segunda-feira, fevereiro 22, 2016
Lou
Foi assim que passei o domingo: com a sensação de que havia um prego arranhando meu olho esquerdo. Doía prá caramba e lacrimejava sem parar. Um horror e não adiantava pingar colírio porque não aliviava em nada.
Hoje amanheci o dia no CBV para saber o que havia de errado com meu olho. Todos apostavam que deveria ser algum cisco, mas eu já havia pingado tanto colírio que se fosse apenas um bendito cisco ele já deveria ter saído em meio a tanta lágrima produzida pelo pobre olho que já estava bem vermelho e com a pálpebra inchada.
Assim que o médico examinou ele foi logo dizendo que era conjuntivite, apesar da ausência de secreção. Ele explicou que a secreção ocorre quando a conjuntivite é bacteriana e, no caso do meu olho, que é virótica, produz apenas líquido. A notícia ruim é que não existe nenhum remédio específico para acabar de vez com o problema, é tudo uma questão de tempo... Ninguém merece. Ele receitou um colírio para lubrificar e compressas frias.
Como fiz quimioterapia na última quinta-feira minha imunidade está baixa e assim sou uma presa fácil para este tipo de contaminação, por mais cuidado que eu tome. E haja paciência para aturar um problema após o outro.
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sexta-feira, fevereiro 19, 2016
Lou
Precisei fazer mais um PET para conferir como está a evolução do câncer. Eu até gostaria de falar em retrocesso, involução, alguma coisa andando para trás, mas esta doença parece não dar trégua. Ela, quando muito, fica estacionada mas acabar de vez que é bom raramente acontece... Até porque, no meu caso, tenho câncer em estadiamento IV, isto é, já fez metástases por várias partes do meu corpo, principalmente nos ossos, em lugares inoperáveis como esterno, costelas e vértebras.
As lesões no pulmão ficaram inalteradas com discreto espessamento no pulmão direito. As lesões ósseas tiveram um discreto a acentuado aumento de metabolismo no esterno e na vértebra T3 enquanto as outras lesões na vértebra e nas costelas ficaram inalteradas. A mama reconstruída também teve um aumento do metabolismo e ainda apareceu uma suspeita de nódulo gástrico, que já foi até descartada, porque fiz uma endoscopia que comprovou a não evidência de malignidade. Menos mal e ainda bem que não sou desesperada com resultados ruins. Prefiro sempre acreditar num falso positivo, como foi o caso. Os dois nódulos esplênicos também não tiveram aumento de metabolismo, o que já é muito bom também.
O Dr. Fernando optou por manter o mesmo protocolo, mas quer me ver novamente no próximo mês para conferir a evolução no problema da voz que continua baixa e rouca e a dificuldade em engolir. Continuo engasgando muito, até com a saliva. Agora vou ter que fazer uma consulta com um otorrino e voltar a fazer fono para melhorar a deglutição e os engasgos. Haja paciência!
Confesso que é difícil manter o bom humor com estas coisas que parecem dar um passo para frente e dois para trás. É por estas e outras que sempre que posso viajo pelo mundo, pois este é o jeito que encontrei para viver a vida sem deixar que a doença me jogue de vez no chão. Pior ainda é quando ela joga para debaixo do chão...
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