Enfrentando filas


Ontem amanheceu nevando, estva tudo branquinho lá fora. É bonito de se ver, mas dá vontade é de ficar quietinha em casa, protegida do frio e do vento. As aventuras lá fora podem muito bem esperar...

Eu avisei, mas ela não quis acreditar. De longe dava para ver a enorme fila para entrar no MOMA. Resolvemos comprar o city pass para ganhar tempo, mas mesmo assim levamos pelo menos uma hora na fila.

Nunca fui uma apreciadora de arte moderna ou contemporânea e quanto mais conheço esse tipo de obra em grandes museus menos aprecio. Não consigo entender, definitivamente, como um museu coloca em exposição obras tão sem sentido porque, cá entre nós, um quadro todo pintado de preto ou um arame dobrado e cheio de botões coloridos, ou ainda um punhado de açucar sobre uma superfície preta não dá para ser considerado arte, mas estava lá exposto. Quem conseguir, por favor, tente me convencer do contrário.

Numa das salas havia vários objetos que pareciam absolutamente sem sentido, como uma xícara toda coberta de pelo e com uma pena colada no fundo. Qual o objetivo de uma coisa dessas?

Mas o Moma abriga quadros do Monet, que ocupam uma sala inteira, do Van Gogh e alguns Cezanne. A noite estrelada de Van Gogh está lá. Apreciar de perto essas obras faz valer a visita.

Saímos do Moma e resolvemos seguir para o Empire State. Que roubada! A visão lá de cima é fantástica, ainda mais quando a cidade já está toda iluminada, mas enfrentar uma fila de pelo menos duas horas para isso não vale a pena. Definitivamente essa época do ano é muito chata em qualquer lugar do mundo, especialmente em Nova York, pois tudo está muito cheio e é preciso enfrentar fila para qualquer coisa que se queira fazer, além de aguentar o mau humor de quem está trabalhando.

Teatro e frio em Nova York


Como adoro a magia do teatro, visitando Nova York aproveito a oportunidade para assistir grandes peças teatrais. É sempre um sonho.

Ontem fui assistir as Rockettes no Radio City, que só acontece nessa época do ano. Já assisti essa peça há uns dez anos e posso garantir que está muito melhor agora. Aproveitando o avanço da tecnologia, inovaram acrescentando o recurso de 3D num dos quadros. Ficou muito interessante.

O espetáculo das Rockettes impressiona por vários motivos: um deles é que todas as moças que atuam na peça são exatamente do mesmo tamanho, o que dá um efeito muito interessante no palco; outro, elas atuam em perfeita sincronia. A Bárbara ficou impressionadíssima e naturalmente encantada.

Hoje o dia amanheceu gelado. O céu estava azul de brigadeiro, mas a temperatura era de menos 9 e com sensação térmica de menos 22 graus, por causa do vento intenso. Pense numa coisa horrorosa como essa. Estava de doer. O vento penetrava pelas roupas grossas e gelava as mãos, pés, orelhas e cabeça, por mais cobertas que estivessem. Dava a impressão que os dedos iriam congelar e cair. Chegou uma hora que não dei mais conta de andar e preferi voltar correndo para o quentinho de casa e não saí mais.

Pela manhã resolvemos conhecer o Museu de cera da Madame Tusseaud e foi uma decepção. A impressão que tivemos é que por ser atração turística certa os organizadores não se preocuparam em fazer um museu da mesma qualidade do que existe em Londres, pois bom ou ruim sempre haverá fila para conhecer a atração. Outra coisa ruim é o acesso para saída do museu. Qualquer pessoa com dificuldade de locomoção terá dificuldade em vencer tantos lances de escada para chegar até a rua.

No final da visita o museu apresenta um filme em 4D. É interessante porque além do expectador ter a impressão de estar dentro do filme ele também consegue sentir algumas sensações que aparecem na cena, como na hara que o trem derrapa e a neve espirra no rosto das pessoas.

Também fomos conhecer a Grand Central Station. A Bárbara estava curiosa para conhecer a pintura das constelações no teto da estação. Ficou um pouco desapontada com o que viu e concluiu que a propaganda é realmente a alma do negócio pois, além dos passageiros a central estava lotada de turistas fotografando tudo.

Além da pintura no teto, das belas colunas e estátuas de deuses, das várias lojas e restaurantes, demos de cara com vários policiais espalhados pelo local e armados até os dentes. A impressão que tivemos é que estavam em alerta, o que nos deixou com vontade de sair dali o mais depressa possível, mas como estávamos famintas, acabamos jantando por lá antes de voltarmos para casa.

Aterrisando em Nova York

Pensei que iríamos aguardar muito tempo em São Paulo, mas como as filas para qualquer coisa que fosse estavam gigantescas acabou sendo o tempo quase que ideal para evitar correrias e stress.
Falando em stress, o primeiro aconteceu ainda em Brasília. Nosso portão de embarque era na ala internacional, como estava acontecendo um embarque "internacional", como era de se esperar, não pudemos entrar porque nosso vôo era doméstico até São Paulo. Não havia nenhum funcionário da Gol que pudesse informar onde realmente aconteceria nosso embarque e o painel não informava nada. Uma desorganização. Havia pessoas idosas na mesma situação e eles estavam muito aflitos. Quando finalmente sentamos no ônibus que nos levaria até o avião pudemos observar os retardatários com caras aflitas, que chegavam esbaforidos como nós havíamos chegado minutos antes.
Desembarcamos em Congonhas e pegamos o ônibus da Gol até Guarulhos, a viagem ocorreu sem incidentes. Assim que desembarcamos fomos direto fazer o check in e encontramos uma fila quilométrica mais de cinco horas antes do vôo internacional. A fila para entrar no portão de embarque parecia um pesadelo: dava mais de quatro voltas e demorou muito tempo até conseguirmos entrar. A Bárbara, com fome, resolveu fazer um lanche, pelo que pagou os tubos por uma coisinha de nada. Ela ficou ainda mais revoltada quando chegamos na sala Vip da Delta e encontramos, graciosamente, todo tipo de comida e bebida a nossa disposição.
A viagem até Nova York foi muito tranquila e a cidade parecia nos aguardar de braços abertos. O céu era de um azul intenso e o sol brilhava como se fosse primavera. Em pouco tempo deixamos o aeroporto e chegamos ao nosso destino em Manhattan. A Alba tambem nos aguardava de braços abertos.
Deixamos nossa bagagem, fizemos um lanche e saímos. A temperatura estava agradável, o que permitia caminhar confortavelmente pela ruas da cidade. A Bárbara, aproveitando seu atual espírito consumista, fez algumas compras indispensáveis (isso na opinião dela) o que nos obrigou a retornar para casa e deixar os pacotes. Em seguida tornamos a sair, dessa vez para passearmos pelo Central Park.
Como todo turista que se preze começamos nosso passeio numa charrete decorada com gosto duvidoso (com flores artificiais em volta dos bancos), mas puxada por um belo cavalo branco e dirigida por um cavaleiro jovem, bonito e simpático, que saiu do interior da Turquia há uns quatro anos. Enquanto o cavalo trotava vagarosamente por um percurso que lhe é tão familiar, o cavaleiro ia mostrando os prédios que guardam alguma história, como aquele onde John Lenon morou.
Terminado o passeio continuamos a pé e tiramos várias fotografias antes de escurecer por volta das 5 horas. Um pouco mais tarde começamos a voltar bem devagar para casa apreciando a decoração do natal. As árvores estão iluminadas com luzes brancas, parecendo cristais translúcidos.
Cheguei em casa muito cansada (a idade é um fato que não dá para ignorar). Eu não via a hora de tomar um bom banho e cair numa cama quentinha e macia.

Pausa para Viajar

Finalmente chegou, hoje é véspera do Natal, antevéspera de minha viagem de férias com a Bárbara. Vamos ficar fora duas semanas e quero aproveitar cada minuto, pois são as memórias desses momentos de alegria, de pura expectativa, tudo o que realmente nos pertence...
Ontem pela manhã eu estava cabisbaixa enquanto fazia quimio. Estava introspectiva pensando em todas as coisas que vi e senti nos últimos dias com a morte de minha querida amiga. Foi inevitável refletir sobre o sentido da vida, sobre a transitoriedade de tudo que nos cerca.
Mas a roda da vida não pode parar e não adianta ficar chorando, se sentindo infeliz. As horas continuam passando indiferentes ao seu estado de espírito; o dia continua amanhecendo e a noite cobrindo tudo de negro. Às vezes a chuva cai podendo até causar destruição, mas uma hora o sol volta a brilhar. O curso do tempo é imutável.
É por isso que hoje acordei animada e começando a curtir a viagem de férias que para mim teve início no momento em que comecei a separar as roupas que colocarei na mala. Peguei os cachecóis, as luvas e gorros, os casacos quentinhos, as meias de lã, pois vamos enfrentar um frio danado. A Bárbara não vê a hora de desembarcar em Nova York e desbravar aquela grande metrópole. Ela está toda animada.
Essa é a forma que encontrei para renascer das cinzas e exorcizar tudo que não está legal: largo tudo para trás e faço uma pausa para viajar.

Invasão de Privacidade

Precisei entrar em seu quarto, abrir seus armários, mexer em suas coisas. Tirei tudo do lugar, conferi todos os papéis e documentos, separei suas roupas, os presentes nas embalagens, os perfumes ainda embrulhados. Esvaziei suas bolsas pesadas, cheias de objetos usados em seu trabalho de médica neurologista. Mexi em tudo e me senti violando sua intimidade, expondo seus segredos...
Confesso que foi desconfortável, não tive prazer no que fiz, mas foi preciso, não havia como adiar aquela tarefa.
Em seguida fui para o escritório. Seus livros de estudo, quietos nas prateleiras, estão se enchendo de poeira. Por hora eles não podem cumprir seu papel. Dois vestidos que você usava ainda estavam pendurados num cabide apoiado numa estante. Na escrivaninha precisei abrir as gavetas e remexer em tudo procurando documentos que ninguém tinha certeza se realmente existiam. Não encontrei nada relevante, apenas alguns antigos cartões de natal guardados numa caixa e que descartei como um lixo qualquer. Que sensação horrível. O que lhe era caro foi jogado fora como coisa sem valor. Encontrei um monte de blocos de receituário controlado que precisei destruir, pois não serão mais usados por você ou qualquer outro médico. Suas anotações de estudos médicos também foram parar no lixo e não consegui deixar de pensar o quanto de conhecimento acabou desaparecendo com você.
Na mesinha de cabeceira encontrei uma palavra cruzada já começada. Reconheci sua letra, mesmo escrita com uma mão trêmula e vacilante, que não possuía mais a firmeza de tempos passados. Essa resolvi guardar comigo, pois sabia que ninguém iria se interessar por um bloco de palavras cruzadas.
Terminada a tarefa fiquei ali parada, olhando para tudo aquilo que fora seu. Uma emoção estranha tomou conta de mim. Todas as coisas que lhe foram tão úteis, que lhe deram prazer, que lhe eram caras estavam ali separadas e parecendo tão sem sentido... Suas roupas, suas bolsas, seus cintos e sapatos serão doados para caridade. Seus livros, na melhor hipótese, irão parar em um sebo. Suas coisas pessoais, suas cartas e anotações saíram de cena como você.
Quando a noite chegou, já cansada acabei dormindo em sua cama. Eu tinha a sensação de que você poderia chegar a qualquer momento pisando firme e fazendo barulho com o salto do sapato. Sua voz parecia ecoar no fundo da minha memória e era difícil acreditar que nada disso poderia acontecer jamais porque você partiu para sempre pegando todos de surpresa. Partiu sem dizer adeus.

A neurologista que virou borboleta

Ninguém gosta de despedidas, ainda mais quando sabemos que não haverá volta. Aí, perdemos o chão.
Ela criou asas e voou para o céu, voou para junto do Senhor. Partiu sem dizer adeus deixando um enorme vazio em muitos corações. Ficou apenas o gosto amargo da saudade...
Deixou o corpo maltratado pela enfermidade, como uma borboleta deixa seu casulo. Agora finalmente está livre de todas as dores, de todos os medos e preocupações. Sua alma liberta flutua livre pelo espaço.
Foram setenta e sete anos, dos quais mais de cinqüenta dedicados a prática da medicina. Profissional incansável, não havia distância ou hora imprópria para o atendimento. Estava sempre pronta a aliviar o sofrimento das pessoas. Neurologia era sua especialidade. Era um desses raros profissionais que sabe escutar o paciente.
Trabalhou até o fim e só parou quando ela própria ficou doente e precisou ser internada. Foi apagando devagar como uma vela que é consumida pela chama.
Não houve oração capaz de segurá-la mais tempo, pois era chegada sua hora de se transformar numa outra forma de energia e como uma borboleta ela rompeu seu casulo e voou para bem alto, para juntinho de Deus.
16/dez/2009

Significado do Natal

Hoje é aniversário do Padre Pedro Bach. Que data especial! Acabei de chegar da missa que ele mesmo celebrou para comemorar a data. O coral das crianças de uma creche em São Sebastião, muito bem ensaiado por sinal, cantou lindas músicas durante a missa.
O Pe. Pedro é uma criatura muito especial para mim e muitas outras pessoas que o conhecem. Ele completou hoje 74 anos de vida dos quais mais de 50 foram dedicados ao sacerdócio, que ele vive intensamente.
É impressionante ver a força espiritual dele. O Pe. Pedro, mesmo enfrentando sérios problemas de saúde, é incansável em seu ministério. Todos os meses, na 2ª segunda-feira, ele está em Brasília celebrando missa e atendendo todas as pessoas que vão falar com ele em confissão ou apenas para conforto espiritual. Ele vive em São Paulo, mas está sempre circulando por várias cidades celebrando missas e atendendo a todos que o procuram. Ele também coordena uma instituição que cuida de crianças carentes e abandonadas. Já passaram por seu instituto mais de 2000 crianças.
Na missa de ontem ele falou sobre o significado do Natal. Hoje ele tornou a dizer que o Natal não é apenas festa, troca de presentes ou comer panetone. Natal é abrir o coração para deixar o outro entrar. Natal é perdoar, mesmo que não se consiga esquecer. Em resumo, Natal é amor.
E o que é o Amor?
Com certeza não é troca de beijos e abraços apaixonados. Isso é apenas paixão e paixão não dura muito tempo. Também não é um relacionamento cheio de ciúmes e desconfianças, pois isso é doença. E o que é amor?
Terminada a missa os organizadores da festa de aniversário do Pe. Pedro passaram um vídeo mostrando um trabalho de distribuição de refeições no lixão, realizado pela Escola DAC . Fiquei impressionada. Quanto gente vivendo de catar lixo. Que realidade cruel. Na capital da República, onde parlamentares rezam após a distribuição de polpudas somas de dinheiro vindo da corrupção, centenas de pessoas vivem das nossas sobras que foram jogadas no lixo.
Jesus é amor. Foi uma mensagem de amor que Ele trouxe ao mundo ao nascer e morrer por nós.
Vamos pensar no verdadeiro significado do amor neste Natal. Vamos refletir um pouco...

Você sabe avaliar a dor do outro?

Dor é coisa complicada, que deprime e angustia. Acho que ninguém consegue lidar bem com ela. Algumas pessoas até se tornam dependentes de remédios para alcançar alívio para suas dores físicas ou emocionais. Já faz algum tempo que escrevi esse texto, mais de dois anos, quando as dores fortes eram companheiras quase que diárias.
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Qual a dor mais doída? Cada um, na sua experiência individual, dará uma resposta diferente. Alguns dirão que é a dor de dente, a dor do parto, a dor que se sente ao tentar expelir uma minúscula pedrinha pela uretra. São várias as dores e diferentes suas intensidades.
O que vale de fato é a dor atual, seja ela física, emocional ou moral. Vocês já pararam para observar como dói um coração partido? É quase uma dor física. Dói lá na alma ver partindo a pessoa que amamos, ver os filhos alçando vôo e saindo debaixo de nossas asas protetoras para ganhar o mundo; dói ver o namorado, o marido, o amante saindo de nossas vidas; qualquer um que nos é caro faz doer o coração na hora da partida...
Alguém se lembra daquela topada no dedão do pé? Ai, como dói. Arrancou a tampa do dedão, sangrou pra caramba e até impediu o uso de sapato fechado por um tempão. Qual da criança ou adulto já não passou por uma experiência dessas?
Uma tentativa desastrosa fez um corte profundo no dedo. Ai que horror, parece que todo o sangue do corpo vai escapar por aquele corte. As lágrimas rolam sem cessar. O choro faz o corpo sacudir por inteiro. E aquele cortinho ridículo com folha de papel? Quer alguma coisa mais minúscula e que arde mais? Às vezes nem enxergamos o corte, mas sentimos à beça o seu ardido.
Pois é, dor é uma experiência individual. Não dá para dizer que sua dor é maior ou menor do que a do outro. E o pior é que a dor é invisível. Ninguém vê a dor. Só quem está sofrendo é que a sente. Fraca ou forte, súbita ou ameaçadora, ela é absolutamente invisível.
Sempre tive medo da dor física e ela tem sido, nos últimos tempos, uma desagradável e constante companheira. Às vezes ela dá um sinal e escapa como um ladrão furtivo deixando-me apreensiva. Outras vezes ela se instala sorrateira e acha que é a dona do pedaço. Quando ela surta vem louca como uma locomotiva desgovernada e aí, sai de baixo, ela me joga no chão como um trapo velho... Ela grita alto que é ela quem está no comando. Será verdade? Tenho certeza que não, mas é necessário um tremendo autocontrole para não perder a sanidade, porque a dor desorienta e deprime...
Há pouco tempo, quando uma dor desembestada tomou conta do meu corpo e me levou para a UTI pude refletir um pouco. Enquanto meus gritos e ais cortavam o espaço, vários médicos, enfermeiros e atendentes tentavam ajudar-me ministrando potentes drogas que aos poucos fizeram meu corpo entorpecer e a dor foi cedendo. Depois de um sono reparador, já desperta, pude observar outras pessoas à minha volta e outros gemidos. Agradeci silenciosamente a Deus pelo convênio médico que me ampara com um atendimento tão eficiente. Agradeci a toda equipe médica que não poupou esforços para tentar resolver meu problema e me senti afortunada. Agradeci todos aqueles cientistas que no isolamento de um laboratório conseguiram desenvolver drogas tão eficientes. Que Deus os abençoe.
Tenho que reconhecer que embora esteja atravessando um pântano escorregadio e escuro consigo vislumbrar raios de luz que me orientam para a saída. Sei que essas luzes vêm das orações dos amigos e da família, do amor de cada um deles. Só posso ser uma criatura abençoada e muito amada. Ele me dá a prova, mas permite o auxílio de tantas pessoas especiais ao longo do percurso. Sei que depois da curva escura existe uma saída repleta de sol e estou caminhando naquela direção. Sei que poderei tropeçar algumas vezes e até mesmo cair, mas tenho certeza de que serei capaz de levantar tantas vezes quantas forem necessárias. O amor e a amizade são remédios eficazes, que curam toda e qualquer enfermidade, toda e qualquer dor.
Mas seja lá como for dor é dor e pronto. E aí, qual a dor mais doída?

Falso Sequestro

Não dormi bem essa noite e amanheci o dia cansada. A Bárbara saiu para o trabalho e eu estava de saída para minha consulta médica quando o telefone tocou. Voltei do portão e atendi a ligação, era a voz de uma mulher chorando desesperada ao telefone. Quando questionei o que estava acontecendo a pessoa ainda chorando disse-me: "é sua filha". Pensei se tratar de um acidente envolvendo minha filha que acabara de sair para o trabalho. Como a pessoa chorava muito não consegui entender o que ela falava e passei o telefone para minha irmã. Nesse momento um homem pegou o telefone e disse que minha filha fora sequestrada, estava sob a mira do seu revólver e que eu teria que depositar a quantia de R$ 15.000,00 ou ele a mataria.
Foi um momento de muita tensão. Tentei falar com a Bárbara no celular, mas ela não atendeu. Em seguida liguei para uma amiga que tentou me acalmar dizendo que não fizesse nada e que a ligação era um golpe. Eu estava muito nervosa.
Enquanto minha irmã tentava negociar com o bandido no telefone fixo minha filha acabou ligando no celular dizendo que estava em segurança, trabalhando no escritório. Foi um alívio. Minha irmã, quando se deu conta do golpe, xingou muito o bandido do outro lado da linha e desligou o telefone.
Passado o susto fui conferir no bina o número do telefone do bandido. Era um celular do Rio de Janeiro, certamente furtado.
Estávamos no banco quando o celular, exibindo uma ligação sem identificação, tocou às 12:15h. Era o bandido novamente tentando extorquir algum dinheiro dizendo ter sequestrado minha filha. Para intimidar ele coloca uma pessoa chorando ao telefone enquanto informa que irá atirar na cabeça da vítima se não for atendido. Como eu sabia que minha filha estava em segurança no escritório falei para o bandido que poderia fazer o que bem entendesse, que poderia atirar e matar quem quer que estivesse em seu poder e desliguei o telefone.
É muito fácil reagir dessa forma quando sabemos que nossos filhos estão em segurança, mas enquanto não temos essa certeza é aterrador. Ficamos em pânico e nos sentindo impotentes. Essa é uma experiência que não desejo para ninguém.
Infelizmente estamos a mercê de bandidos de toda natureza. Nas ruas ou nas prisões e até mesmo no nosso Congresso os bandidos estão cada vez mais ousados, cruéis e sem escrúpulos. Estão cada dia mais frios e insensíveis, mais gananciosos. Estão se sentindo protegidos pela impunidade.
Penso com tristeza que não é cadeia o lugar certo para bandido. É abaixo de sete palmos...

Adeus Cateter Recheado de Bactérias

Venci mais uma. Tirei o catéter e já estou me sentindo novinha em folha, não me sinto mais uma chocadeira de bactérias.
Hospital é sempre a mesma coisa: exigem que você se interne na hora marcada, mas nunca cumprem o horário da cirurgia. Dei entrada no Santa Lucia exatamente às 10 horas de segunda-feira, quando fui atendida por um funcionário muito simpático e educado que ficou conversando animadamente e contando suas histórias enquanto outro atendente preenchia a papelada. Naquela hora fiquei sabendo que seria a primeira a ser operada no período da tarde (isso significava, em tese, as 13:30h). Já não fiquei muito satisfeita com a notícia, pois estava em jejum desde as 21 h da noite anterior mas, como diz o velho ditado: o que não tem remédio remediado está. Subi para o apartamento.
O tempo parecia se arrastar com preguiça e nada de dar 13 horas. Eu já estava até bamba de tanta fome e o tempo continuava seu curso sem pressa, mas finalmente deu 13 horas, 13:30, 14 horas e nada, ninguém aparecia para me levar para o centro cirúrgico. A Bárbara, impaciente, ligou para saber o que estava acontecendo e informaram que a cirurgia das 11 horas estava sendo realizada naquele horário e que a minha seria a próxima. Meu estômago deu um ronco forte de fome, minhas mãos tremiam. Como é ruim sentir fome.
Fiquei pensando naqueles milhões pessoas famintas no mundo. Que coisa horrível. É cruel pensar que em pleno século 21 ainda existem pessoas morrendo de fome pelo mundo.
Uma coisa é você sentir fome por um motivo específico, como uma cirurgia por exemplo. Você sabe que poderá comer em algumas horas. É ruim, mas é passageiro. Logo, logo você comerá uma comidinha bem feita e nutritiva. Outra coisa é alguém sentir fome e não ter como comer sequer um pedaço de pão. E pensar que existe tanto desperdício de comida no mundo. Que paradoxal...
Detesto ver quem quer que seja desperdiçando comida ou água. Existe muita fome e sede pelo mundo para nos darmos o direito de jogar fora esses itens preciosos.
Mas voltando ao assunto do hospital, sabe a que horas fui para o centro cirúrgico? 15:30h. Fiz questão de conferir no relógio pendurado na parede. Lá chegando o anestesista veio falar comigo e rapidinho puncionaram minha veia e colocaram o soro. Não demorou muito eu já estava apagada e só acordei horas depois, quando me levaram de volta ao quarto. Correu tudo bem na cirurgia e no lugar onde estava o cateter só restou um corte que em breve estará cicatrizado. Agora é esperar para colocar outro cateter, mas isso fica para o ano que vem.

A Roda da Vida e as Fiandeiras do Destino

O telefone tocou cedo, era a Maura avisando que o Sr. Cesar faleceu. O período em que esteve doente foi de muito sofrimento para ele e também para a família que se sentia impotente, sem ter muito que fazer.
Fui para a janela do meu quarto e fiquei observando o jardim. Um sabiá procurava comida entre as flores coloridas dos canteiros e duas rolinhas brigavam. Acho que era disputa pelo território. O gato Bubu miava sem parar e os passarinhos caminhavam indiferentes enquanto comiam sobras de ração que minha mãe havia jogado entre as plantas.
A vida continua seu curso indiferente ao que acontece à sua volta. É a roda da vida girando sem parar...
Ontem o dia foi tão agradável. Suzi e eu saímos para almoçar com a Maura e de lá fomos passear na feira de natal que está acontecendo no Centro de Convenções. As bancas repletas de produtos natalinos enchiam os olhos, era cada papai Noel mais simpático do que o outro. Havia também anjos, guirlandas, toalhas, panos de pratos, e um montão de outros produtos. A Maura não se conteve e comprou um simpático ursinho branco de presente para a Júlia e um papai Noel para a Suzi. Eu também acabei comprando uma boneca de pano para a filhinha da drª Camila, que nascerá em março.
Demos uma parada no Shopping ID para ver os preços dos sofás e ficamos impressionadas com a carestia. Decidimos que a troca do sofá da sala de TV terá que esperar mais um pouco.
A tarde já estava quase acabando quando deixamos a Maura e seguimos direto para casa. Mal entrei e tive a notícia de que minha querida amiga drª Flora está muito mal na UTI. Foi um choque. Era a última notícia que gostaria de ter ouvido.
Liguei para o Rio e a Elenice confirmou, ela está muito debilitada e só um milagre poderá salvá-la. Elenice, sua escudeira fiel, está inconsolável. Eu também fiquei arrasada.
A vida é uma caixinha de surpresa. Num momento estamos comemorando, rindo e brincando e no momento seguinte podemos estar chorando uma grande perda. É complicado, é assustador, mas é assim que funciona, não há como escapar. A roda da vida não pode parar. Ora está lá em cima, ora cá embaixo. Penso no mito das fiandeiras do destino, as Moiras, na mitologia grega ou Parcas, da mitologia romana. Cloto já fiou um longo destino para minha amiga, pois já se passaram mais de 70 anos, Láquesis lhe deu altos e baixos ao desenrolar esse fio e parece que Átropos anda a espreita...
Meu pensamento é para Deus. Deus ó Deus como devo rezar? Tenha piedade da minha amiga e minimize seu sofrimento. Não permita que ela fique presa numa cama fria de hospital. Se ainda não for sua hora de partir restaure logo suas forças e devolva-lhe a energia. Se, no entanto, for chegado seu tempo liberte-a, dê-lhe asas para voar...
Sei que muita gente pode se horrorizar com um pedido assim, mas viver para mim significa mais do que apenas respirar com a ajuda de aparelhos, principalmente em se tratando de uma pessoa que sempre foi ativa, que vivia tudo no superlativo. A drª Flora não merece viver assim, ela sempre foi uma pessoa muito boa e generosa. Nunca fez corpo mole para trabalhar. Mesmo idosa ainda tinha energia para fazer longos plantões nos hospitais onde trabalhava.
E foi com o coração apertado que participei mais tarde da homenagem ao Sr. Razi, pioneiro da fé Bahai no Brasil, que faleceu há alguns dias. Pouca gente viveu tão intensamente sua fé como ele que dedicou uma vida inteira a divulgação da fé Bahai. Começou muito jovem ao sair do Irã para os Emirados Árabes, quando Dubai devia ser apenas um mar de areia a perder de vista. Que jovem corajoso. Ir falar de religião num país muçulmano. Acabou vindo depois para o Brasil onde se estabeleceu e formou uma bonita família. Guitty, sua esposa, é a pessoa mais doce e acolhedora que conheço. Gosto muito da Guitty.
A morte e sua inevitabilidade se faz presente o tempo todo como a nos lembrar que estamos aqui apenas de passagem. Mesmo sendo a única certeza que temos da vida nunca estamos preparados para ela. Mas aconteça o que tiver que acontecer a roda da vida não para e se continuamos vivos é para viver.

Arteterapia do Instituto Luci Ishii é Tudo de Bom


A Bené vai viajar para São Paulo na próxima semana para apresentar a monografia do curso de pós graduação em psicologia. Chique né! Só 3 trabalhos foram selecionados e o dela está entre eles. Nossa teacher da arteterapia é o máximo. Estamos orgulhosas dela.
Sem a Bené em Brasília resolvemos encerrar nossos encontros semanais de 2009 com um almoço de confraternização na casa da Elisa. Foi ótimo. Ela preparou uma bacalhoada especial que estava uma delícia.
Aproveitamos o encontro para fazer um amigo oculto muito animado, com troca de presentes e muito carinho. Foram muitas brincadeiras e gargalhadas sonoras evidenciando a cumplicidade do grupo de arteterapia. A Bené aproveitou a ocasião para nos ensinar confeccionar um colar feito com fitas que fica lindo.
O trabalho na arteterapia, coordenado pela Bené, traz muitos benefícios para os pacientes que estão em tratamento quimioterápico. O grupo é muito unido e todas se ajudam numa troca animada de experiências, amizade e muita conversa. Em nossos encontros semanais estamos sempre aprendendo algum tipo de trabalho manual ou executando algum trabalho voluntário em benefício de algum grupo de pessoas carentes.
Por ocasião do dia das crianças tivemos oportunidade de customizar camisetas de malha. Foi muito prazeiroso, pois criamos com muito carinho várias estampas, bordados e pinturas que encantaram as crianças e jovens atendidos numa instituição carente. Foram várias semanas de trabalho do grupo.
A iniciativa do Instituto Luci Ishii de oferecer aos pacientes em tratamento oncológico a oportunidade de um encontro semanal para um trabalho lúdico é muito bem recebida. Nossos encontros fortalecem laços de amizade e solidariedade. O grupo está sempre de mãos estendidas e braços abertos para apoiar quem quer que precise de suporte, de um ombro amigo, de um espaço onde se possa chorar sem vergonha, de falar com a certeza de que será ouvido e compreendido. Serve tanto para os pacientes como para seus cuidadores.

Decoração de Natal

Minha mãe está sempre protagonizando alguma história hilária. Hoje, para variar, aconteceu mais uma.
Como a maioria das idosas, Dolorinha, como a chamo, é muito religiosa e além de não dispensar uma missa aos domingos adora uma imagem de santo. Seu xodó sempre foi um Menino Jesus que comprei a anos, no tempo em que eu ainda tinha um salário minguado, e que paguei em suaves prestações. Todo ano essa imagem é destaque na decoração que enfeita a casa na época do natal.
Mesmo apreciando sua imagem do Jesus menino seu sonho de consumo sempre foi o de possuir um menininho, como ela costuma falar, comprado na Espanha. É que ela viveu muitos anos em colégio de freiras onde se acostumou a ver lindas imagens importadas daquele país.
Quando visitei a Espanha a primeira coisa que fiz foi procurar uma loja onde eu pudesse comprar o santo. Rodei aquela Madri de cabo a rabo até encontrar uma grande loja que só vendia materiais sacros. Quase caí dura com os preços, pois qualquer peça custava os tubos, mas desejo de mãe precisa ser levado em consideração...
Fiquei um tempão tentando escolher um Menino Jesus que correspondesse aos sonhos da minha mãe e que não pesasse tanto em meu bolso, pois cada um era mais caro do que o outro. Um horror. Acabei por escolher um muito lindinho, que não era muito grande e nem pequeno demais e assim não iria arrancar meu couro e nem atrapalhar muito na viagem de volta, pois eu teria de carregá-lo na mão para não correr o risco de se quebrar no transporte das malas.
Quando minha mãe abriu seu presente quase teve um treco de alegria. Se tivesse acertado na loteria não teria ficado mais feliz. Ela se sentiu realizada, pois finalmente era dona de um legítimo menininho Jesus comprado na Espanha. Ela chegou a chorar de emoção fazendo valer cada centavo de euro pago pela imagem.
Pois bem, para encurtar o assunto esse Jesus espanhol passou a ocupar o lugar de destaque na decoração natalina e o antigo acabou ocupando uma posição que ela julgava inferior, pois ficava na parte íntima da casa onde só a família costuma circular.
Inconformada, ela resolveu mudar a posição da imagem. Ela colocou uma almofada cheia de frufrus aos pés da árvore de natal que foi montada na sala de visitas e colocou o Menino Jesus em cima.
Nem cheguei a ver a mudança, mas quando ela me falou o que havia feito eu avisei: cuidado com o Bubu. Aquele gato safado vai acabar dando uma boa mijada no menino e você não vai gostar. Ela me olhou com uma cara desapontada, mas não se mexeu.
Eu estava no quarto quando ouvi o barulho de algo se quebrando e um grito da minha mãe seguido de um miado forte e sentido de um gato velho. Era o Bubu reclamando de um bom tapa que levou porque resolveu dormir em cima do Menino Jesus que estava na almofada e não deu outra: derrubou a imagem e quebrou a cabeça e dedos do menininho.
Minha mãe estava uma fera com o gato e não sabia o que fazer para consertar o estrago. Minha irmã tentava consolar minha mãe dizendo que iria colar o santo, mas ela dizia sem parar que santo quebrado não é a mesma coisa. Ela estava inconsolável.
Fiquei bem quietinha em meu canto só imaginando o estrago. Daí a pouco minha mãe aparece na porta e me acusa: Você disse que o gato ia fazer xixi no santo, mas não disse que ele iria quebrá-lo. Não me contive e comecei a rir da situação. O problema é que não estou podendo rir porque começo a tossir. Minha mãe olhou para mim indignada e tornou a me acusar: Você ainda ri da situação. E quanto mais ela se indignava mais vontade eu tinha de rir e mais eu tossia.
Quando minha mãe se deu conta que eu estava ficando sem fôlego por causa da tosse a coitada ficou toda aflita sem saber se me acudia ou segurava o Menino Jesus feito em pedaços. E o safado do gato? Esse não estava nem aí. Já tinha até esquecido o tapa.

Quem enfia a mão em cumbuca...

O ano está acabando, hoje já é primeiro de dezembro. Mal começou 2009 e parece que num piscar de olhos está chegando seu fim: daqui alguns dias é Natal e pronto, outro Ano Novo já estará sendo anunciado com fogos e fanfarra. Será que merece tanta comemoração? Entra ano, sai ano e as coisas continuam acontecendo da mesma forma, nada muda, nem mesmo a esperança de dias melhores...
Na política a coisa anda de mal a pior. Agora o Arruda se ferrou de verde e amarelo, pois foi apanhado com a mão na cumbuca. Todo mundo assistiu o infeliz recebendo aquele montão de dinheiro. Não adianta fingir que não aconteceu e muito menos dizer que o dinheiro era para comprar panetone (sobrou para Papai Noel). Claro que armaram para ele. No mínimo alguém não andava feliz com a parte que estava recebendo e resolveu botar a boca no trombone. Será que a condição para se entrar na política é ser safado? Pelo jeito não escapa ninguém. É tudo farinha do mesmo saco.
Alguma coisa precisa ser feita. Se foi pego roubando merece é cadeia mesmo. Engraçado é que se for um pobre coitado qualquer, como muitos que já viraram notícia, basta passar a mão num pote de iogurte para amargar meses de cadeia. Político rouba milhões e a única coisa que acontece é ficar rico ou, se já nasceu em berço de ouro, fica mais rico ainda.
Não estou triste nem pessimista, estou simplesmente dizendo a verdade nua e crua. Mesmo indigesta é esta a verdade que vem acontecendo em nosso querido Brasil varonil.
O povo precisa é de educação e cultura para aprender a votar, para aprender a questionar e não acreditar que basta uma cesta básica, uma blusinha ou um boné. Essa história de bolsa família, bolsa isso, bolsa aquilo não resolve o problema da pobreza e da miséria. Isso só será resolvido com ação, com educação, com oportunidade de emprego e remuneração decente. Pensaram até em bolsa celular, lembram? É demais para meu pobre coração.
É melhor mudar de assunto porque política é muito indigesto. Aguardemos os próximos capítulos dessa novela mexicana...
O resultado do exame de cultura do sangue ficou pronto ontem e as notícias não são animadoras, pois existe mesmo uma bactéria em meu catéter. Uma não, um montão delas e não me agrada nadinha a idéia de ser chocadeira de bactérias. Só em pensar que tem um montão de bichinhos se multiplicando dentro de mim dá até arrepios. Cruzes!
Por menos que a idéia me agrade será mesmo necessário entrar mais uma vez no centro cirúrgico para retirar o catéter contaminado. Hoje vou conversar com o Dr Bruno, especialista em catéter, para acertar a cirurgia. Precisamos correr contra o tempo. Quero estar novinha em folha o quanto antes.
Estive na clínica e encontrei a Mororó e o marido. Quando falei da contaminação do meu catéter o marido dela contou que aconteceu a mesma coisa com ela e que ela também terá que retirar o catéter que foi trocado há menos de dois meses. Pode? É de deixar qualquer um furioso, para não falar coisa pior. Ah, ela também sentiu aquela tremedeira descontrolada que tive durante a quimio. A coitada sequer teve a assitência necessária para superar o problema. Um verdadeiro absurdo. Só quem passa por isso sabe o tanto que é ruim.
Parece que a bruxa anda solta, mas espero que não apareça mais ninguém contaminado, senão vou pensar que é outra pandemia... Cruz credo.