Neblina Espessa
domingo, junho 13, 2010
Pleno domingo e eu acordando cedo como todos os dias. É que remédio não quer saber se o dia de hoje é domingo, feriado ou qualquer outro dia da semana. Horário precisa ser obedecido, mesmo que seja para se tomar um remédio cheio de efeitos colaterais, mas que promete curar o que precisa ser curado.
Não pude deixar de enxergar o dia lá fora todo coberto por uma espessa camada de neblina de uma cor entre o branco e o cinza claro. Parecia até que a janela estava protegida por uma cortina opaca, que impedia a visão nítida do mundo fora do meu quarto.
Debrucei na janela do segundo piso e tive a impressão de que poderia tocar na neblina. Naquele momento o vento chapiscou delicadamente meu rosto com minúsculas gotículas e foi uma sensação de carícia suave. Fiquei ali perdida em contemplação...
Olhei para todos os lados, mas tudo que meus olhos enxergavam não alcançava mais do que poucos metros além da minha janela. Tive a impressão de que o mundo acabava ali onde a silhueta das grandes árvores apenas insinuavam sua existência. Além delas tudo que se via era o nada.
Na varanda o Nino, o gato velho e cego, caminhava com passos inseguros tentando descer a escada. Estava a procura de um canteiro com terra fofinha onde pudesse descarregar seus dejetos. Aliviado ele saiu do canteiro, observado de perto pelo gato que late, e seguiu seu trajeto batendo com a cabeça nas flores e galhos e nas peredes da casa até conseguir achar o caminho que leva até o quintal.
Não demorou muito estava ele de volta na varanda miando grosso, um miaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu desesperado que chega a doer na gente. Ninguém sabe o porquê de um miado tão sentido. Alguns acham que é de dor; outros, de desespero por não saber onde está. O fato é que ninguém sabe o real sentido daquele miado triste. A única certeza que tenho nisso tudo é que a velhice decrépita é triste para todos, seja bicho ou gente, e em algumas situações, além de triste é escura e solitária.
Não pude deixar de enxergar o dia lá fora todo coberto por uma espessa camada de neblina de uma cor entre o branco e o cinza claro. Parecia até que a janela estava protegida por uma cortina opaca, que impedia a visão nítida do mundo fora do meu quarto.
Debrucei na janela do segundo piso e tive a impressão de que poderia tocar na neblina. Naquele momento o vento chapiscou delicadamente meu rosto com minúsculas gotículas e foi uma sensação de carícia suave. Fiquei ali perdida em contemplação...
Olhei para todos os lados, mas tudo que meus olhos enxergavam não alcançava mais do que poucos metros além da minha janela. Tive a impressão de que o mundo acabava ali onde a silhueta das grandes árvores apenas insinuavam sua existência. Além delas tudo que se via era o nada.
Na varanda o Nino, o gato velho e cego, caminhava com passos inseguros tentando descer a escada. Estava a procura de um canteiro com terra fofinha onde pudesse descarregar seus dejetos. Aliviado ele saiu do canteiro, observado de perto pelo gato que late, e seguiu seu trajeto batendo com a cabeça nas flores e galhos e nas peredes da casa até conseguir achar o caminho que leva até o quintal.
Não demorou muito estava ele de volta na varanda miando grosso, um miaaaaaaaaaaauuuuuuuuuu desesperado que chega a doer na gente. Ninguém sabe o porquê de um miado tão sentido. Alguns acham que é de dor; outros, de desespero por não saber onde está. O fato é que ninguém sabe o real sentido daquele miado triste. A única certeza que tenho nisso tudo é que a velhice decrépita é triste para todos, seja bicho ou gente, e em algumas situações, além de triste é escura e solitária.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou