Um Giro por João Pessoa - A morte da tartaruga
quinta-feira, novembro 19, 2015
Em João Pessoa o dia amanhece muito cedo (antes das 5 horas da manhã), mas em compensação escurece muito cedo também, por volta das 17 horas. Assim que o sol se pôs saímos para caminhar no calçadão da praia. O vento soprava de leve trazendo uma brisa suave e agradável que refrescava o dia que tinha sido muito quente e ensolarado. Alguns idosos aproveitando a brisa fresca papeavam sentados em cadeiras colocadas na areia, de frente ao mar. Achei a cena interessante e me aproximei para fotografar, mas outra cena me chamou mais a atenção: uma enorme tartaruga marinha morta na arrebentação.
Vários garis que faziam a limpeza da areia pararam o trabalho, na tentativa de retirar o animal da beira d'água. Alguns gritavam orientando sobre como proceder e todos juntos faziam muita força para virar a velha e pesada tartaruga. Dava para perceber que estavam aborrecidos com a morte do animal. Algumas pessoas se aproximaram curiosas ao perceberem a tartaruga morta sendo arrastada com dificuldade na areia. Perguntei o que poderia ter provocado aquela morte e eles disseram que sem dúvida era a quantidade de plástico e todo tipo de sujeira em alto mar. Um dos garis ainda disse: "quando as pobrezinhas não morrem presas em redes de pesca, morrem porque comeram plástico ou alguma outra sujeira. Uma covardia". Ainda disseram que este é um problema recorrente na praia de Cabo Branco. Por justiça, é bom que se diga, a polícia ambiental acompanha este tipo de problema com presteza.
Uma verdadeira tristeza ver uma cena daquelas. Um animal tão grande e belo, e pelo que se sabe, em processo de extinção, que percorrera enormes distâncias por este mar sem fim, morto por culpa de nossa indiferença com o meio ambiente. Olhei aquelas grandes nadadeiras que pendiam do casco enorme caídas inertes, os olhos sem vida, a boca semiaberta. Senti muita pena daquela tartaruga morta por causa da sujeira lançada por nós no mar. Um crime ambiental que acabará trazendo consequências para o próprio e inconsequente homem; Ser classificado como animal racional. Será?
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou