Aumento patrimonial e salário - dois pesos e duas medidas
segunda-feira, junho 06, 2011
Eu e minha amiga Lili conversávamos pela manhã, enquanto seguíamos juntas de carro para o TRF, sobre o propósito de tentarmos olhar as coisas boas que estão escondidas pelo Brasil e pelo mundo, ao invés de só focarmos naquilo que não presta.
O problema é que somos tão bombardeados com as notícias envolvendo políticos corruptos e seus conchavos no Congresso que fica difícil acreditar que ainda exista algo bom por ai, mas prometemos uma para a outra que vamos tentar mudar nosso foco daqui para a frente.
Por mais que tente me empenhar, fica difícil não ficar revoltada com a onda de corrupção que se alastrou como praga na classe política e espalha seus tentáculos venenosos por todos os cantos da sociedade. Agora mesmo acabei de ler que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, decidiu arquivar as investigações e eventuais representações contra Palocci, sob a alegação de que não há necessidade que a evolução patrimonial do senhor Palocci, braço direito e esquerdo da presidente Dilma, seja compatível com sua renda.
Não entendo. Como é possível que a evolução patrimonial de qualquer pessoa ligada ao governo, de qualquer servidor público ou qualquer outro cidadão não seja compatível com a renda??? Alguma coisa precisa estar muito errada nesta história. Já vi que o cidadão Palocci vai sair absolutamente ileso de qualquer acusação formal nesta história podre. Vai acontecer o mesmo que aconteceu com o ex presidente Lula que nunca soube de nada, nunca ouviu nada sobre o mensalão e outras falcatruas que aconteceram durante seus oito anos de governo e continuou no poder com aprovação da população mal informada e daqueles que se beneficiaram com sua forma de governo.
Enquanto isto, no Rio de Janeiro, os bombeiros militares continuam presos porque reivindicaram um salário menos injusto. O governador mandou invadir o quartel sem se importar com as consequências do ataque. Familiares dos bombeiros que lá estavam acabaram feridos, mas isto pouco importa para o governador. Ele queria mesmo era tentar colocar a população contra os bombeiros e até os chamou de vândalos e por pouco não os igualou a bandidos sanguinários.
É muito engraçada esta história de salário. Para os políticos, que fingem trabalhar e estão cercados de mordomias, os aumentos salariais são astronômicos e acontecem sem muita discussão. Basta que eles decidam que querem um significativo aumento salarial que o mesmo é votado em tempo record. A população fica indignada por alguns dias e logo esquece o assunto, mas o aumento fica sacramentado. Os políticos sabem que seus eleitores tem memória curta. Já os bombeiros, que fizeram concurso público e passaram por treinamento árduo para salvar vidas, precisam brigar e se rebelar para que um aumento em seus vencimentos seja pelo menos pensado, estudado...
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Obrigada pelo comentário. bjs Lou