O domingo amanheceu com o céu cinza, cheio de nuvens, pesado... não parecia nem um pouco promissor. Saímos assim mesmo em direção a casa da Erô para irmos juntas à casa da Mécia, uma amiga de longa data da Helena, que se casou na França e mora nos arredores de Paris. Ela estava nos aguardando para o café da manhã.

     Mesmo com o tempo fechado resolvemos ir caminhando para que a Maura pudesse conhecer um pouco mais da cidade, afinal o Quai d'Orsay não fica muito longe do Trocadero. De vez em quando parávamos para tirar uma foto ou apenas apreciar a paisagem naquela manhã fria. Passamos pela Torre Eiffel e continuamos nossa caminhada até a altura da Pont de l'Alma quando a chuva começou a cair. Apertamos o passo enquanto ela caía fina e fria e assim que chegamos no prédio tocamos a campainha e entramos correndo tão logo a Erô abriu a porta.

     A chuva piorou, então achamos melhor aguardar um pouco até que ela acalmasse para que pudéssemos sair novamente. Tínhamos que caminhar um pouco até o metro e não existe nada mais desconfortável do que caminhar debaixo de chuva forte e ventania.

     A Lu, amiga da Erô e da Mécia, também chegou para ir conosco. A chuva havia dado uma trégua e saímos antes que voltasse a cair novamente. No caminho compramos algumas frutas e logo pegamos nosso trem para Chelles.

     Chelles nos recebeu com tempo bom, céu claro e sol brilhando. Nem parecia que tínhamos acabado de pegar chuva em Paris. Quando chegamos ao condomínio onde a Mécia mora logo identificamos seu apartamento, pois sua varanda era a mais florida do prédio. Estava cheia de gerânios vermelhos. Fomos recebidas com o entusiasmo típico dos brasileiros: todos se abraçando e rindo muito para matar as saudades.

     Como boa nordestina a Mécia tinha arrumado uma mesa farta e cheia de iguarias. Até pão de queijo ela tinha feito e estava uma delícia. Ela substituiu o queijo minas curado, que não existe em Paris, pelo gruyere e o parmesão. Depois dos abraços e das risadas soltas sentamos todos à mesa para nosso café da manhã que mais parecia um almoço. 

     Voltamos para Paris no início da tarde e fomos direto para o Museu l'Orangerie. A fila estava enorme, mas decidimos aguardar assim mesmo até que vi um cartaz mais ou menos na metade da fila informando que dali até o guichê a espera seria de aproximadamente duas horas. Desisti na hora, eu não iria ficar horas na fila para passar correndo pela salas sem tempo suficiente para apreciar as nymphéas do Monet. Todas concordaram e decidimos caminhar pela cidade.

     Quando anoiteceu fomos em direção ao Champs Elysées e paramos para jantar. Terminamos assim nosso domingo em Paris: curtindo a noite com amigos queridos.