Visitando Belo Horizonte


            No final da semana passada eu e Maria Luiza, uma amiga muito querida,  viajamos com um grupo de mais 34 pessoas para Belo Horizonte. Madrugamos no aeroporto, pois nosso vôo saiu às 7 horas da manhã. Todos estavam muitos animados com o passeio.
            Chegamos em Belo Horizonte, embarcamos num confortável ônibus de turismo e saímos para um city tour pela capital mineira. Nossa primeira parada foi no complexo da Pampulha, projetada pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer. Nossa guia Cristina falava da cidade com o entusiasmo de uma boa mineira.


            A lagoa da Pampulha é um lago artificial construído na década de 40.  O então prefeito Juscelino Kubitschek contratou o jovem arquiteto Oscar Niemeyer, pioneiro na exploração das possibilidades construtivas e plásticas do concreto armado, para  projetar a igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte, a Casa do Baile e o Iate Tênis Clube que ficam no entorno da lagoa.
            São palavras de Oscar Niemeyer explicando seu gosto pelas curvas: “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein.”


            A igreja de São Francisco de Assis, cheia de curvas e um projeto absolutamente diferente de qualquer outra igreja até então contruída, é um marco da arquitetura moderna brasileira. Por causa de seus traços modernos e também por causa do mural com traços abstratos pintado por Portinari, ficou sem a benção da igreja católica por muitos anos, e quase foi demolida. No interior da igreja apreciamos de perto os 14 famosos painéis de Portinari, que retratam a Via Sacra.
            Na orla da Pampulha ficam também o ginásio do Mineirinho, o Mineirão, o jardim Zoológico, o Centro de Preparação Equestre e as pistas para ciclismo e caminhada. Foi o conjunto da Pampulha que deu a Niemeyer projeção internacional.


            O Museu de Arte da Pampulha funcionou inicialmente como cassino, até ser fechado em 1946, por causa da proibição do jogo no país. O atual museu só começou a funcionar em 1957. O interior do prédio se destaca pelo belo revestimento de alabastro, mas assim que entramos no grande salão o que chama mesmo a atenção são as enormes pilhas de tijolos de diferentes formatos e tamanhos. Confesso minha ignorância e insensibilidade para entender aquilo como arte... para mim, desculpem-me os entendidos e apreciadores, aquilo mais parece restos de obras...  Os jardins externos, decorados com esculturas de Ceschiatti, Zarnoiski e José Pedrosa, são assinados por Burle Marx.


            A Casa do Baile, que fica numa pequena ilha, foi inaugurada em 1943 e funcionou até 1948. Depois de alguns anos de abandono, passou por uma reforma geral e foi reinaugurada em dezembro de 2002.


            Interrompemos nosso passeio para almoçar no Restaurante Dona Lucinha, que tem a fama de ser muito bom. Fiquei um pouco desapontada, para mim a comida não correspondeu a fama. Já comi melhor pelo valor da conta que tive de pagar.
            Depois do almoço fomos para o hotel onde ficamos hospedadas, descansamos um pouco e saímos para passear nos arredores. De volta ao hotel ficamos no saguão ouvindo música enquanto esperávamos nosso jantar. Algumas pessoas do grupo estavam prontas para sair quando uma delas, uma senhora com mais de 70 anos, caiu desmaiada no chão após uma parada cardíaca. Foi um susto. Um homem do corpo de bombeiros que estava lá iniciou os procedimentos de ressussitação enquanto aguardava a chegada do socorro que demourou pelo menos uns 15 minutos por causa do intenso trânsito nas noites de sextas-feiras em BH. A senhora foi removida para o UTI onde ficou internada.
             Eu estava sentada numa cadeira bem em frente ao local onde a senhora caiu desmaiada. Num instante ela estava em pé animada com o passeio e no instante seguinte estava lá caída entre a vida e a morte.  Fiquei pensando  no quanto nossa vida é  frágil... Ninguém sabe a hora da partida... Mais uma vez tive a certeza de que é melhor viver intensamente o aqui e tentar ser feliz agora.
1 Response
  1. Anônimo Says:

    Mama, a viagem parece ter sido bastante divertida e bela. vc escreve como ninguém. já inclui no meu roteiro de futuras viagens. Idéia: vc devia escrever p agências de viagens... será q dá dinheiro?
    Qntos aos dois últimos parágrafos, devemos realmente viver intensamente cada momento. obrigada por ser a melhor mãe do mundo! te amo!


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou