City tour em Buenos Aires
domingo, outubro 14, 2012
A
manhã do primeiro dia do mês de outubro, terceiro dia da nossa viagem, foi dedicada ao city tour em Buenos
Aires, e como era a primeira vez da Lili na cidade fizemos o passeio novamente
e nos divertimos muito.
Nossa guia Ximena era muito
engraçada e sabia vender a cidade muito bem. Fizemos a clássica parada na Praça
de Maio, que ainda hoje continua sendo o centro da vida política de Buenos
Aires. O nome da praça, conforme explicou nossa guia, é uma referência a
Revolução de 25 de maio de 1810, data que iniciou o processo de independência da
Argentina.
Na praça aproveitamos para
fotografar a Casa Rosada e a Igreja Metropolitana da Santíssima Trindade, sede
da arquidiocese de Buenos Aires. A fachada da igreja é composta por 12 colunas
coríntias que seguram o frontão decorado com figuras bíblicas. Com arquitetura
em estilo neoclássico, quem olha de fora nem pensa que aquele prédio é uma
igreja pois, diferentemente de outras igrejas, aquela não possui torres. A
igreja tem cinco naves, sendo a central com quase 100 metros de largura. O
piso é todo em mosaico. Lindo! Dentro da igreja fica o mausoléu de José de San
Martin, um dos heróis da independência.
Na praça ficam também o prédio do
Cabildo, que é a sede da administração da cidade, a Pirâmide de Maio e o Banco de La Nacion da
Argentina, e é no piso da praça que
estão pintados os lenços, símbolo das mães da praça, que ainda hoje reclamam
seus filhos desaparecidos durante a ditadura militar na Argentina (1976/1983).
Durante o período que durou a
ditadura na Argentina alguns pais, por serem considerados subversivos aos olhos
radicais dos militares, tiveram seus filhos retirados a força e colocados para
adoção.
Quando voltamos para o ônibus nossa
guia contou as versões para a escolha da cor da pintura da Casa Rosada. Reza a lenda que na época da sua construção as
tintas mais baratas eram feitas a base de sangue de vaca, animal abundante
naquela região; daí a cor rosada. A outra versão, mais política, diz que o rosa
é a mistura do vermelho e branco, cores dos federalistas e dos unitários, os
dois grupos civis que guerrearam violentamente na Argentina do século XIX. A
cor rosa, união das duas cores, seria uma forma de mostrar a conciliação
nacional. Na realidade, cada um pode escolher a versão que lhe parecer mais
prosaica e interessante. Ainda não escolhi qual é a minha...
A outra parada clássica é no
Caminito, um lugar charmoso e muito colorido. O Caminito é uma rua que na
realidade pode ser considerado um museu a céu aberto. Está localizado no famoso bairro de La Boca,
a poucos metros do não menos famoso estádio de futebol La Bombonera, do Clube
Atlético Boca Juniors. O nome bombonera é uma referência ao formato do estádio,
que lembra uma caixa de bombons.
O Caminito inspirou a música do
fomoso tango Caminito, composta em 1926 por Juan de Dios Filiberto. A letra do
tango foi escrita por Gabino Coria Peñaloza, mas a inspiração para a letra não
foi o Caminito e sim um outro caminho localizado em Olta, uma província de La Rioja.
Por estas e outras, no Caminito o turista encontra muitas pessoas caracterizadas
como dançarinos de tango, que cobram alguns pesos para posar para fotos. A Lili ficou animada e quis ser clicada
como dançarina. Teve direito até a flor nos cabelos...
As casas do Caminito foram
construídas com madeira e chapa de metal onduladas. Era um tipo de casa popular
e bastante precária que caracterizou o bairro desde sua origem, no final do
século XIX. Era ali que viviam os imigrantes, principalmente espanhóis e italianos.
As tintas usadas para pintar as casas eram sobras de tintas de navio. Isto
explica o colorido diversificado das casinhas.
Ximena, nossa guia, como grande
parte dos argentinos, é uma fanática pelo Boca Júnior, clube criado pelos
imigrantes italianos, na maioria genoveses. O outro time de peso é o Riber
Plate, também criado no mesmo bairro pelos imigrantes italianos, mas que hoje
tem sua sede em área mais nobre, em Belgrano.
É claro que independente do fato da
guia ser uma xeneize (é assim que são chamados os torcedores do Boca), que no
dialeto da Ligúria quer dizer “genovês”, fizemos uma parada de 20 minutos no estádio do
Boca. Muitos turistas amantes de futebol entraram correndo para conhecer bem de perto o
famoso campo de futebol, mas como não sou lá muito amante deste esporte... fiquei do lado de
fora.
vista da Ponte da Mulher
Nosso city tour terminou no Porto Madero, onde decidimos ficar para almoçar.
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou