Início de novo protocolo
sexta-feira, junho 09, 2017
A ideia do tratamento com o herceptin, a carboplatina e o taxol estava me deixando apreensiva, pois já fiz dois ciclos desse protocolo em 2007 e tive uma neurotoxicidade periférica intensa que provocou paresia e parestesia das quatro extremidades. Na mesma ocasião tive paralisia da prega vocal e perdi a voz. Hoje recuperada, minha voz, além de rouca, é muito baixa e, vez por outra, fica quase inaudível.
Entendi que esse protocolo é top. A rainha das medicações para casos como o meu. Pensei muito e, por fim, optei por não fazer o tratamento proposto pelo Dr. Fernando e iniciei um novo protocolo com o acompanhamento de outra oncologista, a Dra. Daniele Assad.
Encerrar meu tratamento com o Dr. Fernando e sua equipe não foi fácil, mas depois de muita reflexão, e tomada a decisão de mudar, fiquei bem comigo mesma. Confio na Dra. Daniele, que já fez parte da equipe do Dr. Fernando e que agora faz parte da equipe do Hospital Sirio-Libanês.
Iniciei o novo protocolo na última sexta-feira. Estou fazendo o herceptin na veia, a cada 21 dias (agora também existe a possibilidade de fazer essa medicação subcutânea). Também estou usando 1 comprimido de ciclofosfamida todos os dias, e dois comprimidos de metrotrexato duas vezes por semana. Uso também o Xgeva subcutâneo a cada 28 dias.
Considerando que a maior parte do câncer metastático, que havia se espalhado para os gânglios da axila esquerda, foi retirado na cirurgia, e que ainda farei radioterapia nos nódulos remanescentes supraclaviculares e subpeitoral, optamos por deixar o protocolo mais agressivo como uma carta na manga, que poderá ser usado no futuro, se houver necessidade.
Vamos experimentar essa abordagem nova por dois meses, repetir os exames para ver como meu organismo está respondendo, para decidir o que fazer daí para frente. Estou confiante que dará certo, pois o volume de doença, sem dúvida, diminuiu muito. Não sinto mais dor no braço esquerdo e os marcadores tumorais diminuíram consideravelmente.
Até agora todas as decisões que tomei em relação ao tratamento foram benéficas para mim, afinal estou sobrevivendo as metástases há dez anos. Estou sem dor e considero minha qualidade de vida muito boa até agora. É claro que já tive altos e baixos mas, nesse momento, estou bem. A cirurgia foi um sucesso e saber que fiquei livre da maior parte do câncer metastático teve um efeito psicológico muito positivo em mim.