Uma cuidadora precisando de cuidados
terça-feira, abril 05, 2011
Minha irmã sempre me acompanha nas consultas, ou melhor, sempre me acompanha para todos os lugares onde preciso estar. Ela é minha cuidadora em tempo integral, pois está sempre me auxiliando em tudo o que preciso. Desde que comecei a apresentar neuropatia periférica e perdi a sensibilidade nas mãos e pés evito dirigir e é ela quem dirige e me leva a todos os lugares e fica aguardando com a paciência de um Jó. Semana passada, quando precisei ir a São Paulo fazer exames médicos, ela também foi comigo com toda boa vontade do mundo, mas as coisas não sairam como ela esperava.
No domingo, mal chegamos ao hotel, ela começou a sentir dores nas costas. Como ela gosta de ser durona, escondeu o que sentia para não me preocupar. Na segunda-feira passamos muitas horas dentro do hospital AC Camargo, ela na sala de espera que é gelada; eu, na enfermagem que é mais gelada ainda. Esquecer de levar casaco para o hospital é um verdadeiro desastre, pois qualquer um acaba congelado lá dentro.
Quando saimos ela reclamou que estava sentindo muito frio, apesar de estar usando um casaco quentinho, mas atribui sua queixa as muitas horas que ficamos expostas ao ar refrigerado gelado do hospital. No hotel ela comentou que o corpo estava dolorido e que achava que estava gripando, resolveu tomar um comprimido de resfenol e dormiu mais cedo do que o costume.
No dia seguinte ela amanheceu febril e continuou tomando o resfenol, que a deixava melhor. Insisti em levá-la a um pronto socorro mas ela recusou dizendo estar melhorando. Dormimos cedo e na quarta-feira ela amanheceu melhor. Aproveitamos para ir ao MASP e almoçamos por lá, mas voltamos cedo para o hotel porque meu corpo doía todo e minhas costas ardiam.
A febre voltou a incomodar minha irmã que continuou tomando o resfenol e se recusando procurar um médico, mas na quinta-feira pela manhã ela estava melhor e aproveitamos para dar uma volta pelo Mercado Municipal onde compramos alguns temperos e voltamos para o hotel mais cedo do que gostaríamos. Ainda não estou conseguindo manter o pique que sempre tive para caminhar muitas horas, pois o corpo parece todo moído e as costas ardem muito, além do mais minha irmã estava ainda se sentindo indisposta.
Fizemos um lanche no hotel e deitamos para assistir TV. A Suzi foi ao banheiro e me chamou assustada para mostrar uma pedra preta e cheia de pontas que ela tinha acabado de expelir enquanto tentava urinar. Assim que a marvada caiu no vaso sanitário todo o mal estar que ela vinha sentindo desde o domingo desapareceu como que por encanto.
Ainda não consegui entender como minha irmã conseguiu me acompanhar durante toda a semana, pois devia estar sentindo muita dor. Por menos que tenhamos andado pela cidade, ainda assim andamos muito para quem expeliu uma pedra daquele tamanho. Ela parecia abatida, mas pensei que fosse apenas um começo de gripe como ela mesmo havia sugerido. Nunca me passou pela cabeça que a criatura estivesse sentindo uma dor f... Todo mundo diz que a dor que se sente ao expelir uma pedra dos rins é a pior dor que existe, que dói mais do que a dor do parto!
Ela insiste em dizer que sentiu uma dor muito forte apenas no domingo, logo depois que chegamos ao hotel. Nos outros dias, segundo ela, sentiu apenas muito frio e indisposição, mas que atribuiu ao fato de estar com febre.
Vai ter vocação para ser cuidadora desse tanto! Disfarçar uma dor forte para não me preocupar? Dessa vez a cuidadora é que estava precisando de cuidados...
oi querida Lu!
acho que para quem faz o bem o retorno é multiplicado e ela deve ter uma ajuda extra lá de cima, concorda? também as pessoas que ajudam, que fazem o bem elas se preocupam tanto com o bem estar do outro que seu mal estar passa despercebido, já que sua atenção é para com aquele que necessita mais e pelo qual ela se dispõe a cuidar e doar-se, linda sua irmã viu?!
bjão para as duas!!!
A Tia Suzi é bem assim mesmo! Linda e fofa!
Amo essas duas mães maravilhosas que eu tenho!!!! Vcs são demais!