Um giro em Santa Catarina - conhecendo a Gruta de Botuverá



                Saímos cedo com o Michel. Nossa primeira parada em Brusque foi no Parque das Esculturas, um espaço gratuito que funciona diariamente das 9 às 21 horas. O parque abriga mais de 40 peças de mármore de artistas nacionais e estrangeiros, entre eles Amilcar de Castro com a obra Tortura Nunca Mais, desenhada por Oscar Niemeyer. Esta obra faz alusão ao período da ditadura.



            Uma das raridades do parque é uma obra de Gio Pomodoro, um italiano que faleceu poucos meses após concluir aquela escultura. Lá também podemos ver obras de Brennand, Tomie Otake e outros artistas ingleses, franceses, espanhóis, portugueses e alemães. Vale a pena a visita.

Depois da visita ao parque o Matteus nos deixou na FIP (feira da moda), um enorme shopping, com preços imperdíveis mesmo no varejo. As pessoas que compram no atacado, com CNPJ, compram por preço melhores ainda. Só para ter uma idéia comprei um excelente moletom por apenas R$20,00 e casaquinhos de malha por R$35,00, uma pechincha, comparado aos preços praticados em Brasília.
            Meio dia em ponto o Matteus foi nos pegar para almoçarmos no Restaurante Schumacher, na vizinha Guabiruba. Queríamos experimentar o famoso marreco recheado (que chegou na mesa frio, em pedaços e sem recheio algum) um prato típico da região. Foi um pouco desapontador, pois falavam maravilhas daquele restaurante e não vi nada assim tão espetacular. Na hora de pagar outra surpresa: só aceitavam pagamento em dinheiro e não havia nenhum aviso naquele sentido em lugar nenhum do restaurante. Se não tivéssemos dinheiro em espécie teria sido um vexame.

            Depois do almoço fomos conhecer a gruta de Botuverá com espeleotemas de mais de 65 milhões de anos. Espeleotemas são esculturas feitas pela água que goteja continuamente do teto da caverna a centenas de milhares de anos (a idade da caverna é calculada pelo tamanho dessas esculturas e o tempo médio que leva seu crescimento). Espeleotemas são as famosas estalactites, estalagmites, cortinas, fendas, colunas e outras formações.     É proibido fotografar.
            Éramos apenas seis pessoas (os grupos são formados com o máximo de 15 pessoas), e antes de iniciamos a visita assistimos um filme explicando a formação da caverna, que possui salões com mais de 20m de atura, e os cuidados necessários durante a visita.
Começamos subindo um monte de degraus até a entrada da gruta. O guia nos disse que eram mais de 700 degraus ao todo, até terminar o passeio. Haja pernas e preparo físico. Em alguns trechos a passagem era muito baixa e às vezes estreita, e depois de várias cabeçadas nas rochas entendi a necessidade do uso do capacete. A exigência de sapato com solado antiderrapante também ficou explicado depois de caminharmos por lugares molhados e escorregadios.
Quando demos fé já estávamos no primeiro salão. Lá o guia fez uma parada e apagou todas as luzes para sentirmos a experiência de como é estar numa caverna em seu estado natural, sem a ajuda da iluminação artificial.  A escuridão era total e o silêncio quase absoluto, quebrado apenas pelo ruído distante de um gotejar da água da chuva que caía do teto da gruta por alguma pequena fissura na rocha. 

Enquanto o grupo continuou em frente para conhecer os outros salões eu e Maura pedimos para ficar no primeiro salão. Eu não estava muito bem para enfrentar passagens estreitas, degraus e pisos escorregadios. Sei quando chego no meu limite e prefiro não forçar a barra.
O parque das cavernas possui uma excelente infra-estrutura e conta com churrasqueiras, praça de alimentação, estacionamento para carro e exclusivo para ônibus. Conta também com uma trilha na mata que vai até uma pequena e acanhada cachoeira (nem fotografei porque a bateria fez o favor de acabar).
É bom lembrar que em época de temporada é necessário fazer reservas porque a procura é grande. O site do parque dá todas as informações necessárias.

Motorista que nos atendeu em Brusque, e que recomendo:
Michel
(47) 9993-9090
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou