Explorando Florença

          A cidade de Florença, jóia da Renascença, é a capital da Toscana.  Ela fica às margens do rio Arno. A melhor forma de explorar a cidade é fazendo o que mais gosto: andando vagarosamente a pé e sem a menor pressa por suas ruas estreitas, explorando suas praças largas cheias de monumentos e história,  atravessando suas velhas pontes.
          Estamos num grupo de seis amigos, ou melhor, cinco amigas e o Hugo,  nosso professor de inglês que teve coragem de encarar o desafio de acompanhar um bando de mulheres cuja juventude é hoje apenas uma lembrança. Este tipo de harém, sem dúvida nunca deve ter despertado o interesse de nenhum sultão, mas o Hugo tem a maior paciência em atender suas Sherazades e suas Sultanas velhinhas... Santo Hugo, é ele quem organiza os passeios, quem compra os ingressos, divide as contas para dizer quanto cada uma tem que pagar e assim por diante.
       Nosso passeio começou na Praça do Duomo,  o centro religioso da cidade. Na praça vimos o Batistério, a Catedral de Santa Maria del Fiore e o Campanário de Giotto.
       O Batistério de São João, assim chamado porque foi consagrado a São João Batista, fica ao lado da igreja e é o local onde foi batizado Dante Alighieri e também vários membros da família Medici. É um dos edifícios mais antigos de Florença, e um exemplo de arquitetura românico-toscana. Seu formato octogonal serviu para simbolizar o oitavo dia, o dia da Ascensão de Cristo aos céus.
        O prédio que é revestido de mármores brancos e verdes, foi construído entre os séculos XI e XII. Cada uma de suas três portas de acesso corresponde a um ponto cardeal (curiosidade: as portas atuais são cópias, as originais estão guardadas em nitrogênio no Museu dell’Opera del Duomo, para preservação).
         A porta Sul, a mais antiga, foi executada por Andrea Pisano. Ela é dividida em 28 painéis quadrados que narram a vida de São João Batista.
         A porta Norte tem como tema o sacrifício de Isaac, um episódio do Antigo Testamento. Lorenzo Ghiberti, seu executor, venceu um concurso realizado em 1402 para a confecção da porta.
       A porta que fica voltada para o Nascente ou Leste, ou Este, em frente a fachada da Catedral,  conhecida como “porta do paraíso” desde que Miguelângelo assim a chamou, também é obra de Ghiberti. Foram 27 anos de trabalho para executar os 10 painéis com conhecidas cenas bíblicas.
       O primeiro painel exibe a cena da criação de Adão e Eva, o pecado original e a expulsão do paraíso. O segundo, Adão e Eva com seus filhos Caim e Abel. O terceiro é a história de Noé, sua família e a Arca depois do dilúvio. O quarto é a história de Abraão e Sara e o sacrifício de Isaac. O quinto painel conta a história de Esaú que vendeu para Jacó, por um prato de comida, seu direito a progenitura. O sexto quadro é a história de José que é vendido aos mercadores e entregue ao Faraó. O sétimo, Moisés recebendo de Deus as Tábuas da Lei sobre o Monte Sinai. O oitavo, Josué com o povo eleito e a travessia do rio Jordão. O nono quadro é a derrota dos Filisteus por Saul, quando Davi mata o gigante Golias e, o décimo, o Rei Salomão e a Rainha de Sabá.
        Um dos retratos na porta, o 4° que está quase no centro, é um autorretrato de Ghiberti. O outro é do profeta Eliseu, do profeta Josué e o retrato de Bartoluccio, seu mestre.
         Colunas coríntias adornam o interior do edifício. A cúpula é inteiramente decorada com mosaicos feitos por mestres venezianos e florentinos. A figura de destaque dos mosaicos com cenas de horríveis castigos que representam o Juízo Final é uma gigantesca figura de Cristo com os braços abertos.
         O Campanário de Giotto é a torre da Catedral de Santa Maria del Fiore.  De incomparável beleza e elegância, sua altura alcança 61,75m.
1 Response
  1. Anônimo Says:

    Mama, viajar com vc é tão bom! vc sabe tudo de tudo! sensacional! Preciso conhecer essa cidade!bjos


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou