Um giro em Santa Catarina - Segundo dia em Florianópolis



                Bem no dia do aniversário da Lili o tempo amanheceu fechado. A vista além de nossa janela era uma fina cortina de água, que caía sem parar e parecia gelada. O céu cinzento deixava uma aparência triste lá fora. As ruas estavam desertas.
            Depois do café da manhã ficamos de castigo no hotel esperando a chuva estiar. Socorro! A chuva parecia piorar a cada momento. Os prédios mais distantes estavam encobertos por uma espessa camada de neblina. O tempo precisava melhorar, pois tínhamos um passeio pelos pontos turísticos da cidade programado para 13 horas.
            Enquanto a chuva caía lá fora aproveitamos para dar uma olhada nas notícias do dia. Maura leu na internet uma relação de gastos extravagantes da presidente afastada, Dilma. Um verdadeiro deboche com o povo brasileiro. A notícia dava conta, por exemplo, de que a presidente afastada consome bombons pesando 45g e que custam R$ 250,00 a unidade. Pior, segundo a notícia ela costuma dar uma mordida na parte do bombom que é recoberta com pó de ouro e joga o restante no lixo. Se realmente for verdade, isto é ou não é um deboche com a cara dos brasileiros que trabalham duro e pagam impostos extorsivos? Isto é ou não é um deboche com a cara dos brasileiros que ainda passam fome neste país? Mas estamos de férias, é melhor não se aborrecer com notícias de política. Voltemos ao nosso passeio.
            Saímos assim que a chuva parou, mas a alegria durou pouco e voltou a chover torrencialmente. Tivemos que pegar um táxi e fomos para o Shopping Beiramar para ficarmos abrigadas e fora do quarto do hotel. Como era domingo as lojas estavam fechadas pela manhã, mas mesmo que estivessem abertas eu não teria coragem de comprar nada, pois tudo custava os olhos da cara. Vi uma calça comprida numa vitrine que custava mais de dois mil reais. Deus me livre! Cruzes! Nunca pagaria um preço destes por uma simples calça comprida.



            O Matteus, motorista que serve os hóspedes do Hotel Faial, foi nos apanhar pontualmente às 13h para fazermos um passeio de 4 horas pela cidade. Para nossa alegria a chuva havia parado. Passamos por vários pontos turísticos e até nos animamos a escalar uma duna para apreciarmos a beleza da vista lá de cima. O Matteus garantiu que valeria a pena o sacrifício da subida, e valeu mesmo (as fotos não fizeram jus a toda beleza do lugar, ou o problema estava mesmo com a fotógrafa...).



            Como era época da pesca da tainha, fomos ver de perto a pescaria e a chegada no porto dos barcos repletos do pescado. Que experiência interessante. Os pescadores que trabalham em terra ficam em cima das pedras observando a entrada de algum cardume no canal. Assim que eles avistam um cardume, jogam suas redes que voltam repletas de peixes se debatendo e tentando escapar, mas uma vez na rede, eles não conseguem fugir ao seu destino. 



Os pequenos barcos que entravam no canal pendiam para um dos lados, parecendo querer tombar a qualquer momento. É muito pescado acumulado nas redes que estão no fundo dos barcos, mas nem todos os barcos chegavam assim tão cheios. Alguns pareciam não ter tido um bom dia de pesca. Outros, no entanto, traziam centenas, milhares de tainhas pescadas em alto mar. Os pescadores pareciam animados com o dia de trabalho. Eles gritavam e jogavam as cordas para ajudar no atracamento da embarcação. Seus rostos queimados de sol, marcados com vincos profundos, demonstravam uma vida dura no mar, embaixo de sol ou chuva. Seus braços fortes, torneados pelo esforço em puxar a rede, gesticulavam muito orientando aqueles que ajudavam em terra. Era uma cacofonia de sons, gritos, ronco de motores, gritos estridentes das gaivotas oportunistas que tentavam roubar algum peixe ou qualquer outra coisa comestível que estivesse a vista.


Já era hora de voltarmos. O trânsito estava parado e demoramos a sair do congestionamento, o que atrasou um pouco nossa chegada no hotel. O motorista nos disse que em época de temporada aquele congestionamento costuma atrasar horas. Bom saber porque não quero ver isto de perto nunca.
Fomos jantar no Toca da Garoupa para comemorarmos o aniversário da Lili. Apesar do restaurante ter sido muito bem recomendado não gostamos muito. Sinceramente, a comida do restaurante Lindacap (www.lindacap.com.br) era muito melhor e os garçons muito mais simpáticos e atenciosos.

Motorista que nos atendeu em Florianópolis:
Matheus Melo
(48) 9914-9979
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou