Entalado no bueiro
sábado, agosto 10, 2013
Quando vi a gata Mingau sentada calmamente no corredor lateral da casa,
em frente a grelha por onde escoa a água da chuva que cai do telhado logo
desconfiei: deve ter algum bicho escondido no bueiro. Que bicho será? Talvez um
calango... não sei. Pode ser também um passarinho que a Mingau capturou e que
conseguiu escapar e se esconder no bueiro. Não consegui ver o que era porque o
tanquinho que usamos para lavar os panos de chão fica bem em cima da grelha.
Chamei a Suzi, minha irmã. Ela
empurrou o tanquinho e logo enxergou um gato. Olhei e só vi o rabo do gato e
até pensei que fosse apenas um filhote, mas quando ela levantou a grelha vimos
que era um gato adulto que estava com a cabeça entalada no cano. Ainda bem que o corpo não coube no espaço,
pois teria certamente ficado preso e o resgate ficaria muito mais difícil.
A Suzi cutucou o gato,
mas ele nem se mexeu. Acho que estava assustado demais e gato assustado é um
perigo, pois fica muito agressivo. Resolvemos fechar todos os acessos para
dentro de casa e abrimos somente o portão que sai na garagem.
Fiquei observando da
janela da área de serviço enquanto a Suzi e a minha mãe tentavam resgatar o
gato do bueiro. Eu não queria me arriscar a ser arranhada por um gato
assustado. Sugeri que a Suzi colocasse uma luva grossa para proteger as mãos
das unhas afiadas do gato. Ela colocou a luva e com a ajuda de uma toalha puxou
o gato desentalando sua cabeça que estava presa no cano.
Quando o bicho se viu
livre ficou doido. Ele tentou escalar o muro para escapar para o quintal do
vizinho, mas não conseguiu. O bichano estava tão aflito que custou a perceber
que a porta no final do corredor estava aberta para que ele fugisse para a rua.
A Haseena, nossa
poodle, latia feito uma louca dentro de casa. Ela estava indócil e certamente
muito frustrada, pois o que ela queria mesmo era estar no corredor para dar uma
corrida atrás do pobre e assustado gato.
O gato, coitado,
tentava desesperadamente escapar da cilada na qual havia se metido tentando
escalar o muro. Quando caiu pela terceira vez ele deu uma olhada angustiada
para um lado e o outro e então percebeu que havia uma porta aberta. Naquele
momento ele se encheu de coragem e saiu correndo feito um corisco. Passou quase voando pela
minha mãe, esbarrou na perna da Suzi e saiu em disparada pelo portão ganhando a
liberdade da rua.
Depois desse susto acho que o gato xereta nunca mais vai se arriscar a invadir minha casa novamente.
Apesar dos pés doídos, da diarreia e da ânsia de vômito, minha mãe está bem, Lou. O xeloda tem muitas reações indesejadas, mas está trazendo mais benefícios para ela que a segunda e última quimioterapia (com taxol) trouxe. A oncologista dela está muito contente com os resultados!
Sei que família e amigos ajudam.. mas a vitória é toda de vocês! São vocês que lutam todo dia para combater esse mal. O mérito é de vocês! Beijo!!
Isabelle,
Também fiz taxol e foi barra pesada. Sei muito bem o que sua mãe sentiu.
O xeloda é realmente muito eficiente, apesar dos efeitos colaterais. Recomende sua mãe hidratar muito bem os pés e as mãos, pois a pele fica muito fina e corta com facilidade.
Um abraço carinhoso nas duas.
Lou
Mama, esses bichos são impossíveis.... como é que ele foi parar dentro da grelha? rs
Lou, os gatos metem-se em espaços incríveis e depois não conseguem sair, eles são muito desconfiados e assustadiços, mesmo assim gosto deles, tenho uma gata que era abandonada
Um abraço, Isabel Pinto