Primeiro Emprego
Minha sobrinha já distribuiu currículo para tudo quando é canto, mas continua com dificuldade em arrumar emprego. Mesmo tendo curso superior completo, falando espanhol e italiano e sabendo usar um computador com desenvoltura, ainda assim não apareceu nenhum tipo de colocação.
Tendo entender a situação e como cidadã comum e leiga no assunto observo que entrar para o concorrido mercado de trabalho é uma maratona ou até mesmo o equivalente a ganhar na loteria. É que o mercado, por estar saturado exige além de qualificação, que o candidato tenha experiência. Especialmente em Brasília, além disso tudo é preciso ter um tal de QI que não tem absolutamente nada a ver com quociente de inteligência.
Como é que alguém pode ganhar experiência se não tem oportunidade de um primeiro emprego?
Para piorar, se o candidato não fala inglês aí é que não tem chance alguma coitado. Isso num país onde mal se aprende o português. Já repararam que de alguns anos para cá as escolas públicas apenas ensinam o aluno juntar letras? Eles não sabem interpretar, não conseguem entender uma leitura simples. Para conferir o que estou afirmando basta ler algumas pérolas retiradas das redações do ENEM ou alguns comentários postados na internet. É de chorar...
Nas escolas de um modo geral, mesmo nas particulares, o ensino do português é deficitário e do idioma inglês é uma piada, pois o aluno conclui o ensino médio e continua incapaz de se comunicar no idioma do Tio Sam; a não ser que ele tenha feito curso de inglês numa boa escola de línguas. E olhe lá!
Concluído o ensino médio o jovem escolhe uma faculdade particular para fazer um vestibular de araque porque sabe que qualquer aluno sai aprovado independentemente de seu grau de conhecimento. Aliás, nem sei por que ainda se exige vestibular em algumas dessas faculdades, pois parece que o mesmo serve apenas para arrecadar fundos com as inscrições e engordar a conta bancária da faculdade e daqueles que elaboram as provas.
O pior é que o curso chega ao seu final e o aluno não está qualificado para desempenhar função alguma. A faculdade deu-lhe um diploma, mas não o capacitou.
Pensando bem, o que precisamos é de uma fiscalização rigorosa para acabar com boa parte desses cursos universitários que servem apenas para enriquecer ainda mais aqueles que já tinham dinheiro suficiente ou influência para abrir um curso de graduação.
E o jovem com curso universitário concluído e diploma embaixo do braço vai passar meses em busca de uma colocação no mercado de trabalho. Se der sorte pode até trabalhar em sua área de formação, mas acaba aceitando qualquer coisa que apareça. O importante é conseguir uma colocação no mercado, seja lá no que for ou, se tiver quem o banque, irá se matricular num desses cursinhos preparatórios para concursos e virar um concurseiro de carteirinha. Com esforço, no prazo de uns dois anos estudando horas a fio, irá se tornar funcionário público.
Penso que o ideal, ao invés de encher o país com universidades ruins e de baixa qualidade, seria investir mais em cursos profissionalizantes, de curta duração e bem direcionados para o fim que se busca.
Outra solução que poderá resolver o problema da mão de obra especializada é o empresariado se interessar em qualificar a mão de obra que irá servi-lo. Gastar um pouco de tempo e dinheiro para qualificar um empregado é, sem sombra de dúvida, um excelente investimento em recursos humanos que trará retorno certo para a empresa, o empregador e o empregado.
Sei na pele o que é isso...