Espera angustiante

     Após quase dois meses tomando banho sentada na cadeira de rodas para banho, por causa da fratura no pé direito,  hoje resolvi experimentar tomar banho com meus dois pés apoiados no chão. Que delícia de banho! Só quem já precisou usar cadeira de rodas sabe avaliar o quanto é prazeroso poder apoiar os dois pés no chão. Tudo bem que meu médico ainda não liberou, mas já se passaram dois meses que meu pé fraturou e não sinto mais dor então... acho que valeu a pena experimentar. Dia 6 de fevereiro retorno ao médico para avaliar a evolução da fratura, ou será da pseudoartrose?
     Amanhã vou pegar o resultado do PET CT e da ressonância magnética do crânio e este é um momento de apreensão, não adianta negar. Nunca temos certeza absoluta de como a doença está se comportando. Já houve situações em que eu tinha quase certeza de que tudo estava muito bem e os exames provaram exatamente o contrário e foi aquela decepção então agora sempre fico com o pé meio atrás na hora de pegar o resultados dos exames de controle.
      Sexta-feira está marcado meu retorno ao oncologista. Quero muito resolver este assunto para me sentir novamente segura com o tratamento. Câncer é uma doença traiçoeira... se você baixar a guarda ela te passa uma bela rasteira.

A espera de um novo protocolo para o tratamento do câncer metastático

     Não me sentindo segura em permanecer fazendo o mesmo tratamento após os últimos exames comprovarem o avanço do câncer ósseo, resolvi consultar outro oncologista. O Dr. Fernando Maluf da Onco-Vida foi uma indicação da Dra. Fátima Vogt, minha mastologista, e também de uma amiga que já faz tratamento com ele.
     A consulta foi ontem e tanto ele quanto sua equipe me pareceram muito acertivos. Gostei. Primeiro passei pela triagem da Dra. Daniele que fez o histórico do meu caso desde a descoberta do câncer de mama primário em 1998. Ela conferiu todos os laudos, fez as anotações necessárias e em seguida passamos para a sala do Dr. Fernando que já estava a par dos detalhes da doença e dos tratamentos que fiz até agora.
     Conversamos sobre as possibilidades de tratamento daqui para a frente, ele me examinou e decidiu que antes de qualquer mudança no protocolo que venho fazendo é necessário que eu faça um novo PET-CT e outra ressonância magnética do crânio. Por sorte consegui marcar os dois exames para a próxima semana e assim que eles ficarem prontos voltarei a conversar com o Dr. Fernando para decidirmos pelo novo protocolo.
     O Dr Fernando já antecipou que o tratamento com o zometa será a cada três meses e não mais a cada 28 dias como é feito atualmente. Sei também que o tykerb será mantido como está e uma outra medicação será acrescentada. Ele me falou da hipótese de voltar a usar o xeloda, mas confesso que a simples menção a este remédio me causou arrepios. Já fiz o xeloda antes e tive uma intensa neurotoxicidade com o remédio e não quero passar por tudo aquilo novamente.
     Bom, de qualquer maneira preciso aguardar o resultado dos exames para decidir pelo novo protocolo. Tudo o que me interessa é ficar bem. Se não é possível ficar definitivamente curada de um câncer metastático,  quero pelo menos ficar estável e sem dor. É o mínimo que espero.

Aposentando a cadeira de rodas

     Acabei de chegar da consulta com o Dr. José França, meu ortopedista especialista em problemas nos pés, e ele me deu uma boa notícia: a fratura do quinto metatarso ainda não consolidou, mas já dá sinais que está começando a formar osso. Agora é só uma questão de tempo e paciência para a fratura finalmente fechar. 
     Ainda terei que continuar usando o robofoot, mas já posso caminhar apoiando com o calcanhar e daqui a alguns dias já poderei apoiar todo o pé direito no chão. O bom disto tudo é que também já posso aposentar a cadeira de rodas, olha só que coisa boa!
     Voltarei ao médico dentro de quatro semanas, pois ele precisa acompanhar a evolução da fratura. Sei que daqui para frente será necessário ter cuidado redobrado com meu pé por causa da pseudoartrose, mas agora que conheço o problema serei muito mais cuidadosa, pois não quero ficar quebrando meu pé todo final de ano. Também não quero voltar para a cadeira de rodas, pois adoro caminhar com minhas próprias pernas e pés.