Quitutes da tia Suzi


Huuuummm... que delícia!

O curso de gastronomia que a Suzi faz no IESB está rendendo deliciosos pães, tortas e biscoitinhos. Se ela já era boa na cozinha, daqui algum tempo será mestre. Ela está treinando arduamente e posso garantir que está valendo a pena. A cada dia que passa seus quitutes ficam mais saborosos.

 Quem viver verá!


O pão desta foto ela fez ontem. Ficou bonito e  muuuito gostoso!

olha só que cara boa a deste bolo! Isto porque ela ainda está aprendendo... Imaginem quando concluir a faculdade!

Uma visita rápida em Estocolmo

Minha maior queixa quanto ao circuito que fizemos pela Escandinávia foi o mau dimensionamento da viagem. Chegamos no final da tarde em Estocolmo e ainda fizemos um city tour pelo bairro antigo, o Gamla Stana. Como era verão não foi nenhum problema, pois os dias no verão são longos e se estendem até depois das 22 horas. Na manhã do dia seguinte tornamos a sair com o guia para conhecermos um pouco mais da cidade, visitamos a prefeitura e fomos ao Museu Vasa. Paramos para almoçar no restaurante do hotel Rica, que fica no centro da cidade, e tivemos o restante da tarde livre. O grupo se dividiu e cada um tomou o rumo que desejou.


Eu e a Neli fomos até a recepção do hotel pegar alguns cartões com o endereço, pois aquele hotel seria o ponto de encontro do grupo para pegar o ônibus de volta ao nosso hotel que ficava distante do centro. Quando retornamos para encontrar o grupo nos demos conta de que a Helena havia se perdido e ficamos desesperadas, pois não tínhamos certeza se ela sabia o endereço do hotel em que estávamos hospedadas, ou se pelo menos ela sabia a hora e o endereço do hotel onde o ônibus iria nos pegar.

Voltamos pela rua de pedestres apinhada de gente procurando algum sinal da Helena e não vimos nem sombra dela. Sugerimos que o restante do grupo continuasse o passeio enquanto procurávamos. Foram momentos angustiantes, pois não tínhamos a menor idéia de onde procurar Helena.

Foi a Neli que enxergou o Monte, que também viajava conosco, sentado na porta de uma loja. Fomos correndo ao encontro dele e ficamos sabendo que a Helena estava dentro da loja com outras pessoas do grupo. A Neli estava tão nervosa e angustiada que ao segurar a Helena pelos braços disse para desabafar: Heleeeena! Eu vou te mataaar! E caímos na risada as três, mas era um riso nervoso e ao mesmo tempo de puro alívio. Abraçamos a Helena e saímos juntas da loja. A Maura e o Cid também ficaram conosco, mas nossos planos de visitar um museu foi por água abaixo, pois já era muito tarde. Optamos por fazer um passeio de barco para relaxar.


Fomos para o cais e embarcamos para um passeio de barco que durou duas horas e nos ofereceu belas vistas da cidade. O vento gelado batendo no rosto ajudou a relaxar e descontrair. Desembarcamos e voltamos caminhando devagar pelo centro da cidade, mas quando começou a chover tivemos que correr para nos abrigar debaixo de uma marquise que já estava lotada.


Na hora marcada fomos para o ponto de encontro. Várias pessoas já estavam lá aguardando a chegada do ônibus, e os últimos passageiros a chegar foram aqueles que se animaram a conhecer o bar de gelo; um bar feito totalmente de gelo, desde as paredes até o balcão, as mesas e os copos. Dentro do bar a temperatura é de aproximadamente cinco graus negativos e, para suportar o frio, quem chega ao bar recebe na entrada um casaco térmico e luvas. Os turistas, que não estão acostumados com o frio intenso, só conseguem permanecer dentro do bar por uns 20 minutos no máximo e já começam a tiritar de frio. Este tempo é o suficiente para segurar o copo de gelo com as luvas grossas, tomar uma vodka e sair correndo. Quem foi adorou a experiência.


No dia seguinte tivemos a manhã livre e saímos depois do almoço em direção ao porto para embarcarmos num cruzeiro para Helsinque. Poucas pessoas do grupo se animaram a sair naquela manhã livre porque o tempo era muito curto e a distância do hotel até o centro desanimava qualquer santo. Em resumo: não conhecemos Estocolmo, apenas passamos pela cidade, o que foi uma pena. Estocolmo é o tipo de cidade que merece pelo menos uns 3 ou 4 dias no roteiro. Quero voltar com mais vagar e da próxima vez vou ficar num hotel bem localizado.

De Oslo em direção a Estocolmo

Nos despedimos da Noruega  e do Avelino, o motorista que nos acompanhou durante todo o percurso. Pela manhã seguimos viagem com outro motorista em direção a Estocolmo, na Suécia. Nossa única certeza era de que teríamos um longo dia pela frente, mas em nenhum momento havíamos pensado que aquele longo dia seria agravado por um acidente na estrada que atrasaria nossa chegada em algumas horas.


No meio da viagem paramos em Karlstad, uma pequena cidade no centro da Suécia, com pouco mais de 62 mil habitantes, que fica as margens do Lago Vänem, e que tem a fama de desfrutar o maior número de dias de sol por ano.


A estrada de Oslo até Estocolmo, muito bem cuidada, era margeada por intermináveis campos que, de acordo com o motorista, eram plantações de centeio. Aqueles campos a perder de vista, eram planos, muito verdes e floridos.

No meio do caminho o trânsito ficou literalmente parado por muito tempo. A fila de carros na nossa frente, tanto quanto a de trás, era interminável e não dava para saber o que estava acontecendo de fato. Depois de amargar um bom tempo parados, começamos a nos deslocar devagar até passarmos por alguns carros que haviam se envolvido num acidente. O local estava cheio de policiais e carros de polícia com as luzes piscando.


O motorista pode finalmente seguir em frente, mas bastou chegar na entrada da cidade para empacarmos de novo, pois naquela altura do dia o tráfego intenso deixava o trânsito muito lento.


Seguimos direto para o Palácio Real, onde o ônibus ficou estacionado. Lá encontramos  o guia que iria nos acompanhar na visita pela cidade. Ele era um português alto, com pinta de galã, que parecia apaixonado pela cidade que havia adotado. Falava com entusiasmo sobre a história de Estocolmo e ficava muito irritado quando alguém do grupo saía para fotografar antes que ele tivesse terminado a explanação. Chegava a ser engraçado, pois o vaidoso guia fazia questão de que todos ouvissem cada palavra das histórias que contava, e dava o maior pito quando alguém se afastava.


Estocolmo é o centro financeiro da Suécia, mas também é uma cidade linda, distribuída por 14 ilhas unidas por 53 pontes. O guia fez questão de destacar que a cidade está numa região em que o Lago Mälaren encontra o Mar Báltico. Grande parte da área da cidade é de canais, parques e zonas verdes. Outro destaque é para o número de galerias de arte (mais de 100) e museus. A parte antiga da cidade tem mais de 750 anos. A Gamla Stan, que significa cidade velha, abriga prédios históricos que misturam vários estilos arquitetônicos pintados em tom pastel, os edifícios públicos e as igrejas.

Indústria farmacêutica e a cura de doenças

Sempre desconfiei que a indústria farmacêutica nunca se empenhou de fato, em desenvolver remédios que efetivamente possam curar doenças. O próprio nome já deixa no ar esta dúvida: indústria. Qualquer indústria que se preze quer, no mínimo, manter o lucro sobre as vendas, mas, preferencialmente, seu objetivo é o de aumentar este lucro e é exatamente isto que a indústria farmacêutica faz. Não importa se isto significa manter a população mundial doente e refém de remédios. Aliás, é exatamente este o objetivo da indústria farmacêutica: manter a população mundial doente crônico e refém de remédios, para aumentar seus lucros. E que lucro! É o objetivo do capitalismo selvagem...

Eu, desconfiada por natureza, sempre fiquei com a pulga atrás da orelha, pois qualquer quimioterapia, por mais que esteja ultrapassada, é sempre muito cara e nunca garantiu a cura de ninguém. Os quimioterápicos de última geração não são apenas caros, são caríssimos. A medicação oncológica consegue muitas vezes dar sobrevida ao paciente, mas não garante a cura. Será porquê? A resposta é sempre a mesma: lucro. Lucro para a indústria farmacêutica. O sofrimento ou a morte de inúmeros pacientes oncológicos é só estatística. É claro que a indústria farmacêutica não tem o menor interesse em curar um paciente e deixar de vender seus remédios caros. Paciente crônico é sempre comprador de remédio. Paciente curado passa longe de farmácias.

Faço quimioterapia, atualmente todos os dias, há mais de seis anos. Será que eu já não poderia ter ficado definitivamente curada e livre dos remédios? Claro que sim, mas isto significa que eu seria um paciente a menos para comprar e depender da quimioterapia para permanecer viva. E não é somente o paciente oncológico que fica refém de remédios, é todo paciente crônico seja ele diabético, hipertenso, transplantado ou portador de qualquer outra doença.

Outro assunto que sempre me indignou com relação a remédios é o número de comprimidos por caixa. Todo mundo ou toma ou conhece alguém que toma medicação de uso contínuo. Já repararam que a caixa de remédio de uso contínuo, que significa que a pessoa terá que usar aquele remédio todos os dias da sua vida, contém apenas 28 comprimidos? Quantos dias tem o mês? Pelo menos 30, basta conferir o calendário anual. Temos quatro (4) meses com 30 dias e sete (7) meses com 31 dias e apenas um (1) mês com 28 dias. Certo?  Isto significa que a indústria farmacêutica fica com, no mínimo, uma caixa de remédio por ano. Isto também significa que o paciente, eu e você, somos obrigados a comprar treze (13) caixas de remédio ao ano. É uma caixa a mais, uma despesa a mais por ano e também uma caixa a mais de lucro para a indústria farmacêutica. Estou errada???

Estou escrevendo isto tudo porque hoje, dia 26/ago/2011, li uma matéria na Internet que vem ao encontro do que sempre pensei a respeito de laboratórios farmacêuticos e a cura, ou melhor, não cura de certas doenças. A matéria tinha o seguinte título: “Nobel de Química garante que a indústria farmacêutiva não quer que o povo se cure”. O americano Thomas Steitz, ganhador do prêmio Nobel de Química 2009, denunciou os laboratórios farmacêuticos ao argumento de que eles “não querem que o povo se cure”, e disse mais:  "é muito difícil encontrar um que queira trabalhar conosco, porque para estas empresas vender antibiótico em países como a África do Sul não gera dinheiro e preferem investir em remédios para toda a vida.”

Se isto não é ilegal é no mínimo imoral. Os governos precisam intervir para mudar o que precisa ser mudado e isto só acontecerá quando a população começar a exigir seus direitos. Qualquer mudança  só acontece quando a povo vota certo e com consciência,  e exige de seus representantes no Congresso o cumprimento dos compromissos que fizeram em suas campanhas. Vamos começar exigindo que nossos representantes no Congresso cobrem dos laboratórios farmacêuticos, pelo menos, que  as caixas de remédios de uso contínuo venham com um mínimo de 30 comprimidos, porque 28 dias só temos no mês de fevereiro.

Noruega - viagem de Alesund a Oslo

Arrastar malas naquela altura da viagem já havia se transformado em rotina e, sem sombra de dúvida, na pior parte do passeio. Tanto é verdade que por sugestão da própria guia nós separamos uma mala de mão com a roupa que iríamos usar em Oslo para não ser necessário retirar as malas do ônibus a noite para colocá-las novamente pela manhã.

Saímos cedo em direção a Oslo apenas para dormir e ninguém ouse perguntar o porquê. Minha suspeita é de um prazer mórbido que os gerentes das agências de viagem sentem em torturar turista cada vez que elaboram um circuito que eles mesmos não podem participar. Só pode... Não seria mais fácil, menos penoso e cansativo um vôo rápido até Estocolmo?


Para tornar o roteiro da viagem mais atrativo e enganoso a agência escreve assim “... Saída bordejando o fiorde de Molde até Andalsnes. Através das terras Troll e do Vale de Romsdal, passando pelas povoações de Otta e Dombas, chegada a Lillehammer. Visita às pistas de ski. Pela tarde, chegada a Oslo. Hospedagem e jantar...”

Bordejar um fiorde, seja ele qual for, parece a primeira vista algo meio romântico e encantado, mas depois de uma semana viajando de ônibus pelos fiordes você já está morto de cansado e tudo o que deseja é ficar pelo menos uns dois ou três dias quieto num mesmo lugar, para curtir e aproveitar melhor as atrações que aquele lugar oferece. Eu sinceramente preferia ter ficado pelo menos dois dias em Alesund para andar sem rumo pela cidade, caminhar nas trilhas do parque onde fica o aquário, conhecer os museus ou apenas ficar sentada apreciando o mar e a natureza exuberante que envolve a cidade.

Sem opção de escolha entramos contrariados no ônibus para seguir viagem até Oslo "bordejando" o fiorde de Molde. Mesmo sendo cansativo, o trajeto pelo fiorde foi a parte boa da viagem porque a natureza oferece um espetáculo para ninguém botar defeito. A parte que incluiu as povoações de Otta e Dombas passou e ninguém notou, e a cidade de Lillehammer só não passou despercebida também porque em 1994 abrigou os XVII Jogos Olímpicos de Inverno, um evento multiesportivo do qual participam mais de 60 países, e as pistas de ski usadas nos jogos funcionam hoje como atrativo turístico.


Assim que chegamos no estacionamento próximo das pistas de ski chegaram outros ônibus com turistas orientais. Como já tínhamos experiência anterior, corremos para usar os banheiros antes que o bando de japoneses desembarcasse formando filas intermináveis. Em seguida começou a cair uma chuva forte o bastante para espantar com a vontade de várias pessoas subirem a montanha para ver de perto as pistas de ski. Eu fui uma das que correu de volta para o ônibus e fiquei lá quietinha esperando o grupo para prosseguirmos viagem.

Chegamos em Oslo a noite, mas como era verão parecia que ainda estava no meio do dia. Depois do jantar fomos dormir, pois sabíamos que o dia seguinte teríamos de enfrentar outra estrada em direção a Estocolmo, capital da Suécia.

Despedida anunciada...


O gato que late coitado,
Está velho e abatido.
Seu miado pungente
Corta o coração da gente.
Ontem recusou sua comida
E foi dormir escondido
No seu cantinho escuro e sossegado.
Hoje, enquanto era examinado
Respirava ofegante e
Mantinha um olhar distante
Perdido no azul cristalino de sua íris.
Parecia relembrar um velho tempo
Em que seu esporte predileto
Era escalar o muro e fugir
Para o quintal vizinho
Seu playground de caçar passarinho.
Agora sei que seu coração está falhando
E  fraquinho, está se apagando lentamente
Breve, o Bubu irá fugir para sempre...

Alesund - Noruega

Alesund é uma cidade de 98 quilômetros quadrados, espalhada por cinco ilhas, e com cerca de 40 mil habitantes, que ostenta o título de capital mundial do bacalhau

A história da Alesund que conheci teve início em janeiro de 1904, após um incêndio de grandes proporções que destruiu totalmente a cidade feita em  madeira, comum na Noruega, deixando mais de 10.000 desabrigadas.


Trinta  arquitetos noruegueses ficaram encarregados do projeto da nova cidade, em estilo Art Noveau. Três anos depois a cidade estava reconstruída, e é um charme até hoje.


Chegamos em Alesund depois de um longo dia de viagem, e ficamos  hospedados  num simpático hotel que tinha acabado de ser remodelado, e estava todo novinho em folha. Os arquitetos deixaram a mostra, dentro dos quartos e nos corredores do andar de baixo, os enormes pilares de grossas madeiras que sustentavam a construção antiga. Os banheiros são modernos, mas no quarto em que fiquei hospedada era preciso tomar cuidado ao levantar da cama para não bater com a cabeça nos pilares e nas vigas de madeira, que ficavam muito perto da cama.

fachada do hotel Quality Waterfront

Saímos em grupo assim que deixamos a bagagem no quarto,  para procurar um restaurante onde pudéssemos comer alguma coisa. Só encontramos aberto, naquela altura da noite, uma pizzaria. Como a fome era grande apelamos para uma pizza mesmo. Ainda bem que ela estava gostosa. Depois fomos conhecer um pouco da cidade, pois estava previsto sairmos no dia seguinte bem cedo, de volta a Oslo. Não me perguntem o porquê? A bem da verdade, até hoje não entendi o motivo de termos parado em Alesund, já que não estava previsto fazer ou conhecer qualquer coisa interessante que existe na cidade. 

É em Alesund que está o Atlanterhavsparken, um dos maiores e mais famosos  aquários marinhos  na Europa. Aliás, ele não é simplesmente um aquário, é mais um parque, pois há trilhas para caminhadas ao ar livre e, para quem gosta, dá para fazer mergulho. E não foi somente o aquário que deixamos de conhecer. Lá também está o Museu Sunnmore, ao ar livre, que guarda a história do povo que habitou aquela região desde a idade da pedra até 1900; além  de réplicas de barcos de pesca de 400 a. C.  Por fim, a cidade  abriga o Museu Alesund que mostra como era a vida  por lá,  antes e depois do grande incêndio de 1904.
Para mim, e acredito que para a maioria dos viajantes,  ou a agência de turismo excluia Alesund do roteiro, ou ficava um dia na cidade para conhecermos todas estas atrações, que parecem muitíssimo interessantes.  Concordam?

Fiorde de Geiranger e Glaciar de Briksdals

Saímos de Loen depois de um café da manhã cheio de guloseimas, e fizemos o mesmo caminho perigoso da chegada. Nossa direção era Alesund, uma cidade de 98 quilômetros quadrados, espalhados por cinco ilhas, e com cerca de 40 mil habitantes, que ostenta o título de capital mundial do bacalhau.


No caminho para Alesund paramos em Briksdals para almoçar e aproveitamos para conhecer o glaciar com o mesmo nome. Fiquei empolgada para ver de perto o glaciar. Alguns carros abertos, que mais pareciam um reboque com bancos,  já estavam estacionados e com os motoristas a postos. Entrei num deles assim que terminei de vestir uma capa de chuva porque havia começado a cair uma chuvinha que prometia durar. O motorista cobriu nossas pernas com pesadas capas de plástico para que ficássemos protegidos do vento e do frio, mas no caminho precisamos puxar as capas até o pescoço.

Os motoristas ligaram os motores e começaram a subir a montanha íngreme, por uma estrada cheia de curvas e bastante perigosa para o meu gosto (detesto altura). Num certo ponto da montanha demos de cara com uma cachoeira maravilhosa que deu um belo banho gelado em todos os passageiros, sem exceção. A molhadeira fez com que todos rissem do inesperado da situação. O visual era de tirar o fôlego.

Num determinado ponto da montanha os motoristas pararam e informaram que dali para a frente só era possível prosseguir a pé. Algumas pessoas optaram por ficar embaixo de uma cobertura, mas eu decidi subir o resto da montanha a pé, só para ver de perto o glaciar.

O Agostinho, guia que estava acompanhando o grupo, foi conversando comigo durante a subida e quando me dei conta já estava no alto da montanha. Durante o caminho cruzamos com várias pessoas que desciam a montanha depois de ter feito todo o caminho, inclusive a parte que eu havia feito de buggy, a pé. Eu não me animaria, pois não tenho mais disposição para tanto.

Quando cheguei no alto da montanha, depois de uma longa e cansativa caminhada, fiquei um pouco desapontada. O glaciar Briksdals, com seu tom azulado,  era só um tiquinho do glaciar que foi um dia. Ele está derretendo mais e mais a cada ano que passa...


Desci novamente a montanha, embarquei no buggy e fui direto para o restaurante almoçar com o grupo. Depois do almoço embarcamos num outro cruzeiro, daquela vez para conhecermos o Fiorde de Geiranger que tem mais ou menos 15 quilômetros de comprimento e é um dos braços do Grande Fiorde, o Storfjorden.




A população da vila de Geiranger é bem pequena, mas no verão este número aumenta para umas duas mil pessoas.


Nem é preciso dizer que o passeio pelo fiorde  foi mais um momento de puro êxtase diante de toda aquela impressionante beleza natural. Do barco  avista-se inúmeras cachoeiras, entre elas as Sete Noivas, com 7 cascatas próximas umas das outras, e a cascata Amante Eterno. Aliás, o fiorde de Geiranger é patrimônio da humanidade pela Unesco e um dos lugares mais visitados da Noruega. É também  o terceiro maior porto de cruzeiros, recebendo entre os meses de maio e setembro mais de 150 embarcações.


O cruzeiro foi breve, durou apenas 50 minutos. Depois seguimos direto para Alesund, onde chegamos bem tarde, muito cansados e famintos.

Loen - Hotel Loenfjord - Região dos Fiordes

Depois do passeio de barco pelo Fiorde dos Sonhos, o Sognefjord, que terminou em Kaupanger, seguimos em direção ao hotel Loenfjord, que fica em Loen, por uma estrada estreitinha e sinuosa, que deslizava  entre a beira de um precipício que terminava nas águas plácidas do fiorde, e a escarpa de pedra bruta da montanha.

A estrada era tão estreita que por diversas vezes o ônibus ou o carro que vinha em direção contrária era obrigado a parar para dar passagem a um dos veículos. Ainda bem que o Avelino, nosso motorista, era bastante experiente naqueles caminhos estreitos e tortuosos. Em nenhum momento ele nos colocou em qualquer situação de risco, mas mesmo assim dava medo do ônibus despencar lá embaixo...


A viagem muito longa foi compensada pela paisagem incrível do fiorde que tirava nossa atenção dos perigos da estrada. Acho que os passageiros estavam tão entretidos tentando não perder a oportunidade para um flash que ninguém parecia preocupado nem com a demora da viagem ou com a estrada perigosa.


Chegamos finalmente ao simpático hotel, todo feito de madeira,  que ficava em frente ao fiorde. Já era tarde, mas como no verão escandinavo o sol quase não se põe, ainda estava claro. A água de um rio estreito corria rápida em seu leito ao descer para encontrar as águas plácidas do fiorde, deixando pra trás aquele barulho gostoso de se ouvir. Naquela noite dormi embalada pelo som calmante daquela água gelada que passava célere bem em frente a janela do meu quarto.


Perto dali um grande camping abrigava vários carros e trailers estacionados. Os trailers eram enormes e pareciam uma casa muito bem equipada. Alguns homens pescavam tranquilamente e pareciam estar em perfeita comunhão e paz com a natureza que os rodeava.


Saí caminhando com a Lili, sem pressa,  para tentar captar com minha máquina, e guardar para sempre, a beleza que se descortinava diante dos meus olhos, em todas as direções. Tiramos muitas fotos e nos encantamos com tudo aquilo que estava ali ao alcance da nossa sensibilidade.


No jardim do hotel paramos para ver de perto como era feito um telhado verde, pois havíamos visto vários telhados verdes durante toda a viagem até ali, e aquilo vinha aguçando nossa curiosidade.


O telhado verde é uma excelente idéia, que além de embelezar é muito útil. Consiste na aplicação e uso de solo e vegetação sobre uma camada impermeável, que é instalada na cobertura de uma edificação qualquer. Sua vantagem é facilitar a drenagem das águas da chuva e promover o isolamento acústico e térmico dos telhados e lajes tradicionais. Além de refrescar, ele consegue manter o edifício protegido de temperaturas extremas tanto no verão quanto no inverno. Outro benefício do telhado verde é promover o reequilíbrio ambiental, pois sua utilização pode evitar o uso de sistemas de climatização ou ar condicionado. Ele consegue manter a umidade relativa do ar no entorno da edificação. Em tempos de valorização da ecologia, o telhado verde é uma excelente idéia.

Lembrando meu pai

Neste domingo em que se comemora o dia dos pais, acordei lembrando do meu. Quando me dei conta, estava pensando em como teria sido minha vida se eu tivesse tido a oportunidade de ter convivido com ele um pouco mais de tempo. Eu tinha apenas acabado de completar 11 anos de idade quando ele faleceu.

Meu pai era um homem alto para a geração dele, mas para mim, uma garotinha de apenas 11 anos, ele parecia ainda maior, era o próprio gigante Golias. Lembro-me que, mais do que respeito, eu tinha medo dele. Sua voz soava tão forte que aos meus ouvidos parecia o ribombar assustador de um trovão. Suas mãos me metiam medo, e eu fazia tudo para ficar bem distante delas. Minha impressão era que um tapa vindo daquelas mãos enormes quebraria qualquer criança ao meio.

Hoje, olhando para trás no tempo, percebo o quanto minhas impressões infantis foram injustas com meu pai. Ele, apesar de grande e forte, era um homem sensível e incapaz de machucar qualquer pessoa, e muito menos uma criança. Aliás, ele sempre dizia que surra não consertava ninguém e jamais admitiu que alguém nos batesse, nem mesmo minha mãe. Ele nunca deu um tapa ou um simples puxão de orelhas em mim ou em minhas irmãs mais novas. Bastava seu olhar ameaçador para que entendessemos o recado e saíssemos de fininho ou parássemos uma briga ou discussão.

Quando nasci meu pai era considerado um velho, pois já estava com quase 60 anos. Naquela época ainda não existia essa insuportável demagogia do politicamente correto, que inventaram para os tempos atuais. Velho era simplesmente velho e não um idoso, mas por outro lado, o velho era um cidadão que todos reverenciavam e respeitavam.

Quando criança me ressenti da distância que havia entre mim e meu pai. Mantinhamos um relacionamento cordial, mas sem muita intimidade, e isto não era apenas por causa do receio que eu sentia em ficar por perto e levar uma bronca ou um safanão. Era alguma coisa invisível que nos afastava, mas eu não conseguia entender o que era, e muito menos saber porquê aquilo acontecia. Eu simplesmente sentia e me ressentia...

Somente depois de adulta fui compreender e entender as razões para o distanciamento entre nós, e foi aí que lamentei ainda mais a morte precoce do meu gigante Golias.

Meu pai casou-se com minha mãe em segunda núpcias. Em seu primeiro casamento meu pai teve duas filhas e a mais velha, muito parecida comigo fisicamente, com a diferença de ser loira e de olhos verdes, era sua paixão, seu encantamento. Eles eram muito ligados um ao outro. Um dia quando meu pai retornou à casa, após uma viagem de trabalho, encontrou sua mulher no hospital entre a vida e a morte, após ter dado à luz uma criança morta. Estranhando que sua filhinha mais velha não havia corrido ao seu encontro na porta, como sempre fazia, perguntou por ela, e foi aí que recebeu a pior notícia de sua vida: sua filha mais velha também estava morta e sepultada. Sua morte prematura fora provocada por uma epidemia que havia assolado a cidade durante sua ausência. 

Meu pai não conseguiu sequer enterrar sua filha amada, não conheceu a mais nova que nascera morta e não sabia se sua mulher iria resistir a tudo aquilo. Seu mundo deve ter desabado naquele momento... Seu sofrimento deve ter sido arrasador. Hoje entendo isto.

Tempos depois, a primeira mulher do meu pai pegou uma criança para criar e assim conseguiu realizar sua vocação para a maternidade. Meu pai adotou aquele garotinho, tão diferente deles fisicamente, não só no papel, mas também no coração. Ele amou aquele menino com uma paixão comovente. Naquela equação, um salvara o outro. Ele foi o filho que meu pai precisava, e meu pai, o pai que toda criança gostaria de ter. Há homens com vocação para a paternidade e meu pai foi um homem assim.

Quando eu nasci meu pai exultou. Era de novo pai de uma garotinha, mas lá no fundo do seu coração, um sentimento assustador começou a se formar: um medo incompreensível de perder outra vez uma filha amada...

Sognefjord - o fiorde dos sonhos

Quando desembarcamos em Myrdal nosso motorista Avelino já estava com o ônibus estacionado aguardando para irmos até Gudvangen onde almoçamos.


O restaurante não dava muitas opções, e parecia que qualquer prato que resolvessemos comer não iria agradar muito. A comida, de fato, era bem ruim e eu só encarei um pouco da gororoba para não ficar com fome. Depois do almoço, quando o sol esquentou e pude tirar o casaco pesado, tomei um picolé para refrescar um pouco (eu estava quase cozinhando embaixo da segunda pele que usava), e assim pude também gastar as últimas moedinhas da noruega que pesavam em minha bolsa.


Nosso barco chegou na hora marcada. Embarcamos animados e subimos até o segundo andar onde a visão de Sognefjord era desimpedida. O fiorde dos sonhos, como é conhecido, também ostenta o título de maior e mais profundo do mundo, além de majestoso e belo. Encontrei um local estratégico no barco, protegido do sol, e perfeito para tirar belas fotos que comprovam o porquê aquele fiorde foi declarado Patrimônio Mundial da Humanidade, pela Unesco.


As montanhas escarpadas e cobertas de neve, erguem-se na borda silenciosa das águas serenas do Mar do Norte, que invadiram a fenda profunda criada pelo peso das antigas geleiras. Por todos os lados onde a vista alcança é possível ver cascatas de águas cristalinas que se precipitam em queda livre sobre os extensos bosques de pinheirais, que crescem nas rochas.


Vez ou outra uma pequena aldeia surge na paisagem, ou uma casinha perdida no verde dos pinheirais, aqui ou ali. As escarpas, pura rocha, erguem-se quase verticais, numa altura que deve alcançar uns 900m. Em alguns pontos, o fiorde dos sonhos chega a uma profundidade de mais de 1.200m. O que será que se esconde debaixo das águas tranquilas do fiorde dos sonhos? O barco continua seu curso tranquilo, indiferente as minhas indagações. As gaivotas oportunistas quebram o silêncio com seu grito estridente, certas de que a qualquer hora algum passageiro irá atirar um pouco de comida.


O passeio continua e as gaivotas brancas seguem o barco gritando sem parar. De repente elas se agitam ainda mais; é um passageiro que está jogando alguns pedaços de pão que elas pegam no ar. Algumas até se arriscam a pegar o pão nas mãos que ficam estendidas fora do barco.


Um jovem oriental que fotografa com uma máquina de fazer inveja a qualquer fotógrafo amador ou profissional, está ao meu lado doido para pegar meu lugar estratégico e fazer belas fotos. Como já fotografei o bastante com minha máquina compacta (que chora de vergonha perto da dele), cedo meu lugar e ele fica todo agradecido e até jura que irá enviar-me algumas fotos por e.mail. Finjo que acredito e saio, até porque um vento mais frio começa a soprar e prefiro ficar protegida dentro do barco, onde está mais quentinho.


Faltando uns dez minutos para o final do passeio, nosso grupo desce e vai para o ônibus que também está no barco. Desembarcamos e seguimos para um simpático hotel que fica bem em frente a um fiorde. Naquela noite dormi embalada pelo delicioso som da água correndo rápida pelo canal que passava bem de frente da janela do meu quarto.


Acordei no dia seguinte bem cedinho e saí caminhando com a Maura pelo jardim. Daí a pouco a Suely e o Carlos se juntaram a nós para contemplarmos em êxtase  aquele espetáculo da natureza.

Pérolas do dep. Bolsonaro sobre o assassinato da Juíza Patrícia

Muito infeliz e inoportuno o comentário do deputado estadual pelo Rio de Janeiro, Flávio Bolsonaro, filho do deputado federal Jair Bolsonaro, sobre a juíza Patrícia,  que foi morta com 21 tiros na noite de quinta-feira (11), em Niterói, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.
Infelizmente, quando se trata da família Bolsonaro não é de se estranhar notícias como a estampada em todas as mídias de hoje. Eles parecem adorar uma manchete indignada com as pérolas que soltam...
Quero  saber  qual é o tratamento que o nobre deputado gostaria que um bandido tivesse?  Diga deputado, como é que um juiz ou qualquer outra autoridade deve lidar com bandido?
De acordo com o Jornal do Brasil, o deputado Flávio escreveu em sua página no twitter  que a juíza da 4a Vara Criminal de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, assassinada brutalmente, tinha o costume de  "humilhar gratuitamente réus".  E escreveu mais: "Que Deus tenha essa juíza, mas a forma absurda e gratuita com que ela humilhava policiais nas sessões contribuiu para ter muitos inimigos". E ainda escreveu que ele  cansou de receber em seu gabinete policiais e familiares reclamando da  juíza  assassinada.
Nossa, o nobre deputado tem tempo de receber em seu gabinete de trabalho  pessoas que se sentem agredidas verbalmente por juízes, e especificamente pela juíza assassinada? Não me parece que um gabinete de deputado seja o local adequado para este tipo de reclamação. Será que não existe um caminho mais direto para protestar contra um juiz por causa  deste tipo de tratamento???
Então quer dizer que assassinar  juízes que  colocam  bandidos perigosos  atrás das grades é apenas consequência  do que pode acontecer com aqueles profissionais que trabalham para proteger cidadãos de bem? Se sentir humilhado é  justificativa suficiente para  mandar matar uma  juíza que trabalha dentro dos limites da lei?
Sinceramente, numa sociedade  como a que estamos inseridos, encontrar uma magistrada como Patrícia, séria e corajosa, conhecida por ter condenado à prisão 60 policiais ligados à milícia, nos faz acreditar que ainda existem pessoas que não se deixam levar pela corrupção no país, e que nossa sociedade ainda pode ter conserto. Basta encontrar mais pessoas corajosas como ela, que não hesitava em colocar bandidos atrás das grades, fossem eles policiais ou aqueles famosos bandidos de colarinho branco.

Trem Flamsbana - Um passeio encantado entre Voss e Myrdal

Como eu havia dito no outro post, estou novamente em forma. A dor provocada pelo zometa passou e hoje já não é nem sequer uma lembrança. Prefiro focar no que é bom e dor nunca o é mas, o que está por trás daquela dor é ótimo. Santo zometa!
Hoje quero escrever sobre um momento inesquecível da viagem: o passeio no trem Flamsbana.

Saímos de Bergen pela manhã em direção a vila de Voss, onde embarcarmos para Myrdal no famoso trem Flamsbana, que faz um percurso de 20 km pelos belíssimos vales e paisagens de montanhas e cascatas, na Região dos Fiordes Noruegueses.

A viagem é espetacular. O percurso do trem entre Voss e Myrdal dura 1 hora e atravessa cenários de natureza selvagem e outros construídos pelo homem, que são inesquecíveis. A altitude que separa uma vila da outra é de 864m, e isto torna aquela ferrovia a de maior inclinação do mundo (bela obra de engenharia).

No verão europeu, época em que viajei, o trem Flamsbana é muito concorrido. São dez partidas diárias da estação de Flam, que saem sempre muito cheias. O trajeto de uma hora atravessa 20 túneis e dá direito ao turista a uma vista espetacular de várias cachoeiras com mais de 100 m de queda livre, nas altas montanhas vestidas pelo verde dos pinheirais. É fantástico.

No meio do caminho o trem faz uma parada breve para que os deslumbrados turistas vejam de perto, e fotografem com mais calma, a monumental cachoeira Kjosfossem. Algumas vezes aquela parada estratégica  ainda dá direito a visão de um ser mitológico da Noruega: a Huldra.

A multidão de turistas que desce do trem aos trancos,  se acotovela no pequeno espaço de calçada entre o trem e o abismo, para fotografar a cachoeira. Posso apostar que são poucos aqueles que percebem a breve aparição da Huldra, uma mulher vestida de branco, dançando e cantando em cima de uma pedra, acompanhando o rítmo pulsante da natureza que a envolve. Quando a vi, tive a impressão de ser uma miragem, pois estava  esmaecida pela névoa que se formava pela evaporação da água da cachoeira que caía com força... Foi sensacional!


A parada  do trem é tão breve quanto a aparição da Huldra; a  viagem continua por paisagens tão fantásticas, que é difícil duvidar da existência do Ser poderoso que deu vida àquilo tudo.

Fazendo o zometa após dois meses de pausa

Depois de dois meses de pausa no uso do zometa, por causa da viagem, esta semana não pude mais escapar e fiz a aplicação na segunda-feira. Acho que eu já tinha até esquecido o quanto o zometa deixa o corpo moído e cheio de dores... Na terça eu estava preparando uma simples e gostosa salada quando senti as costas começarem a doer e em seguida o corpo inteiro doía. Tomei o remédio e sonolenta dormi algumas horas e acordei bem mas, hoje pela manhã, parecia que um rolo compressor havia passado sobre mim. Doía tudo que era pedacinho, do dedão do pé até a cabeça. Meu consolo é saber que só dói porque está fazendo o efeito previsto: consertar os ossos destruídos pelo câncer. 
Hoje passei por uma nova consulta com a dra. Luci Ishii que ficou animada com o resultado dos últimos exames. Estou cada dia melhor e aguentar um pouco de dor faz parte do jogo então... bola prá frente, amanhã já vai doer menor e depois de amanhã não sentirei mais nada, a dor  vai passar para começar tudo de novo no próximo mês. Vale o sacrifício. 

Conhecendo Bergen

Sendo Bergen a cidade mais chuvosa da Europa, é claro que ao acordar de manhã bem cedinho e olhar pela janela vi que chovia lá fora. E não era uma chuva fraquinha, o que me deixou um pouco desanimada pois, logo depois do café da manhã, estava previsto um city tour pela cidade.

Nosso guia local era um jovem português, que trabalha na cidade todos os verões. Pela manhã seu trabalho é de guia e, na parte da tarde até a noite, como vendedor no mercado de peixes, que funciona mais como atrativo para os turistas do que como mercado de peixes para os habitantes da cidade.

Munidos de capa e guarda-chuva saímos com o Joel, que se revelou um ótimo e bem humorado guia. Ela tinha de cor todas as informações sobre a cidade. Andou com o grupo pelas ruas até uma casa de câmbio para que pudéssemos trocar euros por coroas norueguesas. Em seguida fomos conhecer Briggen, a parte antiga de Bergen, que fica na baía e que possui um conjunto de casas de madeira que datam dos tempos da Liga Hanseática. Esta relíquia remanescente dos tempos da Liga é hoje um Patrimônio Mundial da UNESCO.

Joel nos explicou que a Liga Hanseática foi uma aliança de cidades mercantis que manteve o monopólio comercial sobre quase todo o norte da Europa e o Báltico, no fim da Idade Média e o começo da Idade Moderna (entre os séculos XIII e XVII mais ou menos).

O comércio da Liga fornecia madeira, metais, peles, peixes secos e cereais a toda Europa. Era também conhecida por Hansa, e teve origem em duas antigas confederações nas cidades alemãs de Colônia e Lubeck.

A Liga Hanseática foi o fenômeno comercial mais importante da Europa. Sua rota era feita pelo Mar Báltico e no Mar do Norte.

Joel também nos mostrou como os noruegueses faziam para secar o bacalhau, uma forma de conserva absolutamente diferente do bacalhau salgado que conhecemos e um processo que demandava mais de seis meses de trabalho.

Os vikings não conheciam o sal, então o bacalhau, que tem pouca gordura, secava ao ar livre até que perdesse a quinta parte de seu peso e endurecesse como um pedaço de madeira. Seco desta forma ele podia ser consumido aos pedaços durante as longas viagens daqueles antigos navegadores, pelos oceanos.

Naquela altura da manhã parou de chover, o sol se abriu e permitiu que subíssemos o Monte Floyen para apreciarmos a vista da cidade com tempo aberto. A sorte com tempo bom e ensolarado nos acompanhou durante toda viagem. Por todos os lugares por onde passamos pegamos bom tempo e a chuva só dava as caras na hora em que estávamos saindo das cidades.

Subimos o Monte Floyen de funicular e lá em cima, com aquela linda manhã de sol, aproveitamos a melhor vista da cidade.

Depois do passeio fomos almoçar no restaurante do hotel Rica Bergen. Todos torceram o nariz quando viram que o prato principal era salmão servido com batatas, pois em todos os outros restaurantes por onde havíamos passado o salmão nunca era bem temperado, era sempre sem graça e sem sabor, mas finalmente  apreciamos uma comida muito bem temperada e gostosa.