Acordando com barulho

Hoje acordei com o barulho de pedreiros quebrando o piso da piscina da academia que funciona ao lado da minha casa. Ninguém merece ser acordada com barulho de quebradeira antes das 8 horas da manhã. Odeio barulho, ainda mais pela manhã, e eu estava no melhor do sono. Aquela preguiça gostosa chamando para ficar deitada um pouco mais...
Levantei e fui para a cozinha e o barulho da quebradeira me acompanhou enquanto eu preparava o café. Não deu outra, acabei ligando para a academia questionando a barulheira fora de hora. Povinho mais sem noção... Isso porque moro em condomínio fechado e a regra é não fazer barulho antes das 8 horas da manhã.
Eu queria mesmo era que cada um dos meus vizinhos resolvesse passar apenas uma noite em minha casa para despertar pela manhã com a barulheira dos frequentadores da academia chegando para a malhação. É a coisa mais irritante do mundo ser acordado com falação de pessoas cheias de adrenalina já a partir das 6:30 h da manhã. Aposto que qualquer um, a partir desse tipo de experiência, ia preferir que a academia só passasse a abrir a partir das 8 h da manhã. Infelizmente, como diz o velho ditado, uma andorinha só não faz verão... Somente eu, euzinha aqui, sou vizinha da academia. Droga...

Vivendo um dia de cada vez

Ontem assisti pela TV ao encontro de pai e filha que foram separados pela mãe qdo a menina tinha apenas 11 ou 12 anos. Foi, como é de se esperar, um encontro emocionado e cheio de lágrimas. O pai contou que procurou a filha por mais de vinte anos e a filha, hoje paciente terminal de câncer, disse que nunca se conformou com a separação. Os dois, talvez para compensar tanto tempo de separação, estão morando juntos e o pai acompanha a filha ao médico e ao tratamento quimioterápico.
A aparência da filha não sugere que ela seja uma paciente terminal de câncer, e ela fala do assunto como se tivesse apenas esperando a morte chegar. Ela contou que está com câncer em estadiamento IV e que está terminal. Parecia conformada com a situação, embora feliz com o reencontro com o pai.
Pensei em mim e em meu tratamento. Eu também sou paciente de câncer em estadiamento IV, mas me recuso a acreditar que meu caso não tem mais solução. Não fico pensando que a morte esteja me rondando de perto, embora algumas vezes eu até consiga sentir seu bafo putrefato. Posso até morrer amanhã, mas entre o hoje e o amanhã prefiro pensar apenas na vida e no quanto eu ainda quero sorver desse viver. Estando feliz então, aí mesmo é que tenho mais fome de vida.
Não sei dizer se sou tola ou corajosa, mas eu não vejo nenhuma graça em ficar esperando a morte chegar com a resignação de uma monja. Prefiro continuar vivendo a vida hoje como se o amanhã fosse certo. A morte chegará algum dia tanto para mim quanto para qualquer outro ser vivo por mais suadável que esteja hoje. É o ciclo da vida.
Vivo um dia de cada vez. Rir ou chorar, ser feliz ou triste, ter esperança ou se sentir desanimado faz parte dessa jornada chamada vida. Quando acordo pela manhã e vejo o céu azul e iluminado pelo sol e a passarada cantando no jardim levanto animada, mesmo sabendo que daí a pouco terei que engolir um montão de comprimidos de quimio que deixam meu pés machucados e doloridos, mas que também prometem deixar meu corpo livre do câncer.

Pés

Sempre cuidei com carinho dos meus pés
Afinal são eles que me carregam prá lá e prá cá.
Eles conseguem me levar para qualquer lugar onde eu queira ir, basta ter disposição para longas caminhadas e eu adoro caminhar.
A nova quimio está detonando com meus pezinhos. Os coitados doem tanto... parece até que vão se partir em dois ou quatro, já que são dois pés.
Hoje eles amanheceram doendo muito e nem adianta tentar caminhar. Cuidei bem deles passando muito óleo de copaiba e creme e os coloquei para descansar. É o jeito.

Metamorfose e liberdade




A metamorfose transforma
a lagarta feia e rastejante
na bela borboleta
que voa em liberdade
e pousa aqui e ali
experimentando o néctar doce
das flores que desabrocharam nos jardins.

Paisagem invernal



O parque guarda paisagens incríveis
Basta ter olhos de ver.
Céu azul com poucas nuvens
Árvores desfolhadas
Lago congelado
Frio cortante
E um silêncio opressor
Parece gritar nos ouvidos...

Saudades de um Amor

Ontem passei o dia ouvindo música. Emperrei em Memory e depois em It’s impossible. Foi inevitável relembrar minha história de amor proibido e escondido dos olhares alheios, a gostosa cumplicidade que existia entre nós.
Ouvindo nossa música, revivi nitidamente o dia em que ele chegou todo risonho até o lugar discreto onde eu o aguardava para entregar-me o disco do Perry Como que ele havia comprado. Disse sorrindo que era para treinar meu inglês, já que a pronúncia do cantor era bastante clara e compreensível. Além disso, nossa música estava no disco e eu poderia ouvi-la quando bem quisesse.
Ainda hoje, tantos anos depois, consigo rever cada momento daquele dia e de outros dias de nossa história de amor que terminou sem acabar, mas que foi intensa enquanto durou. Valeu cada momento e deixou um gostinho de saudade boa de sentir.
Hoje, na maturidade dos meus cinquenta anos, não tenho dúvidas de que toda história de amor vale a pena, mesmo que não dure para sempre. É melhor amar intensamente por algum tempo do que nunca sentir a emoção de um amor. O que não podemos fazer é fechar o coração. É melhor deixá-lo sempre aberto para que um novo amor aconteça e assim começar tudo de novo.

Orfeu e Eurídice

Gosto muito de mitologia, mas não sou nenhuma expert no assunto, apenas curiosa. Outro dia postei uma foto da escultura de Orfeu e Eurídice que está em exposição no Metropolitan Museum de Nova York, e achei que deveria escrever alguma coisa sobre o mito. É só uma pincelada sobre o assunto. Espero que apreciem.

Orfeu, filho da musa Calíope, era poeta e músico. Participou da expedição dos Argonautas para buscar o Velocino de Ouro, um talismã de prosperidade e poder. Precisou acalmar as ondas do mar com música e salvou o navio dos Argonautas anulando o efeito do canto das sereias.
Orfeu apaixonou-se pela ninfa Eurídice e casou-se com ela. Aristeu, apicultor e pastor, e também o deus protetor dos caçadores, pastores e rebanhos tentou violá-la, mas ela fugiu e durante a fuga pisou em uma serpente e morreu envenenada. Esse serpente era de fato a deusa Cirene, mãe de Aristeu, que ficou furiosa com a recusa de Eurídice por seu filho decidiu transformar-se em serpente para matá-la.
Orfeu, inconformado com a morte de sua amada, desceu ao reino de Hades para pedir Eurídice de volta.
Hades, o deus grego do mundo dos mortos, era tão temido que ninguém ousava pronunciar seu nome e quando era para se referir a ele usavam outros nomes, sendo o mais conhecido Plutão. Esse apelido deu origem ao deus romano. Plutão ou Hades, o rico, era o dono das riquezas do subsolo e o deus do submundo e das riquezas dos mortos.
Perséfone e Hades, compadecidos com o sofrimento de Orfeu, devolvem Eurídice com a condição de que ele saísse do mundo dos mortos sem olhar para trás. Já na saída Orfeu olhou para trás para conferir se Eurídice o seguia. Ela estava lá, mas sumiu para sempre deixando-o inconsolável.
Daí em diante Orfeu repeliu todas as mulheres. Inconformadas com isso as Trácias o mataram e jogaram seus restos no rio. Foi aí que Orfeu desceu ao mundo dos mortos e pode finalmente reencontrar sua amada Eurídice.

Atendimento URGENTE? Como assim???

Ontem meu braço ficou mais inchado do que de costume e a dor incomodou bastante. Acordei algumas vezes durante a noite por causa da dor no braço e pela manhã resolvi ir até a clínica onde faço quimioterapia para saber que atitude tomar. A Dra. Juliana solicitou, de urgência, um ecodopler para ter certeza de que não havia nenhum trombo provocando estrago no braço direito.
O problema da trombose é que o tratamento precisa ter início rápido. Acontece que fazer um exame de urgência em qualquer hospital de Brasília é uma verdadeira novela. Vou contar minha saga.
Comecei pelo Hospital Santa Luzia. A atendente olhou para o receituário e depois para mim e disse na maior cara dura que aquele tipo de papel onde a médica solicitou o exame não indicava urgência para o hospital e que eu teria que agendar o exame. Argumentei que a urgência se dava porque além de eu ser paciente oncológica que faz quimioterapia diária havia uma suspeita de trombose que se confirmada exige um pronto atendimento no prazo de 24 horas. Além disso eu precisava fazer o exame ainda hoje para saber se teria ou não que suspender a quimioterapia. Ela sequer se deu ao trabalho de ouvir a explicação e, para não me aborrecer com o péssimo atendimento, achei melhor procurar outro hospital. Dá para acreditar numa coisa dessas, a urgência para o hospital tem a ver com o papel e não com a necessidade do paciente...
Fiquei impressionada com o atendimento do Santa Luzia, considerado um bom hospital. Posso garantir que estão precisando treinar melhor seus funcionários. Urgência, principalmente em se tratando de paciente oncológico, precisa ser levada mais a sério. Eu não cheguei lá com um probleminha qualquer. Suspeita de trombose é coisa muito séria e se confirmada eu teria até mesmo que ficar internada.
Outras clínicas onde esse tipo de exame pode ser feito só o fazem mediante agendamento e por mais urgente que seja o caso eles não se abalam.
Fui para a emergência. A menina da recepção até mostrou um pouco de má vontade no início, mas assim que expliquei o problema ela me encaminhou para a cardiologia onde fui muito bem atendida. Aí o problema estava em meu convênio médico que encaminhou uma relação com os nomes dos servidores do tribunal para o hospital e o meu nome, justamente o meu nome, não constava na bendita lista. Eles esqueceram de acrescentar os nomes dos aposentados. Coitados dos aposentados, sempre levando na cabeça...
Ainda bem que os servidores que trabalham no Prosocial são muito prestativos e rapidamente resolveram meu problema enviando uma lista completa com os nomes de todos os servidores do tribunal. Também dei sorte com o médico que me atendeu. Ele é aquele tipo de médico que gosta do que faz e atende com boa vontade. Examinou cuidadosamente meu braço e descartou qualquer suspeita de trombose. Explicou que a quimioterapia atrapalha a pouca drenagem linfática que ainda tenho provocando uma inflamação que por sua vez acaba inchando meu braço e causando dor.
Em resumo, é melhor torcer para não precisar de nenhuma urgência. Comecei procurar atendimento às 11 horas da manhã e somente as 16 horas consegui fazer o bendito exame urgente. Se fosse realmente uma trombose ela teria feito um belo estrago nessas cinco horas de espera. Urgência? O que é isso mesmo???

Emergindo da Rocha




O trabalho do artista
É quebrar cuidadosamente a pedra com seu cinzel
Para expor a bela figura escondida
Em seu interior frio.

O bom profissional
Sabe usar com habilidade
As ferramentas ao alcance de suas mãos...




Orfeu e Eurídice (Rodin)

Neblina Espessa

Pleno domingo e eu acordando cedo como todos os dias. É que remédio não quer saber se o dia de hoje é domingo, feriado ou qualquer outro dia da semana. Horário precisa ser obedecido, mesmo que seja para se tomar um remédio cheio de efeitos colaterais, mas que promete curar o que precisa ser curado.
Não pude deixar de enxergar o dia lá fora todo coberto por uma espessa camada de neblina de uma cor entre o branco e o cinza claro. Parecia até que a janela estava protegida por uma cortina opaca, que impedia a visão nítida do mundo fora do meu quarto.
Debrucei na janela do segundo piso e tive a impressão de que poderia tocar na neblina. Naquele momento o vento chapiscou delicadamente meu rosto com minúsculas gotículas e foi uma sensação de carícia suave. Fiquei ali perdida em contemplação...
Olhei para todos os lados, mas tudo que meus olhos enxergavam não alcançava mais do que poucos metros além da minha janela. Tive a impressão de que o mundo acabava ali onde a silhueta das grandes árvores apenas insinuavam sua existência. Além delas tudo que se via era o nada.
Na varanda o Nino, o gato velho e cego, caminhava com passos inseguros tentando descer a escada. Estava a procura de um canteiro com terra fofinha onde pudesse descarregar seus dejetos. Aliviado ele saiu do canteiro, observado de perto pelo gato que late, e seguiu seu trajeto batendo com a cabeça nas flores e galhos e nas peredes da casa até conseguir achar o caminho que leva até o quintal.
Não demorou muito estava ele de volta na varanda miando grosso, um miaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu desesperado que chega a doer na gente. Ninguém sabe o porquê de um miado tão sentido. Alguns acham que é de dor; outros, de desespero por não saber onde está. O fato é que ninguém sabe o real sentido daquele miado triste. A única certeza que tenho nisso tudo é que a velhice decrépita é triste para todos, seja bicho ou gente, e em algumas situações, além de triste é escura e solitária.

Cadê o mapa do metrô de São Paulo?

Falta de planejamento é uma coisa grave e que consegue não só estragar as coisas mais simples quanto as mais sofisticadas.
Esta semana estive em São Paulo e fiquei hospedada na Liberdade. Como precisei ir até a Avenida Paulista resolvi usar o metrô e qual não foi minha surpresa quando não encontrei nenhum mapa no guichê da estação. Procurei por um guarda e ele informou que os mapas haviam sido recolhidos porque uma nova linha havia sido inaugurada e a mesma não constava no mapa.
Ora, para que uma linha de metrô possa ser inaugurada ela precisa de um bom tempo para ser construída e não é possível que o tempo que se leva para sua construção não seja suficiente para reformulação do mapa do plano do metrô. Isso é, no mínimo, uma falha imperdoável e que deixa os usuários que não são da cidade meio perdidos. Fiquei imaginando um turista estrangeiro tentando se encontrar dentro daquelas estações.
Cá entre nós, é imperdoável que uma cidade do porte de São Paulo cometa uma falha desse tipo. É uma coisa tão simples. Bastava um mínimo de planejamento. Por outro lado, é meio estúpido recolher os mapas antigos se não é possível disponibilizar mapas novos. O máximo de prejuízo oferecido pelos mapas antigos é não indicar a linha que foi inaugurada recentemente, pois suponho que as linhas antigas continuem as mesmas; ou não?

Saudade


Explosão de beleza no vermelho e dourado
Das finas pétalas da flor singela
Trouxeram a minha memória
A lembrança do jardim da casa
De uma amiga querida
Que partiu para sempre.
Restou apenas uma imensa saudade.

Reflexo

Parque do Ibirapuera - São Paulo

Gosto do reflexo da paisagem nas águas calmas de um riacho e até mesmo numa poça d'água
A noção falsa de profundidade faz o raso parecer profundo, abissal...

Chegando de viagem

Desembarquei e fui direto para a clínica fazer o zometa e agora, finalmente, estou em casa e descansada após um banho reparador.
A viagem foi boa e acho que alcancei o objetivo que eu queria com a consulta no Hospital AC Camargo.
Os efeitos colaterais do xeloda atrapalharam bastante a viagem, pois foi impossível caminhar como gosto por causa da síndrome dos pés e mãos que ficam muito sensíveis e doloridos. A cada passo que eu dava parecia que a planta dos pés ia se partir ao meio e doia tanto que o jeito era voltar para o hotel e colocar os pés para cima. Detalhe importante, apesar do frio não foi possível usar sapatos fechados porque as unhas estão machucadas e muito doloridas, tive que usar sandália com meia e não tem nada mais feio do que isso. Eu me sentia uma ET, mas quem não tem cão...
Aproveitei o tempo por lá e fui ver a exposição dos corpos no Ibirapuera. Está muito interessante e vale a pena a visita. Só não foi melhor porque cheguei ao mesmo tempo que várias escolas também chegavam com seus alunos e o lugar ficou mais do que lotado. Era aluno para todos os lugares onde a vista alcançava. Dá para imaginar a festa... Por outro lado é muito bom ver que as escolas estão levando seus alunos para visitarem esse tipo de exposição. Gostei da iniciativa.
Também fui assistir Cats, no teatro Abril, e posso garantir que a peça está excelente e vale cada centavo. Adoro a magia do teatro.

Jogando na Mega-sena

Uma noite dessas sonhei um sonho estranho
Havia nele, além de curiosas alegorias,
Alguns números que eu repetia insistentemente.
Acordei meio sonolenta e pensei
Será um sinal?
Serão esses os números
Do próximo concurso da mega-sena?
Escrevi todos num pedacinho de papel
E no dia seguinte, eu que nunca jogo,
Fiz minha fezinha muito crente na alquimia dos sonhos
Hoje peguei o resultado da loteria e acabei rindo desapontada
Doce ilusão, só acertei duas das seis dezenas sorteadas
Sonho mais enganoso...

Louva Deus

O louva deus caminha sem pressa sobre as flores que desabrocharam no jardim
Suas patinhas delicadas apenas tocam a pétala branca
Fico observando da janela e não resisto
Pego a máquina para capturar a imagem
E eternizo um momento numa fração de segundos.



Se a semente está pronta
Conseguirá germinar mesmo em solo árido,
A exemplo dessa plantinha que brotou
Na estreita fenda da pedra rústica.

Flor de Manacá


A primavera está distante
Mas o pé de manacá não está preocupado com isso
E se encheu de flores brancas, roxas e lilazes.
Elas enfeitam o jardim e fazem a alegria dos insetos
Que passeiam dentro delas em busca do doce nectar.
A formiga pretinha, delgada e delicada não perdeu tempo...

Preparando a viagem

Não é uma viagem de lazer nem de trabalho, é uma viagem em busca de respostas, uma viagem para checar se estou no caminho certo com o tratamento do câncer. Vários médicos estão participando do congresso sobre o assunto e pode ser que alguma excelente novidade esteja a caminho. Vamos aguardar e torcer para que algo novo e eficaz venha dar fim nessa busca da cura desse mal que parece estar se alastrando pelo planeta.
Segunda-feira sigo para São Paulo, tenho consulta agendada no AC Camargo. Nunca perco a esperança de me ver livre dessa doença que insiste em avançar ao invés de desaparecer de vez. Coisa mais chata. Detesto esse tipo de companhia. Aliás, como diz o velho e sábio ditado: antes só do que mal acompanhado. Sai fora encosto!
Pena que meus pés não estão ajudando muito para fazer as longas caminhadas que tanto me agradam. Consequência da medicação. Minhas unhas estão cheias de ziquiziras que impedem o uso de sapato fechado. Quero só ver a situação, pois São Paulo está fazendo um frio danado e meus pés, que já são normalmente frios, ficam mais gelados ainda no inverno. Nem chutar o balde vai ser possível... Não quero machucar ainda mais os meus pezinhos.

Quem resiste um olhar assim???

Descascando uma lembrança feliz

Bubu, o lindo gato que late e irrita todo mundo

Vandalismo

Acordei cedo e logo depois ouvi alguém chamando no portão. Era o técnico que veio verificar o que havia de errado com o interfone que parou de funcionar.
Ele pegou as ferramentas e em seguida me chamou para mostrar o que havia descoberto e qual não foi minha surpresa quando ele mostrou toda a tampa do interfone coberta por uma grossa camada de cola. O botão de chamadas estava completamente pregado.
Foi preciso trocar a tampa danificada e em seguida precisou também consertar o circuito que não estava funcionando porque a cola entrou pela tampa estragando tudo também por dentro.
Fico impressionada com o nível de vandalismo que as pessoas são capazes de infligir ao bem do outro apenas pelo prazer de destruir esse bem. E pior, quem colou o meu interfone tem tanta certeza da impunidade que simplesmente descartou o tubo de cola super bonder em cima do canteiro que fica em frente ao muro da minha casa. Detalhe, moro em condomínio fechado, com segurança circulando para lá e para cá, mas pelo jeito isso não impede que vandalismos aconteçam.
Outra coisa que me impressiona são os pais de hoje que não dão a menor noção de limites para seus filhos. Eles são tão ausentes, tão inconsequentes, que permitem seus filhos crescerem acreditando que são donos do mundo e possuem toda a liberdade que queiram. O céu é o limite. Esses filhos crescem e se transformam nesses monstros incapazes de enxergar qualquer coisa que não seja seu próprio umbigo. Transformam-se em adultos insuportáveis e perigosos. Verdadeiros psicopatas.
Quando comentei com minha mãe o que havia de errado com o interfone ela contou-me que na semana passada, quando o interfone parou de funcionar, um grupo de crianças brincava pelo condomínio apertando as campainhas e correndo. Ela cansou de ir atender a campainha e enxergar pelo vidro do muro a garotada correr em disparada pela rua assim que ela aparecia na janela da cozinha.
Até aceito, com reservas, esse tipo de molecagem, mas daí a sair colando os interfones com super bonder vai uma grande diferença. Acho que já passou da hora desses pais começarem a educar seus filhos para construir cidadãos responsáveis, pessoas capazes de acrescentar alguma coisa na sociedade em que vivemos e não homens violentos e incapazes de lidar com os revezes e dificuldades normais da vida.