Um giro em Foz do Iguaçu - Cataratas do Iguaçu

     Após o primeiro ciclo do Halaven minha imunidade caiu e o médico plantonista, inicialmente, achou melhor que eu não fizesse o segundo ciclo na data prevista para que desse tempo do próprio corpo se recuperar. Acontece que na semana seguinte eu iria viajar para Foz do Iguaçu e não poderia fazer quimioterapia então ele acabou liberando o segundo ciclo na data correta mas prescreveu o Neulastim para melhorar a imunidade e para que eu pudesse viajar com segurança.
     Fiz a quimioterapia na quarta-feira, na quinta-feira fiz o Neulastim e no domingo viajei com minha filha para Foz do Iguaçu, como estava programado. A viagem foi tranquila, apesar do tumulto no aeroporto para fazer check in, afinal muitas pessoas ainda não se sentem confortáveis em fazer o check in sozinhos na máquina e são poucos os funcionários disponíveis para ajudar. Isto sem falar nas inúmeras filas e nos funcionários mal humorados que só servem mesmo para irritar ainda mais os passageiros. Embarcamos com quase duas horas de atraso, mas como já estávamos em clima de férias isto não chegou a ser nenhum problema.
     Foz do Iguaçu nos recebeu com um tempo fechado, com cara de chuva. Chegamos ao hotel e saímos em seguida para um curto passeio. Como no dia seguinte estava agendado nosso passeio nas cataratas do lado brasileiro, achamos melhor descansar porque teríamos que acordar muito cedo.

     Saímos pouco depois das sete horas da manhã  para o Parque Nacional do Iguaçu, área protegida com mais de 169 hectares, criado em 1939, que abriga o maior remanescente de floresta Atlântica do Alto Paraná. A biodiversidade da fauna é grande: são várias espécies de borboletas (mais de 200 catalogadas), mamíferos, anfíbios, serpentes, lagartos, peixes e mais de 200 espécies de aves. Além disso, o parque contém mais de 2000 espécies de plantas e a mais bela queda d'água do mundo. A ideia da criação do parque partiu de Santos Dumont em 1916, logo após ter conhecido e se encantado com a beleza das cataratas. E não era para menos, as cataratas do Iguaçu são de tirar o fôlego.

     Assim que chegamos no parque fomos comprar nossos ingressos nas máquinas, que estavam vazias, enquanto uma fila gigantesca de turistas aguardavam para comprar suas entradas nos guichês (parece que muita gente gosta mesmo é de enfrentar fila...).

     Não conseguimos fugir da outra fila enorme que nos aguardava na entrada para pegar os ônibus que davam acesso ao parque e deixavam os turistas no início da trilha para as cataratas. Eu e Bárbara decidimos fazer o Macucu Safari que é um passeio de barco inflável que chega perto ou embaixo das quedas d'água. Optamos pelo barco que ia até embaixo de uma das quedas d'água. Que emoção incrível! Bom demais! Muita adrenalina e muita água engolida sem querer.

     Gritei de medo, de emoção e também de dor provocada pelos efeitos colaterais da químio e do neulastim que deixaram meu corpo quebrado. Senti a vida pulsando (literalmente) em cada centímetro que ia do início de meu pescoço e descia pela coluna vertebral. A dor era intensa, mas a emoção era maior ainda. A chuva caía forte, o céu estava cinza, pesado, mas eu agradecia a Deus a oportunidade de estar ali sentindo a vida pulsando... Eu estava vivendo aquele momento e era aquilo que importava.

     Olhei minha filha ao meu lado rindo feliz, curtindo o passeio. O motor do barco rugiu novamente e avançou para debaixo da queda d'água. Todos gritaram em uníssono. Olhei mais uma vez para o céu e agradeci. Uma lágrima teimosa se misturou a água que encharcava todo meu corpo e mais uma vez eu senti que a vida vale a pena.    
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou