Uma gata assustada
segunda-feira, junho 01, 2015
A mudança estava marcada para quinta-feira pela manhã então, na véspera, resolvi que era melhor para mim e minha mãe, e também para a Mingau e a Haseena, dormirmos no apart hotel onde iríamos ficar hospedadas até que a reforma do apartamento ficasse concluída. Afinal era necessário fazer uma pintura nova naquelas paredes sujas e cheias de marcas do tempo, lixar e resinar o piso, além de desmontar e jogar fora alguns armários que estavam bastante destruídos e com cheiro de mofo.
Assim que chegamos ao hotel e abrimos a caixa de carregar gatos a Mingau saiu desconfiada, andando rasteiro, procurando um lugar onde se sentisse segura para esconder até sentir o medo passar. Ela estava apavorada e nem mesmo a presença da minha mãe conseguiu acalmá-la. Ela descobriu uma passagem embaixo do forro da cama box e se esgueirou para dentro e ficou lá bem quietinha. Acho que ela deve ter se lembrado do tempo em que ficou perdida na rua com fome, sede e medo, antes de ser resgatada. Ela estava imunda, muito magra e cheia de sarna quando a encontramos escondida dentro de um bueiro na rua. Mal miava de tão fraquinha e doente.
Na quinta-feira a noite, preocupada, a Raissa veio até nosso hotel e resolveu que iria tirar a Mingau do esconderijo, mesmo que fosse na marra. Ela precisou colocar a cama de pé e empurrar a gata até a abertura no forro e puxar. A Mingau saiu, mas continuava assustada, tão assustada que não conseguiu comer ou beber, e assim que teve uma oportunidade voltou a se meter no mesmo buraco de onde saíra alguns minutos antes.
Achamos melhor deixá-la quieta e durante a madrugada ela saiu novamente do esconderijo, daquela vez por vontade própria, e ficou olhando o jardim pela janela, talvez sonhando com o jardim da nossa antiga casa, onde ela gostava de passar o dia deitada na terra, de preferência na sombra fresca, no meio das flores.
Ela ronronou e subiu na minha cama, depois foi até a cama da minha mãe para em seguida ficar novamente espiando pela grade que colocamos na janela, para evitar uma fuga ou um tombo do terceiro andar. Fiquei com pena da gatinha. Ela continuava sem comer ou beber, apenas olhava pela janela sem entender o que estava acontecendo. Quando o dia começou a clarear ela se enfiou novamente embaixo do forro da cama.
No sábado, já passava das seis horas quando a Mingau resolveu sair da toca. Ela comeu alguns grãozinhos de ração e lambeu um pouquinho da sua comida favorita, um sache de carne para gatos. Minha mãe coitada respirou aliviada, pois ela estava muito preocupada com a saúde de sua gatinha de estimação.
De volta na janela a Mingau observava atenta algumas pessoas que conversavam enquanto caminhavam para um carro estacionado. A Haseena, incomodada com as vozes estranhas, latiu forte assustando a gata que novamente se meteu na toca embaixo da cama. Ela só voltou a sair quando a Suzi e a Raissa chegaram e acabou passando o restante da noite circulando pelo pequeno apartamento. Ela devia estar achando tudo muito estranho e apertado, pois estava acostumada com uma casa grande cercada de canteiros cheios de flores e árvores no quintal e agora estava confinada num pequeno apartamento, no terceiro andar de um hotel.
O bom é que hoje, domingo de páscoa, ela finalmente comeu direito e parece estar se sentindo mais segura, ou menos assustada. Vamos ficar por aqui mais algumas semanas antes de nos mudarmos definitivamente para nossa nova casa, um apartamento. Vou colocar alguns vasos com flores para que a Mingau se sinta mais próxima de um jardim como ela tanto gosta. Espero que funcione...
Oi Lou
Fico feliz em saber que você jáestá na casa nova e torcendo para que sua alergia ceda logo.
Eu queria te perguntar do Bubu e do Thor. Como eles estão?
Beijos. bia
Bom dia Lou,
Fico muito feliz em ter noticias de vcs!
Que Deus continue iluminando seu caminho.
Beijos acompanhado de um abraço fortalecedor!
Alessandra
Olá Alessandra.
Obrigada pela torcida e pelo carinho. Estou melhorando um pouquinho a cada dia.
bjs da Lou