Cheguei, estou de volta em casa depois de mais de 20 dias viajando pela Escandinávia e Rússia. Adoro viajar, mas também adoro saber que tenho uma família e amigos aguardando minha volta para casa. Dormir em minha própria cama, no meu quarto, foi bom demais. Ainda estou com o fuso adiantado nas horas, porisso acordei tão cedo, mas foi bom acordar, abrir a janela do meu próprio quarto e aspirar o ar geladinho que vinha do jardim que ainda estava escuro naquela hora. Fui viajar cheia de boas intensões. Uma delas era alimentar o blog diariamente, contando as novidades que eu via, em tempo real. Doce ilusão. Eu chegava tão exausta a noite no hotel que tudo o que eu conseguia fazer era tomar um banho para relaxar, cair na cama e dormir para recomeçar tudo no dia seguinte. O netbook que levei só serviu para fazer peso na bagagem de mão.
Vou começar meu relato falando das coisas que não valeram a pena na viagem, dos problemas que acontecem em toda viagem de grupo, para só depois contar o que foi bom e positivo. Dizer que a viagem foi só alegria seria uma deslavada mentira, mas posso garantir que valeu a pena, pois deixou em mim o desejo de voltar em alguns lugares numa outra oportunidade, de um outro jeito. Sinceramente, eu havia esquecido as dificuldades dos pacotes turísticos, pois há anos não viajo assim e não pretendo repetir a dose.
Uma das coisas que senti falta enquanto viajava era poder abrir a janela do quarto e aspirar ar puro. Os hotéis nos lugares por onde passei tinham a janela lacrada, que impedia o ar entrar no quarto. Gosto de sentir o ventinho fresco arejando o ambiente.
Falando em pacote turístico tenho a impressão de que as agências de turismo que elaboram pacotes sentem prazer em torturar o turista. Primeiro fazem um roteiro incluindo um monte de cidades que transformam a viagem num pinga pinga torturante. Depois contratam guias locais que disparam correndo pelos pontos turísticos, falando sem parar, não dando tempo ao grupo de sequer fazer uma boa foto e apreciar a paisagem. Observei que a maioria dos guias carrega como estandarte, para chamar atenção do grupo, um objeto como uma flor, uma flâmula ou até um coração vermelho (como no caso dos nossos guias), mas eles deveriam mesmo era carregar um tridente... seria mais apropriado.
O nosso roteiro incluia a Noruega e seus lindos fiordes; Estocolmo, na Suécia; Hensinque, na Finlândia; São Petesburgo e Moscou na Rússia. Alteramos o tempo de permanência em São Petesburgo e Moscou para ficarmos mais dias em cada cidade, o que foi ótimo, pois deu tempo de conhecermos melhor cada uma delas, sem a correria habitual dos pacotes. Na parte da Escandinávia não fizemos nenhuma alteração no roteiro e foi péssimo. Ficamos muitos dias viajando pelos fiordes noruegueses sem necessidade. Bastava ter conhecido um ou dois, ficando mais tempo em cada um deles.
Achei um absurdo, por exemplo, termos feito o trajeto de Oslo até Bergen de ônibus. Viajamos um dia inteirinho e mesmo vendo paisagens lindas ficou extremamente cansativa a viagem. Na região dos fiordes dormimos num hotel em frente a um fiorde para sairmos no dia seguinte depois do café da manhã, fazendo o mesmissimo trajeto de ônibus. Não entendi o objetivo da parada.
Estocolmo, uma cidade linda, que merecia pelo menos uns 3 dias no roteiro, ficamos apenas um único dia inteiro e uma manhã. Um desperdício. Fiquei com a impressão de que apenas passei pela cidade, sem conhecê-la de perto. Para piorar, nos colocaram num hotel muito distante do centro da cidade. O hotel era ótimo, mas não compensou pela distância. Era preciso pegar trem ou taxi e viajando o turista quer mesmo é o conforto de estar perto das atrações que a cidade oferece.
De Estocolmo fomos para Helsinque, de navio, e de lá viajamos de trem para São Petesburgo e outra vez de trem para Moscou.
Hoje vou ficar por aqui com meus relatos, amanhã e nos próximos dias continuarei contando minhas aventuras de viajante.