Partilhar amor

Hoje fui levar minha mãe a igreja e fiquei para a missa. Para minha alegria consegui cantar um pouco, acompanhei a celebração e gostei da homilia. O padre frisou  a necessidade de sairmos de nosso egoismo para partilhar com o outro um pouco do que temos.
Quando saí da igreja me peguei pensando nas palavras do padre, no partilhar e na importância de sermos generosos. Percebi o quanto é difícil sermos generosos quando inseridos numa sociedade que valoriza tanto o ter e o acumular riquezas, e onde  dividir é um verbo pouco conjugado.
Chegando em casa resolvi abrir um vidro de geléia que uma amiga de infância, já idosa, fez e enviou de presente para mim e imediatamente lembrei das palavras da homilia. Minha amiga Piedade fez  a geléia com carinho, certamente  pensando nos muitos filhos e netos que ela tem,  mas não exitou em me incluir no espaço do seu amor. Olha só que coisa boa! E a geléia está  muito saborosa, posso garantir.
Minha mãe gosta de fazer  um saudável tempero usando as ervas que ela planta na horta que cultiva. Ela colhe salsa, cebolinha, manjericão, pimenta e outras especiarias, bate tudo no liquidificador e acrescenta um pouco de sal.  Como o tempero rende muito, sempre que ela o prepara acabo dividindo um pouco com os amigos, e todos adoram.
Outra coisa que minha mãe gosta de fazer é colher frutas maduras no pé, como ela fazia quando era criança. A natureza é generosa e uma só árvore produz muitos frutos e a melhor parte é dividir estes frutos suculentos com os amigos. Todos querem saborear as mixiricas, as amoras, pitangas e acerolas  que minha mãe cultiva no quintal, usando adubo que ela mesmo produz a partir de todas as sobras da cozinha. São frutos orgânicos,  saudáveis e muito saborosos e é a forma dela partilhar.
Meus amigos sempre partilharam comigo o que existe de melhor em amizade. Eles sempre me apoiaram e se fizeram presentes em todos os momentos de minha vida, fossem esses momentos bons ou ruins. Eles me fizeram entender que amigos é a melhor coisa que existe e que não podemos viver sem eles. É isto que eu quero partilhar sempre: amor e amizade. Quero  ter meus  braços sempre  abertos para receber todos aqueles que precisam de conforto e acolhimento,  ter ouvidos atentos para escutar e um coração sensível para ouvir e compreender. 
2 Responses
  1. shan-Tinha Says:

    que lindo Lu, como conseguiste colher no teu convívio tantas atitudes amorosas, e o legal é que fazes parte deste meio onde o amor e a partilha acontecem em atitudes tão simples do cotidiano das pessoas próximas a ti, é o que escuto nas aulas de yoga emanar luz amorosa que se espalha e acaba voltando pra ti. teu post combinou com o final do meu:
    "Por mais importante que sejam os bens materiais que adquirimos, eles ficam. A verdadeira propriedade é o que trouxemos quando aqui chegamos, o que fizemos de bom para o outro e o que levaremos quando daqui partirmos".
    isso se chama sincronia!
    bjão carinhoso e desejo uma semana esplendorosa pra ti e os teus!
    obrigada pelo recado carinhoso no meu espaço!


  2. Neide Says:

    Cansei de tentar ligar para a "Família" para desejar um feliz dia das Mães, pois o telefone está sempre ocupado. Penso que deve ser por causa do "Quero ter meus braços sempre abertos para receber todos aqueles que precisam de conforto e acolhimento, ter ouvidos atentos para escutar e um coração sensível para ouvir e compreender". Pois é, esta é a Lurdinha que eu realmente conheço e agradeço por tê-la como amiga.
    Neide


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Obrigada pelo comentário. bjs Lou