Passeio no Rio de Peixe - Bonito/Mato Grosso do Sul
segunda-feira, outubro 29, 2012
O guia queria
sair muito cedo e fui logo dizendo: estamos de férias e não precisamos
madrugar. Que tal marcarmos a saída para as 9 horas? Simples assim. O guia
concordou e todos gostaram da idéia de dormir um pouco mais antes de sairmos
para conhecer as cachoeiras e trilhas do Rio do Peixe, em Bonito.
Saímos pontualmente às 9:00 horas e
em pouco tempo estávamos na Fazenda Água Viva que fica a mais ou menos 35 Km do
centro. O passeio é dividido em duas partes: pela manhã fizemos uma trilha
percorrendo um pouco menos do que dois quilômetros, mas andamos devagar para
apreciar a vegetação e tentar ver algum animal silvestre. Ouvimos mais do que
vimos é verdade, mas o passeio valeu a pena. Paramos em vários pontos para um
banho de cachoeira bem geladinho e também passamos por algumas cachoeiras que
estavam secas nesta época do ano, mas nem por isto deixaram de exibir uma
beleza incrível, que só a natureza sabe esculpir.
Durante o percurso o guia ia
mostrando uma árvore diferente aqui, outra ali, e chamou nossa atenção para a figueira mata
pau, uma espécie de árvore que vai crescendo e abraçando a árvore hospedeira
até matá-la. Ela faz isto principalmente com uma palmeira da região. É o abraço
da morte. Figueira oportunista...
Ele nos mostrou a sensível flor desta
orquídea minúscula da foto abaixo, a coisinha mais delicada que já vi. Eu, certamente, teria passado batido por ela.
De vez em quando parávamos para um
banho de cachoeira. A água era gelada que dava até medo, mas uma vez mergulhado
ficava gostoso, pois o calor era de rachar o côco.
Paramos numa cachoeira seca que dava
até dó. As pequenas poças d’água que sobraram das chuvas passadas aprisionavam alguns peixes de
pouca sorte. Ainda bem que a estação das chuvas está chegando para livrar os
coitados da morte certa...
O que deveria ser uma cachoeira de águas frescas e cristalinas era agora uma pequena gruta
linda demais, cheia de estalactites ou alguma coisa muito parecida com isto.
Até pensei em entrar, mas a primeira que se aventurou saiu correndo e gritando
por causa de morcegos. Preferi ficar só fotografando... deixei os morcegos sossegados nas frestas frescas e escuras da caverna. Contou-nos o guia que
aquele local, há muitos e muitos anos, era o fundo do mar. Não conferi a
veracidade da história, mas posso afirmar que o lugar era lindo.
Continuamos na trilha e paramos num local para banho
que estava repleto de peixes. Eram piraputangas gordas e tranquilas, pacus e
até dourados. Eles nadavam tranquilos naquelas águas onde a pesca é proibida.
Passamos por duas pontes suspensas que balançavam prá
caramba e chegamos num poção bem fundo que servia para saltos incríveis. Alguns
turistas mais corajosos se jogavam gritando no fundo do poço e saiam do outro
lado nadando e rindo para começar tudo de novo. Confesso que fiquei só olhando
e morrendo de vontade de dar um salto, mas não tive coragem. Preciso voltar a
ser criança novamente...
Ficamos na parte rasa do rio, próximo de uma cachoeira
linda. Os peixes nadavam em volta sem se incomodarem com a presenta de tantos
turistas. O guia me passou um saco cheio de ração que eu jovava só para ver o
cardume pular fora d’água. Era uma festa!
Voltamos devagar pela mesma trilha, pois já passava
das 13:00 horas e todos estavam famintos. O almoço estava muito gostoso e as
sobremesas também. Em seguida deitamos nas redes para um cochilo, pois depois
das 15:00 horas teria a segunda parte do passeio que era outra trilha de uns 800m, com mais
três cachoeiras.
Dormi embalada pelo ruído das águas do rio que passava próximo
e até sonhei. Sonhei que eu era de novo uma garotinha destemida, pulando no rio
gelado, mergulhando sem medo no poço fundo... eu gargalhava alto no sonho e acordei sorrindo ouvindo a voz do dono da fazenda que carregava um punhado de bananas maduras enquanto chamava os macacos.
Após a exibição dos macaquinhos que vinham pegar os pedaços de bananas nas mãos dos turistas, foi a vez da exibição da arara azul. Ele primeiro colocou a arara em cima do meu ombro e depois na minha cabeça. A arara era mansa e bem esperta, pois sabia que cada vez que atendia um comando ganhava um petisco gostoso.
A tarde caía devagar quando saímos da fazenda. Estávamos todos cansados, mas felizes. A noite fomos jantar no restaurante Casa do João que serve uma das melhores comidas da cidade. Pedimos um prato de torresmo que estava tão gostoso que precisou ser repetido. Foi na Casa do João que provei carne de jacaré e aprovei o sabor. Recomendo sem medo de errar.
Casa do João
Rua Nelson Felício dos Santos, 664-A
Bonito - Mato Grosso do Sul
www.casadojoao.com.br
joao@casadojoao.com.br
Mama, gostei da ideia de pular no poço... preciso fazer essa viagem! hehe
Mto lindas as fotos!
Bjos
Muito bacana sua viagem, Bonito parece mesmo ser um lugar incrível. Sempre encontro pacotes para Bonito em https://www.agenciasucuri.com.br/Passeios-Bonito
Vanessa, vale muito a pena conhecer Bonito. Só recomendo que se prepare para o calor. É quente demais.
Abraço da Lou