Crepúsculo - Sinfonia dos Salmos - Balé Bolshoi

Acordei muito cedo, antes das 6 horas da manhã e, como estamos no inverno, lá fora o jardim ainda estava escuro. Levantei assim mesmo, abri a janela para deixar entrar o ar frio da noite e, ao fazê-lo, vi que o céu estava pintado de azul marinho brilhante e ainda cheio de estrelas coloridas e cintilantes naquele momento.

Saí do meu quarto para ir até o jardim olhar o céu em todo seu esplendor, no crepúsculo de um amanhecer que apenas se insinuava. A lua, um fiapinho minguante prateado no céu azul escuro, estava emoldurada pela auréola da lua nova que traçava um perfeito círculo muito diáfano no firmamento.

Fiquei alguns momentos admirando sozinha a beleza daquele céu num tom azul escuro que somente Vincent seria capaz de reproduzir com sua paleta. Como estava começando a clarear, fui correndo até o quarto pegar minha máquina para tentar captar aquele momento mágico, mas a câmera não foi capaz de reproduzir com fidelidade toda a beleza que meus olhos e meu coração registravam em minha memória para sempre.

Depois que o dia clareou voltei para dentro de casa e senti vontade de ouvir novamente a Sinfonia dos Salmos de Stravinski, que tive a sorte de ouvir ao vivo, executada durante a apresentação do terceiro ato do balé do Teatro Bolshoi em Moscou, já nos últimos dias de minha estada na Rússia. Só por aquela apresentação minha viagem já teria valido a pena. Fiquei emocionada com o coro de vozes em perfeita sintonia com os instrumentos, enquanto os bailarinos se apresentavam no palco. Foi simplesmente divino. Emocionante.

Stravinski conseguiu, em sua genialidade, transformar o canto dos salmos em sinfonia. O coral e a orquestra, trabalhando em perfeita sintonia com os instrumentos, sem que um se sobreponha ao outro, conseguiu transformar o canto dos salmos em melodia divina. Enquanto as vozes do coro enchiam o teatro, me fazendo arrepiar, os corpos dos bailarinos no palco pareciam flutuar, como se a gravidade tivesse deixado de existir...

Procurei a sinfonia e coloquei para tocar. Fechei meus olhos e numa fração de segundos eu estava novamente sentada em frente ao palco do Teatro Bolshoi, ouvindo aquela melodia que parecia cantada por um coro de anjos celestiais.
5 Responses
  1. shan-Tinha Says:

    bom dia o dia inteiro minha amiga!!! que beleza acordar e ver o dia despertando também com toda a sua magia nas lindas fotos que registraste! fico feliz por você, pela viagem e por essa visão holística que percebo não é de agora, mas que tem se firmado a cada dia que passa, isso é vida, é prazer de viver o aqui e agora, como ouço na yoga, quanto a sinfonia joinville respira dança, todas as danças e também e principalmente as do bolshoi daqui! que tal uma viagenzinha num fim de semana qualquer para o interior do brasil e vir até aqui? será bem-vinda por mim e pela cidade!
    bjão e seja bem-vinda de novo e sempre a nossa pátria amada Brasil!


  2. Lou Says:

    Oi Shan-Tinha, estava com saudades. Um bom dia o dia inteiro para você também.
    Qualquer hora destas vou visitá-la em Joinville. Adoro conhecer lugares deste nosso Brasil que tanto amo. Adoro viajar, mas voltar é sempre um grande prazer. Gosto muito desta nossa terrinha. Ela é tudo de bom.
    Um beijão especial para você
    Lou


  3. Anônimo Says:

    Nossa, ma. vc escreveu mto bonito! Adorei!

    Agora, tive q rir da sua intimidade com Van Gogh. kkk

    bjos,


  4. Issia Montes Says:

    Ai prima, esqueceu que são amigos de infância??


  5. Lili Says:

    Lou,
    Fui procurar um vídeo para você 'socializar' por aqui, mas só achei essa pequena amostra http://youtu.be/LzbNUZD1NsQ
    Encontrei outras montagens, mas não tão belas quanto a que vimos. Palmas para o senhor Jiri Kylian, o coreógrafo!
    Beijin


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou