Um giro pela Toscana - dia 4 - Galeria Uffizi
domingo, junho 03, 2012
A
fila para entrar na Galeria Uffizi estava gigantesca às 9:00h da manhã. Cruzes!
Parece até que turista dorme na fila, ou então acorda cedo demais... Ah, sinceramente, nas férias eu me recuso a levantar muito cedo (acordo cedo mas não levanto). Gosto de fazer tudo na mais santa calma, curtindo. É por isto que eu detesto excursão que passa 2 ou 3 dias em cada lugar e já embarca novamente. O turista não conhece nada, apenas tem uma visão muito geral das coisas. E não venha me dizer que uma visita de uma hora e meia na Galleria Uffizi é suficiente para conhecer o acervo porque é a mais pura mentira. Nós ficamos a manhã inteira lá e posso garantir que não fixei tudo. Tenho certeza de que deixei passar muitas coisas interessantes, mas um dia eu volto.
No final das contas precisamos aguardar mais de
uma hora para entrar, porque deixamos para comprar o ingresso na hora e quebramos a cara com o tamanho da fila. Custou
11,00 euros, e depois ainda tivemos que vencer muitas escadas para começar a
visita. Escadas, escadas, escadas... meu pesadelo na Toscana.
Um
conselho para quem está pelo menos pretendendo conhecer a Toscana: faça um bom
preparo físico e reforce bem a musculatura das pernas, porque para todos os
lados que você quiser ir terá que subir muitas escadas e morros íngremes.
Elevador? Nem pensar, é na base da força muscular mesmo.
O
prédio onde funciona a Galeria Uffizi, considerada o museu mais antigo do
mundo, é um projeto de Vasari (aquele que ficou famoso pelo projeto do Corredor Vasariano, que liga o Palácio Pitti ao Palácio Vecchio). Giorgio Vasari além de talentoso
arquiteto era também pintor e outras coisinhas mais. Aliás, naquele tempo os artistas eram mais talentosos, mais completos. Nos dias de hoje as coisas são bem diferentes... Não consegui fazer uma boa foto da vista da galeria porque estava cheio de andaimes na frente. A foto vai ter que ficar para uma próxima visita.
Só para nos situar no tempo e na história: nos idos de 1560, quando nosso
Brasil varonil era ainda uma criancinha, o duque Cosmo I de Médici resolveu reunir a
administração municipal de Florença num só lugar. Foi o que motivou a contrução do prédio dos Uffizi, uma espécie de palácio do governo. Ele queria controlar melhor
os treze principais magistrados que ficavam espalhados por diversos locais de
Florença.
Vasari fez um projeto em forma de U,
sendo o piso térreo delimitado por pilastras com nichos onde mais tarde foram colocadas 28 estátuas de grandes nomes
como Maquiavel, Donatello e outros.
Os membros da família Medici foram
os grandes mecenas dos artistas renascentistas e transformaram a cidade de
Florença no museu a céu aberto que conhecemos hoje. Tanto os pintores quanto os escultores da
renascença misturaram temas religiosos e da mitologia e criaram obras
magistrais que até hoje são admiradas por milhões de pessoas. O famoso Davi que o diga.
A
Galeria Uffize possui cerca de cinquenta salas dedicadas aos maiores nomes do Renascimento como Leonardo da Vinci, Rafael, Botticelli, Michelangelo,
Tiziano, Rubens e outros. Ela é uma das maiores atrações
turísticas de Florença. As salas são nomeadas pelo artista mais importante nela
exposto.
Os quadros mais badalados, vamos dizer assim, são o da
Anunciação, de Leonardo; O Nascimento da Vênus e a Primavera, de Botticelli; a
Medusa, de Caravaggio e muitos outros.
É quase impossível por exemplo, ficar indiferente
diante da pintura da Primavera. Ela é linda! A Anunciação,
o primeiro trabalho de Leonardo, chega a nos tirar o fôlego. Belíssima! Também
conheci, vi de perto, de pertinho, o primeiro anjo pintado por ele num dos quadros de Verochio.
Muito emocionante.
Artemísia Gentileschi, a primeira mulher pintora da
história, que era membro da Accademia di Arte del Disegno, também está lá com
seu quadro da Judite decapitando Holofernes. Naquele quadro ela conseguiu
transmitir uma raiva e uma força que impressionam. As feministas adoram!
A manhã na galeria voou, pois nem sentimos o tempo passar. Vimos tudo sem pressa e com as explicações do HA que é formado em arte. É para matar qualquer um de inveja! Visitar a Uffizi com alguém sabidinho do lado, explicando tudo, apontando o que era mais importante. Amei.
Saímos da galeria e fomos almoçar novamente no restaurante Antico Fattore, uma tratoria que
funciona desde 1908 e faz sucesso até hoje. É claro que desta vez só faltaram estender o tapete vermelho para nos receber. O garçom emburrado estava todo sorrisos (a gorjeta gorda funcionou). Os apreciadores de bisteca repetiram
o pedido e não se arrependeram, até a Lia se animou a experimentar a bisteca. Só eu e a Eleonora não nos amimamos com a carne sangrando, mas todos ficaram muito satisfeitos com a comida e o
vinho. Estava tudo bom demais.
Nossas férias, não é por nada não, estão perfeitas. Um lugar lindo e com uma natureza de tirar o fôlego, cheio de história e obras de arte, uma comida maravilhosa acompanhada de um vinho para nenhum Baco colacar defeito e, claro, um grupo de amigos prá lá de bom.
diz a lenda que colocando uma moeda na boca do porcellino
e ela caindo na grelha que fica abaixo, a pessoa volta a Florença.
E não se iluda, porque algumas moedas insistem em
cair fora da grelha. Será que funciona mesmo???
Ah, e tem que fazer um carinho no focinho do bicho.
O finalzinho da tarde aproveitamos para circular pelos mercados de rua. Fomos no Porcellino onde encontramos só brasileiros trabalhando nas barracas, e depois andamos pelo Mercado de San Lorenzo, com barracas cheias de echarpes, gravatas, bolsas de couro e coisinhas que enchem os olhos e esvaziam os bolsos de turistas que adoram fazer compras. Ainda bem que não é o meu caso, não sou consumista e aprendi a não comprar por impulso. Adoro viajar para conhecer lugares e culturas diferentes.
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nossa, poucos dias sem ler o blog e já estava completamente desatualizada. rs
mama, nem posso reclamar, dessa vez vc trouxe vários presentes! ehhhh! adorei!
bjos,