Viagem de Oslo a Bergen
quinta-feira, agosto 04, 2011
Saímos de Oslo numa manhã chuvosa, em direção a Bergen, depois do café da manhã no restaurante que rescendia a salmão e outros tipos de peixe. Eu tinha a impressão de que qualquer alimento que escolhia para comer no café tinha gosto de peixe, tamanha a variedade da iguaria servida de todas as formas possíveis no café da manhã, que impregnava todas as outras comidas com seu cheiro forte.
Antes de entrarmos no ônibus fui correndo até o mercadinho que ficava próximo do hotel para comprar água porque descobri uma bela promoção daquele líquido precioso, mas muito caro naquelas paragens. Outras pessoas gostaram da idéia e também compraram duas garrafas por 30 coroas, quando o normal era pagar de 26 a 28 coroas por apenas uma garrafinha quando comprada no mercado, porque no hotel a mesma garrafa custava mais de 40 coroas.
Nosso percurso incluía a cidade de Geilo, mas ninguém a conheceu de perto, pois apenas passamos de ônibus pela estrada que dá acesso a ela. Coisas de excursão que costuma enfeitar o galo para fazê-lo parecer pavão... O engraçado é que a Neusa até havia separado algumas notícias sobre o que poderia ser feito na cidade, o que nos fez dar boas gargalhadas.
No caminho pudemos ver que uma espessa camada de gelo ainda cobria de branco grandes extensões nas montanhas, embora estivessemos em pleno verão. Fiquei imaginando aquilo no inverno...
Estava programada uma parada para conhecermos a catarata de Voring, com uma queda d’água de 182m. Fiquei imaginando a beleza de uma queda d’água naquela altura.
Depois de algumas horas viajando paramos num grande estacionamento, de frente para uma enorme montanha coberta por uma vegetação intocada. Todos os passageiros, para variar, correram para as lojinhas que vendem buginir (uma mistura de bugiganga com souvenir) e eu fiquei ali parada no estacionamento procurando a catarata, mas tudo o que eu via na minha frente era um ridículo filete de água escorrendo na montanha. Falei com o guia Agostinho e ele disse que aquilo era Voring e eu custei a acreditar que viajara tantas horas para ver aquilo. Me senti enganada e muito frustrada, e fiquei andando de um lado para o outro no estacionamento até que tropecei no motorista do ônibus e comentei com ele minha decepção por causa da catarata. Foi minha sorte.
O Avelino, um espanhol muito simpático e prestativo, olhou para mim espantado e disse: - mas isto não é Voring. A catarata fica um pouco mais abaixo. Venha comigo.
Segui o Avelino por uma calçada rodeada de plantinhas rasteiras e fomos descendo mais ou menos uns 300m e numa curva estratégica a catarata de Voring caía com uma força espantosa lá no fundo do precipício, fazendo subir uma nuvem de minúsculas gotículas d’água. Lindos arcos-íris bailavam sobre o riacho que se formava lá embaixo. Fiquei encantada, fiz várias fotografias e voltei correndo nas lojinhas para chamar o pessoal, para que pudessem ver de perto aquela beleza de queda d’água. Todos que viram ficaram encantados com aquele espetáculo ruidoso da natureza.
Seguimos viagem até o Fiorde de Hardanger onde paramos para almoçar. A comida era muito ruim mas, como não tínhamos outra opção, o jeito foi encarar aquela comida feia e ruim para não ficarmos com muita fome até nossa chegada em Bergen. Enquanto esperávamos a chegada do nosso barco aproveitamos para gastar as moedas que pesavam na bolsa tomando vários picolés que ajudavam a aplacar o calor.
Depois do almoço fizemos um passeio de barco pelo fiorde, o que encantou a todos. A paisagem era de tirar o fôlego. Enormes escarpas de granito rasgadas há milhares de anos pelo peso do gelo, emolduravam aquele sereno espelho de água do mar que invadiu a fenda profunda que dividiu a montanha em dois pedaços distantes um do outro. Uma floresta de pinheiros ocupava cada pedacinho de terra que ficava a mostra, deixando tudo verde. O silêncio era quebrado apenas pelo ruído do motor do barco que cingrava aquelas águas plácidas e serenas.
Terminado o passeio de barco voltamos para o ônibus e continuamos nossa viagem. A chuva voltou a cair mais forte do que antes, e atrapalhou nossa parada na cascata de Steindal Norheimsund. Olhamos a cascata apenas de longe e continuamos a viagem até Bergen onde chegamos cansados da longa viagem.
Ainda bem q minha mãe é mto curiosa e não gosta de compras, né! caso contrário, ninguém conheceria a maravilhosa queda d'água.