Vivendo um dia de cada vez
terça-feira, junho 29, 2010
Ontem assisti pela TV ao encontro de pai e filha que foram separados pela mãe qdo a menina tinha apenas 11 ou 12 anos. Foi, como é de se esperar, um encontro emocionado e cheio de lágrimas. O pai contou que procurou a filha por mais de vinte anos e a filha, hoje paciente terminal de câncer, disse que nunca se conformou com a separação. Os dois, talvez para compensar tanto tempo de separação, estão morando juntos e o pai acompanha a filha ao médico e ao tratamento quimioterápico.
A aparência da filha não sugere que ela seja uma paciente terminal de câncer, e ela fala do assunto como se tivesse apenas esperando a morte chegar. Ela contou que está com câncer em estadiamento IV e que está terminal. Parecia conformada com a situação, embora feliz com o reencontro com o pai.
Pensei em mim e em meu tratamento. Eu também sou paciente de câncer em estadiamento IV, mas me recuso a acreditar que meu caso não tem mais solução. Não fico pensando que a morte esteja me rondando de perto, embora algumas vezes eu até consiga sentir seu bafo putrefato. Posso até morrer amanhã, mas entre o hoje e o amanhã prefiro pensar apenas na vida e no quanto eu ainda quero sorver desse viver. Estando feliz então, aí mesmo é que tenho mais fome de vida.
Não sei dizer se sou tola ou corajosa, mas eu não vejo nenhuma graça em ficar esperando a morte chegar com a resignação de uma monja. Prefiro continuar vivendo a vida hoje como se o amanhã fosse certo. A morte chegará algum dia tanto para mim quanto para qualquer outro ser vivo por mais suadável que esteja hoje. É o ciclo da vida.
Vivo um dia de cada vez. Rir ou chorar, ser feliz ou triste, ter esperança ou se sentir desanimado faz parte dessa jornada chamada vida. Quando acordo pela manhã e vejo o céu azul e iluminado pelo sol e a passarada cantando no jardim levanto animada, mesmo sabendo que daí a pouco terei que engolir um montão de comprimidos de quimio que deixam meu pés machucados e doloridos, mas que também prometem deixar meu corpo livre do câncer.
A aparência da filha não sugere que ela seja uma paciente terminal de câncer, e ela fala do assunto como se tivesse apenas esperando a morte chegar. Ela contou que está com câncer em estadiamento IV e que está terminal. Parecia conformada com a situação, embora feliz com o reencontro com o pai.
Pensei em mim e em meu tratamento. Eu também sou paciente de câncer em estadiamento IV, mas me recuso a acreditar que meu caso não tem mais solução. Não fico pensando que a morte esteja me rondando de perto, embora algumas vezes eu até consiga sentir seu bafo putrefato. Posso até morrer amanhã, mas entre o hoje e o amanhã prefiro pensar apenas na vida e no quanto eu ainda quero sorver desse viver. Estando feliz então, aí mesmo é que tenho mais fome de vida.
Não sei dizer se sou tola ou corajosa, mas eu não vejo nenhuma graça em ficar esperando a morte chegar com a resignação de uma monja. Prefiro continuar vivendo a vida hoje como se o amanhã fosse certo. A morte chegará algum dia tanto para mim quanto para qualquer outro ser vivo por mais suadável que esteja hoje. É o ciclo da vida.
Vivo um dia de cada vez. Rir ou chorar, ser feliz ou triste, ter esperança ou se sentir desanimado faz parte dessa jornada chamada vida. Quando acordo pela manhã e vejo o céu azul e iluminado pelo sol e a passarada cantando no jardim levanto animada, mesmo sabendo que daí a pouco terei que engolir um montão de comprimidos de quimio que deixam meu pés machucados e doloridos, mas que também prometem deixar meu corpo livre do câncer.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou