Um giro pela Turquia - Topkapi - Mercado Egípcio e o Grande Bazar
sábado, março 01, 2014
Continuamos nosso passeio no Palácio de Topkapi conhecendo um pouco como era a vida no período otomano. Estávamos curiosas para ver de perto o harém que tanto ouvimos falar desde que éramos crianças.
Harém que em árabe
significa literalmente “coisa proibida, reservada”. Era aquela parte do palácio cujo acesso estava proibido aos estranhos e na qual
viviam o sultão e sua família. O harém era cuidado por um eunuco, um negro castrado para não se envolver com as mulheres do sutão.
Entrar no harém era privilégio da
família e de alguns servidores, médicos que vinham cuidar dos enfermos, mestres
dos príncipes e os músicos.
As mulheres eram as encarregadas de
servir o sultão no harém. Haviam as concubinas e as odaliscas. As odaliscas
eram jovens trazidas dos países conquistados, educadas no harém desde pequenas
e cujo nome e religião eram trocados. Destas, as que tinham filhos com o sultão
tinham habitações especiais. As outras ficavam servindo o sultão e sua família,
e até mesmo podiam se casar com funcionários do palácio, conseguindo dessa
forma a liberdade.
Havia muita rivalidade no harém. É que
na dinastia otomana o trono passava do sultão para o filho mais velho. Todas as
mulheres queriam dar o primeiro filho ao sultão e assim garantir seu futuro. A
mãe do sultão, chamada Sultana Valide, era a soberana do harém. Era considerada
a segunda pessoa em importância, abaixo somente do sultão. Entenderam o porque
da rivalidade!?
A Sultana Valide era a pessoa da
confiança do Sultão. Além de ser a mãe do sultão, ela queria, a qualquer custo,
ser mantida na posição de sultana valide para manter seu status e poder, por
isso seu interesse em defender a vida de seu filho. Era ela quem selecionava as
moças que poderiam dar um herdeiro para o sultão.
Os Eunucos que viviam no harém eram homens negros muito
fortes capturados na África ou trazidos para Istambul comprados de traficantes
de escravos. No harém viviam uns 40 eunucos que realizavam todos os trabalhos
correspondentes aos homens. O chefe dos eunucos era a pessoa mais importante e
poderosa depois do sultão e de sua mãe.
Para serem transformados em eunucos e começar o serviço no harém
estes negros eram castrados (de cada 3 castrados somente 1 sobrevivia a essa
amputação, os outros faleciam por perda de sangue e por falta de higiene).
A visita ao palácio e ao museu vale muito a pena. Aprender um pouco sobre a
história otomana e ver de perto a opulência em que viviam os sultões chega a ser chocante. A armadura de diamantes de Mustafá III, a adaga cravejada de pedras preciosas, o incrível diamante de 86 quilates são itens com os quais jamais sonhamos e nos surpreendem.
Para finalizar nossa visita ao Palácio de Topkapi passeamos pelos amplos jardins antes de seguirmos adiante e pararmos para almoçar num simpático
restaurante a beira do Bósforo cheio de animados turistas. Serviram uma entrada com
tomates secos, pepinos e outras coisinhas, o prato principal era peixe e na sobremesa frutas. O almoço fazia parte do pacote, não tivemos escolha. Saímos dali em direção ao Mercado
Egípcio, o mercado das especiarias.
O Mercado Egípcio foi construído no ano de 1660 e recebeu esse nome porque era o
lugar onde se vendiam especiarias trazidas do Egito durante o período otomano.
Ele tem o formato de uma cruz invertida e fica em frente a ponte de Gálata.
Lá encontramos várias especiarias, ervas,
chás, alimentos como queijos, marmeladas, frutas secas etc. É uma verdadeira orgia
Ninguém pode esquecer de regatear com os
preços no mercado. Os comerciantes colocam os preços bem altos já esperando o pedido de
descontos. Eles adoram esse jogo.
Em seguida fomos conhecer o Grande Bazar. Istambul está intimamente relacionado com ele, não tem jeito. É a primeira coisa que nos vem à cabeça quando se fala em Istambul. O Grande Bazar se estende por
uma área de 35 hectares, 3.500 lojas e umas 15.000 pessoas trabalhando. É enorme, monumental.
Na época otomana o Grande Bazar não era
somente um centro comercial, era também um centro financeiro da cidade. Naquela
época funcionava como bolsa e banco e até meados do séc. XIX também era o
centro do mercado de escravos. Ele continua sendo, ainda hoje, o centro de
trabalhos em ouro e de divisas.
O local é visitado diariamente por aproximadamente
500.000 pessoas que enlouquecem enquanto se perdem pelos corredores comprando os produtos expostos nas inúmeras lojas. São jóias, bijuterias, narguiles de todas as formas, cores e tamanhos, somovares belíssimos, cerâmicas, objetos
de cobre, copinhos para chá e café, rosários, caixas de madeira, de nácar e
marfim, jogos de xadrez, roupas, tudo o que se possa imaginar.
Saímos do mercado já estava escuro e
fomos direto para o hotel nos aprontamos e saímos novamente para jantar num dos inúmeros restaurantes na rua
de pedestres que ficava próxima do hotel (que é enorme e muito movimentada).
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou