Dançando com Eros?

Casa velha em reforma
Homens estranhos quebrando a escada e
Cozinheiras desconhecidas se ocupando na pia espaçosa.
Devagar e com cuidado subo os degraus quebrados
E alcanço um quarto grande com a pintura suja e encardida.
A pequena porta indica a existência de outro quarto anexo
Passo direto por ela e entro no closet escuro
Com uma grande janela de veneziana verde trancada.
Observo o papel soltando das paredes
A reforma ainda está no início, vai demorar ficar tudo pronto.
Volto ao quarto principal e abro a porta de comunicação
Do outro lado o sol inunda o quarto infantil
Imaculadamente limpo e iluminado
E cheio de brinquedos espalhados pelo chão.
Um garotinho brinca distraido
Mas ao perceber minha presença levanta a cabecinha
Emoldurada por cabelos cor de mel
E corre em minha direção, sorrindo com os braços abertos
Abraça minhas pernas e enquanto dançamos
olha em meus olhos.
Ele sorri confiante
Seguro de seu papel.

Lembranças de uma infância feliz

Assim que minha filha entrou em casa ontem a noite fui mostrar-lhe as fotos das mãos e desenhos descobertos embaixo da tinta do muro. Ela ficou emocionada com o que viu e imediatamente começou a lembrar, falando em voz alta, de detalhes do que aconteceu naquele dia longinquo.
Claro que a primeira coisa que ela fez foi zoar da minha cara e da cara da tia Suzi por tentarmos lembrar quem poderia ser a criança cujos pezinhos ficaram impressos na parede. Ela riu muito enquanto explicava que os pezinhos foram feitos também com a mão, só que fechada, e os dedinhos foram pintados com as pontas dos dedos.
Sorriu feliz quando encontrou a figura dos cachorrinhos que a Nana havia ensinado pintar e também quando descobriu a assinatura da Gabi R. Olhando os longos traços coloridos que cortava a parede de cima a baixo lembrou que foi a forma que a turma usou para delimitar o espaço que cada um iria pintar.
Ela adorou o achado e tenho certeza de que por alguns instantes voltou a ser criança, pois passava o dedo nas figuras dos cachorros e ia relembrando a história que haviam criado na hora de fazer os desenhos.
Vi seu rosto iluminar enquanto viajava ao passado, a infância cheia de brincadeiras animadas. Voltando ao presente disse que iria enviar as fotos que eu havia tirado para os amigos também recordarem aquele dia que ficou preso no tempo, embaixo de várias camadas de tinta.

Impressões de infância

Estava sentada na varanda conversando quando observei que a pintura do muro que divide minha casa com a academia estava cheio de bolhas. Levantei-me sem pressa e fui até a cozinha pegar uma faca com ponta para descascar a pintura.
Cheguei até a parede e comecei a enfiar a ponta da faca nas bolhas de tinta e num instante retirei grandes pedaços da pintura. Minha mãe arregalou os olhos sem entender o que eu estava fazendo e reclamou que o muro estava ficando feio e sujo mas eu continuei a arrancar pedaços da pintura e grata surpresa, embaixo da pintura verde encontrei as impressões das palmas das mãos que minha filha e os amiguinhos fizeram há muitos anos e a lembrança daquele dia distante se instalou num instante em minha memória.
Lembro-me bem, as crianças estavam reunidas em minha casa para aproveitarem juntas um final de semana e já haviam esgotado todo tipo de brincadeiras quando vi um monte de potes de tinta empilhados num canto. Olhei para a enorme parede pintada de azul e sugeri que eles aproveitassem todo aquele espaço para pintar o que bem entendessem. O muro era todinho deles.
Foi uma festa. Cada criança pegou um pote de tinta na cor de sua preferência, enfiou a mão no pote para em seguida imprimi-las na parede. Cada um fez sua pintura como achou melhor e em pouco tempo o muro estava cheio de mãos e assinaturas, de riscos coloridos e até pezinhos.
Qual criança nunca sonhou em fazer uma coisa dessas? Eles riam alto e conversavam trocando idéias enquanto iam imprimindo suas mãos na parede. Estavam felizes. No final do dia, quando os pais chegavam para pegá-los, a primeira coisa que contavam era a farra da pintura no muro.
De volta ao presente olhei para minhas mãos vermelhas e inchadas e concluí que era hora de parar de arrancar a tinta, mas minha irmã continuou e eu fiquei de lado observando as mãozinhas aparecerem. Fui rapidinho pegar a máquina para fotografar o achado e me senti como um arqueólogo descobrindo pinturas rupestres nas cavernas perdidas na mata densa. Era gostoso ver as pinturas aparecendo e relembrar aquele dia de folia.
Cada trecho descascado no muro revelava diversas mãos, assinaturas e até mesmo o suposto ano daquela farra, 1999. Fiquei pensando naquelas crianças, hoje jovens adultos iniciando suas carreiras. Alguns já estão até formados e trabalhando, outros finalizando seus cursos nas universidades e alguns fazendo estágio em outros países. Quanta coisa aconteceu com aquela turminha amiga desde aquela tarde distante em que a melhor coisa do mundo era simplesmente enfiar a mão num pote de tinta colorida para imprimi-las no muro.

Lou/mai 2010

Morto e enterrado

Abri meu e.mail e vi o remetente
Ressuscitou dos mortos
Ou está se sentindo sozinho?
Não estou interessada nas suas notícias
Nunca fui de apreciar histórias de zumbis ou fantasmas.
Apaguei a mensagem sem abrir
Não quero notícias do além
Ressuscitar mortos insepultos
E permitir que vagueiem entre os vivos
Só mesmo Veríssimo
Em Incidente em Antares

Aproveitando o dia de hoje


Comecei minha conversa com a terapeuta relembrando a agradável tarde do último domingo. Eu estava entre amigos e aproveitamos a oportunidade para conversar. Rimos muito de nossas bobagens e dos momentos de pura estupidez diante de situações que analisadas de longe ficam hilárias.
Estar entre amigos, contar histórias, relembrar situações engraçadas, rir e brincar enche nosso organismo de endorfinas e nos dá a sensação de que a vida vale a pena.
Minha jornada pelas memórias sepultadas no inconsciente acabou tomando um rumo inesperado. Fui parar no tempo/espaço que separa o que chamamos vida e aquele mundo desconhecido e temido por muitos, e para onde iremos algum dia, inevitavelmente.
O caminho que me levou para aqueles confins foi a lembrança de todos aqueles caros amigos que sairam de cena ainda jovens e cheios de planos. Muitos perderam a batalha para o câncer. Lutaram tanto, fizeram tanto esforço, gastaram tanta energia, mas acabaram derrotados, e eu continuo aqui desafiando todas as probabilidades...
Pensando nessa luta desigual é que decidi não entrar em guerra com a doença. Prefiro olhar o câncer mais de perto, caminhar do seu lado, sem enfrentamentos insanos. Não vou medir força com esse monstro ardiloso, que trabalha em silêncio para dar o golpe fatal sem chance ao oponente distraído. Vou prestar-lhe atenção e apenas tentar me antecipar a seus golpes baixos e assim me defender. Acho mais prudente. Lutar cansa e acaba exaurindo nossas energias e eu prefiro armazenar toda energia necessária para viver um dia de cada vez, sem medo de não viver o amanhã.
Vou aproveitar o dia de hoje para fazer o que me faz feliz, como preparar uma salada de frutas para minha filhota logo que acordo, bem cedinho, preparar o lanche que ela irá comer no finalzinho da tarde, tomar meu café da manhã saboreando sem pressa o pão, o café, e mesmo o leite feito de arroz que não tem lá aquele sabor que estamos acostumados. Depois, quando o sol estiver quente lá fora quero aproveitar para escutar uma boa música enquanto leio ou escrevo algum texto no computador, navego pela internet ou apenas mato o tempo jogando paciência ou qualquer outro joguinho que desperte meu interesse.
Assim vou vivendo minha vida e fazendo planos. Na segunda quinzena de junho vou a São Paulo para uma consulta e claro, irei aproveitar a oportunidade para aproveitar o que a cidade oferece de bom.
Nem sempre podemos evitar as coisas ruins que nos acontecem, mas podemos viver com entusiasmo todas as coisas boas.

Revendo o passado

Passei o dia das mães em casa, chocando minha cria. Na véspera, ela havia adormecido no sofá da sala e por lá ficou até quase na hora do almoço. Quis sair para almoçar, mas fiquei com preguiça só em pensar no quanto qualquer restaurante estaria cheio e preferi ficar em casa e preparar alguma comidinha fácil de fazer. Acabei optando por um penne com molho de queijo que ficou uma delícia.
Na segunda pela manhã fui na terapia e acabei fazendo uma longa viagem de volta a infância e adolescência. Andei pelos longos corredores do colégio de freiras onde estudei desde o maternal até a formatura no 2° Grau. Entrei nas salas de aulas com piso de taco encerado e enormes janelas de vidro protegidas por persianas cinzas. Fui até a capela onde o silêncio opressor sempre me incomodou e até senti o cheiro que a caracterizava. Desci as escadas que dão acesso ao enorme pátio coberto, andei pela área descoberta e cheguei ao recanto onde sempre gostei de ficar. Revi as árvores velhas e carregadas de favas amarelas de ingá e até cheguei a ouvir o canto das cigarras que enchiam o ar no verão quente. Era bom poder se abrigar do sol inclemente debaixo daquelas árvores centenárias, sentar nos bancos de cimento pintados de verde e ficar observando o vai e vem das borboletas coloridas e a incessante caminhada em fila indiana das formigas pretas e gordinhas.
A viagem continuou sem maiores percalços. Revi algumas freiras que de alguma forma marcaram minha infância e juventude, mas percebi que elas ficaram no passado. Engraçado, só agora me dei conta de que não relembrei nenhum dos professores, apenas alguns colegas. Não restou nenhum amigo daquela época, pois os poucos que eu tive faleceram precocemente. As outras crianças foram apenas colegas de turma e a lembrança delas já está bem desgastada em minha memória. Elas não marcaram, apenas fizeram parte da história. Já no 2° Grau fiz algumas amigas com as quais tenho contato até hoje, e todas são muito queridas. Guardo lembranças saudosas da Tatiana, sua mãe e irmãs; da Lourdes e sua mãe; a Rita, Maysa e a Mara. Cada uma delas acabou se mudando para lugares distantes e raramente nos encontramos, mas quando acontece temos a impressão de que nunca nos separamos.
Viajar ao passado nos faz resgatar cheiros, vozes, sabores, emoções... Os sentimentos são contraditórios, mas peneirando tudo vejo que restaram boas lembranças. Existiram mágoas, claro, mas elas já se diluiram no tempo. Não fazem mais parte nem do passado e muito menos do presente. Elas foram pulverizadas. Da criança que fui ficou apenas uma doce lembrança das brincadeiras com meu amigo Romualdo e nossas fazendinhas de faz de conta, nossos passeios nas fazendas reais e nas roças rústicas, nossas brigas e reconciliações cheias de abraços e promessas de nunca mais brigar.
Da casa onde morei em Minas, sempre apinhada de crianças e adultos e onde não faltava uma lata cheia de doce de leite e pé de moleque ou uma panela de sopa de feijão para a molecada se esbaldar, guardo boas lembranças. Fosse quem fosse, qualquer um era sempre bem recebido por lá. Da casa de uma das vizinhas, a Piedade, uma mulher forte e decidida que criou sozinha um monte de filhos, lembro da montanha de goiabas maduras na sala aguardando serem descascadas para se transformarem em deliciosas compotas.
E um dia fui embora da cidadezinha de interior. Deixei tudo para trás e parti em busca da construção da minha identidade. Voltei para o Rio de Janeiro, cidade onde nasci, e de lá vim para Brasília, cidade que adotei. Adoro Brasília com seus espaços abertos, horizonte infinito e céu muito azul. Aqui me sinto em casa.

Buscando a cura

Continuo buscando o jeito certo de me sentir curada, livre do estigma da doença e do cárcere das medicações cheias de efeitos colaterais. Tenho trilhado vários caminhos e um deles é tentar limpar toda e qualquer memória que possa alimentar esse monstro chamado doença. Quero me sentir leve e livre como um pássaro para voar até o infinito. A terapia é um desses caminhos e com ela vou fazendo incursões em lembranças soterradas pelo tempo. Caminho devagar, com cautela, e aos poucos vou revivendo situações e resignificando memórias.
Será que estou reescrevendo minha história? Creio que não. Estou apenas colocando cada coisa em seu devido lugar, sem exagerar nas emoções, sem valorizar o que não tem valor. Sem sofrer desnecessariamente. Quero apenas ser uma pessoa saudável e de bem com a vida.

Ser Mãe

Quero homenagear as mães, todas elas, biológicas ou adotivas e cheias de amor para dar.

Ser mãe é muito mais do que apenas gerar e parir,
Ser mãe é amar incondicionalmente
É ter braços que abraçam, olhos que vêem, ouvidos que escutam,
Ombros que amparam, colo que aconchega.
Mãe precisa se fazer ouvir, mas precisa muito mais saber escutar
Precisa compreender e apoiar,
E muitas vezes precisa dizer NÃO com energia.
Tem o dever de orientar, de ensinar o que é certo e o que é errado
E muito mais do que isso ela precisa
Ser o exemplo para que o filho possa fazer escolhas sensatas.
Mãe encoraja seu filho enfrentar desafios, superar medos,
Vencer obstáculos, a acreditar em si mesmo.
Ela torce, vibra, grita com entusiasmo
E chora com ele alguma derrota,
Mas aconselha que é preciso tentar de novo
E ensina que aprendemos muito mais com as derrotas e
Com o sofrimento do que propriamente com vitórias fáceis.
Ensina que algumas vezes é melhor dar um passo para trás
Para continuar a caminhada com mais segurança.
Que é preciso parar e respirar fundo
Para recuperar as forças e seguir em frente.
Mãe explica ao filho que ele não precisa ser o melhor
Mas que é preciso dar o melhor de si, sempre.
Alegre ou triste, chorosa ou rabugenta, chata ou implicante,
Feia ou bonita, mãe é esse ser complexo e complicado,
Algumas vezes forte, outras frágil, mas
Sempre cheia de amor para dar.

A felicidade só depende de nós

http://www.youtube.com/watch?v=85Ys1wb_vjo

Acabei de assistir, mais uma vez, Billy Eliot. Esse filme me emocionou na primeira vez que o assisti e ainda continua emocionando. Ver aquele pai rude e ignorante romper seus valores machistas e aceitar que o filho seja um bailarino é fantástico, e ele o faz apenas para dar uma chance de vida diferente da dele para o filho mais novo. Gosto muito também daquela cena em que o garoto diz o que sente quando está dançando. Ele consegue traduzir com palavras simples o quanto a dança o transforma no bailarino talentoso que ele é.
Aliás, toda expressão da arte desperta em mim um sentimento de puro encantamento. Ontem mesmo, quando ouvi a música da cantora e compositora Tiê, que está lançando seu primeiro CD, sweet jardim, transformei-me imediatamente em sua fã, fã de sua música, da magia das letras de suas canções.
Seja ouvindo uma boa música, assistindo uma peça teatral, caminhando pelos corredores de um grande museu apreciando uma pintura famosa ou admirando uma escultura impressionante como o Davi, qualquer expressão de arte vale a pena. É muito bom ler um livro envolvente, um poema que nos toca a alma ou uma crônica bem humorada. E como é bom viajar pelo mundo e pelas cidades do interior e descobrir um montão de artistas anônimos dando forma a sua arte, seja a rendeira, o santeiro ou aquela mulher simples dando forma ao barro.
Bom também é poder andar descalço na grama, caminhar na areia molhada de uma praia deserta quando o sol está apenas despertando ou quando está se escondendo para dar lugar à lua. É bom se juntar com os amigos para comemorar qualquer coisa, para bater um papo ou para não fazer nada. Como é bom trabalhar muito e enforcar um feriado para dar uma escapada com o parceiro ou os amigos para qualquer lugar onde possamos aproveitar tudo de bom que a vida oferece.
Qualquer coisa é boa quando somos felizes e o melhor é saber, é ter certeza que a felicidade só depende de nossa disposição interior.
Como diz André Comte-Sponvelle: “A felicidade é o contrário da tristeza: sou feliz quando tenho a sensação de que a alegria é imediatamente possível, que pode aparecer de um momento a outro, que ela talvez já esteja aqui, claro que não de maneira permanente, mas com essa facilidade, essa espontaneidade, essa leveza que torna a vida agradável. A felicidade não é algo absoluto, mas como é bom!”

Mergulhando em águas profundas

Vesti um escafandro e imergi no aceano abissal de lembranças perdidas no tempo.
Mergulhei devagar, quase sem sentir.
Um cabo invisível monitorava a lenta descida e
A superfície foi ficando para trás.
Sem que me desse conta penetrei na escuridão das águas profundas
Onde tudo é nebuloso, quase assustador.
A pequena escotilha limitava a visão
Mesmo assim vi pedaços de memórias nadando sem lastro
Coisas que não consegui identificar.
Revivi emoções
Ouvi vozes sepultadas no inconsciente
Revi rostos esquecidos, amores perdidos
Sentimentos há muito adormecidos.
Não sei onde vou chegar
Desconheço a profundidade que poderei alcançar...

Conversando com remédios?

Neste final de semana encerro o terceiro ciclo do xeloda e sexta-feira já senti meu intestino mais solto. A simples lembrança de todo mal estar no final do segundo ciclo me dá até arrepios. Cruzes.
Esses dias estive conversando com minha terapeuta e contei que pela manhã minha primeira visão, assim que acordo, é da caixa do taikerb que fica em cima da mesinha do meu quarto. É uma caixa grande, branca, com uma faixa vermelha embaixo, um quarto de círculo na cor verde e outra faixa vinho. Olho para a caixa, ela olha para mim e o jeito é levantar e ir até ela. Pego a cartela com 5 comprimidos e converso com eles. Coisa de doido? Talvez...
Para ser bem franca, preciso admitir que não é bem uma conversa, mas um monólogo. Falo com eles que nunca fui muito fã de tomar remédio, mas já que eles são necessários vou engolir os 5, e o compromisso deles é me deixar curada. Curadinha da silva. Tomara que eles não sejam surdos, ou melhor, espero que sejam obedientes...
Esse papo estranho acontece todos os dias por volta das 6 horas da manhã e em seguida volto para a cama onde fico até as 7:30h quando levanto novamente para tomar outro remédio e aí o jeito é levantar de vez já que o povo mal educado que frequenta a academia ao lado da minha casa começa a chegar falando alto e não há quem aguente ficar na cama. Vou dar um conselho: nunca queiram ser vizinhos de academia, é um pé no saco. Os frequentadores já chegam cheios de adrenalina e falando alto como se estivessem num mercado persa, e danem-se os vizinhos. Eles não estão nem aí. Passei a odiar academia.
Hoje, dia do trabalhador, e a bagunça na academia teve início às 10h. Uma criatura está berrando no alto falante para animar a galera e o barulho está infernal. Minha filha que tinha a ilusão de poder dormir até mais tarde porque hoje não precisou sair cedo para o curso de pós graduação vai ter que se conformar e levantar. Haja paciência! Querem saber que música estou tendo o prazer de ouvir? Farofafá e a galera está gritando e assobiando. Eu devo merecer uma vizinhança como essa.
Acho melhor encerrar por aqui...