Arrastar malas, um pesadelo

Lembro-me bem que quando eu viajava em grupo e de pacote nunca precisei carregar malas, pois o maleteiro estava incluído no preço da viagem e era ele quem fazia este trabalho braçal.
Nesta viagem o pacote não incluiu o carregador e a pior parte da nossa aventura foi, sem sombra de dúvida, arrastar malas para um lado e para o outro. Para ser franca não foi apenas ruim, foi torturante.
Onde já se viu uma viagem com um grupo de idosos ou pessoas como eu, que não pode pegar peso porque precisou retirar os gânglios linfáticos da axila, por causa do câncer, sair puxando mala de hotel para ônibus, de ônibus para trem, de trem para outro ônibus, e de novo para o hotel, e do ônibus para navio, e novamente para o ônibus e a ciranda de puxar malas de um lado para o outro não acabava nunca.
O problema começou com o roteiro da viagem que incluia lugares muito frios e outros muito quentes. A mala, por menor que fosse, ficava pesada com as roupas de inverno e de verão. A minha, que saiu do Brasil pesando 17 kg, parecia ter mais de 30 no meio da viagem e, no final, eu podia jurar estar puxando uns 50 kg, e não comprei sequer um chaveiro de lembrança porque detesto carregar bagagem. Do jeito que minha mala foi ela voltou, mas a canseira da viagem a fazia parecer cada dia mais pesada e olha que no meu caso tive ajuda de vários amigos. Eles fizeram tudo o que podiam para não me deixarem arrastando mala sozinha por muito tempo.
Falando em ajuda para arrastar minha mala não posso deixar de relatar um incidente desagradável. A Rosa, dona da agência de viagem, muito gentilmente foi auxiliar-me com a mala no hotel em Estocolmo. Seu marido na mesma hora reclamou que ela não tinha nada que me ajudar. Ela retrucou dizendo que eu não podia pegar peso e que não custava nada fazer aquilo. A reprimenda na frente de vários passageiros foi muito constrangedora, mas fiquei na minha, afinal eu estava ali para curtir férias e não para me aborrecer com um homem grosseiro.
Na hora de sair com a mala do hotel para entrar no ônibus a Rosa foi novamente me auxiliar e eu disse que não era necessário porque eu não queria que seu marido fosse grosseiro com ela e comigo novamente, e eu mesma arrastei minha mala. Quando entrei no ônibus o único lugar vago, infelizmente, era bem em frente ao marido da Rosa. Sem alternativa, fui obrigada a me sentar em frente ao sujeito. Ela, na maior inocência, comentou com ele que eu não a deixei ajudar-me com a mala porque havia ficado aborrecida com o que ele havia falado antes. Para resumir e encurtar a história, o homem foi mais grosseiro ainda com ela e comigo e a coisa só não ficou pior porque achei por bem ficar de boca fechada para não estragar de vez minha viagem e a dos meus amigos que ficaram revoltados com a situação. Só não abandonei a excursão naquele momento porque não dava. Sinceramente, foi muito desagradável. Homem nenhum tem o direito de falar daquele jeito com uma mulher, muito menos quando esta mulher é uma cliente e não tem a menor intimidade com ele.
O pesadelo das malas só não foi pior porque no grupo estavam o Carlos Antônio e o Bruno. Eles foram incansáveis e ajudaram todas as mulheres.  Ainda bem que tudo acabou e o pesadelo das malas já faz parte do meu  passado.
Quanto as malas, vou dar um conselho: procurem usar malas de tamanho médio e com 4 rodinhas, que são mais leves e deslizam melhor. Aquelas velhas malas com 2 rodinhas são muito mais difíceis de arrastar, seja lá onde for.
2 Responses
  1. Issia Montes Says:

    Deveria informar o nome da agência pra ninguém cair na besteira de viajar com um boçal destes...


  2. Anônimo Says:

    O q não entendo é como uma empresa consegue se manter com pessoas assim... honestamente! Aliás, como um casamento consegue se manter com pessoas assim?! Aff

    Mama, tudo q digo é: ainda bem q vc está de volta e q aproveitou tudo q podia! Te amo!


Postar um comentário

Obrigada pelo comentário. bjs Lou