Fougères - Notre Dame de Marais (texto da Helena)
quarta-feira, novembro 13, 2013
A paróquia de St. Sulpice está intimamente ligada ao surgimento da cidade, por volta do século X. Fica junto ao castelo de Fougères, mas a construção atual é resultado das ampliações ocorridas ao longo de quase quatro séculos, 1380-1760.
A ligação entre St. Sulpice e Notre Dame des Marais é antiga e envolta em mistério, como tudo na Bretanha. Conta a lenda que a estátua da santa, desapareceu depois que o castelo de Fougères foi invadido pelo rei da Inglaterra, Henry II, em 1166, e a capela de Santa Maria, onde ela estava foi destruída.
Durante a reconstrução da Igreja de St. Sulpice, na virada dos séculos XIII e XIV, a imagem da santa foi reencontrada pelos trabalhadores, que a chamaram de Notre Dame des Marais, referindo-se à terra alagadiça onde eles a acharam.
(foto da imagem retirada da internet)
A igreja é imponente e os vitrais são belíssimos. Num deles está retratado o bisavô da mãe do Lionel, todo empertigado, num uniforme azul e longa barba branca. Disse-me ela, com muito orgulho, que ele era o cozinheiro do Napoleão III.
Gárgulas
As Gárgulas destinam-se a escoar as águas pluviais
dos telhados. Na Idade Média, eram ornadas com figuras
monstruosas, humanas ou animalescas. O termo se origina do francês gargouille (gargalo,
garganta) ou da raiz gar,
engolir, que significaria o gorgulhante som da água ao passar pela gárgula.
Acredita-se que as gárgulas eram colocadas nas Catedrais
Medievais para indicar que o demônio nunca dormia, exigindo a vigilância
contínua das pessoas, mesmo nos locais sagrados.
A França, como é cheia de histórias, não poderia deixar
de ter uma para as gárgulas. Conta a lenda, que São Romano, bispo de Ruão, com a ajuda
de um prisioneiro voluntário derrotaram "Gárgula", um dragão-do-rio que vivia nos pântanos de Ruão, afundava
os barcos e comia as pessoas e os animais da região. Um dia, o bispo atraiu a
Gárgula para fora do rio. Com um crucifixo, e
usando seu lenço como cabresto, levou o monstro até à praça principal, onde os aldeões
o queimaram até a morte. Restou do monstro apenas a cabeça e o pescoço, que colocaram
como enfeite no topo da igreja, como reconhecimento do feito de São Romano..
Quaisquer que sejam as origens dessas imagens, o fato é
que elas têm estado ao lado do homem há centenas de anos e parecem capturar e
inspirar sua imaginação até hoje.
Tia Helena, muito interessante o texto.Bjos