua casa, seu negócio ou algum ente querido.
Agora a tragédia se abateu sobre o Japão. O país foi sacudido por um forte terremoto, seguido de um tsunami devastador, que arrasou cidades inteiras, destruindo muitas vidas. As imagens da tragédia são impressionantes, mas certamente não dão a idéia precisa do quão assustador e devastador foi o evento para aquelas pessoas que vivenciaram o desastre natural de perto, que sentiram na pele o desespero e a impotência, e que por alguns segundos, coração disparado, sentiram o cheiro da morte quase inevitável... Deve ser horrível.
Sem dúvida o povo japonês está preparado para enfrentar terremotos, mas tsunames ... Não há muito o que possa ser feito a não ser fugir para locais elevados e distantes. No caso atual, a massa compacta de água, que dá a impressão de ser até pastosa dada a quantidade de destroços, avançou mais de cinco quilômetros além da praia, numa velocidade impressionante. Como é que se corre de um negócio destes? Assustador! Desesperador.
Fica aqui minha solidariedade com o povo japonês atingido pelo desastre natural. Espero, sinceramente, que os povos do mundo se unam na tentativa de minimizar a tragédia.

Preparando para a Aposentadoria

No mundo que vivemos o trabalho faz parte da nossa rotina, assim como comer ou dormir. É tão natural que nos preparamos para entrar no mercado de trabalho mal começamos dar os primeiros passos. Ou estou enganada?
Aos dois anos nossas crianças já começam a frequentar o maternal e sua rotina vai ficando cada dia mais cheia de compromissos: é o balé para as meninas, o futebol para os meninos, curso de idiomas (e agora já não basta mais aprender apenas o inglês, alguns pequenos estão aprendendo até o mandarim), natação, judô, xadrez e tudo o mais que resolvem inventar por aí. Os pequenos custam a encontrar um tempinho para conseguirem não fazer nada, ou para ser apenas crianças...
Nosso discurso é estarmos educando nossos filhos para o futuro, mas no final das contas o objetivo é tão somente prepará-los para entrarem no mercado de trabalho com um mínimo de vantagem sobre a maioria. É ou não é?
O jovem conclui o ensino médio, faz faculdade e, ainda durante o curso, sai em busca de um estágio para facilitar seu ingresso no mercado de trabalho que a cada dia se estreita mais, exigindo maiores habilidades e experiência do candidato ao cargo. E assim começa sua vida de adulto: trabalhando. Ele faz pós graduação, mestrado, doutorado, pós doutorado e tudo que é curso que esteja na moda para garantir seu lugar no competitivo mercado de trabalho. Um tormento. Ele só pensa no trabalho.
Estamos acostumados a nos preparar e preparar nossos filhos apenas e tão somente para o trabalho formal, mas nunca planejamos a aposentadoria, embora muitas vezes sonhemos com ela que parece estar distante, quase inatingível.
Este é um erro comum que cometemos, e raramente nos damos conta disto, pois a aposentadoria poderá chegar pelo tempo de serviço, pela idade, ou até mesmo de forma compulsória, quando ainda somos jovens, no caso de uma doença grave, e ninguém está livre disto. Comigo mesmo aconteceu desta forma e foi muito difícil e complicado, pois me senti absolutamente inútil quando precisei deixar o trabalho formal para cuidar apenas da saúde. Tão logo a doença entrou em remissão voltei a trabalhar como Conciliadora voluntária na Justiça Federal, mas precisei interromper o trabalho quando a doença voltou a se manifestar e mais uma vez foi difícil parar de trabalhar para apenas cuidar da saúde. Sempre trabalhei fora, desde muito jovem, e gostava do que fazia.
O TRF da 1ª Região, há alguns anos, a partir da reivindicação de uma servidora aposentada, saiu na frente e desenvolveu um projeto voltado para os aposentados da casa. Devagar fomos reconquistando direitos perdidos com a aposentadoria: hoje podemos pegar livros emprestados na biblioteca; ganhamos o crachá de servidor aposentado e podemos circular nas dependências do tribunal sem o incômodo de termos que nos identificar como se nunca tivessemos ali trabalhado; nas ocasiões em que o serviço médico imuniza os servidores para evitar algum tipo de doença somos também convocados; e outros benefícios.
Agora o tribunal está engajado em seu mais recente projeto: o de preparar seus servidores para uma aposentadoria planejada e sem traumas. A equipe envolvida no desenvolvimento do projeto está organizando palestras elucidativas sobre o tema para sensibilizar seus colegas, mesmo aqueles que ainda têm uma longa jornada pela frente. O objetivo é tratar a aposentadoria não como fim de carreira, mas oportunidade de novas descobertas, novas experiências, momento de tornar os sonhos adiados, realidade.
Esta mesma equipe cuidará também de sensibilizar os servidores em atividade no atendimento daquele colega que está em processo de aposentadoria ou já aposentado. Qualquer servidor em processo de aposentadoria ou aposentado faz, já fez e fará parte da instituição e permanecerá sempre ligado a ela independentemente de estar ativo ou aposentado. E mais, todo servidor em atividade precisa se conscientizar que algum dia ele também será um servidor aposentado, a não ser que parta desta para outra, precocemente...

8 de março - Dia das Mulheres

Desejo a todas vocês um
Feliz dia das mulheres!

E que daqui para a frente nossas conquistas alcancem as estrelas.

Um abraço especial a todas e obrigada por acompanharem as publicações deste blog. bjs da Lou




Espera angustiante

O relógio de cabeceira
Insiste em lembrar o avanço das horas
E tiquetaqueia irritantemente: tic tac, tic tac.
Você vira na cama de um lado para outro.
Tira a coberta, sente frio.
Torna a se cobrir, sente calor.
O tique taque incessante parece crescer a cada segundo
Soando mais alto,
Retumbando nas paredes frias do quarto escuro.
A lua cheia joga seu prateado no jardim
Libertando suas sombras espectrais
No piso de madeira do quarto.
Tudo está quieto,
Somente o tic tac do relógio quebra o silêncio da noite.
O vento sopra de mansinho
Fazendo mover as sombras no quarto.
De repente o motor desregulado de um carro qualquer
Quebra a monotonia da noite.
O barulho ensurdecedor vai sumindo devagar
E se perde na distância.
O bombear incessante do seu coração
Reverbera no peito deixando a sensação
De explosão iminente.
Seus sentidos estão apurados,
Mas a madrugada avança indiferente às suas preocupações.
Você aguarda aflito o barulho
Do ranger do portão
Deslizando sobre seus trilhos
Para dar passagem ao automóvel
Que irá estacionar na garagem vazia.

Visitando o Palácio Alvorada

Recebi um amigo e estou passeando com ele pela cidade desde ontem. Minha irmã dirige para baixo e para cima enquanto visitamos os pontos turísticos da cidade, que nem são tantos assim. Hoje, casualmente e para alegria do meu amigo, embarcamos numa visita guiada pelo Palácio Alvorada, que acontece todas as quartas-feiras, às 15 horas.
Um micro-ônibus pegou o grupo e entrou por um portão lateral para desembarcarmos em frente ao palácio. Uma guia nos levou inicialmente até o hall de entrada, onde fica a parede dourada idealizada por Athos Bulcão, depois apontou para a escultura das banhistas - As Iaras, obra de Alfredo Cheschiatti, que fica flutuando sobre o espelho d'água em frente ao Hall. Em seguida nos levou até a pequena capela onde pudemos ver as figuras de uma cruz, o sol, um peixe e uma lua pintados no teto por Athos Bulcão. O peixe e a cruz fazem alusão às origens do cristianismo.
Saindo da capela caminhamos por um longo corredor para conhecermos a biblioteca, com mais de 3000 títulos, e as salas do Palácio da Alvorada, que foi a primeira construção em alvenaria da nova capital e é a residência oficial dos presidentes da República.
O Palácio Alvorada é um projeto de Oscar Niemeyer. Suas colunas, revestidas em mármore branco e dispostas de 10 em 10 metros, que parecem flutuar sobre o espelho d'água, lembram as redes estendidas nas varandas das casas coloniais (segundo meu amigo elas lembram mesmo é a manta de um enorme bacalhau).
Terminada a visita ao palácio fizemos uma caminhada curta pelo belo jardim, cujo projeto foi um presente do Imperador Hiroito, do Japão, ao presidente Juscelino. O jardim, além de um extenso gramado, um pequeno lago artificial e muitas plantas e flores, abriga vários animais: são quatro araras que ficam soltas, em liberdade, pavões, patos, emas e outros bichos.